As Agentes 355

Crítica – As Agentes 355

Sinopse (imdb): Um grupo de mulheres compõe uma das mais prestigiosas unidades de espionagem do mundo. As agentes devem enfrentar uma ameaça assustadora.

Gosto muito de filmes de ação estrelados por mulheres. Sempre gostei, lembro de ir ao cinema ainda novo pra ver Aliens O Resgate, Exterminador do Futuro e Nikita – e não podemos nos esquecer da Princesa Leia! E temos tido vários filmes de ação girl power recentemente. Pena que a qualidade tem sido fraca na maioria dos casos.

Este As Agentes 355 (The 355, no original) pelo menos tinha um diferencial: um elenco acima da média. Não é qualquer filme de ação que conta com quatro nomes como Jessica Chastain, Diane Kruger, Lupita Nyong’o e Penélope Cruz (sim, sei que são cinco, não me esqueci da Bingbing Fan, mais tarde volto ao assunto).

Mas a impressão que fica é que gastaram demais no elenco, então pegaram um diretor qualquer. Simon Kinberg tem um bom currículo como produtor, mas este é seu segundo longa como diretor, e o primeiro foi o fraco X-Men Fênix Negra. Nuff said.

O resultado foi um filme genérico, que parece que não se decide entre um filme sério de espionagem ou abraça a galhofa como um Velozes e Furiosos – tem algumas cenas tão exageradas que lembram o exagero da franquia do Vin Diesel, tipo quando a Jessica Chastain está correndo, de vestidinho leve, sem bolsa, sem casaco, só com o vestidinho, e de repente saca uma arma enorme, guardada sei lá onde.

As Agentes 355 tem algumas coisas boas. Gostei de como criaram o grupo, com uma de cada país, uma de cada agência – e atritos precisam ser resolvidos para elas trabalharem juntas. Também temos algumas boas cenas de ação, mas a gente precisa desligar o cérebro em alguns trechos. Tipo, se elas estão trabalhando sem o apoio de suas agências, como elas conseguem todo aquele equipamento? Isso sem contar com o fato de que precisamos de muita suspensão de descrença pra acreditar naquele aparelhinho mágico que hackeia qualquer coisa no mundo. Além disso, o vilão é péssimo, e o terço final traz uma virada de roteiro já prevista ao fim da primeira sequência.

Sobre o elenco, tenho coisas boas e coisas ruins para falar. Jessica Chastain (também produtora) está bem, assim como Diane Kruger. São personagens parecidas – solitárias, habilidosas e eficiência – e ambas funcionam bem para o que o filme pede. Aliás, logo no início do filme tem uma boa sequência de perseguição com as duas. Penélope Cruz está bem, mas a motivação de sua personagem é meio forçada. Sem nenhum preparo de agente de campo, no meio do filme ela já abandonaria o grupo. Mas, ok, ela continuou lá de repente pra mostrar que uma mulher sem treinamento poderia estar no rolê. Agora, não gostei da personagem da Lupita Nyong’o. Ela é uma ninja em hackear facilmente qualquer coisa, e ao mesmo tempo dá palestras para auditórios cheios, e ao mesmo tempo sabe brigar e atirar, e ao mesmo tempo fala diferentes línguas aparentemente sem sotaque. Achei meio exagerado, ela faz tudo, e tudo é fácil pra ela. E a Bingbing Fan não só é um nome menos conhecido, como a sua personagem só entra no time bem depois das outras. Sei que ela é uma das principais, mas tem bem menos importância que as outras quatro. Também no elenco, Sebastian Stan, Edgar Ramírez e Jason Flemyng.

(Comentário sobre línguas: Diane Kruger aparece falando em inglês, francês e alemão, enquanto Jessica Chastain só fala inglês. Diferença entre uma americana e uma europeia…).

Mais um filme girl power, As Agentes 355 serve pra quem não for muito exigente.

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