O Exorcista do Papa

O Exorcista do Papa

Sinopse (imdb): Baseado nos arquivos reais do padre Gabriele Amorth, conhecido como o exorcista chefe do Vaticano, que enquanto investigava a possessão de um jovem, descobre que durante séculos no Vaticano tentaram a todo custo manter a verdade escondida.

Às vezes me pergunto se ainda existe espaço para certos subgêneros. A gente vê um monte de filmes de exorcismo sendo lançados a cada ano, mas a gente dificilmente se lembra de um bom filme de exorcismo (acho que o último foi O Exorcismo de Emily Rose, de 2005).

Dirigido por Julius Avery (Operação Overlord, Samaritano), O Exorcista do Papa (The Pope’s Exorcist, no original) é mais um filme genérico e cheio de clichês usando o subgênero “filme de exorcismo”. Não é ruim, mas tá bem longe de ser bom. A gente segue o padre Gabrielle Amorth, que era o exorcista oficial do Vaticano, em uma missão na Espanha. O padre Amorth realmente existiu, mas o Papa que aparece no filme é inventado, era a época do João Paulo II.

(Curiosidades que você só vê aqui no heuvi: existe um documentário filmado pelo William Friedkin (O Exorcista) mostrando o que seria um exorcismo real do padre Amorth: O Diabo e o Padre Amorth. Heu vi no Festival do Rio de 2017, infelizmente o documentário é bem chatinho.)

O Exorcista do Papa tem um problema básico: é um filme de terror que não assusta. Nada. Nenhum jump scare, nenhuma tensão. Durante as cenas de exorcismo, muito barulho e efeitos de luz, mas zero clima de medo. Talvez ele seja mais engraçado do que aterrorizante, não por ser uma comédia, mas sim porque o padre Amorth dizia que o demônio odeia humor, então ele passa o filme inteiro fazendo piadinhas.

Era pra ter uma subtrama por trás envolvendo o passado do Vaticano, mas isso é deixado de lado. Outra coisa que é deixada de lado é o aprofundamento nas personalidades dos personagens, todos rasos. Mas pra não dizer que achei tudo ruim, curti a maquiagem do garoto possuído. Nada de inovador, mas pelo menos é uma maquiagem bem feita.

Acaba que a atuação e o carisma do Russell são a única coisa que faz a gente chegar até o final do filme. O cara é bom, então por causa dele o filme ganha alguns pontos. Do resto do elenco, o único comentário é que o Franco Nero está desperdiçado como um Papa que pouco aparece.

O Exorcista do Papa é fraco, mas o fim deixa espaço para começar uma nova franquia. O que espero que não aconteça.

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