Crítica – Ninguém Vai te Salvar
Sinopse (imdb): Uma mulher reservada e com transtorno de ansiedade deve lutar contra um alienígena que chegou em sua casa.
Ah, o mercado… Filmes meia boca como Jogos Mortais X vão pro cinema, enquanto filmes muito melhores como este Ninguém Vai te Salvar vão direto pro streaming. Pena…
Ninguém Vai te Salvar é o segundo longa metragem dirigido por Brian Duffield, roteirista de A Babá, Ameaça Profunda e Amor e Monstros. Gostei do cara, vou procurar o primeiro filme que ele dirigiu, Espontânea, que, segundo a sinopse, se passa num mundo onde pessoas simplesmente explodem do nada, sem aviso prévio.
Fiquei na dúvida sobre se seria spoiler comentar sobre os aliens. Mas, falar sobre Ninguém Vai te Salvar e não mencionar os aliens seria um texto muito curto: “não leiam NADA e vejam o filme!” Mas vou comentar o mínimo para não estragar a experiência de ninguém.
Uma característica curiosa de Ninguém Vai te Salvar é ser um filme sem diálogos. Segundo o imdb, apenas oito palavras são ditas ao longo de todo o filme! A protagonista fica quase o filme todo só interagindo com os alienígenas, que falam uma língua incompreensível. E existe algo no passado dela, então nas poucas cenas onde ela tem alguma interação com os habitantes da cidade, essa interação é truncada.
Ninguém Vai te Salvar ainda traz alguns daqueles detalhes bem filmados do jeito que heu gosto. Um exemplo: em uma cena, a protagonista está num ônibus e descobre um alienígena, e ela quer fugir do ônibus. Vemos então o ônibus parado, a câmera se afasta e só então vemos que ela já está correndo. Detalhes que não são essenciais, mas engrandecem a experiência de se assistir um filme.
E isso porque não estou falando da sensacional primeira meia hora de filme, que mostra a casa sendo invadida e a protagonista tentando escapar. Sequência tensa, e com um desfecho onde quase dei um salto da poltrona.
Sobre o cgi dos aliens: em algumas cenas ficou meio falso. Mas por outro lado às vezes os vemos com movimentos propositadamente estranhos. Isso amenizou as falhas. Ah, gostei de ter formatos diferentes de aliens!
Além da aparência dos ets lembrar o clássico “alien grey”, o plano deles também lembra os filmes de invasão alienígena dos tempos da guerra fria, onde humanos são “alterados” para aceitarem a nova situação, em uma metáfora sobre o comunismo. E sim, o clima às vezes lembra a série Twilight Zone.
No elenco, todos os elogios possíveis à Kaitlyn Dever (Ingresso Para o Paraíso), que passa quase o filme inteiro sozinha e sem falar com ninguém. Ela está excelente!
Preciso falar do final do filme, mas sem entrar em spoilers. É um final que vai dividir opiniões, e preciso admitir que estou no grupo que não gostou do rumo tomado. Mas, em defesa do filme, sempre defendi quando filmes pegam caminhos fora do óbvio, então não vou reclamar da decisão do diretor.
Ninguém Vai te Salvar está no Star+, ou seja, pouca gente vai ver. Ah, o mercado…