Critica – Não Abra!
Sinopse (Festival do Rio): Sam, uma adolescente que lida com os conflitos entre sua origem indiana e a vida nos EUA, acidentalmente liberta uma antiga entidade demoníaca de um jarro que jamais deveria ter sido aberto. À medida que o mal se alimenta dos seus piores medos, Sam precisará desvendar segredos ancestrais para tentar salvar sua vida e a de todos ao seu redor.
Heu espero não soar preconceituoso, mas eu diria que Não Abra! (It Lives Inside, no original) não tem o perfil do Festival do Rio. Por que digo isso? Ao longo dos anos, já vi mais de 150 filmes em diferentes edições do Festival. Normalmente os filmes que passam são filmes que têm perfil de serem lançados depois no circuito Estação. E Não Abra! não tem esse perfil, tem mais o perfil de um terror genérico de multiplex.
Afinal, Não Abra! é mais um “terror de bicho-papão”, como bem definiu meu amigo Cesar Monteiro, do Outcast Ambrosia. A diferença aqui é que é um bicho-papão baseado no folclore indiano.
Escrito e dirigido pelo estreante em longas Bishal Dutta, Não Abra! tem problemas no desenvolvimento desse monstro. Porque, às vezes ele mata, às vezes ele só machuca, às vezes ele sequestra e guarda a vítima – me pareceu que a limitação do poder do monstro é a limitação que o roteiro pede. Meio tosco, né?
Ainda sobre o monstro, durante dois terços do filme ele não aparece direito, vemos sombras, vemos os olhos no escuro, a gente não sabe o que ele é. Legal, é assustador! Mas depois que ele aparece, perde a graça, ele é até meio mal feito. É muito mais assustador enquanto você não sabe o que que é.
(E isso porque vou deixar pra lá outras inconsistências do roteiro, como a professora que está sozinha de noite na escola. Por que não filmaram aquelas cenas num apartamento, pra mostrar que ela tem um lugar pra ir quando a escola fecha?)
Apesar dessas falhas de roteiro, Não Abra! não é de todo ruim – afinal, boa parte dos filmes de terror feitos atualmente têm falhas semelhantes. O uso da cultura indiana foi bem feito, a protagonista Megan Suri funciona para o que o papel pede, e o filme ainda tem alguns jump scares divertidos.
Mas, é aquilo. Uma diversão efêmera, você vai esquecer do filme um mês depois.