Crítica – A Primeira Profecia
Sinopse (imdb): Uma jovem americana é enviada a Roma para começar uma vida de serviço à Igreja. Ela acaba desvendando uma aterrorizante conspiração que deseja provocar o nascimento do mal encarnado.
Confesso que heu estava com a expectativa lááá embaixo pra ver mais uma releitura de um clássico do terror. Acho que O Exorcista O Devoto me deixou traumatizado. Mas, não é que A Primeira Profecia não é ruim?
Recapitulando a franquia: dirigido por Richard Donner, A Profecia foi lançado em 1976 e hoje é considerado um dos melhores filmes de “terror religioso” da história do cinema. Teve continuações em 78, 81 e 91, e uma refilmagem em 2006 (pra aproveitar a data 06/06/2006). Há 18 anos ninguém mexia na franquia, até que apareceu este prequel.
Longa metragem de estreia da diretora Arkasha Stevenson, A Primeira Profecia (The First Omen, no original), diferente da maioria das releituras recentes, é um filme extremamente respeitoso com o original de 1976. A Primeira Profecia tem cara de filme feito nos anos 70, não só nos figurinos e cenografias, mas principalmente nos posicionamentos e movimentações de câmera. A galera acostumada com o “terror Blumhouse” deve até estranhar.
Um parágrafo à parte pra falar da trilha sonora de Mark Korven. A trilha é sensacional, usa as cordas e o coro de maneira perfeita. E ainda criou uma nova versão para o tema do original, composto por Jerry Goldsmith (e que lhe deu seu único Oscar em toda a carreira). Essa é daquelas trilhas pra se ouvir quando estivermos no clima de algo assustador!
O elenco também é muito bom. Nell Tiger Free, da série Servant, manda muito bem como protagonista. E Sonia Braga tem um dos papeis principais! Tem dois atores que gosto em papeis menores, Bill Nighy (como um cardeal, bem diferente do que ele costuma fazer), e Ralph Ineson (que tem uma das vozes mais legais da atual Hollywood). Também tem uma ponta de Charles Dance. Também no elenco, Maria Caballero, Nicole Sorace e Ishtar Currie-Wilson (sou o único que achei ela parecida com a Mia Goth?).
A Primeira Profecia é bom, melhor do que a média, mas ainda não é um filme perfeito. Rolam alguns jumpscares meio óbvios – por exemplo, o “peguete” da protagonista, dava pra imaginar exatamente o que iria acontecer. O mesmo posso dizer sobre o plot twist que aparece no terço final. Acredito que a maior parte da audiência já desconfiava daquilo. E claro que, por ser um prequel, a gente já sabe mais ou menos como vai terminar – e tem gancho pra uma continuação.
Mesmo assim, A Primeira Profecia foi uma agradável surpresa. Ah, se todas as releituras de clássicos do terror fossem assim…