Crítica – Resgate Implacável
Sinopse (imdb): Ele quer viver uma vida simples e ser um bom pai para sua filha. Mas quando a filha adolescente de seu chefe, Jenny, desaparece, ele é chamado para reempregar as habilidades que o tornaram uma figura lendária nas operações secretas.
Filme novo do Jason Statham, dirigido por David Ayer – mesma dupla de Beekeeper. Cheirinho de filme ruim, mas vamulá.
Jason Statham é um cara carismático, que tem uma filmografia com vários bons títulos – mas ele também fez várias bombas. Já David Ayer dirigiu aquele Esquadrão Suicida todo errado, então o saldo dele é bem negativo. Ainda tinha um nome bom, o roteiro é de Sylvester Stallone. Respeito o Stallone, tem uma carreira impressionante, décadas de bons serviços prestados ao cinema de ação, mas a gente sabe que nem sempre ele acerta.
Bem, a notícia não é boa. Resgate Implacável é bem fraco. Beekeeper era um filme de ação genérico, mas tinha algumas boas sequências. Resgate Implacável é só genérico.
Outro dia ouvi uma boa definição sobre os filmes do Jason Statham, que se aplica a boa parte de sua filmografia. Em Beekeeper, ele é um apicultor, que também é um assassino. Em Infiltrado, ele é um segurança, que também é um assassino. Em Carga Explosiva, ele é um motorista, que também é um assassino. Bem, aqui em Resgate Implacável, ele trabalha numa empresa de construção, e também é um assassino. Levon Cade (Jason Statham) trabalha numa obra. Quando a filha do seu patrão é sequestrada, ele resolve ir atrás de quem sequestrou.
Mas, sabe qual é o problema? Hoje, em 2025, esse formato do “exército de um homem só” precisa convencer o espectador. Alguns filmes conseguem, tipo a franquia John Wick. Mas aqui tudo parece muito fácil. O cara sai matando e vai galgando entre figurões da máfia russa, sempre mostrando o rosto nas câmeras de segurança, e nenhum dos bandidos procura saber quem é. Além disso, ele nunca se machuca. É daquele tipo de filme onde, quando ele está sem uma arma de fogo, ou o oponente também está sem arma de fogo, ou o oponente tem “mira de stormtrooper”.
Pra piorar, não tem nenhuma cena de ação memorável (Beekeeper não foi um bom filme, mas tinha algumas boas sequências). Como resultado, temos um filme arrastado. São quase duas horas de projeção, mas parece mais longo. E ainda tem cenas que dão raiva. Vou dar um exemplo: determinado momento ele está cercado, tem dois oponentes atirando. Aí ele mostra que consegue usar seu rifle com uma telinha bluetooth e mata um deles com um tiro certeiro. E depois ele joga uma granada em cima do outro. Por que não matar o outro da mesma forma?
Sobre o elenco, Jason Statham faz o de sempre. Quem vai ao cinema pra ver um filme dele não quer uma grande atuação, só quer ver tiro, porrada e bomba. Agora, não entendi as escalações de David Harbour e Michael Peña. São dois bons atores, poderiam agregar valor ao filme, mas têm papéis muito secundários, poderia ser qualquer ator em cada um dos papéis. Principalmente o David Harbour, que parece que só está lá pra se o filme tiver uma continuação.
Sim, continuação. Existe uma série de livros, com doze volumes, com o personagem Levon Cade. Ou seja, provavelmente a proposta é começar uma nova franquia. Tomara que a bilheteria deste primeiro filme seja fraca e desistam da ideia.