Martin
Esqueça o que você conhece sobre filmes de vampiro!
Martin é um filme de vampiros diferente de quase tudo o que o cinema já mostrou. Martin é um vampiro. Mas não é um vampiro como estamos acostumados a ver no cinema. Ele anda por aí de dia, não tem problema com alho e não tem caninos pontudos – na verdade, ele usa navalhas e seringas para extrair o sangue de suas vítimas.
Dirigido por George Romero em 1977, Martin é um interessante exercício sobre vampirismo versus realidade. Uma das coisas legais do filme é a dúvida: Martin é um vampiro de verdade, ou a doença é invenção da cabeça dele?
Aliás, esta dúvida sobre o real versus imaginação também acontece em outro aspecto. A narrativa traz algumas sequências em preto e branco, mostrando trechos do passado de Martin. Mas não sabemos se aquilo aconteceu ou não…
A gente está acostumado a ligar George Romero a filmes de zumbi. Claro, né? Em 1968, ele fez o primeiro filme de zumbi da história, A Noite dos Mortos Vivos, e depois fez outros cinco filmes com o tema. Mas ele não fez só filmes de zumbi, ele também lidou com outros estilos de terror, como Comando Assassino, Creepshow, A Metade Negra – ele fez até filme “não terror”, Cavaleiros de Aço! De mais a mais, em 77 Romero só tinha feito um filme de zumbis…
E Martin, apesar de não ser zumbi, tem a cara do diretor. O ritmo é lento e sério, como habitual nos filmes de Romero, assim como temos personagens bem construídos em uma sociedade bem retratada.
Este é o primeiro filme de John Amplas, que faz um convincente Martin. O elenco ainda traz dois nomes interessantes para os fãs. O próprio Romero faz um papel, como o padre Howard. E Tom Savini, famoso pela maquiagem de boa parte dos filmes de Romero, faz um papel, Arthur, e ainda faz, além da maquiagem, algumas cenas como dublê.
Martin não vai agradar a todos, pelo seu ritmo lento e sua cara de produção de baixo orçamento. Mas, por outro lado, é considerado por muitos como o melhor Romero. Inclusive pelo próprio!
Categorias: George Romero, Terror, Vampiros
Ainda prefiro o Dawn of the Dead, mas Martin é realmente genial.