A Entrevista

A EntrevistaCrítica – A Entrevista

Vamos de filme polêmico?

Quando o apresentador e o produtor de um programa de tv sensacionalista descobrem que o ditador norte-coreano Kim Jong-un é fã do programa, eles são recrutados pela CIA para transformar sua viagem até Pyongyang em uma missão de assassinato.

No fim do ano passado a Sony foi atacada por hackers ligados à Coreia do Norte, por causa de um filme que satirizava Kim Jong-un. A liberdade de expressão mais uma vez foi questionada, porque a Sony cedeu e adiou o lançamento do filme, e isso gerou uma grande polêmica.

Claro, a polêmica ajudou a divulgação do filme. E arrisco a dizer que foi muito benéfica, pelo lado do marketing – os produtores do filme ganharam uma enorme propaganda com o caso. Porque o filme, por si só, é fraaaco…

Sempre defendo a incorreção política no humor, assim como sempre ataco as piadas ruins. Pra mim, o humor pode ser ofensivo, mas não pode ser sem graça. A Entrevista (The Interview, no original) é ofensivo – e sem graça.

Escrito e dirigido por Seth Rogen e Evan Goldberg, A Entrevista é mais uma comédia de piadas de gosto duvidoso – como acontece infelizmente muito na carreira de Rogen (pena, simpatizo com ele). Muitas piadas de baixo calão envolvendo órgãos sexuais, além de muitas referências ao “bromance” (será que isso é tendência nos EUA?). Na boa, uma piada sobre enfiar uma cápsula no ânus não é engraçada da primeira vez, repetir a piada não melhora a situação.

O elenco não ajuda. Seth Rogen faz o mesmo “papel de Seth Rogen” de sempre, e James Franco, parece que só está na farra com o amigo em vez de interpretar um papel – Franco e Rogen já trabalharam juntos diversas vezes, como na série Freaks and Geeks e nos filmes Segurando as Pontas e É o Fim – entre outros. Ainda no elenco, Lizzy Caplan, Randall Park e Diana Bang, e participações especiais de Rob Lowe, Eminem e Joseph Gordon Levitt, queimando os próprios filmes interpretando eles mesmos em situações embaraçosas.

Assim, temos um filme bobo, repleto de piadas sem graça. Acho que a única parte interessante é a breve crítica ao sensacionalismo da tv norte-americana. Mas a parte principal – sobre o ditador coreano – é dispensável.

Resumindo: se você quiser humor politicamente incorreto satirizando um ditador norte-coreano, prefira Team America

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