Crítica – Agente Stone
Sinopse (Netflix): Uma agente especial de uma organização que busca manter a paz no mundo faz de tudo para impedir que uma hacker roube um bem valioso e extremamente perigoso.
E a Netflix continua com a tradição de filmes de ação meia boca. Às vezes a gente consegue alguns bons momentos, como no recente Resgate 2, um filme genérico mas com um plano sequência sensacional. Mas na maioria das vezes o resultado é fraco, que nem a última tentativa de parceria entre Gal Gadot e Netflix, Alerta Vermelho. E que nem este Agente Stone (Heart of Stone, no original).
Agente Stone chegou como promessa de uma nova franquia, seguindo o estilo de Missão Impossível. Mas, precisava copiar a premissa do último Missão Impossível? Ambos os filmes falam sobre uma inteligência artificial capaz de prever o futuro baseada em probabilidades. Lembrei da piada “copia mas não faz igual”.
Um dos roteiristas é Greg Rucka, que também escreveu o bom The Old Guard. Mas aqui ele não foi bem sucedido, o roteiro de Agente Stone é bem fuen. Algumas coisas que são tão tatibitati que dão nervoso. Um exemplo: os personagens falam da Carta, uma agência super secreta que eles nem sabem se existe na realidade ou se é uma lenda urbana. E a chave pra entrar no prédio dessa agência é uma carta de baralho! Gente, isso é um filme pra adultos ou um episódio de Backyardigans?
Tenho reclamações em dois níveis sobre os personagens, um nível básico e um mais avançado. O básico é que os diálogos são muito ruins. São três personagens centrais (estão no poster!): a Gal Gadot é a mocinha, linda, habilidosa, perfeita. Aí tem um vilãozão malvadão e outro personagem que está no meio do caminho – começa do mal mas tem a redenção e vira do bem. Não sei se isso é exatamente um spoiler, porque isso é algo extremamente previsível. Mas, ok, até aí tudo bem, podemos ter filmes razoáveis baseados em clichês. O que não gosto é de diálogos ruins, tipo o vilãozão malvadão mandar a ordem “matem todos!”, e a personagem da redenção ficar numa de “você não disse que era pra matar inocentes!”. Voltamos ao padrão Backyardigans.
Tem outra crítica aos personagens, aqui um pouco mais complexa. O vilãozão malvadão é um personagem péssimo. A gente não sabe quais são as suas motivações, a gente não sabe como ele banca aquela organização. Mas o que mais me incomodou foi que ele liderava uma mega organização, e ao mesmo tempo era agente infiltrado em outra organização.
Sobre o elenco, comentei outro dia sobre estrelas que têm talento e estrelas que têm carisma. Algumas têm ambos, mas muitas estrelas se baseiam só no talento ou só no carisma. Aqui fica muito claro, Gal Gadot tem muito carisma, é agradável vê-la em tela. Mas ela não é uma boa atriz, ela passa o filme inteiro com a mesma cara de super modelo que saiu da passarela e caiu sem querer num set de filmagem. Ok, funciona para o que o filme pede, mas, lembrando do início do texto, quando falei de The Old Guard, a Charlize Theron tem carisma e também talento. Charlize se entrega aos seus papéis de uma forma muito mais intensa que Gal.
Outro comentário sobre o elenco: pra que chamar uma atriz do porte da Glenn Close só pra aquilo? Ainda no elenco, Jamie Dornan, Alia Bhatt e Matthias Schweighöfer.
Gal Gadot precisa repensar suas parcerias com a Netflix. Alerta Vermelho foi fraco; Agente Stone foi pior ainda. Será que acertam na próxima?