Minions 2: A Origem de Gru

Crítica – Minions 2: A Origem de Gru

Sinopse (imdb): A história não contada do sonho de uma criança de doze anos de se tornar o maior supervilão do mundo.

Mais um filme da franquia Meu Malvado Favorito. O filme estava previsto para 2020, mas por causa da covid foi adiado várias vezes e, quando finalmente estreou, pelo menos para mim, preciso admitir que a expectativa era zero. É uma boa franquia, os filmes são divertidos, mas sei lá por que, não estava empolgado.

E isso foi bom, porque me diverti muito na sessão! O filme é muito engraçado, e tem umas piadas geniais.

Desde o primeiro filme da franquia, os minions são as coisas mais engraçadas e protagonistas das melhores piadas. Aqui acontece o mesmo. Mesmo quando estão ao fundo, fora da cena, são várias piadas boas, tipo quando um pega fogo e outro fica aquecendo as mãos. E, sem entrar em spoilers, mas tem uma cena envolvendo ovos que me fez gargalhar alto no cinema!

Apesar do nome, este novo filme é mais um prequel do que uma continuação do primeiro Minions, afinal o Gru criança é o protagonista. O nome deveria ser “Meu Malvado Favorito Zero – A Origem de Gru”.

A qualidade da imagem é impressionante, não deixa nada a dever para os gigantes Pixar ou Disney. Mas o que mais chama a atenção é a ambientação nos anos 70, tanto na parte visual como na excelente trilha sonora.

A sessão foi dublada, Leandro Hassum continua fazendo um bom trabalho como Gru. Mas quando li quem eram as vozes originais dos vilões secundários, deu vontade de rever legendado: Jean Claude Van Damme, Dolph Lundgren, Lucy Lawless e Danny Trejo! E ainda tem Alan Arkin e Michelle Yeoh, além da volta de Steve Carell, Julie Andrews e Russell Brand. Excelente elenco, que a gente não vai aproveitar aqui no Brasil. Bem, pelo menos a dublagem é boa.

Longe da pretensão de um filme da Pixar, Minions 2: A Origem de Gru é uma genuína diversão leve.

Despedida em Grande Estilo

Despedida em Grande EstiloCrítica – Despedida em Grande Estilo

Desesperados para pagar as contas e sustentar suas famílias, três idosos, amigos de longa data, se arriscam num plano para assaltar o mesmo banco que os explora.

Alguns filmes se propõem a ser grandes filmes. Outros não, apenas querem ser uma diversão despretensiosa. É o caso deste Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original).

Claro que o filme dirigido por Zach Braff (o JD da série Scrubs) se baseia no talento e no carisma de seu elenco. E não vejo nada errado nisso, afinal, o trio principal traz três veteranos ganhadores do Oscar, Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. E ainda temos Christopher Lloyd, Ann Margret e Matt Dillon!

Despedida em Grande Estilo (Going in Style, no original) é refilmagem do filme homônimo de 1979, dirigido por Martin Brest (Um Tira da Pesada). Não vi o primeiro, não posso comparar. Mas posso dizer que esta refilmagem manda bem na proposta citada lá no segundo parágrafo.

A trama é meio clichê – a gente já viu isso em outros filmes. Mas até que toda a construção do plano é bem conduzida. E, mesmo já prevendo o final, Despedida em Grande Estilo consegue divertir.

Nada essencial. Mas cumpre o proposto.

p.s.: Christopher Lloyd é alguns anos mais novo que o trio principal (ele nasceu em 1938, enquanto os outros três nasceram entre 33 e 37). Mas no filme ele aparece bem mais acabado. Não sei se é do ator ou do personagem. Espero que seja do personagem!

Rocketeer

0-RocketeerCrítica – Rocketeer

Sei lá por que, heu nunca tinha visto esta produção da Disney de mais de 20 anos atrás…

Nos EUA às vésperas da Segunda Guerra Mundial, um jovem piloto de avião encontra um protótipo de jetpack que proporciona que ele vire um super herói mascarado.

Visto hoje em dia, a gente entende porque Rocketeer, lançado em 1991, ficou esquecido. Não é um filme ruim, mas é muito bobinho.

A produção é boa. Os efeitos especiais ainda funcionam hoje em dia. A reconstituição de época (EUA pré 2a Guerra Mundial) é bem cuidada, e o elenco é acima da média. Mas é tudo tão inocente, tão “Disney”, que o filme parece uma produção infantil – no mau sentido.

A direção é de Joe Johnston, que vinha de Querida, Encolhi As Crianças, e que pouco depois fez Jumanji. Johnston está na ativa até hoje, foi ele o diretor de Capitão América – O Primeiro Vingador (e, se a gente olhar com carinho, vai ver semelhanças entre Rocketeer e Capitão).

O papel principal é de Bill Campbell, curiosamente, o único dos principais que nunca alcançou o estrelato. Jennifer Connelly é sempre Jennifer Connely, mas aqui ela não está muito bonita, na minha humilde opinião. Alan Arkin faz o principal coadjuvante – só o reconheci pela voz, ele está cabeludo e de bigode, e não careca como o habitual. Outro careca famoso (hoje em dia) é Terry O’Quinn, o Locke de Lost, que também aparece com cabelo aqui. Ainda no elenco, Timothy Dalton e Paul Sorvino.

Por fim: heu fui o único que achei o Rocketeer parecido com o japonês Ultraman?

p.s.: Como é que o jetpack não queima as pernas do Rocketeer?

Ajuste de Contas

Crpitica – Ajuste de Contas

Rocky e Touro Indomável na terceira idade? Pára tudo, quero ver isso!

Dois ex-lutadores de boxe, grandes rivais nos anos 80, resolvem sair da aposentadoria e voltar aos ringues para saberem qual é o melhor dos dois – 30 anos depois de sua última luta.

É curioso como o mundo dá voltas. Voltemos 16 anos no tempo, época de Copland, um filme pequeno e pouco badalado lançado em 1997, que também tinha Robert De Niro e Sylvester Stallone no elenco. A diferença é que, naquela época a carreira de De Niro ainda tinha prestígio (entre 75 be 92, ele ganhou dois Oscars – O Poderoso Chefão 2 e Touro Indomável – e ainda concorreu outras quatro vezes), enquanto Stallone era “apenas um ator de filmes de ação”. Já hoje, De Niro acumula bomba atrás de bomba, enquanto Stallone soube administrar melhor a carreira e tem um star power maior que o colega, apesar de continuar “apenas um ator de filmes de ação”.

Felizmente, aqui não interessa quem tem o maior star power. Ambos estão bem em seus personagens, o introspectivo Razor (Stallone) e o fanfarrão Kid (De Niro). E principalmente: ambos convencem como ex-lutadores de boxe aposentados. O diretor Peter Segal (Tratamento de Choque, Agente 86) conseguiu fazer uma comédia leve, divertida e com um bom ritmo. O humor não é escrachado, mesmo assim Ajuste de Contas (Grudge Match, no original)  tem alguns momentos hilariantes.

O grande marketing de Ajuste de Contas está nos famosos personagens boxeadores que os dois protagonistas fizeram entre o fim dos anos 70 e o início dos 80, Rocky Balboa e Jake LaMotta. Inclusive, vemos imagens de ambos em seus personagens icônicos – uma reportagem de tv mostra o passado dos personagens, e mostra fotos do Rocky e do Jake.

Ajuste de Contas ainda traz alguns lances geniais, como o início do filme, que mostra uma luta dos dois personagens, 30 anos antes, num impressionante trabalho de cgi; ou a cena do MMA, com participação do lutador Chael Sonnen. E a luta final é muito bem coreografada, e, importante, respeita a idade dos atores (De Niro está com 70 anos; Stallone, com 67). Agora, seria legal se, em vez de Back In Black, tocasse The Eye Of The Tiger na entrada de Razor na luta. Ah, ia…

Outro ponto forte é o elenco. Kim Basinger, com 60 anos, está mais bonita que muita menina novinha; Alan Arkin está muito bem, com diálogos engraçadíssimos. E Kevin Hart também está ótimo, no limite da caricatura – ele tem vários diálogos excelentes com Arkin. Ainda no elenco, Jon Bernthal, o Shane de The Walking Dead.

Enfim, boa comédia! Ah, é bom avisar: Ajuste de Contas tem cenas durante os créditos finais. Uma das melhores piadas do filme foi guardada para este momento!

Argo

Crítica – Argo

Filme novo dirigido (e também estrelado) por Ben Affleck.

Teerã, Irã, 4 de Novembro de 1979. A embaixada norte-americana é tomada de assalto por um grupo revolucionário iraniano que faz mais de cinquenta reféns. Seis americanos conseguem fugir e são acolhidos na casa do embaixador canadense. A CIA então pocura um agente especialista em fugas que arquiteta um plano literalmente hollywoodiano para tirá-los do país. Baseado em uma história real.

Ben Affleck já tinha mostrado talento na direção de Atração Perigosa. Agora ele confirma isso com Argo, filmão hollywoodiano, do jeito que a indústria cinematográfica curte.

Tudo aqui funciona redondinho. Super produção, história emocionante e bem conduzida, grandes atores e um “tema político baseado em fatos reais”. E a ambientação na virada dos anos 70 para os 80 só ajuda Argo a ter cara de “clássico dos anos 70”.

Preciso falar mais sobre a ambientação de época. O trabalho foi minucioso, cada detalhe do filme remete à época retratada. Digo mais: ao fim do o filme, vemos várias fotos das pessoas reais ao lado dos personagens – as caracterizações ficaram perfeitas.

O elenco é outro destaque. Ben Affleck deixa o ar de galã e o jeito engraçadinho e assume o papel com seriedade. Alan Arkin e John Goodman não têm grandes papeis, mas a dupla ganhou os melhores diálogos. Bryan Cranston confirma a boa fase da carreira e tem um personagem que parece ter saído dos grandes filmes políticos feitos nos anos 70. Ainda no elenco, Clea DuVall, Victor Garber, Adrienne Barbeau, Titus Welliver, Kerry Bishé e Tate Donovan.

Argo está passando no Festival do Rio, mas com certeza vai entrar em cartaz em breve!

Eu Queria Ter a Sua Vida

Crítica – Eu Queria Ter a Sua Vida

Mais um filme onde personagens trocam de corpo…

Mitch (Ryan Reynolds) e Dave (Jason Bateman) são amigos de longa data, mas atualmente levam vidas bem diferentes. Enquanto Dave é um advogado bastante ocupado, casado e com três filhos, Mitch é solteiro e não tem um emprego fixo. O curioso é que ambos invejam a vida um do outro. Até que, numa noite de bebedeiras, eles misteriosamente trocam de corpo.

Dirigido pelo pouco conhecido David Dobkin, Eu Queria Ter a Sua Vida sofre com dois problemas. Primeiro, é uma ideia batida – sem muito esforço, a gente se lembra de vários, como Trocando As Bolas, Sexta-Feira Muito Louca – tem até o nacional Se Eu Fosse Você. Além disso, o filme é extremamente previsível, principalmente na parte final. A gente adivinha a conclusão bem antes desta acontecer.

Ainda tem outro problema, mas acho que foi intencional da parte dos realizadores. Era pra duas pessoas desejarem a vida do vizinho – aquele velho papo de “a grama é mais verde do outro lado da cerca”, para depois descobrir que também tem problemas e ver como a sua vida é boa. O problema é que o filme nitidamente “toma partido”, fica claro que Dave (Bateman) tem uma vida melhor que Mitch (Reynolds). Acho que o filme seria melhor se mostrasse altos e baixos dos dois personagens de maneira mais equilibrada. Assim ficou parecendo uma lição de moral: o “certo” é ter um bom emprego, mulher e filhos; e que o contrário nunca poderá ser feliz.

Se a gente conseguir deixar isso de lado, Eu Queria Ter a Sua Vida não é de todo ruim. Heu estava com baixa expectativa, achei que ia ser bobo como Passe Livre, por exemplo. Mas não, o roteiro escrito por John Lucas e Scott Moore (Se Beber Não Case partes 1 e 2, Assalto em Dose Dupla) traz algumas boas piadas, gostei do tom politicamente incorreto na cena dos bebês na cozinha.

O elenco é bom, pelo menos para o que o filme pede. Jason Bateman e Ryan Reynolds têm boa química juntos. Além deles, Eu Queria Ter a Sua Vida conta com Leslie Mann, Alan Arkin e Olivia Wilde, uma das atrizes mais bonitas em Hollywood hoje em dia.

Resumindo: nada demais. Mas, pelas boas piadas, pode agradar os menos exigentes.

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Matador em Conflito

Matador em Conflito

Matador em Conflito

Divertida comédia de humor negro, Matador em Conflito (Grosse Pointe Blank no original) traz uma trama um tanto surreal: um assassino profissional é convidado para uma reunião de dez anos de formatura no colégio, em sua cidade natal. Já que tem um “trabalho” para fazer na cidade no mesmo fim de semana, resolve ir para lá e participar da reunião…

Dirigido por George Armitage em 1997, um dos méritos deste filme é o elenco. Encabeçado por um como sempre inspirado John Cusack, ainda temos Dan Aykroyd, Minnie Driver, Alan Arkin, Joan Cusack e, de quebra, Hank Azaria e Jeremy Piven em papéis menores. Aykroyd interpreta um  rival de Cusack, que quer convencê-lo a criar um sindicato de assassinos (!); Arkin, por sua vez, faz um psiquiatra apavorado porque descobriu que seu paciente mata outras pessoas como profissão.

Quer mais? A trilha sonora também é muito boa, só de hits dos anos 80 – afinal, temos uma reunião de formandos de 87!

O filme não é daqueles “imperdíveis”. Tá mais pra cult. Mesmo assim, é uma boa e despretensiosa diversão.

Gattaca – A Experiência Genética

gattaca

Gattaca – A Experiência Genética

Quando se pensa em ficção científica, as primeiras coisas que vêm à mente são naves espaciais, armas laser, seres alienígenas e viagens intergaláticas, né? Mas às vezes aparecem histórias mostrando um futuro bem factível. Esse é o caso de Gattaca.

A história: a sociedade está dividida. Existem aqueles concebidos de maneira natural, sujeitos a problemas genéticos; e existem os que vieram de embriões manipulados em laboratório, mais fortes, mais bonitos, mais inteligentes e com menos risco de doença do que os “naturais”. Isso cria uma espécie de apartheid muito mais perigoso, afinal, é respaldado pela ciência. E, diferente de segregações raciais, sociais, sexuais ou por motivo religioso, desta vez existe uma razão: esses são realmente melhores do que aqueles!

Vincent Freeman (Ethan Hawke) foi concebido naturalmente. Ele sonha em viajar pelo espaço, mas este tipo de emprego é reservado àqueles selecionados geneticamente. Ele consegue então trocar de lugar com Jerome Morrow (Jude Law), que, apesar de concebido artificialmente, sofreu um acidente e ficou paraplégico. Ambos executam um complicado plano para conseguir o objetivo.

Cada vez que leio nos jornais notícias sobre genes e dna, me lembro desse filme, e acho que estamos chegando lá. Afinal, que pai ou mãe negaria ao seu futuro filho uma vida sem problemas hereditários? É só pegar os melhores genes de cada lado, e excluir os genes ruins… E o dia que a medicina chegar lá, a chance de acontecer esse apartheid é enorme!

(Aliás, não é coincidência o filme se chamar “Gattaca”, uma combinação com as letras “g”, “a”, “t” e “c”, as iniciais das bases hidrogenadas que formam o genoma. Assim como não é coincidência a escada caracol da casa de Jerome se parecer com uma espiral de dna…)

O filme foi escrito e dirigido por Andrew Niccol em 1997, e um ano depois Niccol ficou ainda mais conhecido por ter escrito o roteiro de O Show de Truman, aquele onde Jim Carrey vive num programa de tv mas não sabe disso.

Além de Hawke e Law, o elenco conta com Uma Thurman, Loren Dean, Elias Koteas, Alan Arkin, Tony Shalhoub e Ernest Borgnine.

Recomendado para aqueles que sabem que ficção científica não se reduz a E.T.s!.