Madagascar 3

Crítica – Madagascar 3

Mais um Madagascar

O leão Alex, a zebra Marty, a girafa Melman e a hipopótama Gloria querem sair da África e voltar pra Nova York. Eles vão para Monte Carlo atrás dos pinguins e acabam se juntando a um circo.

Só vi o primeiro Madagascar uma vez, na época do lançamento, e não vi o segundo. Não tenho condições de comparar, então os comentários aqui são só sobre o terceiro filme.

Li em algum lugar que Madagascar seria uma série de desenhos lisérgicos. Gostei do exemplo, realmente o desenho tem traços que lembram uma viagem de ácido, com ritmo acelerado, personagens histéricos e muitas cores. O ritmo frenético ainda serve para agradar a criançada com dificuldade de fixar a atenção em um filme por mais de uma hora, e de quebra serve para encaixar algumas boas piadas para os pais que as acompanharão nos cinemas.

O espetáculo visual é muito bem feito, como era de se esperar em uma produção Dreamworks. O problema é que hoje em dia estamos mal acostumados, e esperamos sempre um degrau acima (a Pixar nos deixou assim) e Madagascar 3 é “apenas” bem feito. Mesmo assim, algumas sequências, são muito boas, como todo o trecho em Monte Carlo.

Algumas piadas são realmente boas – gostei de quase todas as cenas com o rei Julien e os lêmures. Mas o filme é irregular, nem todas as piadas funcionam. Pelo menos a trilha sonora com músicas pop conhecidas ajuda o ritmo do filme.

Madagascar 3 tem alguns problemas com a tal suspensão de descrença. Ok, a gente acredita que um tigre siberiano adulto consegue passar através de um anel. Mas… Como eles saíram da África e chegaram em Monte Carlo? Será que não dava pra chegar direto em Nova York? 😉

Ainda teve uma coisa que me deixou encucado, não sei se rola o mesmo nos outros dois filmes: há interação entre humanos e os animais. Normalmente, em desenhos animados, animais não interagem com humanos, só entre si. Achei isso estranho… E teve outra coisa que achei sem sentido. Sei que sou minoria, mas gosto de animais no circo (não sei como está no resto do Brasil, mas aqui no Rio existe uma lei que proíbe circos com bichos) – acredito que apenas uma pequena parte dos animais de circo sejam maltratada. O leão Alex faz um discurso em defesa dos animais no circo, cutucando “um certo circo canadense” – referência clara ao Cirque du Soleil, que não tem animais. Mas quando eles montam o espetáculo, os bichos se portam como humanos. O discurso ficou sem sentido…

Vi a versão dublada, que está muito boa – a dublagem brasileira alcançou um nível excelente. Só deu pena de não ouvir as vozes do elenco gringo: Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer e Jada Pinkett Smith fazem o quarteto principal, e o filme ainda tem as vozes de Jessica Chastain, Frances Mcdormand, Martin Short e Cedric The Entertainer. E se o rei Julien já é engraçado na versão brasileira, fiquei imaginando na versão original, com a voz de Sacha Baron Cohen.

O fim deixa espaço para a franquia continuar. Mas, sinceramente, acho que já deu o que tinha que dar…

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Cadillac Records

Cadillac Records

Uma cinebiografia da Chess Records, a gravadora que lançou nomes como Muddy Waters, Chuck Berry, Etta James e Howlin’ Wolf? Tem tudo pra dar certo!

Em 1947, Leonard Chess (Adrien Brody) abre um estúdio de gravação só para artistas negros, como Muddy Waters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short), e cuida deles como se fossem uma grande família. Pouco depois, Chuck Berry (Mos Def) praticamente inventa o rock’n’roll dentro de seu estúdio.

Infelizmente, o desenvolvimento do filme não flui bem. Os eventos são jogados na trama, senti falta de uma linha temporal mais bem definida. Por exemplo, os Rolling Stones aparecem do nada e desaparecem da mesma forma. E o mesmo acontece várias outras vezes ao longo do filme.

Depois descobri outro problema, que não tem a ver exatamente com o filme em si, mas com a História. Li pela internet que vários dos fatos estão incorretos. Leonard não estava sozinho, a gravadora foi fundada ao lado de seu irmão; Muddy Waters já tinha gravado antes da Chess Records; Leonard nunca se envolveu romanticamente com Etta James; etc. Isso sem contar com alguns nomes importantes deixados de lado, como Bo Didley!

Apesar dissol gostei muito das atuações. Adrien Brody, como sempre, manda bem. Jeffrey Wright, eterno coadjuvante, brilha como protagonista no papel de Muddy Waters. Beyoncé Knowles não só interpreta Etta James como ainda regravou suas músicas. Mos Def rouba a cenacom um Chuck Berry perfeito. E Columbus Short também está ótimo como o explosivo Little Walter. E ainda tem Cedric the Entertainer como Willie Dixon e Eamonn Walker como Howlin’ Wolf. O elenco realmente estava inspirado!

Apesar dos problemas, Cadillac Records é um bom programa para os apreciadores de música negra dos anos 50.

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Be Cool – O Outro Nome Do Jogo

Apesar de ter gostado de Get Shorty – O Nome do Jogo, de 95, heu ainda não tinha visto a sua continuação, Be Cool – O Outro Nome Do Jogo, de dez anos depois.

Baseado no mesmo Elmore Leonard que escreveu a primeira história, Be Cool traz de volta Chili Palmer (John Travolta), desta vez tentando entrar na indústria da música, em vez do cinema como no primeiro filme.

Be Cool tenta manter o mesmo estilo de Get Shorty: atores famosos fazendo personagens cool, tudo num visual moderno e embalado por uma trilha sonora “tarantinesca”.

Aliás, o elenco deste filme é impressionante: John Travolta, Uma Thurman, Danny DeVito, Harvey Keitel, James Woods, Vince Vaughn, The Rock, Christina Milian, Debi Mazar, Cedric The Entertainer, e ainda rolam participações especiais de Steven Tyler e Joe Perry (do Aerosmith), Black Eyed Peas e Sergio Mendes.

Mas no fim descobrimos que, por trás de tudo isso, o filme é fraquinho. Para ser sincero, achei o filme bobo… A trama é vazia, é tudo tão sem graça, que, quando acaba o filme, dá vontade de rever o original.