Entrevistas – Supernatural

Entrevistas – Supernatural – Roadhouse Convention

Sábado dia 5 de maio teve uma convenção de Supernatural aqui no Rio. Me cadastrei para as entrevistas coletivas e fui lá tentar entrevistar cinco dos atores e um dos produtores da série. Era gente importante: Jared Padalecki, um dos dois atores principais, e três coadjuvantes importantes, Misha Collins (Castiel), Mark Pellegrino (Lúcifer) e Mark Sheppard (Crowley). De última hora confirmaram mais duas pessoas: o produtor Jim Michaels e o ator Richard Speight (Trickster / Gabriel), que só esteve em 4 episódios, mas 4 dos melhores episódios de todas as temporadas.

A organização do evento foi muito ruim, e tive duas decepções. A primeira coletiva foi num horário antes do divulgado, então perdi a coletiva com os atores Mark Sheppard e Richard Speight. Mais: Jared Padalecki, a estrela da convenção, não daria entrevistas.

Sobre o segundo problema, nada podíamos fazer. Mas corri atrás para resolver o primeiro. Enchi o saco da agente de Sheppard e Speight, e consegui algo que mais ninguém que estava lá pelas coletivas conseguiu: uma curta exclusiva com os dois!

Agora, para vocês leitores do Blog do Heu, seguem trechos da coletiva e os dois breves bate-papos exclusivos.

(fotos de Marcelo Melo)

Misha Collins e Mark Pellegrino

Misha Collins (Castiel)

Quando você foi contratado, você tinha ideia de como o seu personagem seria importante?

– Primeiro fui contratado para fazer 3 episódios. No fim do terceiro, me perguntaram se eu poderia fazer mais 3, e depois se poderia fazer mais 6, e depois me convidaram para ser um personagem regular. Então não, achei que seriam apenas algumas semanas. Então, quando fui fazer o teste de figurino – quando você é contratado por um programa de TV, a primeira coisa é o teste de figurino, onde experimentamos roupas – eu coloquei um terno que era muito grande para mim, não vestiu bem, mas pensei, “ok, quem se importa?” – e acabei usando o terno por quatro anos. Agora sou mais cauteloso: no meu próximo teste de figurino, terei certeza ao pegar uma roupa que veste bem. Ah, sim, definitivamente foi uma surpresa.

Como você vê os fãs?

– É uma pergunta difícil de responder, porque há muito o que falar. Ontem à noite tinham pessoas dormindo na calçada do nosso hotel, só para – não sei, o que eles queriam? Acho que me dizer “oi, bom dia”. Nós temos muitos fãs entusiastas, que nos mandam toneladas de coisas incríveis pelo correio. Tem muita coisa estranha que mandam, outro dia trouxeram um livro de fotos de bonecos do Sam e do Dean, e nós folheamos o livro, e contava uma história através das fotos de bonecos, e o final era meio erótico – tinha um gato fazendo sexo com os bonecos.

– Eu tenho uma coleção de roupas de baixo. Fãs me deram centenas de roupas de baixo laranjas, graças ao Richard Speight. É uma longa história, tem muita coisa estranha acontecendo. (Jim Michaels interrompe e lembra ele da história dos 5 mil patos) Sim, tinham 5 ou 6 mil patos no estacionamento do estúdio, vindos de todo o mundo.

Como você se prepara para as filmagens?

– Eu não sigo sempre o mesmo método, uso coisas diferentes em épocas diferentes, dependendo de quanto tempo tenho para me preparar. Às vezes não tenho nenhum tempo para me preparar. Por exemplo, quando o Castiel voltou, ele estava maluco. Quando começamos a filmar, eu tinha indicações do roteirista, que também era o diretor, que disse “vamos fazê-lo leve, alegre e exuberante o tempo todo”. Fizemos um take de uma cena, e ele então disse “ok, em vez disso, vamos fazê-lo dark” – exatamente o oposto do inicial. Às vezes temos que fazer mudanças radicais em pouco tempo, outras vezes temos tempo para toda uma preparação que envolve a parte física, a parte vocal e o histórico do personagem e o seu relacionamento com todos em volta.

Tem algo de Misha Collins em Castiel?

– Sim, eu acredito que sempre tem um pouco de você dentro de cada personagem que você faz. Você filtra tudo através dos seus olhos. Eu coloquei um pouco do meu irmão mais novo em Castiel, porque ele tem algumas estranhas características angelicais às vezes.

Qual é o seu episódio favorito?

The French Mistake, quando quebramos, ou melhor, destruímos a “quarta parede”, e Sam e Dean viraram Jared e Jensen.

Você já correu aqui no Rio?

– Sim, por Copacabana, Ipanema e em volta da Lagoa. É muito quente, eu suei muito. É possível correr até o Cristo Redentor? Talvez eu faça isso.

Misha Collins, Mark Pellegrino e Jim Michaels

Mark Pellegrino (Lúcifer)

Você gosta de interpretar um vilão?

– Eu nunca penso em nenhum personagem meu como um vilão ou um cara mau, sempre penso nele como alguém mal interpretado. Todos os vilões que interpretei são caras que tentam fazer algo que qualquer ser humano diria que é uma boa coisa. Bishop, o personagem da série Being Human, parece ser um cara mau, mas ele é apenas um pai que está tentando salvar o seu filho, por ter cometido um erro terrível – é assim que eu vejo. Lúcifer é um cara que quer vingança, mas pelos motivos certos, na minha cabeça. Eu acho que isso é o que torna os caras maus “menos maus”, você pode ficar do lado deles.

– Se for pra ser um cara mau, é melhor que seja um cara mau engraçado, para que você possa ficar ao lado dele, e isso é mérito dos roteiristas. Antes de ser engraçado, Lúcifer tinha uma causa, ele acreditava no que estava fazendo.

Como é ser o Lúcifer dentro da cabeça do Sam?

– Tem muito espaço lá dentro! (gargalhadas na sala) Muito espaço vazio, muito espaço para brincar. É legal, eu acho que Lúcifer se tornou um brincalhão agora, porque eles está aborrecido. Em vez de ter missões como antes, agora ele tortura uma única pessoa. Depois que sair, ele voltará ao objetivo apocalíptico, matar pessoas em grande escala…

– O momento “Good Morning Vietnam” teve um grande impacto. Tenho tido muita diversão dentro da cabeça de Sam, mais do que em qualquer época anterior. Brincar lá, bagunçar lá, tem muita coisa pro Lúcifer fazer, e eu gosto disso.

Os fãs falam sobre Lost?

– Sim, no hotel uma mulher me viu andando e gritou “JACOB!” . Sim, sempre falam de Lost.

E o que você achou do fim de Lost?

– Eu adorei o último episódio! Você não? Vou ligar agora pros roteiristas agora e dizer que você não gostou (pegou o celular e fingiu que ia ligar) “É, temos um problema aqui, ele disse que não gostou do episódio, será que a gente pode voltar e refilmar?”

(nota do entrevistador: senti uma ironia na resposta… 😉 )

Você foi Jacob, e agora é Lúcifer. Como se sente?

– Vou te falar que poderia ser pior, me sinto ótimo. Foi bom trabalhar no Havaí e fazer um personagem icônico; Vancouver também, gosto de trabalhar lá, gosto de trabalhar com esses caras, é como se fossem uma família. Me sinto bem, quero seguir em frente.

Como você se preparou para fazer o Lúcifer? Vendo filmes de terror?

Filmes de terror? Não, eu saí pela rua perseguindo e matando pessoas. (risos)

Você tem algum vilão favorito de histórias em quadrinhos?

Bem, eu só lia quadrinhos quando era criança, eu gostava dos quadrinhos do Hulk, mas não tinha um vilão favorito. Hoje gosto de Walking Dead, gosto dos zumbis, não tem exatamente um vilão, as pessoas são vilãs.

Qual o seu diabo favorito no cinema?

– Acho que todos os caras que interpretaram diabos tiveram características boas, todos são bem diferentes, nenhum me atingiu tipo “oh meu Deus, isso foi sensacional, esse é O diabo”. Cada um tinha algo único, eu meio que gostei de todos, gostei do Al Pacino (O Advogado do Diabo), do cara de Constantine (Peter Stormare).

Que personagem que você gostaria de interpretar?

Howard Roark, do livro Fountainhead, escrito por Ayn Rand.

Jim Michaels (produtor)

Qual a chance do John Winchester (Jeffrey Dean Morgan) voltar?

– Nunca se sabe. (Misha Collins interrompe e fala, ironicamente, “4 ou 5% de chance”). Às vezes gostamos de alguns atores, que não estão mais disponíveis. Logisticamente falando, mesmo que queiramos um ator, se ele estiver fazendo um seriado ou filme, fica difícil assumir o compromisso. É desafiador, mas nunca dizemos nunca.

Mark Sheppard e Mark Pellegrino

Mark Sheppard (Crowley)

(Perdi a coletiva de Mark Sheppard. Como sou fã do cara que esteve na série BSG, insisti até conseguir uma exclusiva com ele. Quando o encontrei, ele estava ao lado de Mark Pellegrino)

Como você se prepara para um personagem como o Crowley?

– Eu procuro matar o máximo de pessoas que conseguir.

Comentei que Mark Pellegrino, ao lado dele, tinha dado a mesma resposta durante a coletiva. Então ele deu uma resposta séria.

– Ler, ler, ler, ler, imaginar, pensar – e fazer.

Sou fã de BSG, mas vejo que aqui no Brasil não é uma é uma série popular. Você, alguém de dentro – o advogado Romo Lampkin – vê a série como um marco na história da TV, ou apenas mais uma série?

– Uma parte importante da história da TV. Daqui a 25 anos ainda será uma grande série, daqui a 50 anos, ainda será uma grande série. É um “standard”. Alto padrão no roteiro e na execução, do início ao fim, algo raro quando se fala de séries, e com um grande fim. Veremos, daqui a 25 anos, as pessoas estarão falando da série, ainda estarão vendo a série. É uma ótima série, eu era fã da série antes de entrar. Foi ótimo fazer parte disso.

Você sabia da importância do seu papel antes de começar?

– Sim, Ronald Moore escreveu o Romo Lampkin pra mim, eu já o conhecia antes.

Helvecio Parente e Richard Speight

Richard Speight (Trickster / Gabriel)

O Trickster esteve em poucos episódios, mas todos eles foram excelentes. Você preferiria trabalhar em mais episódios “mais ou menos”, ou só ficar com os acima da média?

– É o seguinte: eu realmente gostei dos episódios, e você está certo, eles foram realmente muito bons, e os fãs gostaram muito mesmo. Changing Channels, Hammer of Gods e Mistery Spot são considerados entre os melhores episódios. Foi ótimo fazer parte disso. Eu adoraria ver o personagem voltar, e eu acho que isso ainda é possível. Mas eu gostaria que os roteiristas o colocassem de volta em episódios do mesmo calibre. Não vejo o ponto de aparecer algumas vezes em episódios que não sejam necessariamente do mesmo nível. Quer dizer, todos os episódios são bons, mas os que contaram com Trickster, ou Gabriel, ou ambos, foram acima da média. Eu adoraria manter o padrão.

– As coisas estão boas para trazer de volta o Gabriel, os fãs continuam apoiando o personagem e pressionando os roteiristas. Acho que teremos o cara de volta, acho que é só descobrir como trazê-lo, porque não quero ver as coisas pela metade, se fizerem, que façam bem feito, exatamente como os fãs querem.

Supernatural – S05E01 – Sympathy For The Devil

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Supernatural – S05E01 – Sympathy For The Devil

Já que inaugurei as resenhas de seriados com o “BSG” de ontem, vou aproveitar para falar algumas palavrinhas sobre a volta de “Supernatural”, série que conta a saga de Sam e Dean Winchester, irmãos que lutam contra demônios e forças do mal.

Gosto muito desta série. Além de achar o tema interessante (já falei por aqui que gosto de filmes de terror?), a série tem alguns detalhes muito interessantes, como a personalidade irônica de Sam e a quantidade de referências à cultura pop que preenchem quase todos os episódios (já prestaram atenção aos nomes “inventados” da dupla de irmãos?). E ainda temos uma boa trilha sonora repleta de rock’n’roll (a abertura da nova temporada foi ao som de AC DC!). E, last but not the least, a qualidade técnica também é muito boa, tanto da parte dos efeitos especiais quanto da qualidade da textura da imagem (lentes e filtros diferentes são usados para dar uma “cara especial” à imagem).

A quarta temporada da série foi uma das melhores coisas que passou na tv na temporada 2008/2009. Anjos foram introduzidos na história, que ruma para uma guerra pós apocalíptica entre o céu e o inferno. E terminou com Lúcifer sendo libertado!

Agora tivemos o início da quinta temporada, que começou no mesmo pique que a outra terminou. Lúcifer está procurando um corpo para reencarnar, existe algo não resolvido entre os irmãos, e anjos e demônios estão por aí. E não sabemos exatamente para quem torcer…

Esta quinta temporada promete! E apesar disso, torço para ser a última, para não terem que enrolar a história!