A Pedra Mágica
Não me canso de falar aqui no blog o quanto sou fã do Robert Rodriguez. Este ano, o melhor filme dentre os 26 que vi no Festival do Rio foi o dele, o sensacional Machete. Isso porque antes ele fez Planeta Terror e Sin City. O cara é gênio. E tem mais: ele tem uma carreira paralela, de filmes infantis. Ele fez os três Pequenos Espiões e também Shark Boy e Lava Girl. A Pedra Mágica é o seu novo filme pra criançada.
Nesta fábula amalucada, um garoto descobre uma pedra colorida capaz de realizar qualquer desejo. Quando outras pessoas descobrem os poderes da pedra, o caos se instala no pequeno subúrbio de Black Falls, dominado por uma grande companhia que fabrica o Black Box, uma engenhoca que parece uma mistura de celular com videogame com mini-computador com mais um monte de coisas.
A Pedra Mágica é um filme divertido, com personagens bem construídos e um roteiro não linear muito bem escrito. E, assim como faz em seus filmes direcionados ao público adulto, Rodriguez faz de tudo. Aqui ele dirigiu, escreveu, produziu, editou e ainda trabalhou na fotografia e na trilha sonora.
Preciso falar do roteiro. O título original, Shorts, deve ser porque o filme é contado em seis pequenos episódios. Mas, como fez Quentin Tarantino (amigo e parceiro de Rodriguez) em Pulp Fiction, os episódios não estão na ordem cronológica! E, com uma edição bem feita, isso torna o filme ainda mais divertido.
O elenco adulto tem alguns nomes conhecidos, como William H. Macy, John Cryer, Leslie Mann e James Spader. Mas o melhor nome do elenco está no “time infantil”: a (ainda) desconhecida Jolie Vanier, de apenas 11 anos, como a vilã Helvetica Black. A menina é ótima!
(Mais uma bola dentro de Rodriguez: seus filhos estão no elenco, como em vários de seus outros filmes – Rebel Rodriguez esteve em Planeta Terror e Shark Boy e Lava Girl. Mas, diferente de muita gente adepta ao nepotismo, seus filhos são coadjuvantes. Os papéis principais ficam com as crianças realmente talentosas!)
Os efeitos especiais são bastante eficientes para mostrar esse mundo louco. Jacarés andando em duas patas, um pterodátilo, um monstro de meleca, alienígenas minúsculos, um robô gigante, dois personagens em um só corpo, um personagem que vira um besouro, outro com chocolates infinitos… A imaginação estava fértil quando escreveram o roteiro, e os efeitos especiais acompanham tudo isso.
Claro, tem gente que vai achar tudo aqui exagerado. E é sim, os personagens adultos são caricatos, os desejos pedidos à pedra são absurdos, o tal aparelho Black Box faz tudo… Mas, caramba! É um filme infantil!
Boa opção para quem quiser um filme infantil diferente do óbvio.