Imagine uma sociedade que “desdesenvolveu”?
Um soldado de inteligência mediana (Luke Wilson) é usado como cobaia em um projeto militar secreto, onde ele é congelado para ser acordado um ano depois. Mas acontece um acidente, e ele acaba acordando 500 anos depois, em uma sociedade onde todos são tão burros que ele é a pessoa mais inteligente do planeta.
Sei lá por que, nunca tinha visto Idiocracia (Idiocracy, no original), lançado em 2006. Deve ser porque nunca fui muito fã de Beavis e Butthead, a criação mais famosa do diretor Mike Judge.
Judge (que alguns anos antes tinha dirigido Como Enlouquecer Seu Chefe) teve uma ideia genial. Pessoas “burras” têm mais filhos do que pessoas “inteligentes” (usei as aspas porque este conceito é duvidoso). Ou seja, cada vez mais teremos mais gente burra no mundo.
A crítica social é muito boa. Pena que o filme em si não é grandes coisas – apesar de ser bem curto (84 min), Idiocracia tem problemas de ritmo. Judge é melhor como crítico social do que dirigindo longas (Beavis e Butthead era meio tosco, mas tinha algumas ideias geniais). Pelo menos a sua concepção de futuro é bem legal, com muito merchandising bancando tudo, desde a tela da tv cheia de propagandas até as roupas usadas pelos personagens.
Gostei do conceito proposto pelo filme, mas, na minha humilde opinião, rolam duas falhas. A primeira é que as pessoas inteligentes não seriam “extintas”. O que aconteceria é que teria uma minoria de inteligentes dominando a grande massa de pessoas burras. Tanto que tudo neste mundo do futuro é cheio de propaganda e merchandising – pra onde vai o dinheiro das propagandas? E a segunda é que um mundo sem pessoas inteligentes entraria em colapso – quem consertaria as máquinas quando estas quebrassem?
Enfim, vale ver (ou rever). Nem que seja pela crítica à glorificação da banalidade que vivemos na nossa sociedade atual.