Duna (1984)

Crítica – Duna 1984

Sinopse (imdb): O filho de um duque lidera aos guerreiros contra o imperador galáctico e liberar seu mundo do seu reinado.

Esta semana estreia a esperada nova versão de Duna. Aproveitei pra rever a versão de 1984, dirigida por David Lynch.

O livro Duna, escrito por Frank Herbert, foi publicado originalmente em 1965, e, segundo a wikipedia, “é continuadamente apontada como uma das mais renomadas obras de ficção e fantasia já lançadas, e um dos pilares da ficção científica moderna”. O próprio Frank Herbert escreveu cinco continuações, e seu filho continuou o legado, lançando mais livros.

Mas, e no cinema?

No início dos anos 70, o diretor Alejandro Jodorowsky tentou adaptar, mas a produção teve diversos problemas e o filme nunca foi terminado – este é um daqueles filmes que a gente gostaria de ver um dia, mas infelizmente nunca vai conseguir, tipo o Superman do Tim Burton, ou a versão de Han Solo dirigida por Phil Lord e Chris Miller, ou a Liga da Justiça do George Miller, ou o Alien do Neil Bloomkamp, ou ainda o Watchmen do Terry Gilliam com Robin Williams. O projeto de Jodorowsky era megalomaníaco, contava com Moebius e HR Giger na concepção visual, Salvador Dali e Orson Welles no elenco, e trilha sonora do Pink Floyd. Seria um filme de mais de 12 horas, com um orçamento três vezes maior do que a média da época. Existe até um documentário sobre este Duna do Jodorowsky, lançado em 2013. Olha, já vi filmes do Jodorowsky, se heu fosse produtor, não sei se confiaria um projeto deste tamanho nas mãos dele…

No início dos anos 80, uma nova tentativa estava sendo feita. Ridley Scott seria o diretor, mas se afastou por problemas familiares – seu irmão morreu, e ele queria começar a trabalhar logo, e a produção de Duna ainda ia demorar; Scott acabou assumindo Blade Runner, que estava prestes a ser filmado.

O produtor Dino de Laurentiis (Flash Gordon, King Kong, Conan) resolveu então chamar um jovem promissor, um tal de David Lynch, que tinha chamado a atenção com seus dois primeiros filmes, Ereaserhead (77) e O Homem Elefante (80). Inclusive, Lynch foi sondado para dirigir O Retorno do Jedi, mas recusou o convite dizendo a George Lucas “é a sua obra, não é a minha obra”.

Lynch assumiu, mas o resultado final foi mais um daqueles diversos exemplos de briga entre produtor e diretor… Mais tarde volto a esse ponto. Primeiro vamos ao que funciona.

A produção é grandiosa. Mesmo revisto hoje, 37 anos depois, os cenários e figurinos ainda chamam a atenção. A maquiagem também é muito boa. Carlo Rambaldi, que já tinha dois Oscars, por ET e Alien, foi chamado pra fazer as criaturas.

Por outro lado, os efeitos especiais perderam a validade. Ok, a gente tem que entender que muito tempo se passou, e os efeitos evoluíram muito. Mas, O Retorno de Jedi foi lançado um ano antes, e não me parece tão tosco.

Em Flash Gordon, o Queen foi chamado para fazer a trilha sonora e a combinação deu certo. Tentaram repetir a fórmula e aqui chamaram o Toto pra fazer a trilha. Mas, diferente de Flash Gordon, a trilha aqui é esquecível.

Ah, revisto hoje em dia, muita coisa ainda funciona. Mas a batalha final não. Tanto na parte dos efeitos especiais quanto na parte de roteiro. É uma batalha bem mal feita.

O elenco tem vários grandes nomes, mas é daquele formato de filme onde não tem nenhuma grande atuação O elenco conta com Virginia Madsen, Sean Young, Patrick Stewart, Sting, Max Von Sydow, Dean Stockwell, Brad Dourif, Linda Hunt, Silvana Mangano, Jurgen Prochnow, Everett McGill, Kenneth McMillan, José Ferrer, Alicia Witt, e, claro, o protagonista Kyle MacLachlan, em sua estreia no cinema. Depois MacLachlan faria Veludo Azul e Twin Peaks com David Lynch.

Como falei lá em cima, houve atritos entre diretor e produção (Dino de Laurentiis e sua filha Raffaella de Laurentiis). Lynch queria um filme maior, mas a produção queria o formato comercial de duas horas. Muita coisa foi cortada, e Lynch se desligou completamente da produção – até hoje, ele considera o único fracasso de sua carreira. O rompimento foi tal que, quando foi lançada uma versão estendida em dvd, não foi assinada por Lynch (a direção da versão estendida é de “Alan Smithee”, que é um nome fictício que usam quando um diretor se desliga de um filme e não colocam outro no lugar).

Resultado: o filme é confuso, e chato. Não sei se foi por causa dos cortes, mas o filme é repleto de narrações em off, quase todas desnecessárias. O resultado da bilheteria não foi o esperado, e as ideias de continuação foram engavetadas.

Agora vamos ver o resultado do novo Duna, do Villeneuve…

Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

SW7 - posterCrítica – Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

O filme mais aguardado do ano!

30 anos depois da derrota do Império Galático, surge uma nova ameaça. A Primeira Ordem tenta governar a galáxia, mas uma dupla improvável tenta impedir, com a ajuda da Resistência.

Antes de tudo, é bom avisar: este é um texto sem spoilers! Vamos respeitar o cuidado que os realizadores tiveram em não deixar vazar a história, apesar da grande vontade de comentar coisas do filme. Caro leitor que ainda não viu o filme: pode ler tranquilo!

Arrisco dizer que este Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força (Star Wars The Force Awakens, no original) é a maior estreia cinematográfica da história. George Lucas vendeu sua franquia bilionária para a Disney, que fez o que sabe fazer como poucos: colocou a máquina de marketing à toda – hoje você encontra Star Wars em tudo quanto é produto. Diferente dos anos 70, Star Wars é moda!

Claro que precisávamos de um bom filme. Uma franquia deste porte precisa de um grande filme, campeão de bilheterias, para azeitar a máquina do marketing. E, meus amigos, a Disney e o diretor JJ Abrams acertaram em cheio. O Despertar da Força é um filmaço!

Admito que estava com o pé atrás. Em 1999, tive uma decepção muito grande com o Ep 1, e não acho a carreira de JJ Abrams tão consistente assim (apesar de ter gostado muito de Super 8). Mas, felizmente, o pé atrás foi infundado. O Despertar da Força tem tudo o que o fã esperava desde o fim dos créditos d’O Retorno do Jedi, lá longe, em 1983. A história é empolgante, os novos personagens são carismáticos, tecnicamente o filme é um deslumbre. E, o mais importante: é um filme que sabe respeitar o fã antigo.

Na trilogia clássica (77, 80, 83), os efeitos especiais eram top para a época, mas limitados se revistos hoje em dia. Na trilogia Voldemort (aquela que não deve ser mencionada!), tem muito cgi, o filme ficou muito artificial. Agora, com a tecnologia atual, aliada à escolha do diretor Abrams de usar cenários reais em vez de telas verdes, os efeitos chegam a um nível de perfeição poucas vezes visto no cinema. As batalhas, tanto terrestres quanto aéreas, são impressionantes!

O roteiro parece o Ep 4 revisitado: protagonista solitário no deserto, um vilão misterioso que usa máscara, fuga do “império”, reunião na “base rebelde” para destruir uma “estrela da morte”… (Tem mais, mas é um texto livre de spoilers, então fica pra outra ocasião.) A trama é muito bem amarrada, e sabe dosar com maestria a entrada dos elementos da série clássica – todo fã “velho” vai curtir rever os personagens e veículos da trilogia clássica. Não à toa, um dos roteiristas é Lawrence Kasdan, roteirista de O Império Contra-Ataca e O Retorno do Jedi. A importância na trama entre a “velha guarda” e a “nova geração” está bem equilibrada. Ah, o filme tem duas horas e quinze minutos, e não tem nenhum momento fraco.

George Lucas sempre teve fama de ser um péssimo diretor de atores. Nesse ponto, JJ Abrams é muito melhor que Lucas. O elenco deste Ep 7 é ótimo! A essa altura todo mundo já sabe que temos de volta Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill, Peter Mayhew (Chewbacca) e Anthony Daniels (C3PO), né? Juntam-se a eles a nova geração: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Adam Driver, Domhnall Gleeson, Gwendoline Christie, Simon Pegg e as vozes de Andy Serkis e Lupita Nyong’o, além de uma ponta de Max von Sydow. Gostei muito de Daisy Ridley, a nova protagonista!

Sobre a trilha sonora, ainda não sei se gostei ou não. John Williams está de volta (ele fez a trilha dos outros seis filmes), e repete todos os temas que os fãs conhecem. Por um lado, é muito legal ouvir um tema conhecido sublinhando uma cena emocionante. Mas, por outro lado, não temos nada de novo. No Ep 1 a gente teve um bom tema novo…

Ainda preciso falar do humor. Não, o Ep 7 não é uma comédia. Mas acho que este é o filme mais engraçado de toda a saga. O personagem Poe tem frases ótimas!

Por fim, o 3D. Só faz diferença em um único take, onde parece que um destroyer imperial está bem à frente da tela. Só. Ou seja, desnecessário.

O filme acaba com um gancho forte para o episódio 8. Vai ser difícil segurar a ansiedade até 2017!

No fim da sessão, mal consegui me levantar, tamanho o carrossel de emoções que passaram na tela nas últimas duas horas. Obrigado, JJ Abrams, obrigado, George Lucas, obrigado, Disney. Obrigado por ter trazido de volta a magia da saga, que estava apagada desde a trilogia “Voldemort”. Obrigado pelo melhor filme do ano!

p.s. 1: Um filme desses tem que ser visto no cinema. Agora, ver numa sala de cinema onde mais da metade da plateia faz parte do Conselho Jedi RJ é uma experiência inesquecível!

p.s 2.: Para os fãs de Battlestar Galactica: temos uma “manobra Adama” na trama!

p.s. 3: Tive uma decepção, mas nada a ver com o filme em si. É que li que o elenco trazia Yayan Ruhian e Iko Uwais, os dois principais atores / lutadores dos filmes indonésios Operação Invasão, e imaginei que teríamos pelo menos uma grande luta envolvendo as habilidades dos dois. Nada, eles aparecem e somem rapidinho…

SW7 - sala do cinema SW7 - entrada do cinema

 

Amor Além da Vida

Amor Além da Vida

Em tempos do sucesso de Nosso Lar e suas histórias sobre o pós morte, resolvi rever Amor Além da Vida, na minha humilde opinião, o melhor filme sobre o assunto.

Chris Nielsen perde os dois filhos num acidente, e, quatro anos depois, quando morre, vai parar num paraíso maravilhoso. Mas está faltando uma coisa: sua esposa, Annie. Quando Annie se suicida e vai para o inferno, Chris resolve arriscar sua permanência no paraíso atrás da redenção de sua alma gêmea.

Este filme, dirigido pelo neo-zelandês Vincent Ward e baseado num livro de Richard Matheson, tem um visual impressionante. Rendeu até o Oscar de Melhores Efeitos Especiais de 1999. Fiquei até com vontade de fazer um Top 10 de visuais deslumbrantes (Terry Gilliam? Tim Burton?).

Chris gosta de quadros. Quando morre, vai parar dentro de um. É um quadro vivo, os cenários são tinta! E este não é o único momento onde a parte visual se destaca. É ao longo de todo o filme. O cuidado com os quadros é tão grande que, nos créditos finais, aparece uma lista de quais obras foram citadas ao longo do filme.

O visual e os efeitos especiais ajudaram o filme a não ser piegas – poucos anos antes, Ghost – Do Outro Lado da Vida trazia uma trama parecida, sobre um casal separado por um falecimento, e virou um marco da pieguice. Aqui, em Amor Além da Vida, não só temos o visual extasiante, como também a história é mais bem construída – não se trata apenas do casal, também tem o amor pelos filhos.

O elenco se baseia na dupla Robin Williams e Cuba Gooding Jr. Ok, hoje, em 2010, ambos não emplacam sucessos há algum tempo (principalmente Cuba, já que Robin Williams continua com papeis menores em comédias de sucesso como os dois Uma Noite no Museu). Mas, em 98, quando Amor Além da Vida estava sendo feito, eram dois nomes em alta – Williams ganhara o Oscar de melhor ator coadjuvante em 1997 por Gênio Indomável; enquanto Cuba ganhara o mesmo prêmio no ano seguinte, por Jerry Maguire. Ainda no elenco, Annabella Sciorra, Max Von Sydow e Rosalind Chao.

Por fim, contarei uma experiência pessoal. Assim como o protagonista, heu também tive uma filha que faleceu, não por acidente, mas por problemas cardíacos. Por isso este filme é tão importante para mim!

Filmaço. Dá pra ver com patroa, pela belíssima história de amor, além de ter cenas de tirar o fôlego de tão bonitas. Até os marmanjos têm permissão para chorar aqui!

Robin Hood

Robin Hood

Um novo filme do Robin Hood, dirigido por Ridley Scott? Promete! Bem, prometia…

O filme começa com o rei Ricardo Coração de Leão voltando das Cruzadas, falido, saqueando castelos no caminho. Robin é um arqueiro de seu exército que acaba preso pelo próprio rei, mas uma série de fatos acabam levando-o para Nottingham e depois para a liderança do exército inglês.

Bem, este novo Robin Hood tem dois problemas. O primeiro é que se trata do início da lenda de Robin Hood. Ou seja, vai decepcionar quase todos os desavisados que esperam encontrar a floresta de Sherwood e todo aquele papo de “roubar dos ricos para dar aos pobres”. Tudo bem que a mania de reboots está na moda em Hollywood, mas já que é assim, este filme deveria se chamar Robin Hood Begins.

E aí vem o segundo problema, este um pouco mais grave. Todos sabemos que a expectativa de vida na Idade Média era baixa. Um homem de 40 anos já era um senhor! E aí vemos Russell Crowe, que acabou de completar 46 anos, como um Robin Hood “em início de carreira”. Olha, até que Crowe não está mal como Robin, mas deveria ter uns 15 anos a menos! Aparentemente Ridley Scott quis repetir a parceria que deu certo em Gladiador (2000) e em quatro outros filmes, mas se esqueceu que os anos se passaram…

Como falei, Crowe está bem, mas um pouco velho. Isso refletiu em seu par. Cate Blanchett está ótima (como sempre) como Marion. Mas, com 41 anos, acho que é a primeira Marion balzaquiana da história!

O resto do elenco é interessante e foi bem escolhido. Max Von Sydow também está ótimo, e o mesmo falo de um quase irreconhecível William Hurt, cabeludo e barbudo. Oscar Isaac surpreende como o explosivo príncipe John, e Mark Strong, pela terceira vez no ano, faz um vilão consistente (ele fez o mesmo em Sherlock Holmes e Kick-Ass). Ainda no elenco, Scott Grimes, Allan A’Dayle, Kevin Durand, Mark Addy e Danny Huston.

Mas o que sobra no elenco falta no roteiro. Não só não vemos Robin Hood como gostaríamos, como ainda temos vários momentos forçados. Ora, em toda a Inglaterra, Robin foi parar justo na casa da única pessoa que conhece a sua infância? Frei Tuck sabia lutar na frente de batalha? E isso faz certas coisas perderem a credibilidade, como aquele desembarque que parece o dia D na Normandia na Segunda Guerra Mundial!

Pelo menos o filme é tecnicamente bem feito, o que era de se esperar, já que estamos falando de uma superprodução hollywoodiana dirigida por Ridley Scott. É só a gente ignorar o que conhece sobre Robin Hood e não dar bola pra detalhes de roteiro…

Flash Gordon

flashgordonsavior

Flash Gordon

Finalmente, depois de anos de procura, consegui comprar um dvd original do filme Flash Gordon! Achei para vender num site gringo uma cópia da versão “Saviour of the Universe Edition”, uma edição maneiríssima!

Flash Gordon é uma versão cinematográfica dos clássicos quadrinhos de Alex Raymond, numa super produção de Dino de Laurentis, de 1980. Flash, um famoso jogador de futebol americano, acidentalmente vai parar no planeta Mongo, governado pelo impiedoso Ming.

Tenho uma história curiosa com este filme. No verão entre 84 e 85, heu conheci uma “novidade”: meu tio emprestou um videocassete lá pra casa. Na época não tinham locadoras por aí, eram videoclubes, e era caro entrar de sócio. Ou seja, conseguir filmes não era uma tarefa muito fácil. Sendo assim, meu tio emprestou junto quatro filmes para termos opções. Mas… Um era Mulher Nota 10, e estava rotulado como “erótico”; outro era Laranja Mecânica, obviamente proibido para crianças; e ainda tinha um filme do Woody Allen, chato pra caramba, não me lembro qual era. Ah, sim, o quarto filme era Flash Gordon. Resultado? Víamos Flash Gordon todos os dias!

O elenco traz alguns nomes curiosos. O grande Max von Sydow (O Exorcista) interpreta Ming, enquanto uma belíssima Ornela Mutti faz sua filha, a princesa Aura. Também temos um Timothy Dalton pré 007 como príncipe Barin. O resto do elenco não tem ninguém digno de nota. Flash é interpretado por Sam Jones, que está na ativa até hoje, mas nunca fez mais nada importante.

Outra coisa bacana deste filme é a inspirada trilha sonora, do grupo Queen. O disco ainda hoje é lançado dentro da discografia do grupo!

Alguns dos efeitos especiais – de uma época pré cgi – ficaram muito toscos com o passar dos anos. Parecem até “defeitos especiais”! Mas alguns outros funcionam até hoje. Aqueles céus coloridos de Mongo ainda mandam bem!

Para acabar, uma informação curiosa que li no imdb: nos anos 70, George Lucas tentou comprar os direitos para fazer a sua versão dos quadrinhos do Flash Gordon. Mas como Dino de Laurentis já tinha comprado, Lucas desistiu e resolveu investir num outro projeto – um tal de Guerra nas Estrelas

Dreamscape – A Morte nos Sonhos

dreamscape

Dreamscape – A Morte nos Sonhos

Outro dia, no cinema, vi o trailer do novo Tarantino, Bastardos Inglórios, e lembrei que seu filme anterior, À Prova de Morte, nunca foi lançado aqui. É um bom exemplo de filme com inexplicáveis problemas no lançamento brasileiro. Outro exemplo é este Dreamscape – A Morte nos Sonhos, filme de 1984, que nunca passou nos cinemas brasileiros, e, até onde heu saiba, tampouco apareceu em vhs ou dvd.

A trama é boa: uma universidade faz pesquisas com jovens paranormais para usar a habilidade destes para entrar no subconsciente e manipular os sonhos de outras pessoas. Alex Gardner (Dennis Quaid) trabalha como um destes paranormais, até que descobre uma conspiração para matar o presidente dos Estados Unidos.

A premissa é parecida com o terror A Hora do Pesadelo, aquele do Freddy Krueger, onde pessoas também são abordadas durante os sonhos – e se você morre no sonho, isso também acontece na vida real. Mas este não só é do mesmo ano que o primeiro Pesadelo, como ainda foi lançado três meses antes. A diferença está no enfoque: Dreamscape está mais pro lado da ficção científica do que terror.

Por que será que nunca chegou aqui? O filme é bom, os efeitos especiais dos sonhos são bem feitos, mesmo vistos hoje, um quarto de século depois. Aliás, o visual dos sonhos é muito interessante! O elenco é ótimo, temos um Dennis Quaid pós Os Eleitos e uma Kate Capshaw pós Indiana Jones e o Templo da Perdição (quando ela virou sra. Steven Spielberg!), isso sem contar com os veteranos Max von Sydow e Christopher Plummer.

Outra coisa interessante é a trilha sonora eletrônica de Maurice Jarre. Os produtores queriam uma trilha orquestrada, mas Jarre insistiu nos temas eletrônicos, porque achou que tinha mais a ver com o tema. E ele estava certo!

Ah, sim, esqueça o cartaz à la Indiana Jones. O filme não é de aventura…