A Noite do Jogo

a-noite-do-jogoCrítica – A Noite do Jogo

Sinopse (imdb): Um grupo de amigos que se reúne regularmente para as noites de jogos se vê envolvido em um mistério da vida real.

Sabe quando um filme se propõe a ser apenas uma boa diversão – e consegue?

A Noite do Jogo (Game Night, no original) junta alguns bons atores numa comédia cheia de situações limite. E consegue algo que nem toda comédia consegue: o filme é engraçado. E com uma vantagem: sem precisar usar humor de baixo calão!

O clima me lembrou Depois de Horas, do Scorsese, onde Griffin Dunne se mete em uma roubada atrás da outra. Aqui, quase toda a ação se passa em uma única noite, e o espectador é surpreendido por algumas viradas de roteiro.

A Noite do Jogo foi dirigido pela dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein, que dirigiram o reboot de Férias Frustradas e escreveram Homem-Aranha: De Volta ao Lar. A dupla manda bem no ritmo das gags, e ainda tem um bom plano sequência (que parece emendado por computador), na cena onde eles roubam o ovo.

O elenco é um trunfo. Rachel McAdams, Jason Bateman e Kyle Chandler mostram boa química e conduzem bem o filme, auxiliados pelos coadjuvantes Sharon Horgan, Billy Magnussen, Kylie Bunbury e Lamorne Morris, todos com características bem construídas. Jesse Plemons está excelente com seu personagem esquisitão. E ainda tem Jeffrey Wright, Michael C. Hall e Danny Houston em papéis menores.

A Noite do Jogo não vai mudar a vida de ninguém. Nem deve entrar em listas de melhores do ano. Mas provavelmente vai agradar quem quiser se divertir por duas horas no cinema.

Cold in July

cold-in-julyCrítica – Cold in July

Texas, 1989. Um pai de família mata um ladrão em sua própria casa, num ato de legítima defesa. Saudado como herói, ele logo tem de encarar um ex-presidiário, pai do homem que matou, que chega em busca de vingança. Mas a corrupção de uma cidade pequena e a paranoia vão transformar estes dois inimigos em aliados improváveis.

Uma produção simples, dirigida por um cara pouco conhecido (Jim Mickle, do interessante Stake Land), Cold in July se revela uma boa surpresa.

Além de uma boa fotografia e uma interessante trilha sonora com cara de anos 80 (o filme se passa em 1989, e parte da trama tem tudo a ver com a época), Cold in July tem dois grandes méritos: um roteiro muito bem estruturado e um inspirado trio de atores principais.

O roteiro (de Mickle e Nick Damici, também de Stake Land), baseado no livro homônimo de Joe R. Lansdale, tem vários plot twists bem colocados ao longo da trama. Você acha que a história vai pra um lado, e tudo muda de repente. E não só todas as mudanças são coerentes, como o filme ainda consegue manter a tensão lá no alto.

Sobre o elenco: Michael C. Hall larga a “cara de Dexter” – não só no visual (ele não está parecendo um irmão mais novo do William H. Macy?) como também na personalidade. Hall está excelente com o seu anti-heroi sem rumo. Seus companheiros em cena, Sam Shepard e Don Johnson (sim, o bonitão da série Miami Vice), também estão muito bem.

Por fim, precisamos avisar sobre a violência. Cold in July é muito violento. Nada gratuito, tudo bem filmado. Mas é bom avisar, tem gente que não curte…

Gamer

Gamer

No futuro, um gênio da informática cria jogos de realidade virtual, usando pessoas de verdade com o cérebro modificado, para obedecerem como personagens de videogame. Prisioneiros condenados à morte são usados em um dos jogos, o popular e violento “Slayers”, um jogo onde quase todos morrem antes de chegar ao fim.

É o novo filme da dupla de diretores / roteiristas Mark Neveldine e Brian Taylor, os mesmos do primeiro Adrenalina. Sim, em alguns momentos, o filme segue a mesma velocidade absurda. Absurda, porém eficiente, como acontece em Adrenalina! Muitos tiros, muitas explosões e muitos cortes ágeis. Ah, sim, os cortes ágeis também estão no outro jogo, o que não tem tiros nem explosões, uma espécie de “second life” com gente real.

Um dos trunfos do filme é o seu ator principal, Gerard Butler. O cara está administrando bem a carreira, depois do sucesso conseguido ao fazer o Leônidas de 300. Ele alterna entre filmes mais “masculinos”, como esse Gamer ou RocknRolla; e filmes mais “femininos”, como A Verdade Nua e Crua e PS Eu Te Amo. Esse cara vai longe! Ainda no elenco, Amber Valletta, Michael C. Hall, Kyra Sedgwick, Logan Lerman e Alison Lohman.

Nem tudo funciona, algumas cenas ficaram meio sem sentido, como a dancinha à la Broadway do vilão. Mas, no fim, quem gosta do estilo não vai se decepcionar.