A Ilha do Terror

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A Ilha do Terror

Antes de falar do filme, posso contar uma historinha que remete à minha infância?

Não me lembro exatamente o ano, mas sei que era a primeira metade dos anos 80 – lembro que foi quando morava em Petrópolis, onde morei entre 1980 e o fim de 1985. Como vocês devem se lembrar, não existia videocassete, e eram poucos os canais na tv. Para ver um filme, a gente tinha que se programar para ficar em frente à tv, porque nem sempre era fácil uma reprise!

Pois bem, heu estava vendo um filme de terror com a meus pais e meus irmãos. Era uma história de monstros que sugavam os ossos das pessoas! E, de repente, numa daquelas atitudes inexplicáveis que nossos pais de vez em quando tomam, eles disseram que estava tarde e que precisávamos ir dormir!

Não vi o fim do filme…

Na época, conversei com um monte de gente na escola, mas ninguém conhecia este filme sobre os “monstros comedores de ossos”. Os anos se passaram e me esqueci deste filme misterioso.

Até que, recentemente, num bate papo sobre “filmes que assustaram a nossa infância” numa lista de discussão, lembrei deste filme. Nada como falar a coisa certa para as pessoas certas: mais de uma pessoa me disse qual era o filme que heu procurava: A Ilha do Terror, de 1966!

É esse filme mesmo: dois cientistas são chamados a uma pequena ilha irlandesa que está sendo atacada por misteriosas criaturas que sugam os ossos das pessoas. Isolados do continente, eles têm que descobrir como derrotar as tais criaturas.

Se na época achei o filme assustador, hoje, 25 anos depois, em pleno séc. XXI, com quase 40 anos na cara, claro que dei risadas ao ver os temíveis monstros – que na verdade se parecem com grandes aspiradores de pó! Trata-se de um divertido filme B! E ainda fica melhor: sempre que aparecem os monstros, ouvimos efeitos sonoros eletrônicos tosquérrimos!

O elenco me trouxe uma surpresa: um dos atores principais é  Peter Cushing, que fez o Grand Moff Tarkin no primeiro Guerra nas Estrelas, de 77. Descobri que ele fez mais de dez filmes de terror com esse mesmo diretor, Terrence Fisher. Ainda no elenco, Edward Judd, Toni Merril e Eddie Burns.

Enfim, uma boa diversão despretensiosa!

Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

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Guerra nas Estrelas (Episódio IV – Uma Nova Esperança)

A long time ago, in a galaxy far far away…

Na verdade, esse “a long time ago” foi há 30 anos atrás. George Lucas, um diretor pouco conhecido, que tinha feito apenas dois filmes (o esquisito THX 1138 e o sucesso de bilheteria American Graffitti), lançou em 1977 um filme que mudaria a história do cinema.

Qualquer um pode listar inúmeras “regras” de Hollywood que foram modificadas a partir de Guerra nas Estrelas, como as datas para os lançamentos dos grande blockbusters ou o merchandising que acompanha os filmes hoje em dia. Então aqui não vou falar de mercado nem de Hollywood. Vamos ao filme!

Por que um filme de ficção científica velho é importante até hoje?

Guerra nas Estrelas criou um novo universo, pegando elementos aqui e acolá. É a eterna luta do bem contra o mal, o mocinho querendo resgatar a mocinha das garras do vilão, elementos místicos e mágicos ensinados por velhos sábios, – está tudo lá! Mas com uma roupagem nova. E com efeitos especiais até então nunca vistos.

Antes de 77, o único filme com efeitos especiais que não causava gargalhadas de tão mal-feitos era 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrik (de 1969!!!). Todo o resto era caricato. Até que, em 77, dois filmes usaram efeitos um passo muito à frente dos outros (o outro filme foi Contatos Imediatos do Terceiro Grau, de Spielberg, não por coincidência, amigo de Lucas). Naves espaciais, batalhas com “espadas laser”, robôs e vários seres estranhos estavam lá, de uma maneira finalmente convincente!

(Claro que hoje em dia os efeitos estão velhos e não convencem mais ninguém. Por isso mesmo, Lucas refez quase todos os efeitos e relançou o filme nos anos 90. Mas heu ainda recomendo a versão original, onde as pessoas certas atiram antes…)

O universo criado por Lucas era complexo, e a história renderia outros filmes (e, posteriormente, um universo expandido, com muitos livros e revistas). Por isso, Guerra nas Estrelas é o “episódio IV”. Em 80 foi lançado o V, O Império Contra-Ataca (considerado por muitos o melhor da série), e em 83 veio o VI, O Retorno do Jedi, com a redenção final do mocinho e do vilão.

Em 99, 02 e 05, foram lançados os episódios I, II e III. Mas não cabe falar deles aqui, já que fazem parte de outro contexto, apesar de usar o mesmo universo.

Os elementos apresentados por Guerra nas Estrelas são cultuados até hoje. Darth Vader é o melhor vilão do século XX. Existem pessoas que usam a Força como religião. E hoje falamos de wookies, jawas, ewoks e siths, como acontece com outros universos de contos de fadas.

Sobre o elenco, não podemos falar muita coisa. Mark Hammil e Carrie Fisher (Luke Skywalker e Leia Organa) não conseguiram muita coisa além destes papéis. Harrison Ford, o Han Solo, é o único que saiu daí para o estrelato em outros filmes, com boas escolhas como Blade Runner e Caçadores da Arca Perdida. Claro, não podemos nos esquecer do auxílio luxuoso de dois veteranos: Alec Guiness como Ben Kenobi e Peter Cushing como Grand Moff Tarkin. Darth Vader? Era uma pessoa debaixo da armadura e outra fazendo a voz. O ator debaixo da armadura, David Prowse, está no ostracismo até hoje; mas a sua voz, James Earl Jones, ainda hoje deve ganhar dinheiro gravando recados em secretárias eletrônicas alheias…

May the Force be with you – always