Jack Reacher – O Último Tiro

Crítica – Jack Reacher – O Último Tiro

Opa, já é hora do Missão Impossível 5? Ah, não é o Ethan Hunt, é o Jack Reacher…

Cinco pessoas são assassinadas, e um atirador de elite, veterano de guerra, é acusado pelo crime. Durante o interrogatório, ele cita apenas o nome de Jack Reacher, um ex-combatente com inúmeras condecorações, dado como desaparecido para o governo e autoridades. Até que Jack aparece do nada e resolve investigar por conta própria os assassinatos.

Escrito e dirigido por Christopher McQuarrie (roteirista de Os Suspeitos), Jack Reacher – O Último Tiro é baseado na série de livros Jack Reacher, escritos por Lee Child. Apesar do heroi Jack Reacher do livro ser loiro e ter 1,90 de altura, Tom Cruise (também produtor do filme) o adaptou para o seu físico, e fez um bom trabalho. E isso gerou um fato curioso sobre Jack Reacher: Cruise é, ao mesmo tempo, uma das melhores coisas e uma das coisas que mais atrapalha o filme.

Como assim, Cruise ajuda e atrapalha ao mesmo tempo? Explico. Por um lado, ele está muito bem. O papel de Jack Reacher lhe caiu muito bem, pelo menos pra quem não leu os livros (caso deste que vos escreve). Cruise é baixinho, mas tem excelente porte físico e pode passar por um militar veterano (lembrem-se que ele já é um cinquentão). E as tiradas de humor do personagem caíram perfeitamente no ator.

Mas, por outro lado, ver Cruise num filme assim nos traz à lembrança Ethan Hunt e toda a série Missão Impossível – “personagem safo que costuma não se dar bem com superiores e tem que se virar sozinho”. É mais ou menos como pegar o Matt Damon pra fazer um papel parecido com o Jason Bourne ou o Bruce Willis num papel semelhante ao John McLane. Fica difícil ver Jack Reacher e não sair do cinema cantando o tema de Lallo Schifrin…

Felizmente, o fato de ser parecido com Missão Impossível não faz de Jack Reacher um filme ruim. Jack Reacher é bem dirigido, tem bons personagens, bom ritmo, boas cenas de ação e ainda traz uma boa perseguição de carro. Tudo funciona redondinho, quem gosta de filmes de ação não vai se decepcionar.

No elenco, como já disse antes, Tom Cruise “veste” bem o papel título. Rosamund Pike, que faz um misto de coadjuvante com quase interesse romântico, está meio apagada, acho ela meio sem sal. E Werner Herzog (diretor alemão de filmes clássicos como Nosferatu, Fitzcarraldo e Aguirre, a Cólera dos Deuses) tem um bom personagem, mas sub-aproveitado – Zec, seu personagem, empolga quando aparece (a cena que fala dos seus dedos), mas some na parte final do filme. Ainda no elenco, Richard Jenkins, David Oyelowo, Robert Duvall e Alexia Fast.

Como Jack Reacher é uma série de livros (parece que já são 14 livros), devemos ter uma continuação em breve. Que mantenham a qualidade!

p.s.: Falei sobre Missão Impossível 5 como uma piada. Mas Christopher McQuarrie está cotado para dirigir esta provável quinta parte, em 2015…

Coração Louco

Coração Louco

Atrasado, mas vi Coração Louco, o filme que deu o Oscar em 2009 para o grande Jeff Bridges!

Com 57 anos, o cantor de country Bad Blake vive à sombra do próprio passado, tocando em buracos quase sempre indignos do seu talento, acompanhado de muito cigarro e muito álcool. O orgulho o impede de se aproximar de Tommy Sweet, um cantor mais novo que no passado foi seu pupilo, e hoje goza de grande fama e prestígio. Apesar de vários casamentos frustrados, Bad ainda faz uma nova tentativa com a jovem jornalista Jean.

Jeff Bridges está ótimo, como sempre. Admito que sou fã do cara, caramba, ele é o Dude Lebowski! E não só isso, é só olhar o currículo dele pra virar fã: Tron, Starman, O Pescador de Ilusões… Ele estava até em Homem de Ferro! Confesso que Bad Blake não é o meu personagem preferido de sua carreira recente – ele merecia um prêmio por Os Homens Que Encaravam Cabras, isso sim! Mas pelo menos o Oscar foi para a pessoa certa.

O resto do elenco também está ok. Colin Farrell, sei lá por que, não está nos créditos principais, mas tem um dos principais papeis como Tommy Sweet. E Maggie Gyllenhaal, feinha mas simpaticíssima, está perfeita como Jean, a mulher que sabe que precisa manter distância do homem que ama. E ainda tem Robert Duvall num papel pequeno.

Preciso falar da parte musical. Por um lado, é legal ver Bridges e Farrell cantando e tocando, gosto muito quando os atores “colocam a mão na massa” e conseguimos vê-los cantando e tocando (confira nos créditos: eles não foram dublados!). Mas, por outro lado, não sou chegado em música country… Mesmo assim, reconheço o bom trabalho – e não estou sozinho, a Academia deu à canção “The Weary Kind” o outro Oscar de Coração Louco.

Coração Louco é o filme de estreia do diretor Scott Cooper, que também escreveu o roteiro. O filme é interessante, mas é o tipo de filme que não tem muito como ser criativo. É aquilo, cantor veterano tem problemas com álcool, com mulheres, com ego… e depois tem problemas com álcool, com mulheres, com ego… Não sou muito fã do estilo, então não virei fã do filme. Mas é sempre um prazer ver Jeff Bridges atuando bem!