Crítica – Fervura Máxima
Sinopse (google): Em Hong Kong, Yuen, um inspetor de polícia que é normalmente conhecido como Tequila, fica transtornado quando seu parceiro morre em um tiroteio com gangsters em uma casa de chá. Tequila então se une a Alan, um assassino profissional, para vingar o amigo e impedir que esta quadrilha mate gente inocente.
Lançado em 1992, Fervura Máxima, (Hard Boiled em inglês ou Lat sau san taam no original) é o último filme chinês de John Woo antes dele ir para os EUA para dirigir O Alvo, com Jean Claude Van Damme. Depois de receber críticas por fazer filmes que glamorizavam bandidos, ele quis entregar um filme onde a polícia é glamorizada. E ele aproveitou pra usar um trilha sonora de jazz, que ele queria fazer em The Killer, mas foi impedido pelo produtor Tsui Hark.
O protagonismo do filme repete uma fórmula usada outras vezes pelo próprio Woo: dois protagonistas, bem parecidos entre eles, mas em posições opostas. Inicialmente são inimigos, mas acaba que se unem por algum objetivo. Aqui tem o policial implacável e o assassino misterioso. Mais uma vez, a fórmula funciona muito bem.
Como já comentei antes, o ritmo do cinema oriental é diferente do que estamos acostumados, e além disso é um filme de 30 anos atrás, precisamos ter isso na cabeça. Vemos muitas atuações exageradas e muita gritaria, e ao mesmo muita câmera lenta. Desta vez não reparei nas pombas, uma das marcas registradas do diretor; mas temos um momento onde os dois principais estão com armas apontadas um para o outro.
Fervura Máxima tem uma sequência bem longa na parte final, a parte do hospital, que pega quase meio filme. Tenho dois comentários, um positivo e um negativo sobre essa sequência. O positivo é o famoso plano sequência. Os dois personagens principais entram por um corredor e enfrentam dezenas de adversários. Determinado momento eles entram no elevador para ir pra outro andar, mas, na verdade, o elevador ficou parado e a galera da produção trocou todo o cenário! Esse plano sequência é uma das melhores coisas do filme.
Por outro lado, achei a sequência longa demais. Ok, é boa, bem filmada, empolgante, muitos tiros, muitas explosões, mas chega um momento que tem gente levando tiro e explodindo e você nem sabe quem é. Por ser tudo meio parecido, a sequência me cansou.
No elenco, dois grandes nomes do cinema chinês, e que já tinham trabalhado com o diretor antes,Chow Yun Fat (The Killer) e Tony Leung (Bala na Cabeça). O primeiro já tinha feito quatro filmes com Woo e, teve uma breve carreira em Hollywood depois do sucesso de O Tigre e o Dragão, com filmes como Assassinos Substitutos,O Corruptor, Anna e o Rei e O Monge À Prova de Balas. O segundo trabalhou pouco fora da China, mas recentemente esteve nas telas do mundo inteiro em Shang Chi.
Por fim, preciso falar de uma implicância minha com o nome brasileiro do filme, porque a Globo tinha uma sessão de filmes chamada “Temperatura Máxima”, então sempre confundo com “Fervura Máxima”.