Moonfall: Ameaça Lunar

Crítica – Moonfall: Ameaça Lunar

Sinopse (imdb): Uma força misteriosa tira a Lua de sua órbita ao redor da Terra e a coloca em rota de colisão com a vida como a conhecemos. Com poucas semanas antes do impacto e o mundo à beira da aniquilação, uma executiva da NASA e ex-astronauta está convencida de que ela tem a chave para salvar a todos nós – mas apenas um astronauta de seu passado e um teórico da conspiração acreditam nela. Esses heróis improváveis montarão uma missão impossível de última hora no espaço, deixando para trás todos que amam, apenas para descobrir que podem ter se preparado para a missão errada.

Às vezes penso em criar o site com as críticas mais curtas da Internet. Assim: “Moonfall – o novo filme de Roland Emmerich é um típico filme de Roland Emmerich”. Precisa de mais? Afinal, Moonfall: Ameaça Lunar (Moonfall, no original) é um filme do Roland Emmerich, com tudo de bom e de ruim que isso pode trazer.

Emmerich é um cara exagerado. Depois da sessão de imprensa, meu amigo Eduardo Miranda, do canal Projeto Cinevisão, exemplificou bem o seu modus operandi: “Caramba, sr. Emmerich, isso ficou exagerado, não?” “Você acha exagerado? Espere, vou exagerar ainda mais!” “Mas, não, ficou muito agora!” “Você acha muito? Aguarde, ainda tem mais!” ” Sr. Emmerich, isso está saindo do controle!” “Saindo do controle? Mas ainda vou além!”.
Moonfall é assim. A ideia inicial é muito boa: a lua saiu de órbita e está se aproximando da Terra. Caramba, só isso já daria um excelente filme catástrofe: como os humanos tentariam recolocar o satélite em órbita, o que aconteceria com a gravidade de um corpo celeste se aproximando, como seria a destruição causada pelo choque – não seria um bom filme?

Mas, Emmerich vai além. Não vou entrar em detalhes por causa de spoilers, mas o motivo pelo qual a lua saiu da órbita é absurdo. Mas o absurdo não pára aí, a história entra numa espiral de absurdos que chega um ponto do filme onde ou o espectador vai achar que está vendo uma comédia escrachada ou vai embora da sala de cinema. Não tem como levar a sério.

(Teve uma cena onde dei uma gargalhada alta. Sem spoilers, a cena envolve ter que levantar uma árvore.)

Pelo lado bom, Emmerich é um cara que sabe fazer filmes assim. O cara dirigiu Independence Day, 2012, O Dia Depois de Amanhã, GodzillaSe tem alguém na Hollywood atual para fazer um filme catástrofe competente pelo lado técnico, Emmerich é o cara. E os efeitos especiais são excelentes (heu queria ver mais destruição, mas pelo menos o que foi apresentado foi muito bem feito). Se você compra a ideia e entra no clima do filme, pode curtir a sessão.

Moonfall é aquele tipo de filme que não tem muito espaço pra grandes atuações. Patrick Wilson está ok, a gente entende os dilemas do seu personagem. Por outro lado, Halle Berry está no piloto automático e parece que só está esperando acabarem as filmagens pra pegar seu cachê. Como ponto positivo, gostei do John Bradley, que tem a função de alívio cômico, mas mesmo assim consegue ter um bom desenvolvimento de personagem.

Agora é esperar algum estúdio pensar na ideia de uma lua caindo na Terra. Queria ver este filme…

John Wick 3: Parabellum

Crítica – John Wick 3: Parabellum

Sinopse (imdb): O super-assassino John Wick está fugindo depois de matar um membro da liga dos assassinos internacionais, e com um preço de US $ 14 milhões em sua cabeça – ele é o alvo de assassinos e assassinas em todos os lugares.

Depois do segundo John Wick, não tinha como não ficar empolgado para este terceiro. Afinal, agora era hora de ver o assassino profissional mais bafmotherf*cker do pedaço contra toda a organização que até então o apoiava.

Li em algum lugar, não me lembro onde, mas concordo: assim como uns anos atrás Jason Bourne mudou o paradigma do filme de ação, hoje quem faz o mesmo é John Wick. O modo como as cenas de ação são filmadas deixa a gente sem vontade de ver filmes comuns de “tiro porrada e bomba”.

Acredito que boa parte do mérito é do diretor Chad Stahelski, que só dirigiu três filmes (justamente os três John Wick), mas tem um extenso currículo como dublê. Claro, quando o cara especialista em ação vai dirigir um filme de ação, ele vai prestar atenção em quais detalhes?

E a gente vê cada detalhe nas sequências. Lutas com mãos limpas, com armas de fogo, com armas brancas, com armas improvisadas (nas mãos de John Wick, até um livro vira arma!), com animais, o repertório é vasto. A sequência com a Halle Berry e os cachorros é espetacular!

Outra coisa legal é que conhecemos um pouco mais desta fascinante sociedade dos assassinos da saga – que lugar bizarro é aquele da Anjelica Huston! Alie a isso uma ótima fotografia e temos um filme que vai agradar a todos os apreciadores do gênero. Isso sem falar do gore – às vezes parece que tem mais gore aqui do que na maior parte dos filmes de terror.

No elenco, Keanu Reeves se firma como um dos grandes nomes do cinema de ação contemporâneo. Além das já citadas Anjelica Huston e Halle Berry, o filme traz a volta de Ian McShane, Laurence Fishburne e Lance Reddick. O veterano Mark Dacascos faz um personagem interessante, que serve pra quebrar um pouco a sisudez do filme. Ainda no elenco, Asia Kate Dillon e Jerome Flynn (o Bronn de Game of Thrones). Ah, os leitores assíduos do heuvi vão reconhecer Yayan Ruhian, o segundo principal nome dos filmes indonésios de ação do Gareth Evans (Merantau e os dois The Raid).

Obrigatório pra quem curte um bom filme de ação!

Kingsman: O Círculo Dourado

Kingsman 2Crítica – Kingsman: O Círculo Dourado

Sinopse: Quando sua sede é destruída e o mundo é feito refém, os Kingsman descobrem uma organização de espiões aliados nos EUA. Essas duas organizações secretas de elite devem se unir para derrotar um inimigo comum.

O primeiro Kingsman foi um dos melhores filmes de 2014. A expectativa agora era grande. Será que mantiveram o nível?

Boa notícia! Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle, no original) é tão bom quanto o primeiro! Um bom elenco numa trama alucinada com ritmo desenfreado e efeitos especiais de primeira linha!

O diretor Matthew Vaughn (o mesmo do primeiro filme) manteve o mesmo conceito – uma espécie de James Bond com mais violência e mais humor. Li em alguns sites que este segundo filme seria mais exagerado que o anterior. Mas, sei lá, lembro da cena da igreja do outro filme, imagino poucas coisas mais exageradas que aquilo…

Kingsman: O Círculo Dourado é repleto de ação e humor. E Vaughn sabe como poucos como filmar essas cenas, alternando câmera lenta e imagens aceleradas, muitas vezes com a câmera posicionada literalmente dentro da ação. As sequências de ação são impressionantes, desde a cena inicial, com uma perseguição de carro de tirar o fôlego, até os duelos finais – com planos sequência, não tão impressionantes como a já citada cena da igreja do primeiro filme, mas mesmo assim muito bem filmados.

Tem espaço para novos personagens. Somos apresentados a uma nova agência: os Statesman, uma versão americana dos Kingsman. Além de cutucadas entre Inglaterra e EUA, isso também abre espaço no elenco para Jeff Bridges, Channing Tatum, Halle Berry e Pedro Pascal, que se juntam a Taron Eggerton, Mark Strong e Colin Firth. Além deles, Julianne Moore está ótima como a vilã. Mas a melhor surpresa do elenco está com Elton John, numa participação pequena, mas sensacional!

Falei da Julianne Moore, né? Uma coisa legal aqui é a atualização dos conceitos que habitam os filmes de espionagem. Assim como aconteceu no último Homem Aranha, a vilã é capitalista. Claro, ela é psicopata, mas o que a move é o dinheiro. Outro personagem interessante é o presidente dos EUA, aparentemente baseado no Trump. Até o ímpeto sexual típico do estilo jamesbondiano está contido aqui – o agente tem que ligar para a namorada antes de pular a cerca.

Os mais ranzinzas vão reclamar que Kingsman: O Círculo Dourado não é tão surpreendente quanto o primeiro filme. Claro, né? No primeiro, tudo era surpresa, e agora a gente já tinha ideia do que encontrar. Mas posso dizer sem medo: se você gostou do outro filme: vá sem medo!

E que venha o terceiro filme!

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

0-X-Men-posterCrítica – X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Finalmente, o esperado filme que liga as duas gerações dos X-Men!

Acuados pelos Sentinelas, os X-Men mandam Wolverine ao passado em uma tentativa desesperada de mudar a história e prevenir um evento que resultará na eliminação de todos os mutantes.

Amigos, a notícia é boa: X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, no original) consegue o equilíbrio perfeito entre o drama, a ação e a tensão; entre a seriedade proposta pelo tema e o bom humor característico dos filmes da Marvel. Digo mais: na minha humilde opinião, temos uma das melhores adaptações de quadrinhos de super heróis dos últimos tempos.

Rolava um certo receio, porque este na verdade é o sétimo filme usando o universo dos mutantes – teve a trilogia original (2000, 03 e 06), dois filmes “solo” do Wolverine (2009 e 13 – apesar do primeiro ser rejeitado por quase todos, entre crítica e fãs, foi um filme “oficial”), e o reboot (2011) que mostrava os personagens nos anos 60. Com tantos filmes, escritos por tantos roteiristas diferentes, baseados em tantos quadrinhos diferentes, existe uma certa bagunça na linha temporal. E o receio aumentou quando anunciaram que teria viagem no tempo no filme, um artifício que nem sempre funciona. Mas o medo foi infundado, o resultado ficou bem acima da expectativa.

A direção voltou para as mãos de Bryan Singer, o mesmo dos dois primeiros filmes dos X-Men. Alguns fãs ficaram preocupados, porque quando ele largou a franquia, se queimou fazendo o fraco Superman – O Retorno (depois disso, Singer fez Operação Valquíria e Jack, o Caçador de Gigantes). Bem, Singer mostrou que o Superman foi um desvio e que ainda tem boa mão. E, convenhamos, o cara tem moral, né? Quando ele fez o primeiro filme dos X-Men, não existia toda essa aceitação para filmes de super-heróis. Se, no primeiro semestre de 2014, nós teremos 4 longas de heróis da Marvel, Singer é um dos “culpados”!

Os efeitos especiais merecem um parágrafo à parte. Só pra citar um exemplo: Magneto chega a levantar e carregar um estádio pelos ares. Os efeitos são de cair o queixo. E tem uma cena em particular que é sen-sa-ci-o-nal, falarei mais dela no penúltimo parágrafo.

No elenco, uma constatação: o novo X-Men é um filme da nova geração. Michael Fassbender e James McAvoy têm uma participação muito maior do que Ian McKellen e Patrick Stewart. Pareceu mesmo uma “passagem de bastão” do Magneto e Prof Xavier velhos para os mais novos. E Hugh Jackman e seu Wolverine voltam a ter destaque – ele só teve uma cena curta (e engraçada) no penúltimo filme (e que é citada aqui).

Sobre a quarta personagem principal, a gente vê como funciona o “star power” do cinema contemporâneo. Nos primeiros filmes, a Mística foi interpretada pela Rebecca Romijn, lindíssima, mas não muito famosa. Agora o papel é de Jennifer Lawrence, menos bonita que a Rebecca Romijn, mas badaladíssima – ganhadora do Oscar ano pasado por O Lado Bom da Vida e protagonista da franquia de sucesso Jogos Vorazes. Se a Rebecca pouco aparecia sem a maquiagem azul, o mesmo não acontece agora. A Mística atual passa boa parte do filme “fantasiada de Jennifer Lawrence”.

Peter Dinklage confirma que é um grande ator (trocadilhos liberados aqui) – o que todos que já viram Game Of Thrones já sabiam. E o roteiro ainda consegue usar a Tempestade de Halle Berry, e juntar Anna Paquin, Famke Janssen e James Marsden em pequenas participações especiais. Ainda no elenco, Ellen Page, Nicholas Hoult, Omar Sy, Bingbing Fan, Shawn Ashmore, Evan Peters e Josh Helman.

“E o 3D?” Quem me conhece sabe que não sou fã de 3D. Pelo menos X-Men: Dias de um Futuro Esquecido tem uma cena onde o 3D é muito bem usado, uma das melhores cenas do filme, provavelmente a mais divertida: quando tudo fica em câmera lenta por causa da super velocidade de Evan Peters, durante a fuga da prisão.

Ah, claro, é Marvel, tem cena depois dos créditos, aparentemente um gancho para o próximo filme, X-Men Apocalypse.

 

Para Maiores

Crítica – Para Maiores

Fiquei dividido quando vi o trailer deste Para Maiores (Movie 43, no original). Por um lado, o elenco é um dos mais impressionantes que já vi. Por outro lado, o filme parecia ser uma comédia apelativa muito ruim.

Para Maiores é uma série de doze filmes curtos, todos de comédia, sempre usando humor ofensivo. Os filminhos são independentes entre si.

O formato lembra os divertidos Kentucky Fried Movie e As Amazonas da Lua – principalmente o segundo, pelo elenco estelar. A diferença é que Para Maiores é uma comédia sem nenhuma boa piada. Parece que os idealizadores procuraram a polêmica em vez do engraçado. O humor é grosseiro, adolescente – e bobo.

E, inexplicavelmente, o elenco conta com Kate Winslet, Hugh Jackman, Naomi Watts, Halle Berry, Emma Stone, Anna Faris, Gerard Butler, Johnny Knoxville, Sean William Scott, Chloe Grace Moretz, Chistopher Mintz-Plasse, Elizabeth Banks, Josh Duhamel, Richard Gere, Kate Bosworth, Kristen Bell, Leslie Bibb, Uma Thurman, Jason Sudeikis, Liev Schreiber, Justin Long, Terrence Howard, Patrick Warburton, Katrina Bowden e Jack McBryar, entre outros. Como convenceram essa galera a entrar nessa roubada?

Entre os diretores, alguns nomes também surpreendem. Ok, um nome como Peter Farrelly (Quem Vai ficar Com Mary) é coerente. Mas o que os atores Elizabeth Banks e Griffin Dunne estão fazendo dirigindo filminhos aqui?

Pelo imdb, tem gente dizendo que o filme é “ofensivo”. Sim, é. Para Maiores é um mix de vários tipos de piadas de baixo calão. Mas este não é o problema. O problema é ser uma comédia sem graça. Ted, uma das comédias mais divertidas do ano passado, tinha humor grosseiro e politicamente incorreto, mas era um filme engraçado. Não tenho nada contra humor grosseiro; mas tenho tudo contra humor sem graça. Só adolescentes descerebrados vão achar graça em piadas com fezes, menstruação, testículos ou pelos pubianos.

Enfim, dispensável.

p.s.: Descobri que existem duas versões do filme. Segundo o imdb, o filme é guiado por um segmento estrelado por Dennis Quaid e Greg Kinnear, que não está no arquivo disponível nos torrents por aí. No lugar, tem um filmete bobo estrelado por adolescentes. Não sei por que as versões diferentes. Mas, de qualquer maneira, duvido que o segmento de Quaid e Kinnear seja bom…

A Viagem

Crítica – A Viagem

E vamos a mais um filme polêmico!

Seis histórias, de estilos diferentes, passadas em épocas diferentes e vividas por personagens diferentes, abordando diferentes lutas vividas pelos personagens: racismo, homofobia, energia “suja”, maus tratos a idosos, capitalismo e religião.

A Viagem (Cloud Atlas, no original) é um novo projeto ambicioso que vai dar o que falar. Já prevejo que vai ter gente discutindo: de um lado, pessoas que não gostaram, criticando o filme; do outro, fãs do filme, dizendo que quem não gostou “não entendeu”. Alguém se lembra de outras polêmicas recentes como A Árvore da Vida ou Melancolia? Será que alguém pode ter entendido, e mesmo assim não gostado?

Trata-se do novo filme dos irmãos Wachowski (Matrix) em parceria com Tom Tykwer (Corra Lola Corra), um projeto ambicioso, que conta seis histórias ao mesmo tempo. Baseado no livro de David Mitchell, considerado “infilmável”. Bem, não li o livro, mas pelo filme, realmente, parece “infilmável”.

A chance de dar errado era muito grande. Lembro de rumores na época da produção do filme que falavam que os irmãos Andy e Lana Wachowski não se comunicavam com Tykwer, o outro diretor. Uma trama complexa, com seis histórias diferentes, e sem entrosamento entre os realizadores – acho que já tinha gente dando como certo o naufrágio do projeto antes mesmo da estreia.

Bem, não achei o filme tão ruim assim. Está longe de ser bom, mas algo se salva…

Na minha humilde opinião, o problema básico de A Viagem é o ritmo. Não dá pra manter o ritmo quando se mistura seis histórias diferentes em um filme de quase três horas de duração. Aí, o filme, que já é confuso, fica cansativo.

Não sei se teria outro modo de se fazer o filme sem misturar as seis histórias – existem ligações entre elas. Mas talvez se a gente ficasse um pouco mais em cada uma delas o resultado final não fosse tão cansativo – a cada cena, muda a história, às vezes muda antes de acabar a cena! São poucos segundos em cada trama antes de pularmos para a próxima, onde ficaremos por breves instantes. O espectador não tem tempo pra respirar, a mudança entre as histórias é frenética.

E aí vem outro problema: a duração. São duas horas e cinquenta e dois minutos de filme. Não dá pra segurar este ritmo de mudanças de trama por meia hora, o que dirá durante quase 3 horas!

Aí, as virtudes do filme ficam apagadas. A Viagem tem uma boa trilha sonora e uma bela fotografia. Mas quase não dá pra aproveitar…

Sobre o elenco, é complicado falar. São grandes atores, não há dúvidas. Mas acho que eles ficaram perdidos, e as atuações ficaram devendo. Assim, um excelente elenco é desperdiçado: Tom Hanks, Halle Berry, Susan Sarandon, Hugo Weaving, Hugh Grant, Jim Broadbent, Jim Sturgess, Doona Bae, Ben Whishaw, Keith David, Xun Zhou, James D´Arcy – nada se aproveita.

A maquiagem segue o problema do elenco. Como são os mesmos atores em papeis diferentes, rola muita maquiagem pra diferenciar os personagens. Algumas até funcionaram, mas a maioria ficou caricata.

No fim, fica uma sensação de boa ideia desperdiçada. No lugar de um filme épico, ficamos com um filme pretensioso e mal realizado. Parece que queriam fazer um novo 2001, mas, do jeito que ficou, A Viagem acaba lembrando A Reconquista

Noite de Ano Novo

Crítica – Noite de Ano Novo

Quem lê o gigantesco elenco e o nome do diretor lembra logo de cara de Idas e Vindas do Amor, dirigido pelo mesmo Garry Marshall. E assim podemos adivinhar exatamente como será Noite de Ano Novo.

O filme mostra um retrato do último dia do ano para vários casais e solteiros em Nova York. Vários núcleos entrecortados, várias histórias simultâneas.

Noite de Ano Novo é um filme extremamente previsível, mas mesmo assim muito agradável. Tudo desce redondinho, sem sustos ou riscos.

Como assim previsível? Bem, Jon Bon Jovi interpreta um popstar; Lea Michelle, uma aspirante a cantora; Sofia Vergara, um papel igual à Gloria de Modern Family… Acho que o roteiro foi escrito para que cada ator ficasse à vontade, confortável, num papel familiar – Zac Efron arranja até uma desculpa para dançar! Acho que o único papel “não óbvio” é o Kominsky de Hector Elizondo, o resto do elenco está todo nas chamadas “zonas de conforto”.

Por um lado isso pode ser monótono. Mas, se a gente entrar no clima, o filme é muito legal. Assim como acontece com Idas e Vindas do AmorNoite de Ano Novo é eficiente, bobinho e “fofo”.

Claro que o destaque do filme é o elenco. Afinal, não é todo dia que temos, juntos, Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Halle Berry, Hillary Swank, Katherine Heigl, Ashton Kutcher, Josh Duhamel, Sarah Jessica Parker, Mathew Broderick, John Lithgow, Abigail Breslin, Jessica Biel, Til Schweiger, Sarah Paulson, Carla Gugino, Alyssa Milano, Sofia Vergara, Lea Michelle, James Belushi, Zac Efron, Jon Bon Jovi, Ryan Seacrest, Cary Elwes, Ludacris e Hector Elizondo, entre outros menos cotados.

Com tanta gente assim, claro que o roteiro serviria apenas como veículo para os atores. Por isso é tudo tão óbvio. Acho que a única emoção que o roteirista quis passar para a sua plateia era “que bonitinho”…

Outra coisa previsível era uma trama irregular. Como são várias historinhas, algumas são melhores que as outras. Aquele diálogo final da Sarah Jessica Parker foi completamente incoerente com toda sua postura ao longo do filme. Mas, por outro lado, algumas cenas são divertidíssimas. John Lithgow está alucinado como nos bons tempos de 3rd Rock From The Sun, e só o nome dado ao personagem de Mathew Broderick já vale o ingresso!

Enfim, Noite de Ano Novo é assim. Previsível, mas vai agradar o público certo.

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