Possessão (1981)

Crítica – Possessão (1981)

Sinopse (imdb): Uma mulher começa a apresentar um comportamento cada vez mais perturbador depois de pedir o divórcio ao marido. As suspeitas de infidelidade logo dão lugar a algo muito mais sinistro.

Já comentei por aqui que na segunda metade dos anos 80 vi MUITA coisa no Estação Botafogo. Esse Possessão foi um dos mais marcantes dessa época. Heu tinha até uma camisa com essa imagem do pôster!

Mas, antes de entrar no filme, uma informação importante. Existem alguns filmes homônimos – uma vez pesquisei no imdb e achei 18 “Possessão”. Sem me esforçar muito, lembro de outros dois, um de 2002 com Gwyneth Paltrow e Aaron Eckhart; outro de 2012 com Jeffrey Dean Morgan e Kyra Sedgwick. Este é de 1981, com Isabelle Adjani e Sam Neill.

Escrito e dirigido por Andrzej Zulawski, Possessão (Possession, no original) é um filme difícil até de classificar. A classificação óbvia seria terror, mas certamente ia desagradar boa parte do público usual de terror. Tem sangue e gore, mas não só não tem jumpscares como tem muita coisa sem explicação no filme.

Sim, Possessão é daqueles filmes onde a gente não entende boa parte do que está acontecendo. Claro que existe algum simbolismo do “duplo” – tanto a Isabelle Adjani tem uma outra versão na professora (só muda a cor dos olhos); quanto o Sam Neill aparece numa versão rejuvenescida. Mas não existem explicações. Não se explica o que é a criatura no apartamento, nem por que a professora é igual à protagonista. E o fim do filme é uma grande interrogação.

O filme deve ter um monte de coisas subliminares, mas heu, particularmente, nem sempre curto ficar procurando significados ocultos. Possessão é um filme que dá pra relaxar e “entrar na viagem”. Agora, quem gosta de história com início, meio e fim, sugiro passar longe.

O elenco só tem dois nomes conhecidos, e ambos estão muito bem. Isabelle Adjani está sensacional, ela ganhou prêmio duplo de melhor atriz em Cannes em 1981, por esse filme e por Quartet. A cena do metrô fica grudada na memória! Sam Neill não fica atrás, tem uma cena impressionante onde ele tem um ataque aparentemente de epilepsia. Aliás, uma vez o Sam Neill falou que esse é o filme preferido dele.

Tem outro ator que heu queria citar, Heinz Bennet, que faz o amante. Que personagem sensacional! Ele aparece pouco, mas todas as vezes ele está ótimo. A cena dele dançando enquanto fala muito boa!

(Na mesma pegada tem a sequência do detetive particular perseguindo a Isabelle Adjani, com direito a um cara no trem comendo uma banana!)

Ah, tem a criatura. Sim, Possessão é filme cabeça, mas, sim, Possessão também é filme de monstro. A criatura foi criada por Carlo Rambaldi, famoso por ter criado o ET e movimentos na cabeça do Alien – ganhou um Oscar por cada um dos dois. Rambaldi tem uma frase que heu gosto: “[on computerized special effects] The mystery’s gone. It’s as if a magician had revealed all of his tricks.”

(Aliás alguém mais reparou a semelhança com Hellraiser no lance da mulher trazer homens e matá-los pra alimentar o monstro?)

Enfim, gostei. Mesmo sem entender muita coisa.

Mamute

Crítica – Mamute

Serge Pilardosse (Gérard Depardieu), apelidado de Mamute, ao se aposentar, descobre que precisa reunir comprovantes de trabalho passados. Ele sai com sua velha moto para procurar seus antigos empregadores, para conseguir os papeis que ainda faltam. Nesta viagem, Mamute acaba descobrindo coisas sobre ele mesmo.

Escrito e dirigido pela dupla Gustave de Kervern e Benoît Delépine, Mamute está sendo vendido como comédia, mas, sei lá, considero um drama com alguns momentos engraçados. Algumas cenas são realmente engraçadas, como aquela do restaurante onde o sujeito fala ao telefone. Mas outras trazem um humor de gosto duvidoso – a cena do reencontro com o primo é deprimente.

O que vale a pena aqui é Gérard Depardieu, grande, gordo, de cabelos compridos, realmente um grande ator, que carrega o filme nas costas e faz a gente sentir simpatia por um sujeito bobalhão.

Sobre o resto do elenco, preciso falar de dois nomes. Um é Isabelle Adjani, que faz uma fantasmagórica participação especial. Ela aparece pouco, continua lindíssima, com seus 55 anos. O outro nome é da esquisitinha Miss Ming – nunca tinha ouvido falar dela, o que me chamou a atenção foi uma cena onde ela fala algo como “meu nome é Solange Pilardosse, mas pode me chamar de Miss Ming” – imaginei o 007 se apresentando: “My name is Bond, James Bond – mas pode me chamar de Sean Connery também…”

Mas, talvez heu esteja acostumado com cinema hollywoodiano, porque fiquei esperando alguma reação mais enfática do Mamute contra todos que tanto fizeram mal a ele. Nada, o filme passa, e muito pouco acontece…

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Estamos Bem Mesmo Sem Você
Copacabana
Verão Assassino

Verão Assassino

Verão Assassino

Mais uma vez, a internet me ajudou a rever um filme que quase ninguém se lembrava que existia!

Em 1976, Elle, uma linda jovem de 19 anos, se muda para uma pequena cidade e, com seu jeito provocante, chama a atenção de todos. Pin-Pon (Alain Souchon), um bombeiro local, se apaixona por ela e eles acabam juntos. Mal sabe ele que ela tem outros planos para depois do casamento…

ViVerão Assassino (L’Été Meurtrier no original, ou One Deadly Summer em inglês) no Estação Botafogo, na segunda metade dos anos 80 (o filme é de 1983). Na época, não existia internet nem dvd, e os títulos em vhs eram poucos. Então, o Estação exibia muitas reprises. Foi assim que vi vários filmes da Isabelle Adjani, como este, Possessão e Nosferatu.

Visto hoje, em 2010, Verão Assassino me pareceu um pouco longo demais. Acostumado que estou com narrativas hollywoodianas, achei que o ritmo do filme poderia ser diferente, para o filme tomar um rumo mais com cara de suspense. Mesmo assim, o resultado é muito interessante. Aliás, vale ressaltar que não me lembro de outro filme com vários personagens se alternando na narração em off, como acontece aqui.

No elenco, só um nome chama a atenção: Isabelle Adjani, novinha, e linda, linda, linda. E desinibida, também, ela tira a roupa diversas vezes! (Ok, vendo com os olhos de hoje em dia, Adjani continua linda, mas… que corte de cabelo feio, hein?)

Adjani alcançou algo que poucas mulheres em Hollywood conseguiram: não só é muito bonita como também é uma excelente atriz. E aqui ela arrebenta. Sua personagem é complexa, multi-facetada, e Adjani a interpreta com maestria.

Verão Assassino nunca foi lançado em dvd por aqui. Como disse no primeiro parágrafo, que bom que hoje existe o download de filmes!