Friends Reunion

Crítica – Friends Reunion

Finalmente, 17 anos depois, temos algo inédito de Friends!

Vou aproveitar e contar a minha história com Friends. A série começou em 1994. Heu não vi desde o início, comecei a acompanhar durante a terceira ou quarta temporada, alguém me indicou e a série passou a fazer parte da minha rotina.

Vamos contextualizar pra quem não viveu a época. Friends passava na TV a cabo, pela Sony. Os episódios da temporada corrente passavam nas terças, no horário nobre – acho que era entre 21h e 21h30. Mas, de segunda a sexta, meia hora antes, tinha um Friends de temporadas anteriores sendo reprisado às 20h30. Ou seja, se por um lado era complicado porque a gente não sabia qual episódio ia ser exibido naquele dia e por isso muitas vezes a gente via episódios repetidos, por outro lado era fácil ver tudo das temporadas anteriores.

(E se vocês acham que ver séries assim era ruim, um dia conto como era ver séries na época da TV aberta. Era beeem pior.)

A partir da quarta temporada, heu já acompanhava os novos episódios nos dias que eram lançados aqui. Lá em casa a gente tinha a “terça feira feliz”, que era dia de pedir pizza e assistir Friends. Vou além: heu gravava os episódios em fitas VHS, cheguei a ter todas as temporadas em várias fitas – se heu soubesse que no futuro lançariam um box em dvd…

Vi Friends até o fim. As últimas temporadas tiveram alguns momentos meio fracos, mas me lembro que a série terminou bem. Teve um spin off do Joey, que era bem mais fraco e durou uma ou duas temporadas, mas ninguém viu, o que ficou na memória de milhares de fãs pelo mundo foram os bons momentos de uma das maiores sitcoms da história da TV.

E desde então começaram a surgir boatos sobre uma volta. Uma nova temporada, ou um filme, quem sabe? Afinal, existiam milhares de fãs órfãos, e nenhum dos atores teve muito sucesso depois que a série acabou – talvez só a Jennifer Aniston, não sei ao certo.

Dezessete anos se passaram, e finalmente temos algo novo. Mas não vimos Monica, Rachel, Phoebe, Joey, Chandler e Joey. Quem aparece em tela são Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer. Friends Reunion é focado nos atores e não nos personagens.

O filme se divide em alguns ambientes. Temos os seis atores visitando um set igual ao usado nas filmagens (o apartamento e a cafeteria); temos uma entrevista feita com plateia, guiada por James Corden. Temos depoimentos de anônimos e alguns famosos (como Kit Harrington e David Beckham) sobre como Friends marcou suas vidas (curioso notar que depoimentos de anônimos são muito mais interessantes que os dos famosos). Temos entrevistas com os criadores da série, David Crane, Marta Kauffman e Kevin S. Bright; temos um momento onde os seis estão sentados a uma mesa, lendo trechos do roteiro, entremeados dos trechos originais da série (talvez este seja o melhor momento deste especial). Também temos uma participação desnecessária de Cindy Crawford, Cara Delevigne e Justin Bieber – mas, por outro lado, a participação da Lady Gaga foi sensacional. Tem participações de alguns atores recorrentes da série, mas é spoiler então não vou dizer quem aparece.

Na introdução, comentam que desde que a série terminou, os seis só estiveram juntos em uma ocasião, ou seja, por mais que isso desagrade os fãs mais xiitas, eles não são amigos de verdade, são apenas atores. Não achei um exagero, me lembrei que já tive diversos trabalhos com música onde perdi o contato depois com meus ex companheiros de banda. Claro, sei que nunca tive um trabalho tão relevante e de tanto sucesso assim, reconheço que é uma comparação bem distante. Mas, por exemplo, tive uma banda de heavy metal nos anos 90, gravamos cd, tivemos vários shows em outros estados – e não conseguimos reunir a banda toda nem no único show de revival que a gente fez depois de anos – um dos guitarristas estava morando em outro país e não participou. Mas, isso pouco importa para o espectador. Se eles eram amigos ou não, não importa, o que importa é que eles funcionavam bem atuando juntos.

Li uma crítica que fala que Friends Reunion é “chapa branca”, porque não menciona os podres, não fala dos problemas de drogas, não fala do fracasso do spin off, etc. Mas, sério que vc quer comemorar um reencontro e ficar revirando podres? Não é melhor celebrar os muitos bons momentos?

Não sei se Friends Reunion vai agradar a todos os fãs. Muita gente vai achar que faltou algo, muita gente vai querer mais. Mas heu gostei. Sobre a pergunta por que eles nunca fizeram um filme. a Lisa Kudrow fala que a série terminou com finais felizes para todos os seis, e que para voltarem em uma nova temporada ou em um filme, esses finais felizes teriam que ser bagunçados, e ela disse que preferia que deixasse assim.

Para o fã é algo difícil de aceitar, porque o fã quer mais. Mas heu concordo. Prefiro algo que termine bem do que algo que estique e perca a magia. Por isso, adorei o Friends Reunion, e que seja um evento único.

A Última Ressaca do Ano

aultimaressacadoanoCrítica – A Última Ressaca do Ano

Quando sua irmã certinha ameaça fechar sua filial, um herdeiro resolve fazer uma festa de Natal épica, a fim de conquistar um grande cliente e salvar o dia. Mas a festa saiu do controle…

A Última Ressaca do Ano (Office Christmas Party, no original) é mais uma daquelas comédias pastelão que usam um bom elenco em situações de humor de qualidade duvidosa.

Dirigido pela dupla Josh Gordon e Will Speck (Coincidências do Amor), A Última Ressaca do Ano tem como único trunfo o elenco. Porque o roteiro até tem uma boa piada aqui e outra ali, mas no geral fica devendo – no dia seguinte da sessão de imprensa vi um desenho que não era comédia e ri mais…

O filme tem todos os clichês de “filme de escritório americano”. Além disso, algumas coisas são previsíveis demais – um exemplo é a máquina de neve, logo até apareceu “adivinhei” o que ia acontecer.

Curiosamente, o protagonista é um nome menos conhecido – T.J. Miller, que era o amigo do Deadpool. Ele está bem, assim como Jason Bateman, Jennifer Aniston e Olivia Munn. Também no elenco, Jamie Chung, Abbey Lee, Rob Corddry e Courtney B. Vance. Kate McKinnon, uma das melhores coisas do último Caça Fantasmas, aqui está irregular.

De resto, o que posso dizer de positivo é até A Última Ressaca do Ano tem menos piadas escatológicas do que o esperado. Mas o resultado final fica devendo.

Mas, afinal, com um título e uma sinopse assim, alguém esperava algo diferente?

Quero Matar Meu Chefe 2

0-queromatarmeuchefe2Crítica – Quero Matar Meu Chefe 2

O primeiro Quero Matar Meu Chefe custou 35 milhões de dólares e rendeu mais de 117 milhões. Claro que iam fazer uma continuação, né?

Cansados de experiências ruins com seus chefes, os amigos Nick, Kurt e Dale resolvem abrir seu próprio negócio. Mas, quando a companhia começa a deslanchar, eles sofrem um golpe do investidor que bancou o negócio. O trio decide partir para um ato desesperado: sequestrar o filho do investidor.

Quero Matar Meu Chefe era uma comédia meio besta que se apoiava em duas coisas: um trio de protagonistas com boa química (Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day) e excelentes coadjuvantes. Na continuação dirigida pelo pouco conhecido Sean Anders, a boa química do trio continua, e temos mais dois bons atores engrossando o corpo de coadjuvantes. Pena que o humor continue grosseiro e com um pé na escatologia – não é exatamente o meu estilo preferido. Se salvam algumas piadas politicamente incorretas, isso sim está mais perto do meu gosto.

Se o roteiro é previsível e as piadas nem sempre são engraçadas, o que salva o filme são os coadjuvantes. Colin Farrell é o único que não está na continuação, mas Jennifer Aniston, Kevin Spacey e Jamie Foxx estão de volta aos seus papeis. E o filme ganhou muito com a adição dos novos coadjuvantes, Christoph Waltz e Chris Pine.

(Curioso ver que uma comédia besta conta com três ganhadores de Oscar: Kevin Spacey, Jamie Foxx e Christoph Waltz. Parabéns aos responsáveis, sem estes três, Quero Matar Meu Chefe 2 seria bem mais fraco. Os três estão ótimos!)

Mesmo assim, Quero Matar Meu Chefe 2 não convence. O humor bobo prevalece e o resultado final é fraco. Talvez divirta quem quiser algo descartável, pra se esquecer no dia seguinte. E só.

Por fim: achei uma pena não ver uma cena com Foxx e Waltz, para revermos Django e dr. King Schultz mais uma vez juntos. Se heu fosse o diretor, não perderia esta oportunidade…

Quero Matar Meu Chefe

Crítica – Quero Matar Meu Chefe

Três amigos, desapontados com seus chefes, pensam na possibilidade de matá-los.

Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses, no original) é aquilo o que a gente espera. Uma comédia com um pé no politicamente incorreto e outro pé no previsível. E com um bom elenco, que salva o filme de cair na mediocridade.

A trama do filme dirigido pelo pouco conhecido Seth Gordon cai em todos os clichês previsíveis. Tá tudo lá: desencontros que causam situações embaraçosas, piadas politicamente incorretas e uma pitada de humor grosseiro. Não é o meu estilo preferido de comédia, mas, dentro do que se propõe, até que o filme funciona “redondinho”.

O melhor aqui sem dúvida é o elenco, principalmente os secundários. O trio principal Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day está bem – tá, talvez Day esteja um pouco acima do tom, mas nada que atrapalhe a fluência do filme. Mas Quero Matar Meu Chefe é dos coadjuvantes Kevin Spacey, Collin Farrell, Jennifer Aniston e Jamie Foxx, principalmente Spacey e Foxx. E o elenco ainda tem Donald Sutherland, Julie Bowen (Modern Family) e Ioan Gruffudd (Quarteto Fantástico)!

Talvez o ponto fraco seja a personagem de Jennifer Aniston. Não pela atriz, que está bem, mas ninguém consegue levar a sério o problema de Day com sua chefa gostosona e ninfomaníaca. Até os outros personagens zombam deste “problema”!

No fim, fica a conclusão que Quero Matar Meu Chefe não é ruim, afinal tem coisa bem pior sendo lançada por aí. Mas também tem coisa melhor…

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Se você gostou de Quero Matar Meu Chefe, o Blog do Heu recomenda:
Um Parto de Viagem
Se Beber Não Case
Eu Queria ter a sua Vida

Marley e Eu

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Marley & Eu

Confesso que nunca tive vontade de ver esse filme. Afinal, é baseado num livro que nunca me atraiu. O livro “Marley & Eu”, de John Grogan, sobre “o pior cão do mundo”, pode até ser um best seller, mas parece ser uma bomba…

Mas… Meu irmão comprou o dvd, minha cunhada recomendou, e… Lá fui heu assistir o filme… E todos os receios se confirmaram. O filme é realmente muito ruim!

Em primeiro lugar, a história é muito besta! Qualquer um que já teve cachorro(s) e/ou filho(s) tem um rol de histórias tão engraçadas e bonitinhas como o autor do livro. Histórias tão boas quanto, ou até melhores.

Em segundo lugar, o elenco é horrível! Owen Wilson interpreta o mesmo Owen Wilson de sempre. E esse papel não se encaixa bem em filmes desse tipo, ele é melhor fazendo um humor mais pastelão. E Jennifer Anniston também repete o seu papel de sempre, a Rachel de Friends, só que um pouco mais feia que o habitual…

Em terceiro, a produção do filme é tão capenga, que erros técnicos pululam aos olhos! Na cena que Wilson vai ao aeroporto buscar Anniston, chove torrencialmente – só em cima do carro! Pessoas ao fundo caminham tranquilamente, sem chuva. Ou, na cena da praia, vemos areia remexida quando a câmera os pega pela frente, mas areia intacta quando a câmera está atrás deles. Ou, na cena da adestradora, ela pede a Wilson que tire os óculos escuros, para o cão vê-lo nos olhos. Mas as pessoas ao lado continuam de óculos escuros. E por aí vai…

O epíteto “o pior cão do mundo” é porque a tal adestradora (uma desperdiçada Kathleen Turner) desistiu de ensiná-lo. Ora, diabos! Este foi o único cachorro que teve problemas com adestramento? Sr. Grogan, acredite, existem cães bem piores!

Acho que vou escrever um livro contando a história da Zara, uma vira-latas que peguei na rua e foi a minha primeira “filha”…

Rock Star

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Rock Star

Recentemente fui convidado a escrever no site www.hardblast.com , um site, claro, sobre rock’n’roll. Como o site fala de rock, resolvi criar uma “filmoteca rock’n’roll”: filmes legais pra quem curte rock. Se tudo der certo, a cada 15 dias terei um novo texto por lá!

Assim que surgiu o convite, me lembrei do filme Rock Star. Não consigo me lembrar de um filme mais apropriado para o hardblast…

A história: nos anos 80, Steel Dragon, uma das maiores bandas de hard rock  do momento, substitui o vocalista original por um garoto que canta numa banda cover.

Legal a idéia, não? E o pior é que o filme se inspirou numa história verídica: quando o Judas Priest escolheu Tim “Ripper” Owens, então vocalista de uma banda cover, pra substituir Rob Halford quando este saiu do Judas.

Este filme é muito legal. Por que digo isso? Porque é um filme que se preocupou com um detalhe essencial pra quem curte um filme do estilo: vários dos atores são músicos! O próprio Mark Wahlberg era rapper antes de se tornar ator (lambram de Marky Mark and the Funky Bunch?). Dominic West, que faz Kirk Cuddy,  é o único membro do Steel Dragon que é ator “de verdade”. Os outros são uns tais de Jason Bonham (filho do John Bonham) na bateria, Zakk Wylde (Black Label Society, Ozzy) na guitarra e Jeff Pilson (Dokken) no baixo… E ainda tem mais uns músicos de “hair metal” nas bandas cover do filme, Blood Polution e Black Babylon.

Assim, o filme ganha a credibilidade necessária, apesar do diretor Stephen Herek não ser exatamente “da área” – seu filme de maior sucesso é aquela versão de Os 3 Mosqueteiros com Kiefer Sutherland, Charlie Sheen e Oliver Platt.

Mark Wahlberg era rapper, mas aqui não ouvimos a sua voz nas músicas. Ele foi dublado por Jeff Scott Soto e Mike Matijevic (da banda Steelheart). Mas, pra quem tiver paciência para olhar os créditos, verá uma brincadeira que fizeram com ele: o Steel Dragon está no palco, e no P.A. soltam o playback de Good Vibrations – hit do Marky Mark…

O filme explora alguns clichês do famoso “sexo, drogas e rock’n’roll”, temos várias situações em cada um dos 3 vértices. Algumas coisas ficam um pouco forçadas – heu não gostei muito do jeito como Bobby Beers saiu da banda, na frente de um fã, nem da reação do empresário quando Izzy abandona o palco. Mas nada que estrague o resultado final.

Enfim, uma boa diversão pra quem curte rock!