The Canyons

Crítica – The Canyons

Filme polêmico à vista! Lindsay Lohan nua, atuando ao lado de um ator pornô!

Quando um jovem produtor de cinema de família rica descobre que sua namorada tem um caso com o ator principal de seu novo filme, ele perde o controle e vira um homem violento.

The Canyons é exatamente o que falei no primeiro parágrafo. Um filme baseado na polêmica. Porque, se tirarmos os fatores “Lindsay Lohan nua” e “co-estrelado por James Deen, ator pornô em seu primeiro filme ‘sério'”, o filme parece um thriller erótico fraco, qualidade Super Cine.

O curioso é que temos um diretor e um roteirista com nomes conhecidos no mercado: Paul Schrader e Bret Easton Ellis. Tá, temos que reconhecer que ambos estão em baixa no momento, mas estamos falando do roteirista de Abaixo de Zero e Psicopata Americano e do diretor de Gigolô Americano e A Marca da Pantera (e que além disso escreveu os roteiros de Taxi Driver e Touro Indomável).  Não são nomes sem importância.

Schrader mostra talento em alguns planos interessantes. Mas é pouco, muito pouco. Ter Ellis no roteiro não acrescentou nada positivo ao filme. A história é fraca e sonolenta.

James Deen é um nome conhecido no pornô contemporâneo, li em algum lugar que ele já fez mais de 4 mil filmes. Ele até que combina com o papel, mas passa a sensação de ser um ator de poucos recursos dramáticos – Deen está o filme inteiro com a mesma cara antipática. E Lindsay faz o mesmo papel de Lindsay Lohan de sempre, com o agravante que em algumas cenas ela está com a maquiagem e/ou o figurino inapropriado para a cena.

E agora vamos à pergunta que deve estar na cabeça de boa parte dos leitores: e a nudez e o sexo, valem a pena? Bem, Lindsay aparece várias vezes com os seios de fora, mas a sua nudez se reduz a isso. Bem, pra quem tinha feito uma cena nua cobrindo tudo em Machete, até que estamos no lucro. Já Deen aparece mais “à vontade”, suas fãs podem apreciar sua nudez frontal. Mas, pra quem trabalha no pornô, até que a cena foi curta.

Ah, falei do figurino inapropriado, certo? Em uma determinada cena, dois casais vão para a cama. Enquanto os outros três estão completamente nus, Lindsay usa uma lingerie que podia ter sido de sua avó. Pô, não quer tirar a roupa, a gente entende. Mas pelo menos use uma lingerie coerente com a cena, né?

Por fim, recomendo o artigo de Stephen Rodrick, publicado no New York Times e traduzido pela revista Piauí. O texto está disponível neste link. É um texto longo pra caramba, contando os bastidores do filme, muito mais interessantes que o filme em si – inclusive, explica uma das maquiagens inapropriadas usadas por Lindsay.

Machete

Machete

Há muito espero para ver este Machete. Quase desisti de ver no cinema (já existe um R5 para baixar na internet), mas aguardei e consegui ver no Festival do Rio, na sala grande – e valeu a pena!

Machete (Danny Trejo) é um eficiente e durão policial federal mexicano, que acaba afastado do seu país pelo traficante que manda na polícia. Imigrante ilegal nos EUA, ele é contratado para matar um político, mas descobre que é uma armadilha, e passa a ser caçado pela polícia americana.

Nem todos sabem a origem deste filme. Ao idealizarem o projeto Grindhouse, Quentin Tarantino e Robert Rodriguez pensaram em falsos trailers para acompanharem os seus dois filmes (À Prova de Morte e Planeta Terror). Eram trailers fakes, os filmes não existiam. Um destes trailers era Machete…

Só que o trailer fez sucesso, e então resolveram fazer o longa. E o filme ficou ótimo, desde já, um dos melhores filmes de 2010!

Machete é sensacional. O diretor Robert Rodriguez, mais uma vez, estava inspirado, e criou uma obra com uma cena antológica seguida de outra. São vários momentos memoráveis! Acho que o meu preferido é a “cena do intestino”. Genial, genial, genial!

Falando de Rodriguez, vou ser repetitivo e copiar o que escrevi sobre ele no post de Planeta Terror: “Robert Rodriguez é um gênio sem par em Hollywood. Ele dirige, escreve o roteiro, produz, edita, faz a fotografia e a trilha sonora e ainda trabalha nos efeitos especiais. E não é só isso: o cara tem duas carreiras paralelas. Além dos filmes para adultos (como Sin City e Era uma vez no Mexico), ele ainda faz filmes infantis, como Shark Boy & Lava Girl e a série Pequenos Espiões. Como ele consegue tempo pra isso tudo? Não sei, mas sei que Hollywood ia ser menos divertida se não existissem caras como ele…”

E Rodriguez continua em forma. Há pouco passou nos cinemas o infanto-juvenil A Pedra Mágica, e agora temos Machete

Vamos falar do elenco? Danny Trejo, eterno coadjuvante de filmes de ação, sempre presente em filmes de Rodriguez, ganhou (acho que pela primeira vez na carreira) um papel principal. Claro que ele é um ator limitado. Mas ele é o Machete perfeito: brutamontes, de poucas palavras, bom de briga e ótimo com uma faca na mão!

Quem estava no trailer original voltou, claro: Jeff Fahey e Cheech Marin, este último presente em vários filmes de Rodriguez, e que aqui lembra seus tempos de Cheech e Chong com seus charutos de maconha.

No time das meninas, temos Jessica Alba, Lindsay Lohan e Michelle Rodriguez. Jessica está o de sempre, bonitinha, mas nada demais – e sua cena de quase nudez é falsa, ela estava vestida e a roupa foi apagada por cgi. Lindsay tem algumas falas espirituosas, que lembram seu conturbado momento atual de vida (problemas ligados a drogas) – e sua nudez também deve ser fake. Michelle faz bem o papel da latina mal-humorada (que ela faz sempre), mas a partir de um momento do filme, seu papel ganha um bom “upgrade” na esquisitice. E vou prestar atenção em Alicia Rachel Marek, a ruiva que faz a mãe da Lilo…

O filme traz ainda alguns “nomes que não estariam numa produção assim”. Robert De Niro está ótimo como o político preconceituoso; Steven Seagal, gordo, também manda bem como o traficante mexicano; só não gostei muito de Don Johnson (sim, ele mesmo, da série Miami Vice), que está quase o filme inteiro debaixo de chapéu e óculos, quase não vemos o seu rosto – aquele papel poderia ter sido feito por qualquer um.

(Acho que o Tarantino aparece não creditado, numa breve ponta. Na cena final, logo antes do confronto, tem um cowboy alto e desengonçado que é a cara dele!)

Machete não tem as falhas propositais que acompanham os dois Grindhouse. Mas manteve o delicioso clima de filme B. É um filme bem feito, mas com cara de vagabundo. E, seguindo essa onda meio trash, os efeitos especiais são excelentes. Tudo exagerado. Exageradamente divertido.

E, pra completar, a trilha sonora é muito boa. O tema principal sozinho já vale a compra do cd!

Enfim, diversão garantida! Recomendo fortemente!

Ah, sim, quem quiser ver o trailer original, está aqui (o trailer “oficial” é este). Acho que Machete está fazendo bonito nas bilheterias, então, é capaz de vermos em breve outro filme baseado nos trailers fakes…

Meninas Malvadas

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Meninas Malvadas

Sou fã do seriado 30 Rock, sitcom escrita e estrelada pela Tina Fey, que conta os bastidores de um programa no estilo do Saturday Night Live (do qual a própria Tina participou). Quando soube que o roteiro deste Meninas Malvadas (Mean Girls no original) era escrito por ela, fiquei curioso pra ver – apesar de não ser muito chegado a comédias adolescentes…

Cady (Lindsay Lohan) é uma adolescente que passou a vida inteira morando na África, por causa do emprego dos pais, e nunca foi a uma escola convencional por isso. De volta aos EUA, já adolescente, tem que aprender a “sobreviver” na escola, onde os grupos sociais são separados. Lá, Cady fica entre dois nerds esquisitões e um grupo de patricinhas muito patricinhas.

Como era de se esperar, são vários os clichês, principalmente na formação dos personagens. Mesmo assim, o filme é divertido e flui bem. Pelo menos até a parte final – acho que o diretor Mark Waters perdeu a mão no momento que o livro com as fofocas é exposto (mas, mesmo assim, a cena do atropelamento é genial!).

De vez em quando Cady observa certos comportamentos sociais e os compara com a savana africana. São momentos muito divertidos!

Enfim, nada que vai mudar a sua vida, apenas uma boa e despretensiosa diversão!

Eu Sei Quem Me Matou

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Eu Sei Quem Me Matou

Filme fraco, mas tão fraquinho… Sabe quando você lê pela internet que um filme é ruinzinho, mas não acredita? Às vezes vale a pena acreditar…

Lindsay Lohan interpreta Aubrey, uma jovem “certinha”: vive numa boa casa, boa família, um namorado apaixonado, estuda piano e ainda escreve contos. Um dia ela é sequestrada, drogada e torturada. E, quando é encontrada, alguns dias depois, sem partes do braço e da perna, diz que seu nome é Dakota, é uma stripper filha de uma junkie, e que nunca ouviu falar de Aubrey nem de ninguém dos seus amigos e familiares.

A idéia nem é tão ruim. Talvez, se o roteiro fosse bem escrito, e o filme não tivesse tantos clichês mal utilizados, não fosse tão ruim. E o fim do filme acho que não convence ninguém…

Vou dar um exemplo de clichê: a idéia das cores saturadas – azul para Aubrey e vermelho para Dakota – ficou óbvia, previsível e sem graça…

Este filme é o recordista de prêmios “Framboesa de Ouro” – uma espécie de Oscar ao contrário, escolhendo os piores filmes do ano – ganhou 8 em 2008, batendo o recorde anterior de 7 prêmios que Showgirls teve!

Alguns ainda vão pensar “Lindsay Lohan como stripper talvez valha a pena…” Nem isso, a atriz bem comportada de Sexta Feira Muito Louca e do novo Herbie está vestida o tempo todo (bem comportada diante das câmeras, ela tem uma certa fama ruim longe das mesmas…).

Resumindo: use uma hora e meia com algo mais útil, como jogar paciência no computador, por exemplo…