Crítica – Beekeeper – Rede de Vingança
Sinopse (imdb) A tentativa brutal de vingança de um homem gera riscos para toda a nação depois que ele é revelado como sendo ex-agente de uma organização poderosa e clandestina conhecida como “Beekeepers”.
Pensa num cara que tem trabalhado muito. Ano passado tivemos quatro filmes com o Jason Statham. Em um deles, Velozes e Furiosos 10, ele aparece pouco, mas nos outros três ele é o protagonista – Esquema de Risco, Megatubarão 2 e Mercenários 4. O ano acabou de começar e, olha lá, já tem filme novo dele em cartaz…
Beekeeper – Rede de Vingança (The Beekeeper, no original) não é um grande filme, mas, se a gente tiver boa vontade, é melhor que os três do ano passado. A direção é de David Ayer, responsável por aquele Esquadrão Suicida ruim; o roteiro é de Kurt Wimmer, que tem uns filmes bem ruins no currículo (como o péssimo The Misfits), mas tem o meu respeito por ter escrito e dirigido Equilibrium (talvez o único filme bom da sua filmografia).
Temos alguns problemas básicos aqui. Começo por Beekeeper – Rede de Vingança ter um argumento quase igual a John Wick. Adam Clay é um assassino extremamente eficiente que sai da aposentadoria e começa a matar um monte de gente para se vingar. “Ah, mas em John Wick matam o cachorro dele” – ué, aqui matam as abelhas!
Mas, já comentei aqui diversas vezes, não me incomodo com ideias repetidas desde que o filme seja bom. O que mais me incomodou aqui foi outra coisa: o cara tem que ser “bonzinho” quando enfrenta policiais. John Wick mata todos os seus adversários, o que é coerente, afinal use o adversário sobreviver, ele pode reagir e atacar de novo. Quando Adam Clay enfrenta adversários que trabalham apara os vilões, ele mata (e algumas dessas cenas são muito boas). Mas quando ele enfrenta adversários da polícia ou do FBI, ele só atira no colete ou na perna. Tem uma cena – que está no trailer – onde ele, sozinho, enfrenta uns 15 homens do FBI, e bate em todos, e nenhum dos adversários atira nele. Desculpa, mas essas cenas forçaram a barra.
Agora, se o espectador se desligar desses “detalhes”, pode se divertir. Inclusive, tem uma cena que parece que foi colocada só pra estabelecer que o filme não deve ser levado a sério. Não entrarei em detalhes, mas é a cena do posto. Aquilo ficou tão exagerado que parece cartunesco! Isso ajuda a engolir a sequência final – aquela festa nunca teria mercenários como seguranças.
Algumas sequências de ação são muito boas. Gostei da cena do celeiro, a gente entende como ele, desarmado, consegue enfrentar adversários armados. E a cena do elevador caindo é sensacional. Na minha humilde opinião, se o filme seguisse mais por esse caminho, seria melhor.
No elenco, Jason Statham interpreta Jason Statham, e ele é bom fazendo o Jason Statham de sempre. Emmy Rever-Lampman faz a principal coadjuvante, mas é uma personagem meio incoerente – ela quer achar quem matou sua mãe, mas ao mesmo tempo quer caçar quem está agindo ao lado dela. Jeremy Irons não consegue estar mal, mas é um bom ator desperdiçado num papel besta. Ainda no elenco, Josh Hutcherson, Bobby Naderi, Jemma Redgrave e uma ponta da Minnie Driver.
Como falei, Beekeeper – Rede de Vingança não é um grande filme. Mas quem entrar na galhofa proposta na cena do posto vai se divertir.