Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Top 6 pontos ruins de Invasão Secreta

Sinopse (imdb): Nick Fury e Talos estão tentando deter os Skrulls que se infiltraram nas esferas mais altas do universo Marvel.

Quando estreou Invasão Secreta, nova série da Marvel na Disney+, pensei em esperar acabar a série e fazer um texto comentando toda a temporada. Mas, o resultado final foi tão decepcionante que mudei de ideia e vou fazer um top 6 de momentos ruins da série.

Escolhi 6 momentos ruins. Podia ser mais, mas a decepção de Invasão Secreta me lembrou a decepção que tive com Obi Wan, e fiz um post com As 6 tosqueiras mais toscas de Obi Wan Kenobi. Então mantive o número 6. E acho que foi uma boa escolha, Invasão Secreta tem mais coisas ruins, mas deu preguiça de rever a série só pra aumentar a lista.

Antes de entrar na lista, uma crítica e um elogio. A crítica é que tudo é arrastado demais, dava tranquilamente pra se cortar as gorduras e fazer um filme de longa metragem em vez de uma série de seis episódios. Conheço várias pessoas fãs do MCU, e quase todos “se esqueciam” de ver os novos episódios a cada semana – diferente de outras séries onde todos corriam logo pra ver.

Agora, nem tudo é ruim. Olivia Colman está ótima, e sua personagem Sonya Falsworth foi a melhor coisa da série. Ela aparece pouco, mas todas as vezes são cenas boas. Uma boa personagem que espero que continue no MCU.

Vamos à lista? Claro, spoilers liberados a partir de agora!

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

– Não acho ruim quando matam um personagem se isso causar um grande impacto na trama e nos personagens. Aquela morte significou algo! Um exemplo dentro do MCU foi a morte da Viúva Negra, que foi um evento bem trabalhado dentro do filme e que causou um enorme impacto em todo o MCU. Agora, quando matam a Maria Hill e o Talos e isso não causa nenhum impacto, aí é ruim. Principalmente a Maria Hill – se o Gravik queria uma imagem do Fury atirando na Maria Hill, causaria o mesmo impacto se o tiro atingisse algo grave e ela precisasse ir para o hospital. Ok, entendo que nem a Maria Hill nem o Talos são personagens muito importantes, a gente nunca veria um filme solo de nenhum deles, mas, mesmo assim, acho que foi desrespeito com o fã.

– A gente descobre que quando um skrull é ferido, aparece a pele real verde dele. Isso acontece algumas vezes ao longo da série. Pra que todo aquele “mexican standoff” entre o Fury e o Rhodes na frente do presidente? Não era só atirar na mão ou na perna do Rhodes?

– A Emilia Clarke é ruim. Existem atores que têm talento, outros têm carisma, e outros têm talento e carisma. Emilia Clarke não tem nenhum dos dois. Acho que está na hora de Hollywwod repensar a carreira dela. Talvez ela funcione melhor como coadjuvante.
(Pra piorar, no fim dá a entender que ela vai trabalhar com a Olivia Colman, que tem talento e carisma. Essa dupla não vai funcionar!)

– Admito que gostei da batalha final, quando usam poderes de vários heróis misturados. Mas, tem uma coisa que ficou estranha: eles aprenderam a dominar os poderes muito rapidamente. Em um filme com o modelo clássico de “filme de origem de super herói”, sempre tem uma parte do filme que é o personagem aprendendo a usar seus novos poderes. Aqui não, os dois já conseguem dominar tudo, automaticamente.

– O local da batalha final era radioativo. Como é que eles guardavam prisioneiros humanos lá?

– Nick Fury foi o cara que organizou a Iniciativa Vingadores. Ele conhecia todos os heróis. Se nenhum herói aparece na série, isso precisa ser verbalizado, senão é um furo de roteiro. Ok, verbalizaram. Existe a pergunta “por que você não chama os seus amigos?”. O problema é a resposta “porque é algo pessoal”. O mundo está à beira da terceira guerra mundial e essa foi a melhor desculpa que os roteiristas pensaram?

Asteroid City

Crítica – Asteroid City

Sinopse (google): Asteroid City decorre numa cidade ficcional em pleno deserto americano, por volta de 1955. O itinerário de uma convenção de Observadores Cósmicos Jr./Cadetes Espaciais (organizada com o objetivo de juntar estudantes e pais de todo o país para uma competição escolar com oferta de bolsas escolares) é espetacularmente perturbado por eventos que mudarão o mundo.

Filme novo do Wes Anderson!

Já comentei aqui que Wes Anderson é um dos últimos “autores” do cinema atual. Um filme dele tem cara de filme dele. O cara é obcecado por enquadramentos perfeitos, tudo em cena está milimetricamente posicionado – o tempo todo. Cada enquadramento do seu filme é perfeito, cada movimento de câmera é perfeito. Claro que reconheço o valor de um filme assim.

Vou além: o filme traz uma metalinguagem, um “filme dentro do filme”, tem um dramaturgo contando uma história, e essa história é o Asteroid City. E Anderson usa formatos diferentes pra cada momento. O filme alterna entre uma imagem p&b meio quadrada (parece o antigo 4×3) quando está com o dramaturgo e o tradicional letterbox colorido quando conta o filme em si.

O visual é fantástico. Mas, por outro lado, quase não tem história. Tirando um evento lá pelo meio do filme, nada acontece. E assim o filme fica cansativo. Fui até checar a metragem, Asteroid City tem 1h45min, mas parece ser mais longo!

Talvez o problema seja não ter um protagonista com uma história principal. Parece que estamos o tempo todo vendo personagens secundários em tramas paralelas.

O elenco é fantástico. Raras vezes a gente vê tantos atores famosos juntos. Foi assim com Oppenheimer, é assim de novo em Asteroid City: Tom Hanks, Edward Norton, Adrien Brody, Tilda Swinton, Steve Carell, Bryan Cranston, Willem Dafoe, Matt Dillon, Jeff Goldblum, Scarlett Johansson, Margot Robbie, Jason Schwartzman, Maya Hawke, Jeffrey Wright, Hope Davis, Liev Schreiber, Sophia Lillis, Tony Revolori – entre outros. Ainda tem uma participação especial do Seu Jorge, ele está no grupo do cowboy Montana. Mas… Diferente de Oppenheimer, que tem um grande elenco e grandes atuações, aqui todas as atuações parecem propositalmente robóticas – combina com o estilo do diretor, mas torna o filme ainda mais cansativo.

Ok, reconheço que vou soar um pouco incoerente agora, porque sempre defendi que a forma vale mais que o conteúdo, sempre defendi que prefiro filmes com visuais fantásticos mesmo que as histórias fossem fracas. Mas, aqui em Asteroid City isso não funcionou. É um filme indubitavelmente bonito. Mas seria melhor se fosse um curta metragem.

Mansão Mal-Assombrada

Crítica – Mansão Mal Assombrada

Sinopse (imdb): Uma mãe e seu filho de nove anos estão tentando começar uma nova vida. Eles aproveitam uma oportunidade imperdível, uma adorável mansão em Nova Orleans.

E vamos para mais uma tentativa da Disney de transformar uma atração do parque em filme. Vou copiar aqui um trecho do que escrevi ano passado quando comentei Jungle Cruise:

Não é a primeira vez que fazem um filme baseado em brinquedos do parque da Disney. O mais famoso e mais bem sucedido é Piratas do Caribe, que já tem cinco filmes, sendo que dois deles passaram a marca de um bilhão de dólares na bilheteria. Os últimos filmes não foram muito bem aceitos, mas é um sucesso incontestável. Agora, heu lembrava de pelo menos mais dois, ambos mal sucedidos nas bilheterias: Mansão Mal Assombrada, de 2003, com o Eddie Murphy; e Tomorrowland, de 2015, com o George Clooney. Mas aí lembrei de quando fui à Disney em 2018, que depois do brinquedo Torre do Terror, vi dvds à venda de um filme feito em 1997 baseado naquela atração, com Steve Guttenberg e Kirsten Dunst. Aí resolvi pesquisar pra saber se tinham outros filmes, e descobri que Missão Marte, feito pelo Brian de Palma em 2000, com Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen, tem um roteiro inspirado na atração da Disney! E ainda descobri mais um, que nunca tinha ouvido falar: Beary e os Ursos Caipiras, de 2002, baseado no brinquedo Country Bear Jamboree.

Poizé. O filme do Eddie Murphy não deu muito certo, então, vinte anos depois, é hora de uma nova tentativa. Pena que também não deu muito certo.

Pra começar, o filme é longo demais. São duas horas e três minutos pra contar uma história que cabia em menos de uma hora e meia. Aí a gente se perde em tramas paralelas que não são importantes para o filme (como o excessivo foco no luto do Ben, que podia ter resultado em algo na parte final, mas foi esquecido). E, pior, é um filme para crianças, que não terão paciência para uma sessão de duas horas!

Sobre o elenco: ninguém está muito mal, mas senti que falta conjunto. Juntaram alguns bons atores, um time heterogêneo, mas falta química entre eles, o grupo não parece entrosado. O time principal conta com Rosario Dawson, LaKeith Stanfield, Owen Wilson, Danny DeVito, Tiffany Haddish e Chase Dillon.

Novo parágrafo pra comentar 3 participações especiais no elenco. Jamie Lee Curtis aparece pouco e está bem como sempre. A guia de turismo me pareceu ser Winona Ryder, mas não está oficialmente creditada. E o fantasma principal é interpretado pelo Jared Leto, mas me pergunto pra que chamar um nome importante como Jared Leto se você não vai usá-lo? O fantasma e em cgi, não vemos o ator. E a voz é alterada, não ouvimos o ator. Podia ser qualquer um!

Nem tudo é ruim. Estive na Disney em 2018, claro que fui na atração Haunted Mansion, mas claro que não me lembro de detalhes. Mas, mesmo assim, me lembrei de várias referências, como o organista tocando e saindo caveirinhas dos tubos do órgão, ou dos fantasmas dançando no salão. Provavelmente quem está com a atração fresca na memória vai pegar muitas referências.

Os efeitos especiais são ok. Nada salta aos olhos nem positiva, nem negativamente. Gostei de alguns takes onde rola uma perseguição entre os corredores e os corredores mudam de comprimento e de eixo, mas são cenas rápidas. A trilha sonora também funciona – e tem uma rápida e divertida citação a It’s a Small World.

Mas no fim, os pontos positivos não são o suficiente pra sustentar, e o filme cansa. Aguardemos a próxima atração que vai virar filme.

O Convento

Crítica – O Convento

Sinopse (imdb): Após a misteriosa morte do Padre Michael, sua irmã, Grace, decide viajar até o convento onde ele vivia na Escócia para descobrir o que realmente aconteceu. Sem confiar na versão oficial da Igreja, ela investiga por conta própria.

Confesso que fui ver este O Convento (Consecration, no original), novo lançamento de terror, com a expectativa lá embaixo. Tivemos tantos filmes de terror ruins recentemente que achei que este era mais um pra lista. Mas, olha, a pouca expectativa ajudou. O Convento não é um grande filme, mas é menos ruim do que a média que temos recebido.

A direção é de Christopher Smith, que em 2009 dirigiu o bom Triângulo do Medo, um filme de viagem no tempo que costumo recomendar pra quem está atrás de filmes pouco conhecidos sobre o tema. Curiosamente, nunca vi nenhum outro filme do diretor.

Já comentei aqui outras vezes: quando um filme acaba mal, perde pontos; quando acaba bem, ganha pontos. O Convento é um filme mediano, mas que termina com um plot twist bem legal, e isso melhora a sua nota.

Triângulo do Medo deixava pontas soltas e depois resolvia, e o mesmo acontece em O Convento. Algumas coisas parecem sem sentido, mas rola um plot twist no final onde boa parte dessas coisas passa a ter sentido. (Algumas coisas continuam sem sentido, tipo o policial deixar a protagonista investigar sozinha uma cena de dois possíveis crimes, mas a gente releva.)

Além de ser um filme bem lento, O Convento traz outro problema: é um terror que não assusta. Não tem jump scare, não dá medo – e ainda por cima usa e abusa de todos os clichês do subgênero “terror religioso”. Pelo menos o cenário do convento na Escócia é bonito.

A protagonista é interpretada por Jena Malone (Sucker Punch, Demônio de Neon), que funciona para o que o filme pede. O único outro nome que heu conhecia no elenco é Danny Houston (Mulher-Maravilha, X-Men Origens Wolverine http://www.heuvi.com.br/x-men-origins-wolverine/), que está caricato como sempre – aliás, o personagem também é ruim. Também no elenco, Thoren Ferguson, Janet Suzman, Alexandra Lewis e Eilidh Fisher.

O plot twist deixa espaço para uma continuação, mas espero que não aconteça. Terminou bem, deixa quieto!

Oppenheimer

Crítica – Oppenheimer

Sinopse (imdb): A história do cientista americano J. Robert Oppenheimer e o seu papel no desenvolvimento da bomba atômica.

Ontem falei de Barbie, hoje vamos de Oppenheimer!

Christopher Nolan é um grande diretor, ninguém questiona isso. Mas, muitas vezes, seus filmes são chatos e pretensiosos. Tecnicamente, Oppenheimer é muito bem feito. Mas… é chato.

São intermináveis três horas de blá-blá-blá, com inúmeros personagens entrando e saindo de tela, com pelo menos três linhas temporais distintas. E é daquele tipo de narrativa que se você se distrai e perde um único diálogo, você se perde pelo resto do filme.

Agora, não podemos dizer que é um filme ruim. Nolan sabe filmar, tecnicamente falando Oppenheimer é muito bom, além de ter uma reconstituição de época irretocável. E o elenco estelar está sensacional.

É até complicado de se falar de tantos atores famosos juntos. Cillian Murphy está muito bem como o principal, e nem sei quem seria o segundo nome mais importante, num elenco que conta com Robert Downey Jr, Matt Damon, Emily Blunt, Florence Pugh, Gary Oldman, Josh Hartnett, Kenneth Branagh, Rami Malek, Alden Ehrenreich, Jason Clarke, Tom Conti, Alex Wolff, Matthew Modine, David Dastmalchian, Dane DeHaan, Jack Quaid, Gustaf Skarsgård e Casey Affleck – entre outros. Se for pra destacar alguém, heu diria que Robert Downey Jr pode ganhar uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante – não só ele está bem diferente do usual como seu personagem tem um bom desenvolvimento. Outro destaque seria para Gary Oldman, que ganhou um Oscar interpretando um líder político na Segunda Guerra Mundial, e agora interpreta outro líder político na mesma guerra. Oldman só aparece em uma cena, mas está sensacional!

A trama vai e vem entre 3 linhas temporais, e a fotografia alterna entre cor e p&b, ajudando o espectador a se situar, a parte em cores seriam divagações sobre a vida do Robert Oppenheimer, enquanto a parte p&b seria documental sobre o julgamento que o cientista foi submetido. Mesmo assim, como tem muita informação ao longo de muito tempo de filme, vai ter espectador perdido.

Confesso que rolou uma certa decepção com a explosão. Nolan é um cara que gosta de filmar coisas reais – o que é algo muito positivo, diga-se de passagem. Em Dunkirk, em uma cena com milhares de soldados na praia, ele fez questão de ter atores até nas fileiras lá atrás onde poderiam ser figuras de papelão. Em Tenet, ele usou um avião de verdade na cena onde o avião bate no hangar. Aqui ele se propôs a mostrar uma explosão atômica sem usar cgi. Ok, é uma explosão bem filmada, mas, não encheu os olhos.

Ouvi gente comentando positivamente sobre a mixagem do som. Mas discordo, achei falha. Em algumas cenas os diálogos ficam embolados atrás de uma trilha sonora alta e efeitos sonoros igualmente altos. Entendo que Nolan queria passar para o espectador que o personagem estava passando por um momento de confusão mental, mas faltou equilíbrio, ficou ruim. Dito isso, preciso admitir que gostei da densa trilha sonora de Ludwig Göransson.

Vai ter muito fã do Nolan elogiando Oppenheimer, afinal, o filme tem seus pontos positivos. Mas, vai ter muito “espectador comum” saindo cansado e confuso da sessão, pensando que teria sido melhor ter comprado ingresso pra ver Barbie.

Barbie

Crítica – Barbie

Sinopse (imdb): Viver na Terra da Barbie é ser um ser perfeito em um lugar perfeito. A menos que você tenha uma crise existencial completa. Ou que você seja um Ken.

Finalmente estreia esta semana o aguardado Barbie! Será que é bom?

Dirigido por Greta Gerwig e escrito por Gerwig e Noah Baumbach, Barbie começa muito bem, usando ironia pra criticar vários clichês ligados à boneca Barbie. Algumas piadas arrancaram gargalhadas na sala de cinema. E todos os cenários e props são sensacionais, parece realmente que estamos vendo acessórios da boneca em tamanho real.

Mas, pena que nem tudo funciona. Todo o plot dos executivos liderados pelo Will Ferrell é péssimo. E aquela correria no cenário das baias é vergonha alheia nível Trapalhões. Outra coisa ruim foi o momento reflexivo depois que a história já estava encerrada, foi um grande anti clímax.

Posso soltar uma polêmica? Ken é irrelevante, ele só “existe” se a Barbie der atenção a ele. Mas, em determinado momento do filme, Ken descobre que pode ter uma personalidade própria. E acaba que ele cria um problema no mundo da Barbie, que acaba virando um “mundo do Ken”. O filme poderia ter aproveitado esse gancho pra promover a igualdade, corrigir onde o Ken estava errado e colocar ambos personagens como protagonistas desse mundo, mas escorrega e volta ao status inicial, jogando Ken novamente para a irrelevância. Ou seja, oportunidade jogada fora.

Mas, fazendo o “advogado do diabo”, a gente tem que lembrar que é um filme da Barbie. E, dentro do universo da Barbie, sim, o Ken e irrelevante. Ken é um acessório, ele não existe sem a Barbie; já a Barbie pode existir sem o Ken. então, pensando sob este ângulo, sim, o Ken pode continuar irrelevante.

O elenco está ótimo. Margot Robbie é excelente para o papel, e o Ryan Gosling consegue estar ainda melhor – tem um momento musical onde ele canta e dança que é sensacional. Kate McKinnon tem um papel curioso, a “Barbie esquisita”, aquela boneca velha que era rabiscada e tinha o cabelo estragado; e Michael Cera está engraçado no ponto exato. E quem for às sessões dubladas vai perder a narração da Helen Mirren. Ainda no elenco, Simu Liu, John Cena, Dua Lipa, Ariana Greenblatt, America Ferrera, Emma Mackey, Kingsley Ben-Adir e Rhea Perlman.

Enfim, Barbie deve agradar ao público alvo. Fui com minha filha, que está com 22 anos e brincou de Barbie quando criança, ela adorou…

Sobrenatural: A Porta Vermelha

Crítica – Sobrenatural: A Porta Vermelha

Sinopse (imdb): Josh Lambert viaja com seu filho Dalton para deixá-lo na faculdade. Mas demônios reprimidos do passado voltam repentinamente para assombrar os dois.

Gosto muito dos dois primeiros Sobrenatural. Mas reconheço que não, não precisava de mais um. Mas, filme de terror tem mercado pra várias continuações. Então, vambora.

Sou fã do James Wan, e vou além: sou fã do estilo do James Wan de se filmar terror. Entre 2010 e 2016 ele dirigiu dois Sobrenatural e dois Invocação do Mal, e a câmera dele é excelente para o que o estilo pede. Os haters não gostam de reconhecer, mas James Wan é o maior nome do cinema contemporâneo nesta subgênero de terror usando jump scares.

O problema é que os filmes fazem sucesso, aí aparecem continuações e spin offs, e outras pessoas menos talentosas assumem a direção. E infelizmente quase todas as continuações e spin offs são bem inferiores.

Sobre este novo filme, nem tudo é de se jogar fora. Vamos primeiro aos pontos positivos. Um deles é que esta é a estreia na direção do ator Patrick Wilson, que revela que tem boa mão pra construir cenas de tensão, tipo naquela cena bem no início do filme onde vemos um personagem no carro, e lááá ao fundo, desfocado, começa a aparecer um vulto misterioso. E o filme ainda tem alguns bons jump scares (confesso que o da porta de vidro me pegou). E a trilha sonora do sempre eficiente Joseph Bishara

(Uma coisa que dá raiva no cinema de terror é quando não sabem fazer jump scares, e toda a cena prepara o espectador para o que vai acontecer. Perde todo o propósito, o objetivo era dar um susto. Se você avisa, não vai dar nenhum susto!)

Uma outra coisa legal é manter o elenco. Rever Patrick Wilson e Rose Byrne já era algo previsível. Mas os dois garotos do filme de 2010, Ty Simpkins e Andrew Astor, também voltam aos mesmos personagens. Vários anos se passaram, era fácil trocar o ator. Mas mantiveram, e Ty Simpkins, que está com 21 anos, virou o protagonista do filme. Também temos participações especiais de Lin Shaye, Leigh Whannell e Angus Sampson, enquanto Barbara Hershey só aparece em fotos. De novidade temos Sinclair Daniel, que faz um alívio cômico que talvez esteja um ponto acima do ideal.

Agora, o roteiro não é bom. Várias coisas não fazem sentido, a começar pela premissa inicial do filme. Logo na cena inicial, vemos que Josh e Dalton passaram por uma terapia de hipnose para esquecer do que aconteceu no filme anterior. Nove anos se passam sem nada acontecer. Aí Dalton vai pra faculdade de artes e uma professora diz pra ele procurar no seu mais íntimo interior, e ele acaba libertando os tais demônios. Até aí, ok. Mas qual é o sentido dos demônios do pai começarem a aparecer só agora, ao mesmo tempo? Josh não fez nada que pudesse servir para despertar os demônios!

Aí a gente começa a ver os furos de roteiro. Tipo, vemos um flashback onde Josh estava possuído no passado, e ele tinha a mesma cara de sempre. Corta pro Dalton possuído nos dias de hoje e ele tem uma maquiagem que lembra os deadites de Evil Dead. Por que os possuídos ficam diferentes? Ou… Entidades estão presas atrás de uma porta, precisa segurar a porta, mas, como é que já estão no quarto do Dalton? A porta não estava fechada naquele momento? Ou ainda: como é que eles são expulsos de uma fraternidade e no dia seguinte voltam lá pra xeretar e tá todo mundo de boa com isso? E por aí vai…

Pena. Agora vou torcer pra ver o Patrick Wilson dirigindo um roteiro melhor.

O Portal Secreto

Crítica – O Portal Secreto

Sinopse (imdb): Um homem consegue um estágio em uma misteriosa empresa londrina com funcionários não convencionais, incluindo o carismático CEO que está incorporando estratégias corporativas modernas a antigas práticas mágicas.

A comparação com Harry Potter é inevitável. Novo filme de fantasia, baseado numa série de livros, usando a magia escondida no mundo contemporâneo como fundo. Escrito por Tom Holt, “The Portable Door” é o primeiro livro da série J.W. Wells & Co. São sete livros, lançados entre 2003 e 2011.

Mas, logo o primeiro filme já foi meio fuén. Será que tem fôlego para uma franquia?

A direção é de Jeffrey Walker, com longa carreira na TV, mas ainda inexpressivo no cinema. Não sei se foi por isso, mas achei o diretor meio tímido. Em alguns momentos o visual lembra filmes do Terry Gilliam, em outros momentos os personagens lembram filmes do Tim Burton, mas só lembram de longe. Na minha humilde opinião, o diretor podia ter aproveitado o tema da magia e ter pirado um pouco.

Os efeitos especiais são ok. Nada salta aos olhos nem negativamente nem positivamente. Na parte final temos goblins, feitos por efeitos de maquiagem – o que era de se esperar quando vemos que o filme foi produzido pela Jim Henson Company (Jim Henson foi o criador do Muppets e teve uma carreira ligada a bonecos no cinema).

Comentários sobre o elenco. O protagonista, Patrick Gibson, é um nome desconhecido, e serve pro que o papel pede: um cara novo e meio abobalhado. Sophie Wilde, sua parceira em tela, também é desconhecida. Agora, temos três grandes nomes no elenco. Christoph Walz é sempre bom, mas aqui ele parece estar no modo “pagar boletos”. Miranda Otto aparece pouco. Sam Neill é que tem um papel menos óbvio, ele é super mal humorado e seu personagem ainda tem um plot twist. Agora, pra mim, a melhor personagem é a recepcionista, vivida por Jessica De Gouw. Ela é ótima! E não devo ser o único a achar, afinal a atriz é desconhecida, a personagem é secundária, e mesmo assim ela está no poster do filme.

O Portal Secreto não é ruim, vai agradar a molecada. Mas não espere muita coisa.

Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seya: O Começo

Crítica – Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seya: O Começo

Sinopse (imdb): O jovem Seiya luta por dinheiro enquanto procura por sua irmã sequestrada. Quando uma de suas lutas explora poderes que nunca soube que tinha, Seiya se vê lançado em um mundo de guerreiros e uma deusa reencarnada que precisa de proteção.

Nunca fui ligado em Cavaleiros do Zodíaco. O desenho estreou aqui no Brasil em 1994, nessa época heu estava no cinema vendo Pulp Fiction, Um Sonho de Liberdade e Entrevista com o Vampiro. Aí quando lançaram este filme, sem sessão de imprensa, e com vários boatos de que era muito ruim, nem me animei. Mas agora surgiu a oportunidade e resolvi ver logo de uma vez.

E confirmei: sim, é ruim.

Como falei, nunca vi o desenho, então meus comentários serão somente sobre o que está na tela, ok?

Parece que a tentativa era de criar uma nova franquia, afinal, o título do filme já diz “o começo”. Mas o roteiro é tão ruim que preferi fazer um top 10 de coisas sem sentido em vez da crítica convencional.

(Claro, spoilers liberados a partir de agora!)

Vamulá?

– Seya aparentemente ganha a vida em lutas underground. O estilo dele é evitar golpes do adversário (Muhammad Ali fazia isso!). Mas uma hora, Cassios, o dono do ringue, fica com raiva, interrompe a luta que ele mesmo estava organizando, só pra bater no Seya.

– Ainda o Cassios: ele resolve entrar pro time dos vilões, só pra matar o Seya. Oferecem dinheiro, ele diz que não precisa, só quer matar o ex funcionário.

– Os vilões têm uns capangas que usam armaduras especiais que são muito resistentes. Ok. Uma cena o Mylock se depara com 4 capangas. Aí ele saca uma arma, atira, e – surpresa! A arma consegue perfurar a armadura! Mylock explica que aquela arma é diferente. Mas… Logo depois ele atira de novo, e a arma não funciona mais.

– Ainda o Mylock nessa luta: se as armaduras são tão fortes, como é que ele consegue quebrar com um bastão?

– A personagem da Marin. Tudo o que envolve ela não faz o menor sentido. Por que ela precisa ficar isolada? Por que ela não ajuda quando o bicho pega? Por que ela não tira a máscara?

– O cenário onde a Marin vive tem um monte de coisas que não respeitam a gravidade. Até aí, aceito. O que não aceito é o Seya chegar lá e achar tudo isso normal.

– Alman Kido solta uma bomba e morre. A única explicação pra isso é: “precisamos reforçar o meme de que o Sean Bean sempre morre nos filmes!”

– Ainda a bomba: explode tudo, todas as construções, tudo vira pó. Mas, Seya e Mylock continuam lá, sem nenhum ferimento.

– Seya, de camiseta, está lutando contra o Cassios ciborgue, com braços e punhos feitos daquele material super duro. Só um soco daquele punho já seria o suficiente pra quebrar todos os ossos de Seya.

– Guraad quase consegue o seu objetivo, que era matar Saori. Mas, quando está quase lá, resolve mudar de ideia.

Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Crítica – Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF devem rastrear uma arma perigosa antes que ela caia em mãos erradas.

E vamos a mais um filme sem fim! Só este ano já é o quarto (depois de Os Três Mosqueteiros, Velozes e Furiosos 10 e Aranhaverso 3). Pelo menos neste aqui fizeram da maneira correta. Depois volto a esse assunto e explico.

Mais uma vez dirigido por Christopher McQuarrie (mesmo diretor dos dois anteriores, Nação Secreta e Efeito Fallout), este novo Missão: Impossível traz o agente Ethan Hunt envolvido com outra trama rocambolesca que envolve sequências alucinantes. Resumindo: um filmão, já candidato a lista de melhores de 2023.

Todo fã de cinema tem que agradecer que existem pessoas como Tom Cruise. Em tempos de streamings trazendo boas opções dentro do conforto de casa, muitas vezes o espectador se pergunta se vale pagar o ingresso caro para ver um filme. Assim como o Top Gun Maverick do ano passado, Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 é outro daqueles filmes que pedem para serem vistos num cinema, de preferência com a maior tela possível!

Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 tem algumas sequências muito bem filmadas. Tem uma perseguição de carros em Roma que é muito boa (curiosamente, na mesma escadaria onde tem uma cena parecida em Velozes e Furiosos 10). E toda a longa sequência do trem é sensacional – e nem estou falando da impressionante cena do pulo de moto no abismo. A parte final da sequência é ainda melhor.

(Um breve parênteses sobre o momento mais emocionante ser na parte final do filme. Comentei no texto sobre Resgate 2 que foi frustrante ver a melhor sequência na primeira metade do filme. Aqui, guardaram a melhor parte pro final.)

“Ah, mas tem muita mentira!” Caramba, TODOS os filmes da saga são assim! Está até no titulo da franquia: missão “impossível”. Claro que vai ter momentos inacreditáveis. O negócio aqui é como esses momentos são apresentados ao espectador.

A trilha sonora é muito boa. O tema clássico composto por Lalo Schifrin é em 5/4 (vou fazer um short comentando esse compasso composto), e em alguns momentos deste filme a trilha segue no mesmo compasso.

Sobre o elenco, Tom Cruise continua sendo “o cara”. Agora sessentão, continua em forma e dispensando dublês, e continua com charme e carisma suficientes pra segurar uma franquia deste porte. Também estão de volta Simon Pegg, Ving Rhames e Rebecca Ferguson. Não gostei muito do novo vilão, interpretado por Esai Morales, achei que ele tem poder demais, mas não chega a atrapalhar.

Queria comentar duas novidades no elenco. Hayley Atwell está muito bem como uma exímia ladra que não sabemos se merece ou não a nossa confiança. Mas, na minha humilde opinião, a melhor adição ao elenco foi Pom Klemetieff. Muita gente não vai reconhecer apesar de já ter visto outros filmes com ela – ela fez a Mantis em Guardiões da Galáxia. Pom está ótima, parece uma versão da Arlequina, meio louca. Ainda no elenco, Vanessa Kirby, Shea Whigham, Cary Elwes, Henry Czerny e Indira Varma.

Por fim, queria comentar sobre a “parte 1”. Reclamei de Velozes e Furiosos e Aranhaverso, primeiro porque não avisam que não tem fim; depois porque interrompem a trama no meio de forma abrupta. Aqui em Missão: Impossível – Acerto de Contas – parte 1 fizeram essa divisão da maneira correta. Por um lado, está no título do filme; por outro, a trama não é interrompida. Acaba a missão que eles estavam, mas a história deixa pontas soltas, que vão ser concluídas no próximo filme.

Filmão. Tomara que o próximo mantenha o nível!