Out of Death

Crítica – Out Of Death

Sinopse (imdb): O departamento de um xerife corrupto em uma cidade rural montanhosa é desfeito quando uma testemunha involuntária atrapalha sua operação sombria.

Dirigido por Mike Burns (que tem um currículo razoável no departamento de música de diversos filmes) e roteirizado pelo estreante Bill Lawrence (acho importante guardar esses nomes pra gente evitá-los no futuro), Out Of Death é ruim ruim. Alguns filmes são ruins mas são divertidos, mas não é o caso aqui. O filme já começa errado quando, antes de tudo, já temos uma espécie de trailer com um resumo do que vamos ver.

Out Of Death tem atuações péssimas. Talvez a Jamie King não esteja mal, mas isso não é um destaque – apenas estou dizendo que ela não está tão ruim quanto o resto do elenco. Em terra de cego quem tem um olho é rei, Jamie King se destaca por isso. Mas, já vi centenas de filmes com elenco ruim, isso infelizmente tem muito por aí. Mas… o roteiro é cheio de diálogos péssimos. atuação ruim mais diálogos péssimos, já viu que não vai dar boa coisa.

Mas calma, porque ainda piora. O filme é cheio de cenas que parecem ser feitas pra convencer o espectador a desistir. Tem várias cenas onde personagens tomam decisões burras, como a protagonista que não para de fotografar mesmo depois que o que ela estava fotografando já acabou. Mas, até aí a gente aceita, porque boa parte do que vemos hoje no cinema tem decisões burras de personagens. Então, vou relevar decisões burras, mas não podemos relevar cenas inteiras sem sentido. Um bom exemplo é a cena onde os personagens estão fugindo, mas precisam parar pra conversar e se conhecerem melhor. Não só isso não faz nenhum sentido, como logo depois eles se separam. Pra que??? Ok, provavelmente o orçamento não era suficiente pra ter o Bruce Willis por todo o filme, então o personagem dele tinha que ter uma desculpa para sair de cena. Mas custava pensar em uma ideia menos ruim?

Teve uma cena onde dei uma gargalhada, mas certamente não era o objetivo dos realizadores. Depois de um momento onde o policial demonstra todo o amor e carinho pela companheira que acabou de falecer, ele a larga o corpo no chão, e o corpo sai rolando…

Ah, os efeitos especiais são péssimos.

Não só o filme é ruim como algumas cenas parecem arrastadas. Me pareceu que não tinham material para uma hora e meia, então esticaram algumas cenas pra preencher a metragem necessária. Ou seja, ruim e chato.

Se posso dizer que gostei de alguma coisa, foi da trilha sonora. Era melhor ter lançado o filme no spotify.

O Esquadrão Suicida

Crítica – O Esquadrão Suicida

Vou começar lançando a polêmica: será que estamos diante do melhor filme da DCEU?

Sinopse (imdb): Os supervilões Harley Quinn, Bloodsport, Peacemaker e uma coleção de malucos condenados na prisão de Belle Reve juntam-se à super-secreta e super-obscura Força Tarefa X enquanto são deixados na remota ilha de Corto Maltese, infundida pelo inimigo.

Antes de começar, vamos explicar as siglas. A Marvel tem o MCU, o Marvel Cinematic Universe, que é o universo onde estão situados as dezenas de filmes. DCEU é o DC Extended Universe, o paralelo da DC. Não leio HQs, então não posso palpitar sobre qual editora é mais bem sucedida nos quadrinhos. Mas no cinema, nem o mais fanático fã da DC vai deixar de reconhecer a superioridade da Marvel.

(Bem, fãs fanáticos às vezes têm cegueira seletiva, então se o cara é muito fanático ele não vai reconhecer os fatos. Mas isso é assunto pra outro post.)

Em 2016 a gente viu o primeiro filme do Esquadrão Suicida, que teve um trailer excelente, um bom início, mas que depois se perdeu completamente e conseguiu decepcionar quase todo mundo. Até achei que iam desistir do time do Esquadrão Suicida, deixa pra lá, foi uma parada que não deu certo.

Mas aí apareceu um James Gunn no horizonte. Vamos lembrar quem é James Gunn? O cara começou na Troma, produtora de filmes trash, acho que seu primeiro trabalho no cinema foi o roteiro de Tromeu e Julieta, de 1996. Ele tinha uma carreira discreta, com filmes “menores” como Seres Rastejantes (2006) e Super (2010), até que foi contratado pela Marvel pra fazer Guardiões da Galáxia. Só pra dar um exemplo da proporção: o orçamento de Super era de 2,5 milhões de dólares, enquanto Guardiões tinha 170 milhões.

Guardiões da Galáxia era um projeto audacioso. Um filme que se encaixaria nos filmes dos Vingadores, mas era uma aventura espacial com um grupo que tinha um guaxinim e uma árvore, feito por um diretor que começou na Troma. E o resultado foi excelente, um dos melhores filmes do MCU (lembrando que tem um monte de filmes bons no MCU!).

Claro que a moral do James Gunn subiu. Ele fez o Guardiões volume 2, e ia fazer o terceiro – até que resolveram catar uns tweets politicamente incorretos que ele tinha feito anos antes, e a conservadora Disney (como mencionei no texto de anteontem sobre Jungle Cruise) o demitiu.

A Warner então o contratou pra “consertar” o Esquadrão Suicida – afinal, tanto os Guardiões quanto o Esquadrão são grupos de anti-heróis com alguns esquisitões no meio.

Vendo isso, a Disney o recontratou pra fazer Guardiões 3, mas antes ele ainda ia fazer este Esquadrão Suicida antes.

E agora a gente tem um James Gunn livre das restrições da Disney. O Esquadrão Suicida parece uma mistura dos anti-heróis de Guardiões da Galáxia com a violência e o humor politicamente correto do Deadpool. Um filme violento, engraçado, e, principalmente, divertidíssimo!

Antes de entrar no filme, vamos à pergunta: é uma continuação ou um reboot? Na verdade, tem cara de reboot, mas é uma continuação. Alguns personagens do outro filme voltam. Mas não precisa (re)ver aquele, a história aqui é independente.

Uma das poucas coisas boas do primeiro filme foi a introdução dos personagens. Aqui não tem isso, sabemos pouco sobre cada um. Mas sabe que não fez falta? O filme até faz piada com isso.

Falei que o filme era violento, né? MUITO violento. Sem entrar em spoilers, mas muita gente morre no filme. Aliás, essa é uma grande diferença para os filmes de super heróis que a gente está acostumado. Aqui morre um monte de gente, tanto personagens quanto extras. Mas não são mortes dramáticas – apesar de algumas serem bem gráficas – tem tiro na cara, tem cabeça explodindo… O filme tem muito sangue, mas a pegada é humor negro – várias mortes geram gargalhadas.

Um bom exemplo disso é uma sequência muito boa onde rola quase uma competição entre o Idris Elba e o John Cena pra ver quem é mais eficiente matando. E quase todas as mortes são engraçadíssimas. E o encerramento da sequência é inesperado e genial!

Uma coisa que gostei muito aqui é justamente essa imprevisibilidade. O roteiro sai do óbvio várias vezes (característica que também acontecia em Guardiões da Galáxia). Você está vendo a cena, achando que ela vai ter uma conclusão, e o roteiro te dá uma rasteira e mostra outro caminho. Gosto disso, gosto de ser surpreendido por soluções fora do óbvio.

As cenas de ação são muito boas. São várias, com vários personagens, e a câmera sempre consegue mostrar bem a ação. E os efeitos especiais também são ótimos. Falei mal da onça de Jungle Cruise, né? O Tubarão Nanaue aqui é muito mais bem feito. Ok, parece uma ideia reciclada, um novo Groot – inclusive porque ambos são dublados por atores famosos (o Groot é o Vin Diesel; o Nanaue é o Sylvester Stallone). Mas, assim como o Groot é um personagem adorável, digo o mesmo sobre o Nanaue.

Ah, ainda nos efeitos. O filme é entrecortado por intertítulos, como se fossem títulos para cada capítulo. E esses intertítulos são escritos com elementos que estão na cena. Boa ideia. Simples e eficiente.

Claro que ainda preciso falar da trilha sonora. Assim como nos dois Guardiões, a trilha aqui é muito bem escolhida. E, olha só, tem música brasileira no meio!

O elenco é ótimo. Mas, como falei, morrem personagens, então não vou entrar em detalhes sobre cada um, pra não dar indícios de quais são os mais importantes. Pelo star power do elenco, arrisco a dizer que os principais seriam Margot Robbie e Idris Elba, mas o filme divide bem o protagonismo entre todo o time. Tem a Alice Braga, num papel pequeno mas importante, mais um filme fantástico na carreira dela (comentei sobre isso no texto sobre Novos Mutantes). Também no elenco, Michael Rooker, Viola Davis, Joel Kinnaman, Nathan Fillion, Jai Courtney, Sean Gunn, John Cena, Daniela Melchior, David Dastmalchian, Sylvester Stallone, Peter Capaldi e uma ponta do Taika Waititi (pisque o olho e você perderá!).

Se for pra falar mal de alguma coisa, falo do vilão Thinker, interpretado pelo Peter Capaldi. Personagem sub aproveitado. Não estraga o filme, claro. Mas é um personagem besta.

Heu poderia continuar falando aqui, mas chega. O filme estreia hoje, quero rever assim que possível. E recomendo pra qualquer um que goste de se divertir nos cinemas.

Ah, tem cena pós créditos! Fiquem até o fim do filme!

Por fim, só pra confirmar a frase do início. Não dá pra comparar este filme com filmes de fora do DCEU, como Coringa ou a trilogia do Nolan, porque são propostas completamente diferentes. Agora, dentro do DCEU, já tivemos Homem de Aço, Batman vs Superman, Esquadrão Suicida, Mulher Maravilha, Liga da Justiça, Aquaman, Shazam, Aves de Rapina, Mulher Maravilha 84 e o novo Liga da Justiça versão do diretor. Alguns bons, outros maomeno, outros ruins. É, olhando a lista, O Esquadrão Suicida é realmente o melhor até agora.

#pas

Jungle Cruise

Crítica – Jungle Cruise

Sinopse (imdb): Baseado no passeio do parque temático da Disneylândia, onde um pequeno barco leva um grupo de viajantes por uma selva repleta de animais e répteis perigosos, mas com um elemento sobrenatural.

Não é a primeira vez que fazem um filme baseado em brinquedos do parque da Disney. O mais famoso e mais bem sucedido é Piratas do Caribe, que já tem cinco filmes, sendo que dois deles passaram a marca de um bilhão de dólares na bilheteria. Os últimos filmes não foram muito bem aceitos, mas é um sucesso incontestável. Agora, heu lembrava de pelo menos mais dois, ambos mal sucedidos nas bilheterias: Mansão Mal Assombrada, de 2003, com o Eddie Murphy; e Tomorrowland, de 2015, com o George Clooney. Mas aí lembrei de quando fui à Disney em 2018, que depois do brinquedo Torre do Terror, vi dvds à venda de um filme feito em 1997 baseado naquela atração, com Steve Guttenberg e Kirsten Dunst – lembro que pensei “vou procurar o filme pra assistir quando voltar pro Brasil”, mas nada ainda. Aí resolvi pesquisar pra saber se tinham outros filmes, e descobri que Missão Marte, feito pelo Brian de Palma em 2000, com Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen, tem um roteiro inspirado na atração da Disney! E ainda descobri mais um, que nunca tinha ouvido falar: Beary e os Ursos Caipiras, de 2002, baseado no brinquedo Country Bear Jamboree.

Resumindo: a gente vê que apesar do sucesso dos parques, transformar isso em bilheteria não é fácil. Deve ter sido por isso que convidaram Dwayne Johnson para protagonizar. Arrisco a dizer que Dwayne é o nome com mais star power na Hollywood contemporânea. O cara tem um carisma gigantesco e é um dos poucos casos do cinema atual onde o nome do ator é mais importante que o nome do filme.

Ainda pegando o gancho do parque da Disney: a atração Jungle Cruise é meio bobinha, é um passeio de barco onde vemos animais animatronics, enquanto um capitão do barco narra o passeio, sempre contando piadas infames. Sim, em inglês, muitos brasileiros não entendem as piadas, e arrisco a dizer que – olha só que irônico – metade da graça do brinquedo são as piadas sem graça do capitão. E tem uma sequência do filme onde o personagem de Dwayne Johnson fala algumas das piadas que estão no roteiro do parque.

Ah, no parque o passeio é na África, aqui estamos na Amazônia, o passeio começa em Porto Velho, Rondônia. Mas foi filmado no Havaí.

Curiosamente, aqui em Jungle Cruise, Dwayne Johnson divide o protagonismo. Emily Blunt tem um papel tão importante quanto o dele. E a dupla está muito bem, aquele clássico clichê de parceiros que se cutucam o tempo todo – e como são dois atores talentosos e carismáticos, a química fluiu bem.

A direção ficou com Jaume Collet-Serra. Gosto dele, ele fez A Órfã, Águas Rasas, alguns filmes com o Liam Neeson badass – mas não entendi a escolha dele pra este filme. Collet-Serra faz um trabalho competente, mas que em nada lembra seus trabalhos anteriores. Me lembrei do Guy Ritchie dirigindo Aladdin. Me parece que em ambos os casos os diretores abriram mão dos respectivos estilos habituais pra fazerem um “filme de estúdio”.

Muitas vezes a história lembra os filmes do Indiana Jones – até na época em que se passa, pouco antes da segunda guerra mundial. Emily Blunt tem algumas cenas que a gente quase ouve o clássico tema do John Williams.

Aliás, comentário sobre a trilha sonora. Quando vemos os flashbacks dos espanhóis, tem uma música de violão dedilhado que foi uma agradável surpresa. É uma versão de Nothing Else Matters! Agora tem Metallica em filme da Disney!

Falei dos personagens principais, mas acho que ainda tem outros dois que merecem ser mencionados. Jesse Plemons (que parece um genérico do Matt Damon) faz um bom vilão, um alemão caricato como pedem os clichês da Disney. E Jack Whitehall, que faz o irmão, toca num assunto que não deveria ser nada de mais em 2021, mas ainda é tabu na Disney – o personagem é gay, ele declara que não queria se casar com nenhuma mulher porque gostava de outra coisa. Existem algumas teorias malucas pela internet tentando forçar uma barra de casos homo afetivos em Luca e em Raya, coisa que só existe dentro da cabeça dos autores dessas teorias. Mas aqui não é teoria, é um caso real, faz parte do filme. Por um lado, é muito discreto; mas por outro lado é a Disney assumindo que tabus podem ser quebrados. Vejo isso como um “copo meio cheio”. Estamos progredindo! Ainda no elenco, Edgar Ramirez e um Paul Giamatti exagerado e desperdiçado.

Achei que os efeitos especiais dos espanhóis lembram os efeitos de Piratas do Caribe, mas com temas de floresta em vez de mar. Será que é uma homenagem? Ou foi coincidência? Ainda sobre os efeitos, gostei da onça, mas em algumas cenas fica nítido o cgi.

Por fim, queria deixar registrada uma experiência pessoal. Sempre fui muito ao cinema, e sempre levei meus filhos. Nos últimos meses fui algumas vezes, mas sempre sozinho. Jungle Cruise foi a volta ao cinema com a família inteira. Todos de máscara, cinema quase vazio, mas, finalmente, cinema voltou a ser um programa familiar.

Jolt: Fúria Fatal

Crítica – Jolt: Fúria Fatal

Sinopse (imdb): Uma segurança com um problema de controle da raiva ligeiramente assassino que ela controla com a ajuda de um colete forrado com eletrodos que ela usa para se chocar de volta à normalidade sempre que fica homicida. Depois que o primeiro cara por quem ela se apaixonou é assassinado, ela parte em uma onda de vingança para encontrar o assassino enquanto os policiais a perseguem como seu principal suspeito.

Antes de entrar em Jolt, um breve comentário para exaltar esse bom momento de filmes de ação estrelados por mulheres. Nas últimas semanas falei de Gunpowder Milkshake e Viúva Negra, e só nos últimos dois anos tivemos Mulher Maravilha 84, Capitã Marvel, The Old Guard (com a Charlize Theron), Anna (do Luc Besson), O Ritmo da Vingança (com a Blake Lively), Ava (com a Jessica Chastain)… Ok, nem todos são bons filmes (não é todo dia que aparece um novo Atômica), mas, ué, nem todos os filmes de ação estrelados por homens são bons, e mesmo assim a gente vê…

Em Jolt: Fúria Fatal (Jolt, no original), é o momento da gente ver a Kate Beckinsale “chutando bundas”. Não que vê-la num filme de ação seja exatamente uma novidade, afinal ela é o principal nome da franquia Anjos da Noite. Aqui ela tem uma personagem ótima, ela tem uma doença que a transforma numa pessoa com uma raiva incontrolável. É muito bom ver na tela uma pessoa assim! Uma boa sacada do filme foi mostrar em um flash o que seria a reação dela, pra depois voltarmos alguns segundos e vê-la tentando se controlar. Esses momentos são divertidíssimos!

Agora, se a personagem é ótima, não posso dizer o mesmo sobre o roteiro. Algumas coisas não fazem muito sentido, como por exemplo a motivação para ela entrar nessa onda de vingança – que justamente é o ponto principal do filme. A gente sabe que ela é uma pessoa desajustada, mas nada me convenceu que ela teria motivos pra se engajar numa jornada como aquela, por um cara que ela mal conhecia.

As cenas de ação são boas. Nada de excepcional, mas são boas. Tem uma dela lutando contra três opositores muito mais fortes que é bem divertida. E tem uma sequência no hospital onde rola um breve plano sequência com uma correria pelos corredores, e logo depois uma cena que provavelmente vai gerar polêmica, envolvendo bebês recém nascidos.

No elenco, o nome a ser citado é a Kate Beckinsale. Ela está ótima, irônica, bonita e brigando bem. Talvez fosse melhor a personagem ser um pouco mais nova, ajudaria a convencer nas motivações – mas, se fosse mais nova, não ia ser ela, então deixa pra lá. Também no elenco, Jai Courtney, Stanley Tucci, Bobby Cannavale, Laverne Cox e Susan Sarandon

O fim do filme tem um plot twist que é um dos piores plot twists que já vi no cinema. Não dou notas aos meus filmes, mas, se desse, só esse plot twist faria a nota descer uns dois pontos. Sério, é um plot twist péssimo.

No finzinho rola uma cena puxando uma continuação. Sabe quando deixam um gancho com algo em aberto? Aqui trouxeram uma atriz ganhadora do Oscar pra uma única cena, só pra fazer esse gancho. Pelo calibre da atriz convidada, heu arriscaria dizer que esta continuação está quase certa.

Tempo

Crítica – Tempo

Sinopse (imdb): Uma família de férias em um paraíso tropical descobre que a praia isolada onde eles estão relaxando por algumas horas está de alguma forma fazendo com que envelheçam rapidamente, reduzindo suas vidas inteiras em um único dia.

Gosto muito do M Night Shyamalan, vi todos os seus filmes, até os ruins. Inclusive gravei um Podcrastinadores falando da sua carreira. Como quase sempre seus filmes envolvem mistérios, vou tentar falar o mínimo aqui, pra não entrar em spoilers.

Tempo (Old, no original) é a adaptação da graphic novel Sandcastle de Pierre Oscar Levy e Frederik Peeters. Não li a HQ, não sei se está fiel ou não, mas pouco importa. Como filme, Tempo funciona bem.

Goste ou não do Shyamalan, é preciso admitir que o cara sabe filmar. Lembro de Dama na Água, que é um filme bem ruim, mas que tem cenas extremamente bem filmadas. Aqui, em Tempo, a câmera está sempre bem posicionada, e muitas vezes em movimento, girando e passeando entre os personagens. E lembrando que boa parte do filme se passa numa praia, não temos muitas opções de ângulos. Tem uma sequência muito boa onde a câmera vai de um lado a outro da praia, e acontece um monte de coisas, aparentemente sem cortes (me parece que foi um plano sequência, quando rever vou prestar atenção). Também gostei da maquiagem, algo necessário quando você precisa mostrar os personagens envelhecendo.

Gostei de Tempo, mas o resultado final não é tão redondinho quando um Sexto Sentido. Alguns diálogos soam artificiais, e algumas coisas não fazem muito sentido, como por exemplo o rapper ter chegado antes na praia e não ter envelhecido. Isso sem falar que tem personagem que é esquecido pelo roteiro…

Além disso, não gostei das explicações. Às vezes o filme perde tempo explicando coisas que não precisam ser explicadas. E tenho uma implicância quando um filme estabelece regras rígidas em cima de suposições. Lembro de Inception, quando eles calculavam que o tempo era uma fração quando se estava no sonho, e então o sonho dentro do sonho teria um cálculo matemático exato. Não, gente, era melhor falar de um tempo aproximado. E o mesmo acontece aqui, os números são exatos, baseados em uma observação que não teve nada de comprovação científica. Não que isso tenha estragado o filme, mas heu preferia se dissessem apenas que “o tempo passa de maneira diferente”. O espectador não precisa de números exatos.

No elenco, Gael Garcia Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Alex Wolff, Thomasin McKenzie, Abbey Lee e Ken Leung. Elenco apenas ok.

Acho que o fim do filme poderia ser outro, poderia ter parado uns 5 minutos antes. Mas ok, aceito o final do jeito que ficou.

Por fim, uma informação que muita gente vai querer saber: o filme com Jack Nicholson e Marlon Brando é Duelo de Gigantes, de 1976. E essa informação não é nem um pouco necessária para o filme Tempo. 😉

Gunpowder Milkshake

Crítica – Gunpowder Milkshake

Uma mistura de John Wick com Kill Bill e uma pitada de O Profissional? Ok, vamos ver qualé.

Sinopse (imdb): Em sua vida turbulenta como assassina profissional, Scarlet foi cruelmente forçada a abandonar sua filha Sam e fugir. Anos depois, apesar do afastamento, Sam também se tornou uma assassina de aluguel de sangue frio. Depois que uma missão de alto risco fica fora de controle, colocando uma menina inocente de 8 anos no meio da guerra de gangues que ela desencadeou, Sam não tem escolha a não ser se rebelar. Isso, no final das contas, a leva de volta para sua mãe e suas ex-ajudantes, que unem forças em uma guerra de vingança contra aqueles que roubaram tudo delas.

Tenho sentimentos conflitantes quando falo de um filme como Gunpowder Milkshake. Por um lado, gosto de um filme assim, onde criam todo um universo fascinante, com boas coreografias de luta. Mas, por outro lado, a gente já viu tudo isso…

Vamos por partes. Primeiro a parte boa. Dirigido pelo quase desconhecido Navot Papushado (quase desconhecido, mas dez anos atrás falei de Raiva, um filme dele, aqui no heuvi!), Gunpowder Milkshake tem uma boa fotografia, boa trilha sonora, bons personagens, e as cenas de luta são quase todas boas (quase, mais pro fim volto a esse ponto). Esteticamente falando o filme é excelente. E ainda tem cenas bem humoradas, característica que heu aprecio. Preciso ser coerente comigo mesmo: gosto quando um filme tem mais forma que conteúdo.

Agora, é muito plágio de John Wick. O recente Anônimo, que é do mesmo roteirista de John Wick, traz semelhanças, mas não parece plágio. Por exemplo: é legal ter um ambiente que é uma espécie de “oásis” onde você precisa deixar suas armas antes de entrar, como o restaurante. Mas, caramba, tinha um ambiente igual em John Wick, o hotel!

Seria melhor se fosse um spin off de John Wick, agora com uma assassina mulher. Se fosse um spin off, talvez a vibe Kill Bill não ficasse tão explícita.

O elenco é bom. Karen Gillan faz cara feia o filme inteiro, mas funciona bem no papel, inclusive nas cenas de ação – não sei se ela usou dublê. Lena Headey e Paul Giamatti aparecem pouco, me parece que o roteiro poderia ter usado melhor os personagens. O trio formado por Carla Gugino, Michelle Yeoh e Angela Bassett serve para o propósito: uma espécie de versão das três fadas madrinhas de Bela Adormecida – inclusive usam roupas das mesmas cores, vermelho, verde e azul.

Gostei do filme, gostei das cenas de ação. Mas duas cenas me incomodaram um pouco. Vou tentar falar sem spoilers.

– Uma delas é um clichê que acontece muito em filmes de ação: vários oponentes, mas só atacam dois ou no máximo três de cada vez. Ok, a gente vê isso em muitos filmes, mas tem uma cena aqui que isso chegou a incomodar. Tem um ônibus com oponentes vindo. Por que só entra um de cada vez?

– A outra é quando um filme mostra uma regra e depois ignora a mesma regra que acabou de mostrar. No hotel em John Wick, na única ocasião onde alguém usa uma arma contra outra pessoa, isso é algo muito grave. Aqui, primeiro não pode armas, mas depois, ok, agora pode. Aí não, né?

O fim do filme deixa espaço pra uma continuação (e no imdb tem um click bait que fala de um possível Gunpowder Milkshake 2 com Jennifer Lawrence e Meryl Streep). Mesmo com essas falhas, curto o estilo, então se tiver um segundo, verei. Tomara que algum roteirista crie algo original.

Um Clássico Filme de Terror

Crítica – Um Clássico Filme de Terror

Sinopse (imdb): Cinco carpoolers viajam em um motorhome para chegar a um destino comum. A noite cai e, para evitar a carcaça de um animal morto, eles se chocam contra uma árvore. Quando eles voltam a si, eles se encontram no meio do nada. A estrada pela qual viajavam desapareceu e há apenas uma floresta densa e impenetrável e uma casa de madeira no meio de uma clareira, que descobrem ser o lar de um culto de arrepiar a espinha.

Dirigido pela dupla Roberto de Feo e Pablo Strippoli, Um Clássico Filme de Terror (A Classic Horror Story, no original) parece uma mistura de um monte de filmes de terror. Tem Midsommar, Louca Obsessão, Pânico na Floresta, O Albergue, O Homem de Palha, Evil Dead… As referências parecem um pouco exageradas, mas depois a gente descobre por que.

Gostei da fotografia do filme, que usa bem as cores e os cenários na floresta e na cabana. Também gostei da trilha sonora, algumas cenas ganham uma tensão maior com aquelas frases de violino.

Agora, o roteiro tem suas escorregadas. Ok, a gente sabe que terá clichês, afinal o próprio nome avisa que é uma “clássica história de terror”, então a gente sabe que vai seguir mais ou menos um certo formato. Mas mesmo a gente sabendo que alguns personagens estão lá só para morrer, os mesmos precisam de algum desenvolvimento. Porque, com zero desenvolvimento, a gente não se importa com eles. Ah, vai morrer? Pode morrer, ué.

(Isso sem falar de um “plot twist” que é telegrafado ainda na parte inicial do filme)

No elenco, só conhecia um nome, Matilda Lutz, que fez O Chamado 3 e Vingança. Também no elenco, Francesco Russo, Peppino Mazzotta, Yuliia Sobol, Will Merrick e Alida Baldari Calabria.

No geral, gostei bastante do resultado, mesmo com algumas escorregadas aqui e ali.

Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

Crítica – Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime

Sinopse (imdb): A dupla formada pelo guarda-costas Michael Bryce e o assassino Darius Kincaid está de volta em outra missão com risco de vida. Ainda sem licença e sob escrutínio, Bryce é forçado a entrar em ação pela esposa ainda mais volátil de Darius, a infame vigarista internacional Sonia Kincaid. Enquanto Bryce é levado ao limite por seus dois protegidos mais perigosos, o trio se mete em uma trama global e logo descobre que eles são os únicos que podem salvar a Europa de um louco vingativo e poderoso.

Em 2017, tivemos Dupla Explosiva um divertido filme de ação / comédia, com Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson, uma bobagem exagerada e divertida. Como se faz uma continuação de um filme desses? É fácil, é só exagerar ainda mais.

A trama não faz sentido e é cheia de absurdos. Mas quem não se ligar em detalhes como “lógica”, vai se divertir. O grande trunfo aqui é o elenco. Não é qualquer filme que tem Ryan Reynolds, Samuel L. Jackson, Salma Hayek, Antonio Banderas e Morgan Freeman. Eles estão atuando bem? Não importa, o importante aqui é que parece que eles estão se divertindo muito, e isso passa para a tela. Aliás é curioso analisar a carreira do Ryan Reynolds e ver que ele fazia comédias românticas. Hoje é impossível vê-lo fora do clima Deadpool.

O cgi aqui às vezes é meio capenga, mas pelo menos as sequências de ação são boas, e bem violentas. É, claro, algumas piadas são hilariantes.

Ok, admito que o roteiro poderia ser melhor. Um exemplo claro: o personagem do Frank Grillo aparece e some quando sem explicações. Focaram demais nas piadinhas e aparentemente esqueceram de revisar o roteiro…

Por fim preciso falar mal do título em português. O primeiro filme era The Hitman’s Bodyguard, ou seja, “O Guarda Costas do Assassino de Aluguel” – mas resolveram chamar de “Dupla Explosiva”. Agora, com Hitman’s Wife’s Bodyguard, tiveram que chamar de Dupla Explosiva 2, o que não faz sentido…

Dupla Explosiva 2: E a Primeira-Dama do Crime é bom? Não. Mas me diverti vendo. Se fizerem um terceiro filme, verei!

Um Lugar Silencioso Parte 2

Crítica – Um Lugar Silencioso Parte 2

E vamos para um dos filmes mais aguardados desde o início da pandemia!

Sinopse (imdb): Após os acontecimentos em casa, a família Abbott agora enfrenta os terrores do mundo exterior. Forçados a se aventurar no desconhecido, eles percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças à espreita além do caminho de areia.

Explico a introdução. A sessão de imprensa de Um Lugar Silencioso Parte 2 (A Quiet Place Part 2, no original) estava marcada, em março de 2020. Veio a pandemia, cancelaram a sessão. E, diferente de outros títulos, Um Lugar Silencioso Parte 2 nunca foi para os streamings, estavam guardando para a volta dos cinemas. Ou seja, pelo menos pra mim, esta estreia foi um marco – o cinema está voltando!

Antes de entrar nesta segunda parte, um rápido comentário sobre o primeiro filme. É um bom filme, reconheço suas qualidades, mas… tem uma coisa naquele filme que me incomoda. Me incomoda tanto que não consigo relevar. Vamulá. Eles vivem num mundo onde monstros atacam guiados pelo som, então tudo precisa ser no máximo de silêncio possível. E vai nascer um bebê, não tem como controlar o silêncio com um bebê recém nascido. Mas… Eles descobrem que podem falar alto ao lado da cachoeira. Como a cachoeira faz um barulho constante, as falas ficam “camufladas”.

ENTÃO POR QUE NÃO FAZER UMA CASA AO LADO DA CACHOEIRA???

Achei isso uma atitude tão burra que nem cogitei o primeiro filme no meu top 10 daquele ano…

Mas, vamos ao segundo filme!

Mais uma vez co-escrito e dirigido por John Krasinski, que também co-escreveu e dirigiu o primeiro, Um Lugar Silencioso Parte 2 segue a vida da mesma família, logo depois dos eventos do primeiro filme.

Na verdade, o filme tem uma sequência inicial que é um prólogo, sequência muito boa, diga-se de passagem. Não li em lugar nenhum, é um palpite meu, me parece que John Krasinski queria aparecer como ator, e como o seu personagem morreu no primeiro filme, ele precisava de um flashback. Sei lá se isso é verdade ou não, mas posso dizer que a sequência é boa, mostra o momento que os monstros chegaram e começam a atacar. Os bichos são rápidos e assustadores, e as cenas são extremamente bem filmadas.

Krasinski consegue fazer um bom trabalho na construção da tensão que permeia toda a projeção. O filme é muito tenso, e rolam uns bons jump scares aqui e ali.

Aliás, a parte técnica do filme é primorosa. Pelo lado dos efeitos especiais, desta vez vemos os monstros com muito mais detalhes, e o cgi está perfeito. Mas, não podemos ignorar o minucioso trabalho de som. É um filme que usa muito o silêncio, tanto em cenas onde os personagens precisam ser silenciosos, quanto em cenas onde o som é cortado, para mostrar o ponto de vista de uma personagem que é surda.

No elenco, Cillian Murphy se junta à familia de Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe, e também temos um Djimon Hounsou num papel menor, quase uma ponta de luxo. Todos estão muito bem. A personagem de Millicent Simmonds ganha uma importância maior e ela quase vira uma protagonista. Nada contra, principalmente se a gente lembrar que, além de boa atriz, ela é surda, então esse papel é perfeito pra ela. Minha única reclamação é mimimi de fã chato, então podem ignorar: sou fã da Emily Blunt, queria vê-la mais tempo na tela.

Ouvi falar de boatos sobre um vindouro terceiro filme. Que mantenha a qualidade!

Viúva Negra

Crítica – Viúva Negra

Sinopse (imdb): Em missões entre os filmes Guerra Civil e Guerra Infinita, Natasha Romanoff precisa lidar com seu passado como espiã e os relacionamentos rompidos deixados em seu rastro, muito antes de se tornar uma Vingadora.

A Marvel deu sorte com timing da pandemia. Quando os cinemas fecharam, a Marvel tinha acabado de fechar a fase 3 com Vingadores Ultimato e Homem Aranha Longe de Casa – imagina se tivessem fechado antes do Vingadores Ultimato?

Sem os cinemas, a Marvel se adaptou ao streaming e lançou 3 séries, Wandavision, Falcão e o Soldado Invernal e Loki – enquanto Falcão e o Soldado Invernal segue o formato dos filmes, Wandavision e Loki pegaram caminhos diferentes e mostraram que a Marvel ainda pode ir muito longe quando se fala de audiovisual de super heróis.

Mas… Cinemas estão aos poucos voltando, e ao mesmo tempo o streaming tá aí firme e forte, e finalmente chegou a hora de um novo lançamento de filme do MCU. Viúva Negra estreia nos cinemas e ao mesmo tempo no Disney+.

Finalmente temos o filme solo da Natasha Romanoff – tivemos filmes solo de vários outros, por que nunca tinham feito o dela? Dirigido pela quase desconhecida Cate Shortland (mais uma vez mostrando que a Marvel faz “filme de produtor” e não “filme de diretor”), Viúva Negra é o filme que estava faltando. Pena que talvez tenha vindo tarde demais. Tarde demais porque a Natasha morreu no último Vingadores, e a princípio sua personagem não voltará mais. Será que não era melhor ter esse filme antes?

Enfim, antes tarde do que nunca. Viúva Negra é um “legítimo Marvel”. Cenas de ação excelentes, algumas piadinhas aqui e ali, inclusive satirizando os clichês de super herói – em determinado momento a Yelena pergunta por que a Natasha sempre cai fazendo pose. E, principalmente, um filme sólido e coeso com um grande universo cinematográfico cada vez mais complexo.

Não li nada antes de assistir, achava que era o “filme de origem”, mas, na verdade, Viúva Negra se passa entre Guerra Civil e Guerra Infinita. Mas, ok, o filme ficou coerente com o MCU.

Claro que temos vários novos personagens. Rachel Weisz e David Harbour estão bem – Harbour faz um alívio cômico que beira a caricatura, mas heu gostei do personagem. Mas, a melhor coisa do elenco é Florence Pugh, que já tinha mandado bem em Midsommar, e aqui quase rouba o protagonismo da Scarlett Johansson. Ela é uma excelente personagem, não só na parte física (ela é muito boa nas cenas de briga). mas também no pouco espaço que o filme deixa pro drama – a personagem dela, Yelena, é quem mais sofreu as consequências dos atos praticados no início do filme.

Sobre os vilões, duas críticas. Gostei do Taskmaster, que parece meio um robô – e tem olhos de cylon! Mas o plot twist sobre quem é debaixo da armadura é meio óbvio. Já o outro vilão, Dreykov, vivido por Ray Winstone, é bem clichê. Sabe aquele vilão que conta o plano todo para o mocinho no momento chave do filme? Poizé. Ok, entendo que metade dos filmes de ação têm esse clichê, mas, da Marvel, a gente espera mais, né? (Pô, tá rolando a série do Loki! Que vilão!)

A mesma crítica falo sobre o terceiro ato do filme. Muita correria e muita explosão, a gente até se perde no meio daquilo tudo. Mas, repito, metade dos filmes de ação têm isso, não é uma crítica à Viúva Negra em particular… Agora, vou te falar que a cena final é de tirar o fôlego. Não falo aqui por causa de spoilers, mas é quando a Natasha consegue escapar.

(Um pequeno parênteses pra reclamar de uma cena em particular: quando a avalanche alcança a prisão, as montanhas não estavam meio longe? Uma avalanche avança tanto em terreno plano?)

Apesar desses clichês, curti o filme. A Marvel continua mostrando porque virou referência quando se fala de filme de super heróis. Aguardemos os próximos, ainda estão previstos mais 3 filmes ainda este ano: Shang Chi, Eternos e o novo Homem Aranha.

Ah, tem uma cena pós créditos. Boa cena. Mas só quem estiver em dia com a Marvel que vai pegar.