Megatubarão

Crítica – Megatubarão

Sinopse (imdb): Depois de escapar de um ataque do que ele afirma ser um tubarão de 70 pés, Jonas Taylor precisa enfrentar seus medos para salvar os que estão presos em um submersível afundado.

Admito que fiquei intrigado com um filme B de tubarão estrelado pelo Jason Statham e com lançamento no circuitão, em vez de ser exibido no canal Syfy. Claro que deveria ser ruim, mas será que seria tão ruim quanto os filmes de tubarão que infestam a grade do canal? Vamos ver qualé.

Pra começar, muita gente reclamou deste Megatubarão (The Meg, no original), por ser um filme vagabundo. Heu digo o contrário: é um filme honesto. Ninguém vai ver um filme chamado “Megatubarão” esperando um grande filme.

Outra coisa em defesa do filme dirigido por Jon Turteltaub: é tecnicamente bem feito. Boas imagens submarinas, o tubarão em cgi funciona, e as cenas de tensão, apesar de absurdas, são bem construídas. Está longe da indigência técnica da série Sharknado. Sim, o roteiro é péssimo, mas se o espectador ignorar a lógica, pode até se divertir.

Agora, temos que reconhecer que o roteiro é repleto de coisas sem o menor sentido. Senti falta do fórum de discussão do imdb, que sempre tinha um tópico “100 coisas que aprendi com o filme tal”. Neste Megatubarão ia ser divertido, o filme inteiro é cheio de coisas absurdas, começando pela introdução do filme – se o megalodonte só foi liberado anos depois, como é que atacou o submarino no início do filme?

No elenco, além de Statham, temos Cliff Curtis, Winston Chao, Shuya Sophia Cai, Ruby Rose, Page Kennedy, Robert Taylor, Ólafur Darri Ólafsson, Jessica McNamee e Masi Oka (sim, o Hiro de Heroes).

Enfim, Megatubarão é ruim, ninguém está questionando isso. Mas vai divertir quem estiver na pilha certa.

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Crítica – Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo

Sinopse (imdb): Cinco anos depois dos eventos de Mamma Mia! O Filme, Sophie aprende sobre o passado de sua mãe durante a gravidez.

O primeiro Mamma Mia foi um grande sucesso. Claro que uma continuação era prevista, afinal, estamos falando de Hollywood. A dúvida era como eles fariam, já que quase todas as músicas famosas do ABBA estavam no primeiro filme. E, se o filme só tivesse “lados B”, não venderia tanto.

A solução foi repetir músicas, mas em outros contextos (com exceção da mais famosa de todas, Dancing Queen, que repete o mesmo cenário e as mesmas coreografias do primeiro filme). Além de Dancing Queen, temos novamente Thank You For The Music, Waterloo, S.O.S., I Have A Dream, Mamma Mia (claro) e Super Trouper (essa como encerramento, com todo o elenco cantando). Não me lembro de como foi Mamma Mia no filme anterior, mas aqui ficou bem legal.

Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo (Mamma Mia! Here We Go Again, no original) resolve usar flashbacks pra contar o passado da personagem. Assim, Meryl Streep dá lugar a Lily James, que vira a protagonista do filme e conta a história dos três pais e da chegada à Grécia, vinte anos antes do filme anterior.

(Uma crítica que fiz sobre o filme anterior é que não sabíamos quando se passava. Agora dá pra saber: Donna chegou na Grécia em 1979, então o filme anterior se passa em 1999, e este aqui seria em 2004. Custava eles dizerem que era um filme “de época”?)

A direção é do desconhecido Ol Parker, que não inventa novidades e deixa o filme fluir de acordo com as músicas. Afinal, o que mais funcionou no primeiro filme foram os belos cenários gregos e as boas músicas do ABBA. Então, o negócio é repetir, e todo mundo sai do cinema feliz.

Sobre o elenco: Meryl Streep deveria estar com a agenda cheia, então seu papel é reduzido (ela só filmou por uma semana). Estão de volta Amanda Seyfried, Pierce Brosnan, Colin Firth, Stellan Skarsgård, Dominic Cooper, Christine Baranski e Julie Walters; de novidades, temos Lily James, Andy Garcia, Cher, Alexa Davies, Jessica Keenan Wynn, Hugh Skinner, Josh Dylan e Jeremy Irvine. E, para os fãs, temos cameos dos dois “B” do ABBA, Benny Andersson e Björn Ulvaeus.

O segundo filme está sendo um grande sucesso de bilheteria, assim como foi o primeiro. Claro que estão pensando num terceiro filme. O ABBA tem música pra três filmes? Ou vão ter que pegar emprestadas músicas de outra banda sueca? O Roxette ia gostar… 😉

Missão: Impossível – Efeito Fallout

Crítica – Missão: Impossível – Efeito Fallout

Sinopse (imdb): Ethan Hunt e sua equipe do IMF, juntamente com alguns aliados conhecidos, correm contra o tempo depois de uma missão que deu errado.

Sexto filme da franquia Missão Impossível!

Pela primeira vez na franquia, temos a repetição de um diretor. Christopher McQuarrie tem pouca experiência (este é apenas o seu quarto filme como diretor), mas ele segura bem a responsabilidade, e entrega um dos melhores filmes do ano até agora.

(Aliás, McQuarrie deve ser um bom amigo de Tom Cruise. Não só ele escreveu e dirigiu o quinto Missão Impossível e o primeiro Jack Reacher, como escreveu os roteiros de Operação Valquíria, No Limite do Amanhã e A Múmia. Seis filmes com Cruise em 11 anos!)

Missão: Impossível – Efeito Fallout (Mission: Impossible – Fallout no original) segue o estilo dos outros filmes: trama rocambolesca através de belos cenários internacionais, ação desenfreada e sequências de tirar o fôlego. Com o detalhe que a gente já conhece: Tom Cruise dispensa dublês!

Cruise aproveita para fazer marketing em cima disso. Se no filme anterior ele ficou pendurado fora de um avião, agora ele aprendeu a pilotar um helicóptero para fazer manobras arriscadas. Além disso, ele faz cenas de moto sem capacete, pula de para quedas e corre pelos telhados (num desses pulos, quebrou o tornozelo). Isso aos 56 anos de idade!

No elenco, além de Cruise, claro, temos a volta de Simon Pegg, Ving Rhames, Rebecca Ferguson, Alec Baldwin, Michelle Monaghan e Angela Bassett. A grande novidade é Henry Cavill, com seu bigode que causou problemas nas refilmagens de Liga da Justiça.

Se teremos um sétimo filme? Não sei. Mas se mantiver a qualidade, que venham mais!

p.s.: Achei um erro de casting termos Rebecca Ferguson e Michelle Monaghan no mesmo filme. Gosto das duas, mas, ninguém mais acha que elas são parecidas?

p.s.2: JJ Abrams está na produção. Mas às vezes parece que é ele na direção, visto a grande quantidade de lens flare…

Ilha dos Cachorros

Ilha dos CachorrosCrítica- Ilha dos Cachorros

Sinopse (imdb): Um surto de gripe canina se espalhou pela cidade de Megasaki, no Japão, e o prefeito Kobayashi exigiu que todos os cães fossem mandados para a Ilha do Lixo. Na ilha, um jovem rapaz chamado Atari sai em busca do seu cão perdido, Spots, com a ajuda de cinco outros cães … com muitos obstáculos ao longo do caminho.

Nove anos depois de O Fantástico Sr. Raposo, Wes Anderson volta ao stop motion, com esse Ilha dos Cachorros (Isle of Dogs, no original).

Antes de tudo, é preciso avisar que Ilha dos Cachorros não é filme para criança. Aliás, é curioso observar como boa parte dos longas em stop motion de hoje em dia não têm crianças como principal público alvo. A Laika (Kubo, Paranorman, Coraline) faz filmes que agradam mais os adultos que as crianças; Tim Burton (Frankenweenie, Noiva Cadáver) tem uma pegada dark; acho que só a Aardman (Fuga das Galinhas, Piratas Pirados, Shaun: o Carneiro) faz stop motion para o público infantil.

Ilha dos Cachorros é uma fábula contada por cachorros – e o que é curioso é que o público só entende os diálogos caninos, todos os diálogos humanos estão sem legendas! E a trama traz críticas ao totalitarismo, à limpeza étnica e ainda cita políticos corruptos. Ou seja, não é um filme infantil!

Quem conhece o estilo do Wes Anderson, sabe que o visual do filme vai ser bem trabalhado. Anderson é um dos poucos diretores contemporâneos que mantém uma identidade visual. Seus filmes são sempre cheios de detalhes visuais bem cuidados, e lha dos Cachorros não é diferente. A animação enche os olhos! E a boa trilha sonora de Alexandre Desplat ainda melhora a experiência.

Outro dia falei aqui do elenco de Hotel Transilvânia 3, né? O elenco de vozes aqui é muito mais impressionante: Bryan Cranston, Edward Norton, Bill Murray, Jeff Goldblum, Greta Gerwig, Frances McDormand, Scarlett Johansson, Harvey Keitel, F. Murray Abraham, Tilda Swinton, Liev Schreiber, Courtney B. Vance e Yoko Ono – e ainda tem Anjelica Huston num papel mudo, seja lá o que isso significa numa dublagem…

Boa opção diferente do comum!

Arranha-Céu: Coragem Sem Limite

arranha ceuCrítica – Arranha-Céu: Coragem Sem Limite

Sinopse (imdb): Um pai faz um grande esforço para salvar sua família de um arranha-céu em chamas.

Depois de Jumanji e Rampage, olha o The Rock de novo em cartaz! Três filmes em 7 meses!

Escrito e dirigido por Rawson Marshall Thurber (que até agora só tinha feito comédias), Arranha-Céu: Coragem Sem Limite (Skyscraper, no original) é um típico filme de ação descerebrado. Quem procura uma boa história, deve evitar.

Parece um Duro de Matar misturado com filme catástrofe, mas com um roteiro desleixado e previsível do início ao fim. Muita coisa não faz o menor sentido. Aliás, rolou uma divertida polêmica quando saiu o cartaz do filme uns meses atrás – várias “teorias” tentando explicar como aquele salto funcionaria.

Mas, por outro lado, temos Dwayne Johnson. Ele sozinho vale o ingresso. Grande, forte, simpático e muito carismático, The Rock faz o filme valer a pena (para aqueles menos exigentes). O cara é tão bom que tiveram que tirar uma perna do personagem, pra facilitar um pouco pro vilão caricato da vez. A sumida Neve Campbell lhe faz companhia.

Enfim, é difícil recomendar um filme desses – porque o filme não é bom. Mas acredito que vai agradar o seu público alvo.

Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas

Hootel Transilvania 3Crítica – Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas

Sinopse (imdb): Durante as férias com sua família, o Conde Drácula encontra uma afinidade romântica.

Drácula e seus amigos estão de volta!

Como este é o terceiro filme da série, a gente já sabe mais ou menos o que esperar. Dirigido pelo mesmo Genndy Tartakovsky dos outros dois filmes, Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas (Hotel Transylvania 3: Summer Vacation, no original) mantém o mesmo padrão. Quem gostou dos outros dois vai curtir.

A animação não tem a qualidade de uma Pixar, mas não é nada que incomode. Temos alguns personagens novos, mas a estrutura é a mesma. Algumas boas piadas, algumas piadas bobas, tudo meio previsível, mas mesmo assim tudo leve e divertido.

O elenco original é ótimo – Adam Sandler, Andy Samberg, Selena Gomez, Kevin James, Fran Drescher, Steve Buscemi, Molly Shannon, David Spade, Kathryn Hahn e Mel Brooks. Pena que vi a versão dublada. Pelo menos a dublagem é muito bem feita.

Férias escolares chegando, Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas não é nada excepcional, mas vai agradar os pequenos, sem ofender os pais.

Os Incríveis 2

Os Incríveis 2Crítica – Os Incríveis 2

Sinopse (imdb): Roberto Pera (Sr. Incrível) é deixado para cuidar das crianças enquanto Helena (Mulher Elástica) está fora salvando o mundo.

O primeiro Os Incríveis, de 2004, é um dos meus favoritos da Pixar. Será que a continuação é tão boa quanto?

Escrito e dirigido pelo mesmo Brad Bird do primeiro, Os Incríveis 2 (Incredibles 2, no original) mantém o nível, num ótimo equilíbrio entre ação e comédia, numa história que começa logo depois do fim do primeiro filme (apesar de termos 14 anos separando os dois).

As sequências de ação são excelentes, não devem nada a filmes live action (não à toa, em 2011 Brad Bird dirigiu Missão Impossível Protocolo Fantasma). E, na parte da comédia, o filme é muito, muito engraçado. Todas as sequências com o Zezé descobrindo seus poderes são hilárias.

Não só Os Incríveis 2 mantém o nível do primeiro, como se atualiza para se encaixar melhor no cinema de hoje, onde o empoderamento feminino está em toda parte. Helena vai para as ruas combater o crime, enquanto Roberto fica em casa com as crianças – não se esqueçam que a trama se passa na década de 60! E o melhor de tudo é que isso soa normal na tela, não parece panfletário.

Na parte da animação, não tem o que se falar. É Pixar. Ponto. Animação simplesmente perfeita, tudo na tela tem textura real. Soma-se a isso uma ótima trilha sonora de Michael Giacchino que emula filmes policiais dos anos 60 / 70, um clima meio Henry Mancini / Lalo Schifrin.

O elenco original é bom (Craig T. Nelson, Holly Hunter, Catherine Keener, Samuel L. Jackson, Isabella Rossellini, Bob Odenkirk, Sophia Bush), mas vi a versão dublada. Pelo menos a dublagem é muito boa, e uma das melhores piadas está na dublagem!

Se existe algo de negativo em Os Incríveis 2 é que o plot twist é um pouco previsível. Mas, visto que o público alvo a princípio são crianças, não acho tão grave assim.

Sicário: Dia do Soldado

Sicario 2Crítica – Sicário Dia do Soldado

Sinopse (imdb): A guerra às drogas na fronteira entre os EUA e o México aumentou à medida que os cartéis começaram a traficar terroristas pela fronteira dos EUA. Para combater a guerra, o agente federal Matt Graver se reencontra com o imprevisível Alejandro.

Sicario: Terra de Ninguém, de 2015, é um filme de ação cultuado entre os críticos, por ter Dennis Villeneuve na direção e Roger Deakins na fotografia – o que realmente dava um visual mais bem elaborado do que a maioria dos filmes de ação. Esta continuação não tem nem Villeneuve nem Deakins, mas mesmo assim o resultado ficou muito bom.

Sicario: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado, no original) não tem o visual elaborado do filme anterior, mas o pouco conhecido diretor Stefano Sollima (ele já fez bastante coisa na Itália, mas acho que é seu primeiro trabalho em Hollywood) mandou bem. O filme é tenso e tem cenas de ação muito bem filmadas.

Parte do mérito é do roteirista Taylor Sheridan, o mesmo do primeiro filme. Sheridan consegue entregar uma trama muito bem amarrada (tirando alguns escorregões na parte final). Sicario: Dia do Soldado tem um bom ritmo, bons personagens e uma trama que prende o espectador.

Sobre a dúvida que paira sobre toda continuação: não, não é preciso (re)ver o primeiro filme. Inclusive, a protagonista do filme anterior (Emily Blunt) nem foi citada aqui. Dá pra acompanhar tudo sem problemas.

Entrando no elenco, não tem como reconhecer que Josh Brolin vive um momento excelente na carreira – no intervalo de poucos meses, ele foi a figura central de Guerra Infinita, o antagonista de Deadpool 2, e agora estrela outro filme de ação. Papéis centrais em três grandes filmes seguidos! Brolin, mais uma vez, está muito bem, assim como Benicio Del Toro (que, por coincidência, também estava em Guerra Infinita). Também no elenco, Isabela Moner, Catherine Keener, Matthew Modine, Jeffrey Donovan e Manuel Garcia-Rulfo.

O fim do filme tem uns furos de roteiro meio feios, tipo o cara baleado encontrar os carros que deveriam estar a quilômetros de distância. E achei que o personagem de Josh Brolin não tomaria aquela atitude. Entendo isso como uma decisão de deixar pontas soltas para um Sicario 3

Hereditário

HereditarioCrítica – Hereditário

Sinopse (imdb): Depois que a matriarca da família morre, uma família em luto é assombrada por acontecimentos trágicos e perturbadores, e começa a desvendar segredos obscuros.

Alguém aí gosta de terror sério?

Mais uma vez, a produtora A24 (A Bruxa, Ao Cair da Noite) nos traz um filme de “pós terror”: Hereditário (Hereditary, no original).

(Não gosto muito de rótulos, mas estou pensando em adotar este “pós terror”, que acho que surgiu com It Follows e Babadook. Serve para diferenciar o estilo do terror, são filmes lentos, sérios e sem jump scares – bem diferente do “terror montanha russa” do James Wan – que, diga-se de passagem, também sou fã).

Escrito e dirigido pelo estreante em longas Ari Aster, Hereditário vai por este caminho. Um filme lento e desconfortável, que deixa o espectador angustiado quando acaba a sessão.

Algumas cenas são simplesmente geniais. A cena do acidente é primorosa, capaz de embrulhar o estômago do espectador sem mostrar quase nada. E Aster sabe muito bem explorar as maquetes e miniaturas que a personagem de Toni Collette faz.

Parágrafo à parte para falar da Toni Collette. Que interpretação! Arrisco a dizer que ela ganhará uma indicação ao Oscar por este papel, tem até um “clipe de Oscar” pronto na cena do jantar – lembrando que Kathy Bates levou o Oscar por um filme de terror, Louca Obsessão. Alex Wolff (que estava no novo Jumanji) também está muito bem – a cena do acidente tem um longo close em seu rosto. Também no elenco, Gabriel Byrne e Milly Shapiro.

Assim como aconteceu com A Bruxa dois anos atrás, vai ter gente insatisfeita, reclamando ao fim da sessão. Mas, para quem souber apreciar, temos aqui um dos melhores filmes do ano.

Jurassic World: Reino Ameaçado

Jurassic World Reino AmeaçadoCrítica – Jurassic World: Reino Ameaçado

Sinopse (imdb): Quando o vulcão adormecido da ilha começa a ressoar, Owen e Claire montam uma campanha para resgatar os dinossauros remanescentes deste evento de nível de extinção.

O primeiro Jurassic Park, de 1993, é até hoje um grande filme. Por outro lado, suas continuações de 1997 e 2001 são esquecíveis. Já o reboot de 2015 trouxe um novo sopro de energia à franquia. Será que existe pique pra mais um filme?

Mais ou menos. Jurassic World: Reino Ameaçado (Jurassic World: Fallen Kingdom, no original) tem seus momentos, mas o resultado final deixa a desejar.

Admito que gostei da escolha do diretor, J.A. Bayona, que fez O Orfanato, O ImpossívelSete Minutos Depois da Meia Noite. Mas uma produção deste porte normalmente não tem muito espaço pra criatividade na direção…

A parte técnica é impressionante. Se o primeiro Jurassic Park já tinha dinossauros convincentes, hoje, quando o cgi é ainda mais evoluído, a produção não economizou. Mais uma vez, temos vários dinossauros, todos muito bem feitos.

Por outro lado, o roteiro exagera nas forçações de barra. Tipo o Chris Pratt esquecer que ele não está num filme de super heróis e lutar sozinho contra vários homens armados. Ou um dinossauro modificado, que falam que tem olfato apurado, mas você consegue se esconder dele atrás de uma pilastra. Não digo mais pra não entrar em spoilers, mas o filme está cheio de situações assim. Pra piorar, tudo é muito previsível. Isso porque não tô falando de ideias repetidas dos outros filmes – de novo um dinossauro aprimorado geneticamente, de novo a ideia de se usar dinossauros para guerra, de novo uma criança desnecessária no meio da trama.

Sobre o elenco, Chris Pratt e Bryce Dallas Howard voltam aos seus papeis de Owen e Claire. Jeff Goldblum também volta ao papel de Ian Malcom, dos dois primeiros filmes, em uma rápida participação. Pelo lado negativo, temos três bons exemplos de personagens caricatos: a latina empoderada (Daniella Pineda), o nerd medroso (Justice Smith), e o vilão capitalista (Rafe Spall). Muito espaço pras caricaturas, pouco espaço pra bons atores como James Cromwell e Geraldine Chaplin (Toby Jones também é um bom ator, mas é mais um num papel caricato).

Claro que teremos mais uma continuação se este filme tiver retorno. E claro que a gente vai ver. E se não tiverem novas ideias, claro que vão repetir tudo. De novo.