Operação Red Sparrow

Operação Red SparrowCrítica – Operação Red Sparrow

Sinopse (imdb): A bailarina Dominika Egorova é recrutada para a “Sparrow School”, um serviço de inteligência russo onde é obrigada a usar seu corpo como arma. Sua primeira missão, visando um agente da C.I.A., ameaça desvendar a segurança de ambas as nações.

Atômica, um dos melhores filmes do ano passado, mostrava uma espiã na Europa em cenas de ação de tirar o fôlego. Este Operação Red Sparrow (Red Sparrow, no original) também traz uma espiã europeia, mas é outro estilo de filme, totalmente diferente.

Dirigido por Francis Lawrence (que não é parente, mas que já dirigiu Jennifer Lawrence em três filmes da franquia Jogos Vorazes), Operação Red Sparrow é um filme lento, que foca mais no “jogo de xadrez” político do que na ação. Vai ter gente decepcionada.

(Depois da sessão de imprensa, ouvi alguns críticos reclamando que o trailer dava sinais de que a Jennifer Lawrence de Operação Red Sparrow seria quase uma Natasha Romanoff. Sorte que não vi o trailer…)

Baseado num livro escrito por Jason Matthews, um ex-agente da CIA, Operação Red Sparrow tem pouca ação, é um filme de espionagem à moda antiga, com uma trama complexa e algumas reviravoltas no roteiro. É um bom filme, mas tem problemas de ritmo, e a longa duração atrapalha. Se dessem uma enxugada o resultado seria melhor.

A parte do treinamento dos sparrows é uma das melhores coisas do filme – sedução se mistura com humilhação (física e psicológica). A gente sempre vê espiões no cinema usando sexo e sedução, aqui eles aprendem a usar isso – e de maneira fria. Taí, acho que heu veria um filme inteiro só com os sparrows – primeiro os treinamentos, depois a prática.

Retrato dos dias atuais: temos uma mudança da visão do comportamento sexual dos personagens. Décadas atrás, o sexo era muito presente nos filmes do James Bond, mas a gente tinha uma visão romântica disso. Dominika Egorova usa o sexo sem emoções, somente para conseguir seus objetivos.

As cenas de nudez da Jennifer Lawrence são um reflexo disso. Nas cenas de sexo, ela não mostra nada. Só mostra em cenas onde o “assunto” é poder e dominação.

O elenco é muito bom. Jennifer Lawrence é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, apesar de muita gente não gostar dela. E ela está acompanhada de um elenco de primeira linha, que inclui Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Jeremy Irons, Ciarán Hinds e Joely Richardson. Mas teve uma coisa que achei mal feita. Boa parte dos personagens são russos, e a produção decidiu deixá-los falando inglês, com sotaque. Ficou tosco…

Pelo hype, muita gente vai ver Operação Red Sparrow, mas tenho minhas dúvidas se muita gente vai gostar.

A Maldição da Casa Winchester

maldição da casa winchesterCrítica – A Maldição da Casa Winchester

Sinopse (imdb): Instalada em sua extensa mansão na Califórnia, a excêntrica herdeira Sarah Winchester acredita ser assombrada pelas almas das pessoas mortas pelo rifle de repetição Winchester.

Será um filme com os irmãos Sam e Dean Winchester, de Supernatural? Ah, não, é outra família Winchester. Em A Maldição da Casa Winchester (Winchester, no original), a família Winchester é a dos fabricantes de armas. Nada a ver com a série…

Filme novo dos irmãos Spierig, os mesmos que fizeram o excepcional O Predestinado uns anos atrás. Por causa de O Predestinado, eles ainda têm crédito comigo, apesar de terem ficado devendo com A Maldição da Casa Winchester (o mesmo aconteceu com Jigsaw, lançado ano passado)

A Maldição da Casa Winchester simplesmente não anda. Um jumpscare aqui, outro ali, no meio de um monte de clichês. O filme até acerta em algumas cenas (como a cena do espelho), mas no geral é tudo chato e previsível demais. A única coisa que realmente chama a atenção é a casa, que, estranhamente, é pouco explorada.

Pior é que essa casa existe, e a casa real parece ser mais interessante do que o que foi mostrado no filme. Catei fotos no Google, deu vontade de conhecer a casa pessoalmente. Taí, pela primeira vez achei que um documentário sobre o local pode ser melhor do que um filme de ficção. A casa parece ser fascinante!

No elenco, não tem como não se decepcionar com a Hellen Mirren. Claro que ela não está mal, mas não precisava de uma atriz do porte dela, qualquer uma faria esse papel. Também no elenco, Sarah Snook, Jason Clarke, Finn Scicluna-O’Prey, Eamon Farren e Bruce Spence. E, pra quem não reconheceu, Angus Sampson é o Tucker de Sobrenatural.

A Maldição da Casa Winchester não chega a ser ruim, mas, infelizmente, também está longe de ser bom.

Pequena Grande Vida

Pequena Grande VidaCrítica – Pequena Grande Vida

Sinopse (imdb): Uma sátira social onde um homem percebe que ele teria uma vida melhor se ele fosse encolhido a doze centímetros de altura, permitindo-lhe viver em riqueza e esplendor.

Sabe quando uma ótima ideia se perde ao longo do filme?

Achei genial a premissa de Pequena Grande Vida (Downsizing, no original). Pessoas muito menores consomem muito menos, o dinheiro para sustentar uma pessoa normal proporciona vida de luxo para os pequenos. E a ideia ainda melhora quando vemos a “favela” e começamos a ver as imperfeições deste mundo utópico. Pode-se discutir o quanto é válido o procedimento, questões sociais e econômicas, como ficariam relações familiares… Ei, essa premissa é tão rica que poderia virar uma série

Mas não. Pequena Grande Vida começa bem, mas se perde completamente. Entram ideias desinteressantes, como um romance improvável e uma subtrama apocalíptica. E o filme termina com o espectador se questionando pra onde foi a boa ideia.

Pra piorar, o roteiro tem personagens que estão na história sem nada acrescentar, tipo o Konrad interpretado por Udo Kier (tire o personagem, nada se perde). Isso sem contar com personagens que somem, tipo a mãe do Matt Damon ou o personagem do Jason Sudeikis.

O diretor e roteirista Alexander Payne tem um currículo impressionante. Foi indicado ao Oscar de melhor diretor em seus três últimos filmes, Sideways (2004), Os Decendentes (2011) e Nebraska (2013) – e ganhou os Oscars de melhor roteirista pelos dois últimos (os três filmes ainda foram indicados ao Oscar de melhor filme). Nada mal. Mas acho que desta vez ele vai passar longe de premiações.

O elenco está ok. Matt Damon faz o de sempre; assim como Christoph Waltz, repetindo o “Hans Landa / King Schultz” (mas isso não me incomoda, gosto do seu “personagem único”). Também no elenco, Hong Chau, Kristen Wiig e Rolf Lassgård, além de uma divertida ponta de Neil Patrick Harris e Laura Dern.

No fim, fica a frustração. Aposto como cada espectador vai pensar num modo melhor de terminar o filme.

Eu, Tonya

Eu TonyaCrítica – Eu, Tonya

Sinopse (imdb): A patinadora de gelo competitivo Tonya Harding sobe nos rankings dos Campeonatos de patinação artística dos EUA, mas seu futuro na atividade é posto em risco quando seu ex-marido intervém.

Em determinado momento de Eu, Tonya (I, Tonya, no original), a personagem título Tonya Harding fala que ela era a segunda personalidade mais conhecida nos EUA, atrás apenas do Ronald Reagan. Bem, não sei se sou só heu, mas admito que sabia pouco sobre ela. Sei que Tonya Harding era uma patinadora, mas não sabia de quase nada da sua história. Que bom pra mim, não sabia “spoilers” sobre sua história!

Eu, Tonya é uma boa biografia, assim como Tonya Harding é uma boa biografada. Temos um personagem rico, uma atleta com talento acima da média, e completamente fora do padrão de comportamento. Gostei da história dela – apesar de não saber se o que aparece no filme é verdade ou não.

Dirigido pelo pouco conhecido Craig Gillespie (da refilmagem de A Hora do Espanto), Eu, Tonya tem uma narrativa pouco convencional. Não só vemos o elenco caracterizado como se fosse nos dias atuais, interpretando entrevistas “reais”, como várias vezes estamos acompanhando uma narração em off, até que a câmera alcança o personagem que está falando, e este se vira para a câmera, quebrando a quarta parede e terminando sua narrativa diretamente para o público. Gostei dessa ideia – não me lembro de ter visto isso antes.

Outra parte técnica digna de nota são as cenas de patinação. Não sei o quanto a Margot Robbie sabe patinar e o quanto foi usado de dublês. Só sei que as sequências ficaram perfeitas. E gostei de ter visto durante os créditos finais a Tonya Harding original, na mesma competição que vimos antes no filme.

Claro que o nome que mais chama a atenção no elenco é Margot Robbie, a Arlequina de Esquadrão Suicida (uma das poucas coisas boas daquele filme). Robbie está muito bem, tanto que ganhou uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Mas, na minha humilde opinião, o grande destaque é Allison Janney, também indicada ao Oscar (atriz coadjuvante). Também no elenco, Sebastian Stan, Julianne Nicholson, Paul Walter Hauser, Bobby Cannavale Bobby Cannavale e Bojana Novakovic.

Por fim, preciso falar da trilha sonora. Sabe Guardiões da Galáxia, que pega boas músicas pop e insere dentro do contexto da história que está sendo contada? Eu, Tonya segue o mesmo conceito. Não só as músicas são boas, como ainda ajudam a contar a história.

Além dos Oscars de atriz e atriz coadjuvante, Eu, Tonya está concorrendo a melhor edição. Tô na torcida pela Allison.

Pantera Negra

Pantera NegraCrítica – Pantera Negra

Sinopse (imdb): Depois da morte de seu pai, o Rei de Wakanda, T’Challa retorna para a nação africana isolada e tecnicamente avançada para assumir o trono e seu lugar como rei.

Hoje, com dezessete longa metragens* ao longo de dez anos de MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), a gente já sabe que a barra é alta. Já sabemos que o filme vai ser bom, a dúvida é se mesmo assim ainda vai surpreender.

Bem, não sei se Pantera Negra (Black Panther, no original) ficaria no meu top 5 pessoal de filmes do MCU, mas posso garantir que se trata de entretenimento de qualidade. Temos uma trama consistente, bons atores, bons personagens, uma belíssima ambientação no fictício país Wakanda… Tem até um vilão com boas motivações, coisa que nem sempre acontece em filmes de super heróis. Ah, importante: Pantera Negra fala de representatividade sem ser panfletário.

O diretor Ryan Coogler (Creed) é negro, assim como quase todo o elenco. Mas em vez de assumir uma postura “I’m black and I’m proud”, o filme apenas mostra bons personagens – guerreiros, cientistas, líderes políticos… Não só negros, como também temos várias mulheres fortes, inteligentes e bonitas. Taí um bom meio de se combater o racismo: mostrar que a minoria pode ser tão boa quanto ou ainda melhor. Aposto como vai ter muita criança branca fã dos personagens.

Pantera Negra é um filme de super herói, então, claro, temos boas cenas de ação. Gostei muito de uma cena em particular, onde vemos uma luta em plano sequência, num cenário que lembra a cena final de Kill Bill 1. Sobre o humor, algumas pessoas criticam o excesso de humor dos filmes da Marvel – Pantera Negra tem uma piadinha aqui, outra ali, mas é um filme bem mais sério que os outros.

O visual de Wakanda é bem legal, mistura tradicionalismo com tecnologia de ponta. Pena que alguns efeitos especiais em cgi ficaram estranhos (principalmente na luta final). A trilha sonora alterna hip hop com sons tribais (lembrei do grupo mineiro Uakti, mas acho que ninguém que ouve Uakti vê filme de super herói). Ficou legal, mas, na minha humilde opinião, podia ter um blaxploitation dos anos 70…

O elenco é nota 10. Todos estão bem: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Daniel Kaluuya, Letitia Wright, Winston Duke, Sterling K. Brown e Forest Whitaker. Curiosidade: os dois atores brancos, Martin Freeman e Andy Serkis, estavam juntos numa certa trilogia tolkeniana – como o Hobbit e o Gollum.

São duas cenas pós créditos, mas acho que hoje em dia nem precisa mais avisar, né? 😉

Falei lá no início que antes deste foram 17 filmes, né? Pois bem, ainda este ano teremos Guerra Infinita e Homem Formiga e a Vespa. Até o fim de 2018, serão 20 longas. Má notícia para os haters; boa notícia pra quem gosta de cinema pop de qualidade.

* Homem de Ferro e Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor e Capitão América (11), Vingadores (12), Homem de Ferro 3 e Thor 2 (13), Capitão América 2 e Guardiões da Galáxia (14), Vingadores 2 e Homem Formiga (15), Guerra Civil e Doutor Estranho (16), Guardiões da Galáxia 2, Homem Aranha e Thor 3 (17).

O Destino de Uma Nação

Destino de uma NaçãoCrítica – O Destino de uma Nação

Sinopse (imdb): Durante os primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, o destino da Europa Ocidental depende do recém-nomeado primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que deve decidir se deve negociar com Adolf Hitler ou lutar contra chances improváveis.

Quando li que Gary Oldman interpretaria Winston Churchill, pensei “isso não vai dar certo, Oldman é um excelente ator, mas, fisicamente, não tem nada a ver com o antigo primeiro ministro”. É, heu estava errado…

Gary Oldman é um dos mais versáteis atores contemporâneos. Há anos que digo que o cara é tão camaleônico que foi o Sid Vicious e também o Beethoven. Sua galeria de personagens diferentes é enorme. Agora, com ajuda de uma pesada maquiagem (provável Oscar), vemos uma perfeita personificação do famoso político inglês. Você olha pra tela, e não é o Gary Oldman!

Dirigido por Joe Wright (Hanna), O Destino de Uma Nação (Darkest Hour, no original) mostra como foi que Churchill entrou para o governo, e como foi decisivo para o rumo da Segunda Guerra Mundial. É um filme de guerra, mas mostra muito pouco do front, quase toda a ação se passa nos bastidores da batalha de Dunquerque.

(Aliás, uma boa dobradinha é assistir este filme e depois o Dunkirk do Christopher Nolan, lançado ano passado. Filmes completamente diferentes, mas uma história complementa a outra.)

Sobre a cena do metrô: segundo o imdb, Churchill de vez em quando realmente se misturava a pessoas comuns para perguntar opiniões. Este episódio do metrô é fake, mas foi inspirado em um comportamento real.

O Destino de Uma Nação tem alguns momentos arrastados, mas vale pela História (com “h” maiusculo), e, principalmente, pelo Gary Oldman. O resto do elenco está bem (Kristin Scott Thomas, Lily James, Stephen Dillane e Ben Mendelsohn (o Krennic de Rogue One faz o rei da Inglaterra!)), mas Oldman é o destaque óbvio. Que venha o merecido Oscar!

Onde Está Segunda?

Onde está segundaCrítica – Onde Está Segunda?

Sinopse (imdb): Em um mundo em que as famílias são limitadas a um único filho devido à superpopulação, sete gêmeas idênticas devem evitar ser descobertas pelo governo ao investigar o desaparecimento de uma delas.

Rodando o “cardápio” do Netflix, encontrei um filme sobre uma sociedade distópica, onde a Noomi Rapace interpreta sete gêmeas, dirigido pelo norueguês Tommy Wirkola, o mesmo cara que fez Dead Snow e João & Maria: Caçadores de Bruxas. Taí, um filme assim com certeza entra no meu radar!

Antes de tudo, preciso falar que o clima em Onde Está Segunda? (What Happened to Monday, no original) não tem um pé no trash, como os dois filmes citados no parágrafo anterior. A ambientação aqui é mais séria, o filme é bem mais palatável para o grande público.

Gostei muito do conceito da sociedade distópica proposta aqui. O cinema atual está cheio de distopias “sub Jogos Vorazes“, com jovens bonitinhos, mas essa aqui me lembrou mais um 1984 com tecnologia “blackmirrorana”.

O elenco é outro ponto positivo. Quer dizer, a Noomi Rapace é o ponto positivo. Não que Willem Dafoe e Glenn Close estejam mal, mas é que a Noomi interpreta as sete irmãs, e são sete personalidades bem diferentes. Talvez este seja seu melhor trabalho até hoje. Ah, a personagem criança também é interpretada pela mesma atriz, a menina Clara Read. Também no elenco, Marwan Kenzari e Christian Rubeck.

Onde Está Segunda? tem uma trama empolgante, mas o roteiro tem umas falhas brabas, tipo quando a Glenn Close pede discrição e seu funcionário leva dezenas de soldados que atiram antes e perguntam depois. Mas apesar disso, achei que o resultado final vale a pena.

Final Girl

final-girlCrítica – Final Girl

Sinopse (imdb):Um homem ensina uma jovem a se tornar uma arma completa. Mais tarde, ela é abordada por um grupo de adolescentes sádicos que matam mulheres loiras por razões desconhecidas. Começa a temporada de caça.

Alguém – não me lembro quem – me recomendou um filme de terror “final girl”. Achei esse aqui, mas só depois de assistir é que descobri que era outro filme com nome parecido.

Antes de tudo, preciso falar que achei o nome inapropriado. “Final girl” é um termo usado em filmes de terror, normalmente slasher, quando sobra uma última mulher viva para enfrentar o assassino, tipo a Jamie Lee Curtis em Halloween, a Heather Langenkamp em A Hora do Pesadelo, ou mesmo a Sigourney Weaver em Alien. Na verdade, Final Girl nem chega a ser exatamente terror (é mais um filme de vingança), muito menos um filme de “final girl”…

Mas gostei da estética do filme. Final Girl tem uma fotografia minimalista e cenários estilizados. Se por um lado tudo parece artificial demais (tipo spots de luz numa floresta), por outro temos um conceito visual diferente do que vemos por aí.

O diretor Tyler Shields veio da fotografia, este é o seu primeiro filme. Isso explica o visual elaborado – quase todas as cenas são visualmente trabalhadas.

Li que Final Girl teve vários problemas em sua produção. As filmagens aconteceram em 2012, mas o filme só foi lançado em 2015. A protagonista Abigail Breslin tinha 16 anos na época das filmagens, mas já era “de maior” quando o filme foi lançado. Também no elenco, Wes Bentley e Alexander Ludwig.

O resultado é bem irregular. Mas achei válido, principalmente porque é um filme curtinho, menos de uma hora e meia. Só não espere um grande filme.

p.s.: O filme que me recomendaram era “The Final Girls”, lançado no mesmo ano…

O Rei do Show

Rei do ShowCrítica – O Rei do Show

Sinopse (imdb): O filme celebra o nascimento do show business e mostra um visionário que surgiu do nada para criar um espetáculo que se tornou uma sensação mundial.

Sinopse (heuvi): Segundo a Wikipedia, “Phineas Taylor Barnum foi um showman e empresário do ramo do entretenimento norte-americano, lembrado principalmente por promover as mais famosas fraudes (…) O circo foi a origem de sua fama duradoura. Ele fundou o ‘P. T. Barnum Grande Museu, Zoológico e Hipódromo Itinerante’, uma mistura de circo, zoológico e museu de freaks que mudou de nome várias vezes.”. O Rei do Show mostra uma visão romântica da vida e do sonho de P. T. Barnum.

Assim como aconteceu um ano atrás com La La Land, entrei na sala de cinema para ver O Rei do Show (The Greatest Showman, no original) sem saber que se tratava de um musical. E, mais uma vez, me surpreendi positivamente.

(O trailer de O Rei do Show vende um filme colorido, com um visual que lembra Moulin Rouge, mas não deixa claro que é um musical “clássico”, daqueles onde as pessoas param os diálogos para cantar e fazer coreografias. Sorte que não tenho nada contra musicais…)

Bem, O Rei do Show não é tão bom quanto La La Land (o grande injustiçado do Oscar do ano passado). Mas a comparação é injusta, né? Porque O Rei do Show pode não ser “papa Oscar” (La La Land ganhou seis e concorreu a outros oito), mas é um ótimo filme!

Dirigido por Michael Gracey, O Rei do Show tem uma história cativante, e, principalmente, músicas empolgantes, compostas por Benj Pasek e Justin Paul (que ganharam o Oscar ano passado por, olha só, La La Land) – coisa essencial quando estamos falando de um musical. A primeira coisa que fiz quando cheguei do cinema foi catar a trilha no youtube, pra ouvir as músicas de novo…

Ok, o roteiro escrito por Jenny Bicks e Bill Condon (ganhador do Oscar de melhor roteiro por Chicago) tem clichês, e todos os conflitos são rasos e resolvidos facilmente. Além disso, queria ter visto mais sobre os personagens freaks do circo. Quem estiver atrás de uma trama mais complexa pode se decepcionar.

Li em algum lugar que o P.T. Barnum real era um cara bem diferente desse aí, que seria um cara oportunista e aproveitador. Aqui ele é mostrado como um romântico sonhador. Sei lá, acho que podiam ter criado um personagem fictício, apenas baseado no Barnum real.

O elenco está muito bem. Hugh Jackman já tinha feito um musical, o bom (mas cansativo) Os Miseráveis, aqui ele está bem melhor. Zac Efron, veterano em musicais apesar da pouca idade (foram três High School Musical e um papel importante em Hairspray) é um ótimo coadjuvante – a cena onde os dois negociam a parceria é ótima! Zendaya (que estava no úlyimo Homem Aranha) não só canta, como ainda fez todas as cenas de trapézio. Rebecca Ferguson é a única que é dublada – ela declarou que sabe cantar, mas como interpreta “a melhor voz da Europa”, achou melhor deixar uma cantora profissional fazer as honras. Michelle Williams fecha o elenco principal.

Falei lá em cima que esse filme não seria um “papa Oscar”. É, não acredito que ele ganhe muitas indicações. Mas provavelmente teremos uma ou duas músicas indicadas, tocando na festa do Oscar. Uma delas já levou o Globo de Ouro…

Jumanji: Bem-vindo à Selva

JumanjiCrítica – Jumanji: Bem-vindo à Selva

Sinopse (imdb): Quatro adolescentes são sugados para um videogame mágico, e a única maneira para escapar é trabalharem juntos para terminar o jogo.

O primeiro Jumanji, lançado em 1995, foi um grande sucesso no gênero. Ok, seus efeitos especiais perderam a validade há muito tempo, mas na época foram uma novidade. A grande dúvida era se era possível uma renovação.

Há uma atualização básica aqui. Em vez de jogo de tabuleiro, Jumanji agora é um videogame. E isso funcionou muito bem, inclusive os personagens secundários ficaram perfeitos como “non player character” – isso ajuda a explicar o filme, e não importa se são personagens unidimensionais.

Uma informação útil pra quem não viu ou não se lembra do Jumanji anterior: são filmes independentes. Rola um breve prólogo, onde aparece a caixa do jogo antigo, mas logo aparece a versão videogame. E lá pro meio existe uma citação, mas mais como uma homenagem: um personagem fala que uma construção teria sido feita pelo Alan Parrish, personagem do Robin Williams no filme de duas décadas atrás.

Jumanji: Bem-vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, no original) foi dirigido por Jake Kasdan, filho do roteirista Lawrence Kasdan (O Império Contra-Ataca, Os Caçadores da Arca Perdida), e que até agora não tem um currículo nada impressionante (ele fez muita coisa pra tv, e seus últimos filmes pro cinema foram os irregulares Sex Tape e Professora Sem Classe. Arrisco dizer que ele conseguiu um resultado melhor aqui. Jumanji é bem divertido. Ritmo empolgante, boas cenas de ação, boas sacadas com as características de cada personagem. E os efeitos especiais são excelentes (será que daqui a vinte anos continuaremos dizendo isso?).

O elenco é um dos trunfos. Os adolescentes estão “dentro” dos personagens do jogo. Assim, vemos Dwayne Johnson como um nerd magrelo e Jack Black como uma patricinha mimada – e, acreditem, isso funcionou! Dwayne Johnson é responsável por alguns dos momentos mais divertidos do filme! Karen Gillan também está ótima, tem uma cena onde Jack Black a ensina a seduzir que arrancou gargalhadas da plateia. Kevin Hart está meio caricato, mas funciona pro que o papel pede. Quem destoa é Nick Jonas, que se une ao grupo. Bobby Cannavale também faz um vilão meia boca.

Rolou uma polêmica sobre o figurino da Karen Gillan, a patrulha do politicamente correto chiou quando apareceram fotos dos personagens e a única mulher estava de shortinho. Mas calma, que no filme isso tem explicação.

Não sei se esta nova versão será tão marcante quanto a anterior, mas acho que isso é porque hoje temos muito mais opções em cartaz. Com relação a qualidade, o novo filme é tão bom quanto o anterior.