The Black Room

TheBlackRoomCrítica – The Black Room

Um casal acabou de se mudar para a casa dos seus sonhos. Mas seu casamento feliz está prestes a ser testado à medida que eles descobrem lentamente o segredo por trás de um quarto negro no porão.

Terror meio vagaba, mesmo assim comecei a assistir pra ver qualé. Depois de uma divertida introdução de sete minutos, onde somos apresentados a uma trama que mistura sexo e forças sobrenaturais, aparecem os créditos iniciais – AO SOM DE TARKUS, DO EMERSON LAKE & PALMER!!! Ok, The Black Room ganhou a minha atenção!

Tudo é muito vagabundo no filme escrito e dirigido por Rolfe Kanefsky (que está aí dirigindo filmes desde os anos 90, e heu nunca tinha ouvido falar. Shame!). O clima de filme B reina ao longo de toda a projeção. Mesmo assim, me diverti com as aventuras com um pé no trash e outro no erótico softcore.

A ideia é legal – usa o mito da súcubo (segundo a wikipedia, “um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital)”. Pena que o final do filme dá uma escorregada, e entra definitivamente no trash – preferia antes, quando era só um flerte.

No elenco, Natasha Henstridge mostra que virou uma quarentona bonitona – mas o filme é de Lukas Hassel, canastrão no ponto exato. Dominique Swain e Lin Shaye aparecem em papeis pequenos.

Nada de mais. Mas quem estiver no clima certo vai se divertir.

Annabelle 2: A Criação do Mal

Annabelle2Crítica – Annabelle 2: A Criação do Mal

Doze anos após a trágica morte de sua filha, um fabricante de bonecas e sua esposa recebem uma freira e várias meninas de um orfanato fechado em sua casa, logo se tornando o alvo de uma boneca possuída, Annabelle.

Em 2014, tivemos Annabelle, spin-off de A Invocação do Mal. Agora é a vez do seu prequel. Isso mesmo, Annabelle 2: A Criação do Mal (Annabelle: Creation, no original) é um prequel de um spin-off. Aos poucos vamos vendo a criação de um “Waniverso”…

Mas, apesar da aparência de caça-níqueis, Annabelle 2: A Criação do Mal é um bom filme. Talvez melhor que o anterior, arrisco dizer.

James Wan, diretor dos dois Invocação do Mal, mais uma vez está apenas na produção. A direção ficou com David F. Sandberg, o mesmo de Quando as Luzes se Apagam. Sandberg faz um bom trabalho criando tensão com bons movimentos de câmera e poucos efeitos especiais. Annabelle 2 é recomendado pra quem gosta de “filme de susto”!

No elenco, Anthony LaPaglia e Miranda Otto, os dois nomes mais famosos viram coadjuvantes para Talitha Bateman e Lulu Wilson, duas meninas que, apesar de muito menos conhecidas, tomam conta do filme. As duas atuam como gente grande.

No final do filme tem um epílogo que conecta este filme ao Annabelle anterior – é uma boa rever pra refrescar a memória. E não saiam antes do fim: tem uma breve cena pós créditos que indica qual será o próximo filme do “waniverso”!

Em Ritmo de Fuga

Em Ritmo de FugaCrítica – Em Ritmo de Fuga

Um jovem piloto de fugas, que devido a um problema no ouvido, ouve música o tempo todo, é coagido a participar de um roubo condenado a falhar.

Fim do ano passado gravamos um podcast sobre as “expectativas para 2017”. Um dos filmes na lista era um tal de “Baby Driver”, e na época não tínhamos nenhuma informação sobre o filme. Mas, quando li que o diretor era Edgar Wright, falei “aguardo ansiosamente”. Riram de mim. Mas agora ninguém mais ri. Caros leitores, estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

Edgar Wright fez poucos filmes, mas até agora não errou – pelo menos não segundo o meu julgamento. Sou muito fã da trilogia Cornetto (Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Heróis de Ressaca), e também gosto de Scott Pilgrim. E digo mais: acho que Wright fez um filme ainda melhor do que os anteriores com este Em Ritmo de Fuga (Baby Driver, no original). será que finalmente seu nome entrará para o primeiro escalão?

A história em si não tem nada demais. Mas a edição do filme é primorosa. Todos os ruídos em cena são sincronizados com a trilha sonora. O filme não é um musical, mas mesmo assim, tudo é coreografado.

Logo no início do filme temos um plano sequência sensacional quando Baby vai comprar café. Tudo se encaixa neste balé entre a câmera, a música que estamos ouvindo e as movimentações dos atores. Li no imdb que a cena foi repetida vinte e oito vezes! Valeu a pena…

Outro exemplo é a cena que usa Hocus Pocus, da banda holandesa Focus. Essa música já tinha sido bem utilizada no Robocop do José Padilha, mas aqui ficou ainda melhor. Os tiros estão no ritmo da música!

Ah, desconfio que Edgar Wright deve gostar de Queen. Em Todo Mundo Quase Morto, a música Don’t Stop Me Now foi usada numa cena icônica. Agora é a vez de Brighton Rock, que é usada num momento importantíssimo.

Vale lembrar que, apesar do histórico do diretor na comédia (com os três filmes da trilogia Cornetto), Em Ritmo de Fuga é um filme de ação. É um filme bem humorado, com algumas boas piadas, mas não é uma comédia. As cenas de perseguição de carro são muito bem feitas.

O papel principal é do jovem Ansel Elgort (conhecido por A Culpa é das estrelas), que, se não impressiona, pelo menos não atrapalha. Por outro lado, Kevin Spacey e Jamie Foxx estão fenomenais, e Jon Hamm não está atrás. ainda no elenco, Lily James, Eiza González, Jon Bernthal e CJ Jones.

Imperdível. Para ser visto e revisto, e depois ter o dvd / blu-ray na prateleira.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Homem AranhaCrítica – Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Depois de dois breves prólogos onde outros filmes do MCU são citados, acompanhamos o dia a dia monótono de Peter Parker, que, apesar de ter super poderes, sofre problemas comuns a todo adolescente: dificuldade de adaptação, bullying, paixão platônica – e, pra piorar, não pode contar pra ninguém quem ele é.

O Homem Aranha é, talvez, o herói mais popular da Marvel – não à toa, teve uma adaptação para o cinema numa época onde filmes de super heróis ainda não eram comuns. Mas o personagem ainda estava preso à Sony por questões contratuais, por isso ele ainda não tinha entrado no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Ainda…

Não sei os detalhes do acordo para a realização deste Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, no original), mas os fãs agradecem. Depois de um reboot chocho (2012 e 14), temos um bom filme do Aranha, e, melhor ainda, inserido no MCU.

Como acontece frequentemente nos blockbusters atuais, o diretor é um nome desconhecido: Jon Watts, que antes não fez nada relevante. A falta de experiência não atrapalhou, e ele fez um bom trabalho. Ah, não sei se foi ideia dele, mas temos algumas referências a um quase xará, o John Hughes. Inclusive passa um trecho de Curtindo A Vida Adoidado. E a personagem Michelle lembra a Ally Sheedy de Clube dos Cinco.

Uma coisa que funcionou muito bem neste novo Homem Aranha é a redução da idade do protagonista (o personagem nos quadrinhos ainda é adolescente). Apesar de já ter 21 anos, Tom Holland* tem cara de garoto, e passa bem a intenção de um moleque deslumbrado com o que está acontecendo (Tobey Maguire tinha 27 quando fez o seu primeiro Aranha; Andrew Garfield, 29). Ah, Holland é inglês, mas trabalhou bem o sotaque, em nenhum momento ele parece estrangeiro.

(* Acho que sou o único incomodado com isso, mas preciso falar. Já temos um Tom Holland na história recente do cinema contemporâneo. Tom Holland é o diretor de A Hora do EspantoBrinquedo Assassino!)

Outro ponto positivo é o vilão. Por um lado, temos um personagem com boas motivações – diferente de vilões “que querem conquistar o mundo”, este é um homem de negócios que viu uma boa oportunidade. Por outro lado, temos um bom ator – Michael Keaton está excelente!

Mais uma coisa: o filme é independente dos outros do MCU, mas algumas cenas fazem conexões diretas. Ver a luta do aeroporto de Guerra Civil por outro ângulo foi muito legal.

O roteiro escrito por muitas mãos foi inteligente ao limitar as participações de Robert Downey Jr – é um filme do Homem Aranha, e não do Homem de Ferro! Jon Favreau e Marisa Tomei voltam aos papéis de Happy Hogan e Tia May, e o filme ainda conta com os jovens Zendaya, Jacob Batalon, Laura Harrier e Tony Revolori. Além disso, temos duas participações pontuais de outros personagens, mas não vou dizer quem por causa dos spoilers (apesar de uma delas ser um dos principais nomes do elenco no imdb).

Por fim, são duas cenas pós créditos. Tenha paciência e espere até o fim!

O Círculo

O CírculoCrítica – O Círculo

Uma jovem consegue um trabalho de sonho em uma poderosa empresa de tecnologia chamada Círculo, e acaba descobrindo uma ferramenta que afetará a vida de toda a humanidade.

Sabe quando um filme parte de uma premissa boa, mas o resultado final é maomeno? É o caso aqui.

A ideia inicial é meio Black Mirror, um mundo onde uma rede social tipo o Facebook domina a maior parte da sociedade. Conhecemos as entranhas da empresa, incluindo as reuniões dos cabeças para que a empresa cresça no seu plano megalomaníaco de conquistar o mundo meio Pinky e Cérebro. Essa é a parte interessante do filme, porque acredito que empresas como o Google e o próprio Facebook devem testar estratégias parecidas.

Mas durante o filme o roteiro pega alguns caminhos que atrapalham tudo. O foco deixa de ser o Círculo e passa a ser a mocinha. E aí aparecem situações mal desenvolvidas, como todo o relacionamento entre a protagonista e o personagem do John Boyega; ou a repentina mudança de atitude da personagem de Karen Gillan. Isso sem falar do final do filme, tão inocente que parece tirado de um desenho animado pra tv.

O elenco se baseia em dois grandes nomes: Tom Hanks e Emma Watson. Hanks está bem como sempre, mas nada que lhe renda mais uma indicação ao Oscar; gostei de ver Emma sem o sotaque britânico de sempre, mas também nada de mais. Também no elenco, além do já citados John Boyega e Karen Gillan, Patton Oswalt e Ellar Coltrane. A nota triste é que Glenne Headly e Bill Paxton – os pais – faleceram pouco depois deste filme.

Não chega a ser ruim, mas fica aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor…

Baywatch: S.O.S. Malibu

BaywatchCrítica – Baywatch: S.O.S. Malibu

Um salva-vidas veterano bate cabeça com um novo recruta impiedoso, ao descobrir uma trama criminal que ameaça o futuro da baía.

Seguindo a onda de remakes, vamos à versão cinematográfica do seriado Baywatch, desta vez usando o carisma de Dwayne Johnson e Zac Efron.

Se Baywatch: S.O.S. Malibu tem uma coisa boa é que o filme não se leva a sério em momento algum. Algumas das melhores piadas do filme são o jeito como Johnson chama Efron, sempre com nomes ligados a artistas adolescentes.

Mas o roteiro tem muitos furos. Um exemplo sem spoilers: a vilã trafica drogas em um iate, mas quando faz uma festa no barco, qualquer um pode entrar e bisbilhotar. E assim como este, são vários furos. Fica difícil curtir o filme.

(E isso porque não estou falando das óbvias e desnecessárias piadas ruins envolvendo órgãos genitais…)

Outro exemplo de como o filme é descuidado é que os créditos iniciais entregam logo quem são as participações especiais de atores do seriado. Seria bem mais legal não saber e ser surpreendido na hora. Isso porque nem se mencionei que não mudaram os nomes dos personagens!

Dwyane Johnson e Zac Efron não estão mal, mas carisma não salva um roteiro ruim. Também no elenco, Alexandra Daddario, Priyanka Chopra, Kelly Rohrbach, Ilfenesh Hadera e Jon Bass.

Dispensável…

A Múmia

AMumiaCrítica – A Múmia

Um militar que tem o hábito de roubar artefatos históricos para vender no mercado negro acidentalmente encontra uma tumba egípcia no Iraque, e acaba despertando uma antiga princesa de sua cripta, trazendo terrores que desafiam a compreensão humana.

Finalmente começou o “Dark Universe” (ou “Monsterverse”), o universo cinematográfico dos monstros da Universal!

Já ouço esse papo de monsterverse há alguns anos, mas admito que antes a gente não tinha motivo pra se empolgar – afinal, esse papo rolou na época dos fracos Frankenstein Entre Anjos e Demônios e Dracula A História Nunca Contada (ambos de 2014).

Agora a proposta era outra, mais ambiciosa, mas mesmo assim mantive o pé atrás. Em primeiro lugar, o conceito da múmia nunca me convenceu como um monstro assustador. E ter o Tom Cruise como protagonista, por mais que seja garantia de boa bilheteria, podia estragar a ideia, porque podia virar um “filme do Tom Cruise”, e não um filme da Múmia.

Felizmente meu pé atrás foi infundado. A Múmia é uma boa diversão!

Com relação ao conceito: misturaram com o conceito de zumbi (afinal, é tudo morto vivo…), o que criou umas sequências bem interessantes. E Tom Cruise não faz o “Ethan Hunt” de sempre – seu personagem tem falhas e fraquezas.

Dirigido por Alex Kurtzman (que tem um bom currículo como roteirista e produtor, mas dirigiu pouca coisa), A Múmia não tem um roteiro muito inovador. Mas a trama é bem conduzida, e o espectador vai ser levado a uma aventura divertida e assustadora, com excelentes efeitos especiais.

Não li nada sobre o filme, e tive uma agradável surpresa ao ver que outro dos “monstros clássicos” também está presente na trama principal (não chega a ser exatamente um spoiler, é o segundo nome na lista do elenco no imdb). E, para os fãs dos filmes clássicos, tem uma cena cheia de referências aos outros monstros – essa deve ser daquelas cenas que os fãs mais radicais vão pausar para analisar cada item mostrado.

No elenco, como de habitual nos filmes do Tom Cruise, não temos muitos nomes conhecidos (a exceção é Russel Crowe, num papel menor, mas muito importante). Sofia Boutella, a personagem título, é um nome em ascensão (ela mandou bem em Kingsman e no último Star Trek), mas acho que ainda é um nome pouco conhecido. Também no elenco, Annabelle Wallis, Jake Johnson e Courtney B. Vance

Agora aguardemos os outros filmes do Dark Universe – parece que já estão confirmados, além de Cruise e Crowe,  Javier Bardem como Frankenstein e Johnny Depp como o Homem Invisível.

Por fim, preciso falar da nova sala 4DX. O cinema vira uma atração de parque de diversões! A cadeira balança, rolam borrifos de água, pingos na cabeça, vento, fumaça, cutucadas nas costas e nas pernas…

Mulher-Maravilha

Mulher MaravilhaCrítica – Mulher-Maravilha

Antes de ser a Mulher Maravilha, ela era Diana, princesa das amazonas, guerreira treinada. Quando um piloto da Primeira Guerra Mundial cai em sua ilha e fala de conflitos no mundo exterior, ela sai de casa para lutar contra uma guerra para acabar com todas as guerras, descobrindo seus poderes e o verdadeiro destino.

Mulher-Maravilha (Wonder Woman, no original) tinha a responsabilidade de levantar o universo cinematográfico da DC, depois das duas decepções do ano passado (Batman V Superman e Esquadrão Suicida). Fãs da DC, afoitos, estão achando que é o melhor filme de super-heróis desde o Superman de 1978. Menos, gente…

Mulher Maravilha não é ruim, longe disso. Se a gente se desligar dessa responsabilidade, o filme é muito bom. Um bom filme de origem de super-herói, com uma personagem carismática e várias boas sequências de ação. E, diferente dos dois filmes do ano passado, é colorido e engraçado – será que alguém resolveu copiar o estilo do concorrente? 😉

Dirigido por Patty Jenkins (que dirigiu Monster: Desejo Assassino, o filme que deu o Oscar a Charlize Theron), Mulher Maravilha consegue o que todo filme de super herói deveria ser capaz: divertir. O espectador vai se empolgar, vai rir, vai se emocionar. Torçamos para que a Warner / DC tenha encontrado o caminho!

Teve uma coisa que me incomodou muito, mas só posso falar depois dos avisos de spoiler.

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

O roteiro tem uma forçada de barra aqui, outra acolá, quase todas são bobas, coisas comuns em quase todos os filmes de ação. Mas dois detalhes devem ser mencionados:

– A cena da luta na praia é toda errada. Pra começar, tem um navio encalhado, de onde vieram alguns escaleres com soldados, mas depois simplesmente esquecem da existência do navio. E, pra piorar, as amazonas entram na praia e matam TODOS os “soldados homens armados”, mas deixam um – o mocinho. Claro, senão não existiria o filme…

– O final do filme traz muitas semelhanças com o final do primeiro Capitão América – um soldado chamado Steve se despede da sua “amada”, entra no avião inimigo, cheio de armas, e o avião sofre um acidente.

FIM DOS SPOILERS!

Apesar disso, o resultado final é muito bom. Heu ia falar que é melhor que Esquadrão Suicida, mas isso não é difícil. Deixemos o passado no passado, agora os fãs da DC têm motivo pra comemorar! E os fãs de cinema pop de um modo geral idem!

No elenco, Gal Gadot, a protagonista, está dividindo opiniões. Por um lado ela é limitada como atriz; mas por outro lado ela tem um muito carisma. Heu particularmente gostei, pra mim, o carisma compensa o que falta. Chris Pine está bem como o seu par, e digo o mesmo sobre o heterogêneo time que o acompanha (Ewen Bremner, Saïd Taghmaoui e Eugene Brave Rock) – uma das melhores coisas do filme (ao lado do bem colocado alívio cômico feito por Lucy Davis). As amazonas Robin Wright e Connie Nielsen também estão bem; por outro lado, Danny Huston e David Thewlis estão no limite da caricatura. Ia falar o mesmo sobre a Elena Anaya, mas ela está tão apagada que nem sei se dá pra falar mal…

Enfim, finalmente um bom filme baseado em DC. Vamos mandar boas vibrações para o filme da Liga da Justiça que estreia em breve!

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

piratas-do-caribeCrítica – Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Para escapar da vingança do capitão Salazar e seu exército de fantasmas assassinos, Jack Sparrow precisa encontrar o Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de acabar com maldições.

Num mercado com tantas franquias, não chega a ser surpresa mais um Piratas do Caribe. A surpresa é como a Disney consegue ser tão descuidada com um produto original (não custa lembrar que o filme é baseado numa atração do parque). Não revi os outros filmes da franquia antes de ver este quinto filme, então não vou comparar. Mas não lembro de outro Piratas do Caribe com o roteiro tão mal construído.

Vamos direto ao assunto: o ponto fraco de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales no original) é o roteiro. O início do filme dirigido pela pouco conhecida dupla Joachim Rønning e Espen Sandberg até que flui bem – admito que ri muito na cena da guilhotina. Mas a partir da cena da ilha, começam a aparecer vários furos consecutivos, como cenas desnecessárias (pra que aquele casamento?) ou personagens que entram e saem da trama sem explicação (tipo o resto da tripulação do Jack Sparrow).

Se tem algo a se elogiar são os efeitos especiais. O cabelo do Salazar, sempre “flutuando”, ficou muito bem feito (apesar de a gente já ter visto um efeito parecido em A Espinha do Diabo, do Guillermo del Toro). E o fundo do mar também tem imagens belíssimas.

No elenco, Johnny Depp e Geoffrey Rush parecem estar no piloto automático; Javier Bardem está um pouco melhor como o vilão. Kaya Scodelario e Brenton Thwaites tentam reeditar a dupla Keira Knightley e Orlando Bloom (que aparecem rapidamente). A surpresa do elenco é um cameo de Paul McCartney – se Keith Richards já tinha aparecido como o pai do Jack Sparrow; MacCartney aparece como o seu tio.

Tem uma cena pós créditos, que traz um desnecessário gancho pra uma desnecessária continuação – que espero que não venha…

Alien: Covenant

alien covenantCrítica – Alien: Covenant

Os tripulantes da nave colonizadora Covenant encontram um planeta remoto. O que antes parecia ser um paraíso inexplorado, torna-se uma ameaça além da imaginação.

Depois do decepcionante* Prometheus, mais uma vez Ridley Scott volta ao universo dos xenomorfos e face huggers.

Recapitulando: os dois primeiros (Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido por Scott em 1979, e Aliens O Resgate, James Cameron, 86) são clássicos absolutos da ficção científica. O terceiro e o quarto filmes (David Fincher, 92; Jean Pierre Jeunet, 97) têm seus méritos, mas são bem inferiores aos dois primeiros. Na década de 00, tivemos dois Alien vs Predador, uma ideia que no papel parecia boa, mas que gerou dois filmes horríveis. Scott voltou à franquia em 2012 com Prometheus, e disse na época que seria uma trilogia prequel. Alien: Covenant (idem, no original) é o segundo filme desta trilogia.

Ter Scott na direção deveria ser garantia de qualidade, afinal, foi ele quem começou com isso tudo. Mas, mais uma vez, Scott fica devendo.

Alien: Covenant é melhor que Prometheus, mas ainda está bem abaixo dos dois primeiros filmes. Algumas falhas de roteiro presentes no filme anterior se repetem aqui – como é que astronautas entram num planeta desconhecido sem capacete, só porque tem oxigênio e nitrogênio na atmosfera? Ninguém pensou em vírus??? Além disso, a história tem uns papos cabeça desnecessários (pra que aquele prólogo?), e resolve responder perguntas que ninguém perguntou sobre os xenomorfos.

(Dois amigos críticos falaram muito mal, dizendo que Scott queria apagar o Aliens de James Cameron. Não entendi por esse lado.)

No fim, temos mais do mesmo. Li em algum lugar uma comparação com Sexta Feira 13 – vira um filme onde o monstro caça um por um. Ok, divertido, mas a gente já viu isso antes muitas vezes, né?

Se algo merece elogios, é a atuação de Michael Fassbender. O cara interpreta dois androides, e a gente consegue ver direitinho as diferenças entre os personagens. Em compensação, o resto do elenco fica devendo. Katherine Waterstone (Animais Fantásticos e Onde Habitam) falha na tentativa de entregar uma protagonista feminina forte (como Sigourney Weaver na quadrilogia ou Noomi Rapace em Prometheus). E gosto do Billy Crudup pelo Quase Famosos, mas ele tá péssimo aqui. Também no elenco, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez, além de pontas de James Franco e Guy Pearce.

No fim, temos um filme que nem é ruim, vai agradar os menos exigentes. Mas heu gostei mais do Vida, mesmo sabendo que é quase um plágio do primeiro Alien…

* Revi Prometheus antes de ver Covenant, realmente é um filme com mais defeitos do que méritos. Mas preciso admitir que quando escrevi minha crítica logo depois de sair da sessão, falei bem do filme…