12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição

12 Horas Para SobreviverCrítica – 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição

Ninguém pediu, mas, olha lá, James Demonaco fez um terceiro Noite de Crime

Um sobrevivente do segundo filme hoje é o chefe da segurança de uma senadora, candidata à presidência, que pretende acabar com a tradição do expurgo. O problema é que ela vira um alvo e precisa sobreviver durante esta noite.

Como falei nas críticas dos dois primeiros filmes, a premissa básica da franquia não me convence. Existem muitos outros crimes além de assassinato. Vou copiar um trecho da minha crítica do segundo filme: “Parece que todos os que vivem naquela sociedade se divertem vendo pessoas morrendo, e ninguém pensa em outros crimes, digamos, lucrativos, como furtos, roubos, fraudes, desvio de dinheiro – imaginem um hacker se divertindo em sites de bancos? Isso sem contar com crimes ligados a motivos pessoais. O cachorro do vizinho vive fazendo cocô no seu jardim? Pode botar fogo na casa dele. O outro vizinho comprou um carro melhor que o seu e gosta de ostentar? Pode depredar o carro.

Pra piorar, parece que todo mundo é um psicopata em potencial. Sério mesmo que eles acham que todos gostariam de assassinar alguém, ou de ver alguém sendo assassinado? Sei lá, posso estar sozinho, mas acredito que muita gente ia se sentir incomodada com isso.

Mas resolvi “comprar” a ideia. Vamulá, vamos fazer de conta que a ideia funciona. Vamos aceitar o conceito proposto pelo diretor e roteirista DeMonaco.

Este terceiro filme traz um interessante pano de fundo político, quando inclui no roteiro uma briga de classes. Se as classes sociais mais baixas causam prejuízo à previdência pública, a noite do “purge” é um bom momento de reduzir o número destes incômodos cidadãos. Outra ideia interessante (mas não aprofundada) é a existência de um “turismo da morte” – estrangeiros que viajam interessados em matar impunemente.

Mesmo assim, tem certas coisas que não funcionam. Um exemplo: se aquelas meninas do carro iluminado que vieram assaltar a loja foram recebidas a tiros, era pra atirar pra matar. Porque é CLARO que elas voltariam! Isso sem contar com o plot previsível onde a candidata vai ser traída.

Além de ser previsível, 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição é extremamente maniqueísta. Fica muito claro quem são os bonzinhos da história. Seria interessante ter um personagem mais “cinza”.

(No fórum do imdb, um leitor levanta uma dúvida interessante sobre a linha temporal: se a senadora sobreviveu a uma noite de “purge”, esse filme se passaria tantos anos depois do primeiro, então o personagem do Frank Grillo deveria estar bem mais velho. Mas não fiz as contas, xapralá…)

Mesmo com esses defeitos, 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição é bem feito, tem um clima interessante e deve agradar os fãs dos outros dois filmes. Mas chega, né? Não precisa de um quarto filme!

p.s.: O título original é “THe Purge: Election Year”. Por que aqui no Brasil deixaram o “Noite de Crime” de fora do título?

Festa da Salsicha

Festa da SalsichaCrítica – A Festa da Salsicha 

Num supermercado, alimentos esperam a sua vez de serem escolhidos pelos “deuses” (os humanos) – sem saber que seu destino é virar comida.

Não se deixe enganar pelo pôster fofinho. Dirigido por Conrad Vernon (Monstros vs Alienígenas, Madagascar 3, Shrek 2), Festa da Salsicha (Sausage Party, no original) é filme pra adulto. Humor grosseiro, politicamente incorreto, cheio de piadas ligadas a sexo, drogas e religião.

A história foi escrita por Seth Rogen, Evan Goldberg e Jonah Hill. Não custa lembrar que Rogen e Goldberg antes fizeram Segurando as Pontas, É o Fim e A Entrevista – por esses três filmes a gente consegue ter uma ideia do estilo de humor que a dupla curte.

Festa da Salsicha segue esse caminho. Pelo menos tenho que admitir que algumas piadas são muito boas. O chiclete Stephen Hawking foi genial, e ri alto na citação a Exterminador do Futuro.

Mas é pouco. O material daria um excelente curta, mas a ideia perde o fôlego e o filme fica cansativo. E parece que não sabiam como terminar, achei a solução final bem ruim. Além disso, certas coisas não fazem sentido – se o chuveiro tem vida, por que o revólver é um objeto inanimado?

Rogen tem muitos amigos, e com isso o elenco original é excelente: Rogen, Jonah Hill, James Franco, Kristen Wiig, Bill Hader, Paul Rudd, Edward Norton, Salma Hayek, Michael Cera, etc. Pena que a sessão de imprensa foi dublada. Mas desta vez podemos afirmar que houve coerência com a proposta do filme: a dublagem ficou a cargo do coletivo Porta dos Fundos, que não suavizou em nada as piadas. Acho que nunca ouvi tantos palavrões num desenho animado…

No final, o resultado fica devendo, mas vale por ser diferente. Mas prepare-se para o desconforto. Não acredito que alguém consiga assistir a esse filme sem se sentir ofendido pelo menos uma vez.

Demônio de Neon

Demônio de NeonCrítica – Demônio de Neon

Quando a aspirante a modelo Jesse se muda para Los Angeles, sua juventude e vitalidade são devoradas por um grupo de mulheres obcecadas por beleza, que assumirão todos os meios necessários para conseguir o que ela tem.

Filme novo do Nicolas Winding Refn. Essa informação é o suficiente pra gente saber qual é a do filme. Demônio de Neon (The Neon Demon, no original) segue EXATAMENTE a fórmula dos outros filmes do diretor dinamarquês.

Alguém aí não conhece os filmes de Refn? Já escrevi sobre seus três últimos filmes, Valhala Rising, Drive e Apenas Deus Perdoa. Olha só o que falei sobre este terceiro filme: “Quem viu Drive (e também quem viu Valhala Rising) sabe o que esperar: ritmo lento, poucos diálogos e muita violência gratuita. Apenas Deus Perdoa segue exatamente a mesma fórmula. E ainda repete Ryan Gosling quase mudo com sua cara de paisagem“.

Para o bem ou para o mal, todos os filmes de Refn são iguais. Um visual muito bem cuidado, mas num ritmo leeento, com atores blasé em um fiapo de história onde quase nada acontece.

Os seus fãs vão argumentar que o visual dos seus filmes é belíssimo. Ok, concordo. Realmente, a fotografia de Demônio de Neon é de cair o queixo. Pena que não existe uma história a ser contada. Conteúdo zero, mas com um belíssimo visual.

(Me lembrei de uma discussão que tive, no início dos anos 90, sobre Peter Greenaway. Um fã defendia sua obra pelo apuro visual; meu argumento era que Greenaway seria um ótimo diretor de fotografia e deveria trabalhar para outros diretores, melhores na arte de contar histórias. Usava como exemplo o Jean Pierre Jeunet, que sabia contar histórias interessantes e tinha um visual tão bem trabalhado quanto Greenaway. Só pra ilustrar meu ponto: em 1991, Greenaway lançou A Última Tempestade, enquanto Jeunet fez Delicatessen.)

O elenco tem alguns bons nomes, mas acho que não existe nenhuma boa atuação em um filme dirigido por Refn. Assim como em seus outros filmes, todos os atores têm um ar blasé e ficam com cara de paisagem durante as longas pausas que acontecem em quase todos os diálogos. Assim, um elenco com Elle Fanning, Jena Malone, Bella Heathcote, Abbey Lee, e pontas de Keanu Reeves e Christina Hendricks é desperdiçado. Ah, também tem o Karl Glusman, o protagonista de Love, acho que o cara gosta de se envolver em projetos polêmicos.

Por fim, queria saber de onde inventaram que Demônio de Neon é um filme de terror. Tem necrofilia, tem sangue. É bizarro. Mas não tem NADA de terror.

Star Trek: Sem Fronteiras

Star Trek 3 - posterCrítica – Star Trek: Sem Fronteiras

Mais um Star Trek!

A tripulação da USS Enterprise explora os pontos mais distantes do espaço desconhecido, onde encontram um novo inimigo cruel que vai colocar em teste tudo o que a Federação representa.

Uma polêmica cercava este filme (o terceiro Star Trek a partir do reboot de 2009) desde o anúncio que seria dirigido por Justin Lin. É que o currículo de Lin está intimamente ligado à franquia Velozes e Furiosos (ele dirigiu 4 dos 7 filmes da franquia), algo que parece não ser muito compatível com a filosofia trekker.

E a grande pergunta: Star Trek Veloz e Furioso funcionou?

Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, no original) segue a proposta do reboot. É mais um filme de ação, uma aventura espacial. Essa é a maior bronca do trekker ortodoxo, porque o Star Trek clássico sempre foi mais cerebral e menos aventura. Mas essa bronca não é para este terceiro filme em particular, e sim para todo o reboot.

Como não sou trekker, isso não me incomodou. Star Trek: Sem Fronteiras é um bom filme de ação. Claro, algumas coisas são forçadas demais, mas qual filme de ação não tem suas forçadas de barra?

O roteiro escrito por Simon Pegg e Doug Young sabe equilibrar bem os nove personagens principais (os sete que já estavam na franquia, mais o vilão e uma personagem nova). Agora, já que falei em forçadas de barra, tenho que admitir que Star Trek: Sem Fronteiras tem sequências tão absurdas que caberiam na outra franquia, aquela dos carros. Tem até uma cena de perseguição de moto – e a gente fica se perguntando por que diabos tinha uma moto na nave…

Os efeitos especiais são muito bons. Claro que a gente espera efeitos especiais top de linha num filme deste estilo, mas é legal quando,  ainda assim,  o filme nos surpreende. As naves “abelhas” são muito boas e o visual da “cidade Escher” é sensacional – lembra aquela cena de Inception onde a cidade se dobra.

Todo o elenco principal está de volta: Chris Pine, Karl Urban, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho e o recém-falecido Anton Yelchin (me parece que na cena final ele está em cgi, como fizeram com Paul Walker no último Velozes e Furiosos). De novidade, temos um irreconhecível Idris Elba (o Heimdall de Thor) como o vilão, e Sophia Boutella (a Gazelle de Kingsman), que rouba a cena com a sua ótima Jaylah. Ah, o roteirista Doug Young faz uma ponta como o companheiro de Sulu, uma homenagem ao ator da série clássica, George Takei, gay assumido. Só acho que poderiam ter deixado a relação mais clara, Young parece mais um irmão de Cho do que companheiro.

A trilha sonora orquestrada de Michael Giacchino, com citações aos temas clássicos, é irretocável. Agora, talvez os fãs ortodoxos reclamem da presença de músicas de artistas como Public Enemy e  Beastie Boys. Vou te falar que Sabotage, dos BB, entrou perfeitamente na trama. Mas se a gente lembrar que a mesma música já foi usada no filme de 2009, fica a dúvida: por que repetir? Por que não usar uma música semelhante?

Enfim, como Star Trek, este novo filme é fraco. Mas quem gosta de filme pipoca de ação vai curtir.

p.s.: Neste mundo de merchandising onipresente, me questiono se uma certa empresa de telefonia celular pagou alguma coisa para ter um título de filme “sem fronteiras”…

Águas Rasas

Aguas Rasas - posterCrítica – Águas Rasas

A algumas dezenas de metros da praia, uma surfista é atacada por um grande tubarão. Agora ela precisa lutar para conseguir chegar viva até a areia.

A ideia é simples e eficiente. Praticamente um único personagem em um único cenário, enfrentando uma única ameaça. Um filme minimalista. Águas Rasas (The Shallows, no original) é terror, mas também poderia  ser classificado como “filme de sobrevivência”. Não existe um psicopata ou um elemento sobrenatural, o terror vem da natureza.

A direção é de Jaume Collet-Serra, que já tinha mostrado boa mão no terror em A Órfã, mas que depois entrou numa onda de suspense / ação com Liam Neeson (Desconhecido, Sem Escalas, Noite sem Fim), bons filmes, mas longe do terror.

Agora Collet-Serra foi para uma praia paradisíaca criar um “novo Tubarão” – com toques de Náufrago (com a gaivota fazendo o papel de Wilson). Temos vários takes subaquáticos interessantes. Aliás, Águas Rasas traz belas imagens do mar, assim como belas imagens da protagonista Blake Lively.

Blake Lively já esteve em grandes produções, como Atração Perigosa e Selvagens mas sem nenhum papel memorável – acho que até agora era mais conhecida pela série Gossip Girl. Aqui ela se revela uma grata surpresa, carregando o filme quase sozinha. Destaco uma cena, a do primeiro ataque do tubarão, quando não vemos nada do ataque, apenas um close-up das reações no rosto de Blake.

Achei o final um pouco forçado, mas nada tão grave que apagasse o bom resultado do resto do filme. Águas Rasas não entrará na história como um grande filme, mas é uma diversão honesta e vai agradar os fãs do gênero.

Quando as Luzes se Apagam

lights out - posterCrítica – Quando as Luzes se Apagam

Quando uma mulher descobre que seu meio irmão mais novo está passando pelos mesmos problemas que uma vez testaram sua sanidade, ela resolve desvendar o segredo que envolve uma entidade ligada à sua mãe.

Uns anos atrás surgiu no youtube o curta Lights Out, um videozinho de terror onde uma criatura aparecia quando uma mulher apagava as luzes do corredor. O vídeo viralizou e fez um sucesso enorme, o que gerou este longa, co-escrito e dirigido pelo mesmo David F. Sandler, realizador do curta.

Quando as Luzes se Apagam (Lights Out, no original) tem um conceito genial: a criatura que aparece nas sombras, mas que some quando a luz acende. Acho que este é um medo básico do ser humano, o medo do escuro, o medo de não saber o que está nas sombras, onde não conseguimos ver.

Neste ponto, o filme é muito bom. Sandberg consegue criar um clima ótimo usando uma fotografia cheia de contrastes entre claro e escuro. Digo mais: a criatura é assustadora, e o filme é uma montanha russa de sustos divertidos.

Alguns rabugentos vão reclamar que o filme é uma única ideia esticada. Ok, na verdade, Quando as Luzes se Apagam é basicamente o conceito do curta esticado num longa – tanto que o filme é curtinho, menos de uma hora e meia. Mas isso não me incomodou, justamente por ser um filme curto.

Se existe um problema é que o roteiro procura saídas óbvias em determinados momentos, tipo a personagem encontrar uma fita cassete no ponto exato que conta o que ela queria ouvir. Nada muito grave, muitos filmes usam este artifício. Mas temos que admitir que é um recurso preguiçoso.

O elenco está bem. Teresa Palmer tem carisma e talento para segurar o filme, e ainda tem uma inspirada Maria Bello ao seu lado. Também no elenco, Gabriel Bateman,  Alexander DiPersia e Billy Burke. Ah, Lotta Losten, a atriz do curta, aparece na sequência inicial.

Diferente da maioria dos filmes de terror, a história fecha no fim, não existe um gancho para um segundo filme. Mas não acho que ter um desfecho para a trama chega a ser uma notícia ruim. Só resta saber como vão fazer a provável continuação…

Esquadrão Suicida

Esquadrão Suicida posterCrítica – Esquadrão Suicida

Estreou o aguardado Esquadrão Suicida!

Depois dos eventos de Batman Vs Superman, uma agência secreta do governo recruta presos com super poderes para executar perigosas missões em troca de clemência.

Uma grande expectativa acompanhava este Esquadrão Suicida (Suicide Squad, no original). Primeiro, porque é a continuação do “universo cinematográfico da DC” (assim como a Marvel faz há anos, agora a DC quer colocar todos os filmes no mesmo universo). Depois porque Batman Vs Superman, o outro filme da DC neste ano, foi muito criticado, e pelo trailer, este Esquadrão acertaria a mão.

Bem, não acertou. Esquadrão Suicida não chega a ser ruim, mas falta muito para ser um grande filme. E, por causa da expectativa alta, vai decepcionar muita gente.

Esquadrão Suicida começa bem, a apresentação da equipe funciona. Mas logo depois o roteiro, escrito pelo diretor David Ayer, escorrega em alguns pontos básicos, como por exemplo não saber dosar a importância de cada personagem no filme – o Capitão Bumerangue deveria ser um alívio cômico, mas as melhores piadas estão com a Arlequina; ou então o Crocodilo, que não tem nenhuma importância na trama, então inventaram uma cena subaquática para justificar sua presença. Além disso, o vilão é péssimo. E isso porque não estou falando do personagem que entra na trama sem introdução, só porque “a gente precisava matar um personagem, então pegamos um que ninguém ia se importar”.

Ouvi gente falando que o problema do filme é que tem pouco humor. Discordo. Esta é uma característica da DC, seus filmes são mais sérios que os da Marvel. O problema é o roteiro preguiçoso mesmo.

Pelo menos temos alguns destaques positivos no elenco. Rolava uma certa preocupação em ter um nome caro como Will Smith, afinal o filme é “do Esquadrão” e não “do Pistoleiro”. Claro que Smith virou o líder do grupo. Mas não achei que isso atrapalhou. Agora, quem rouba a cena é Margot Robbie, muito bem como a Arlequina, que era pra ser coadjuvante, mas podemos dizer que é virou um personagem central. Também gostei de Jay Hernandez como o Diablo. Por outro lado, Jared Leto foi uma grande decepção como o novo Coringa. Não só ele tem pouca importância no filme (tire suas cenas, nada muda), como sua interpretação nos deixa com saudades do Heath Ledger… Ainda no elenco, Viola Davis, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Jai Courtney, Adewale Akinnuoye-Agbaje, David Harbour e Karen Fukuhara, além de uma ponta não creditada de Ben Affleck. A trilha sonora também é muito boa.

Talvez a DC devesse arriscar mais. No início do ano, Deadpool mostrou que um filme baseado em quadrinhos de super heróis pode ser violento. Com um pouco mais de violência, e usando de maneira correta o Coringa (como a Marvel fez com o Homem Aranha em Guerra Civil), talvez o resultado fosse melhor. Ah, claro, um bom roteirista também não deveria ser dispensado.

Jason Bourne

Jason BourneCrítica – Jason Bourne 

O ex-agente mais perigoso da CIA está de volta para descobrir verdades ocultas sobre o seu passado.

Depois do terceiro filme do personagem Bourne, parece que Matt Damon teria dito que queria largar a franquia para diversificar a carreira. Pelo jeito, mudou de ideia e repensou a decisão – afinal, só dá franquia no cinema blockbuster contemporâneo.

Pelo menos este novo Jason Bourne (idem no original) mantém a qualidade da franquia. Inclusive o diretor é o mesmo Paul Greengrass do segundo e terceiro filmes.

A volta de Greengrass é uma boa notícia para os fãs da franquia, porque garantiu o padrão. Mas preciso confessar que não gosto do estilo do diretor, de usar câmera tremida na mão o tempo todo. Isso inclusive atrapalha nas cenas de ação. Na minha humilde opinião, o filme seria bem melhor se a câmera temesse menos.

Agora, o problema real de Jason Bourne é que a gente já viu tudo isso antes. Se o primeiro Bourne, lá longe, em 2002, inovou e revolucionou o conceito dos espiões no cinema contemporâneo, este novo é apenas mais um bom filme de ação.

Pelo menos Jason Bourne é um filme competente. Os fãs da franquia vão curtir. E admito que, mesmo com a câmera tremida, a “obrigatória” cena de perseguição de carros é de tirar o fôlego.

Outro destaque é o elenco. Além da volta de Damon e Julia Stiles, o filme também conta com a recém oscarizada Alicia Vikander, além de Tommy Lee Jones e Vincent Cassel.

Enfim, nada de novo. Mas vai agradar os fãs.

O Bom Gigante Amigo

BGACrítica – O Bom Gigante Amigo

Filme novo do Spielberg!

Uma menina encontra um gigante que, apesar de sua aparência intimidadora, se mostra uma alma bondosa, que sofre na mão dos outros gigantes porque, ao contrário deles, se recusa a comer crianças.

O Bom Gigante Amigo (The BFG, no original) foi dirigido por Steven Spielberg mas, antes de tudo, trata-se de uma produção da Disney. Digo mais: é uma produção da Disney direcionada ao público infantil.

O Bom Gigante Amigo é muito bobinho. Tudo é muito inocente. O filme é baseado no livro de Roald Dahl (que também escreveu o livro que originou A Fantástica Fábrica de Chocolate) de 1982 – talvez funcionasse na época, mas não no mundo de hoje.

Pra piorar, o roteiro tem falhas no ritmo, se mostra arrastado em certos momentos. Digo mais: parece que o roteiro foi alterado. Rebecca Hall é um dos maiores nomes do elenco e seu personagem é uma coadjuvante inutilizada. E, na boa, as piadas com gases foram desnecessárias. Triste saber que foi o último roteiro de Melissa Mathison, falecida ano passado, a mesma que escreveu ET, O Extra Terrestre.

Pelo menos a parte técnica é impecável. O gigante interpretado por Mark Rylance, feito por captura de movimento, é um assombro de tão bem feito. Não sei se o mérito é de Rylance ou da tecnologia usada (acredito que um pouco de cada), mas o realismo do “BGA” é impressionante. Mais uma vez, a gente fica na dúvida se um personagem desses merece uma nova categoria no Oscar.

Mas é pouco. Spielberg já fez coisa muito melhor, a Disney também. Uma parceria entre esses dois monstros do cinema contemporâneo pedia algo de maior qualidade.

A Lenda de Tarzan

A Lenda de Tarzan posterCrítica – A Lenda de Tarzan

Este ano já teve um novo Mogli. Por que não um novo Tarzan?

Agora vivendo como aristocrata na Inglaterra, Tarzan volta à África para investigar um suposto caso de tráfico de escravos.

Comparei com Mogli, né? Bem, a comparação não é correta. Os personagens são muito parecidos, mas os dois filmes de 2016 não têm a mesma proposta. Enquanto Mogli é uma versão live action do desenho, A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, no original) traz uma nova história do Rei da Selva.

Dirigido por David Yates (que dirigiu os quatro últimos Harry Potter), A Lenda de Tarzan é um filme correto, com bom elenco e bons efeitos especiais mas que, infelizmente, não empolga. Sabe quando você junta os ingredientes certos, mas a massa desanda? Pois é…

Outra coisa: o personagem de Samuel L. Jackson tenta ser um alívio cômico, mas não funciona. Um cara daqueles, americano, urbano, NUNCA conseguiria acompanhar o ritmo do Tarzan pela selva. Entendo sua presença em algumas cenas (porque o Tarzan precisava conversar com algum humano, pra contar ao espectador o que acontecia na história), mas digo que ele atrapalhou mais do que ajudou.

Pelo menos a parte visual do filme é ótima. Assim como aconteceu em Mogli, a qualidade do cgi é excelente, os animais e cenários estão perfeitos. Nisso o filme acertou.

O elenco tem um monte de nomes legais, como o vampiro Eric, a Arlequina, o Nick Fury, o Hans Landa e o Korath – quer dizer, Alexander Skarsgård, Margot Robbie, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e Djimon Hounson. 🙂

Enfim, os menos exigentes vão curtir. Mas o Tarzan ainda merece um filme definitivo.