Joy: O Nome do Sucesso

JoyCrítica – Joy: O Nome do Sucesso

Mais um filme meia boca do superestimado David O. Russell…

Inspirado em uma história real, o filme mostra a jornada de uma mulher determinada a manter sua excêntrica e disfuncional família unida em face da aparentemente insuperável probabilidade. Motivada pela necessidade, engenhosidade e pelo sonho de uma vida, Joy triunfa como a fundadora e matriarca de um bilionário império, transformando sua vida e a de sua família.

A história de uma mulher que inventou um esfregão daria um bom filme? Talvez. Mas precisaria de um bom roteiro, já que a história em si é besta. E isso não acontece aqui.

Joy: O Nome do Sucesso (Joy, no original) tem uma cena boa aqui, outra acolá. Mas no geral, é um filme bobo. Uma história desinteressante sobre uma personagem desinteressante. O filme acaba e a gente fica com aquela sensação de “pra que alguém fez um filme sobre uma mulher que inventou um esfregão?” E o pior é que mais uma vez o filme foi elogiado.

Sobre a Jennifer Lawrence: acho que é uma grande atriz, uma das melhores de sua geração, sabe escolher bons filmes, mas vamos combinar que ela está um pouco supervalorizada. Mais uma vez ela concorre ao Oscar por um filme de O. Russell – ela ganhou por O Lado Bom da Vida e concorreu por Trapaça. Nada contra ela concorrer, mas ela não está tão bem assim. E o pior é a gente sentir que ela está no papel errado – a Joy deveria ser uma atriz mais velha, Jennifer tem 25 anos, ficou forçado imaginá-la como uma mulher separada, mãe de duas crianças.

O elenco tem bons atores, mas nenhum está bem. O. Russell deve gostar dos mesmos atores, mais uma vez temos Jennifer Lawrence, Bradley Cooper e Robert De Niro (os 3 estavam em O Lado Bom da Vida; os dois primeiros em Trapaça). Mas o destaque negativo fica com Isabella Rosselini, grande atriz, mas que está péssima aqui. Também no elenco, Edgar Ramirez, Diane Ladd, Virginia Madsen e Dascha Polanco.

Enfim, dispensável.

Boneco do Mal

Boneco do MalCrítica – O Boneco do Mal

Uma americana é contratada por uma família inglesa para ser babá, mas ao chegar na casa, descobre que será babá de um boneco em vez de uma criança.

Fui ver Boneco do Mal com a expectativa lá em baixo. E não é que me surpreendi positivamente?

Pra começar, a sessão de imprensa foi na véspera da estreia, e quando isso acontece, normalmente o filme é fraco e a distribuidora só quer que as pessoas saibam isso em cima da hora. E, pra piorar,o título brasileiro é horrível – “Boneco do Mal” é muito trash! O nome original, “The Boy” (“O Garoto”) é bem melhor…

O diretor William Brent Bell é o mesmo do fraco Filha do Mal (olha o nome ruim aí…), mas desta vez ele se saiu melhor. Não que Boneco do Mal seja um grande filme, mas pelo menos é uma diversão honesta. Boa ambientação (a casa inglesa é ótima!), a fotografia cria um clima interessante, e tem um final que me surpreendeu.

No elenco, o único nome conhecido é  Lauren Cohan, famosa por causa de The Walking Dead. Mas ninguém chama a atenção, nem pelo lado positivo, nem pelo lado negativo.

Enfim, nada demais, mas vai agradar os fãs de terror.

O Quarto de Jack

O Quarto de JackCrítica – O Quarto de Jack

Um menino de 5 anos vive com sua mãe em um pequeno quarto, de onde nunca saiu, e por isso nunca teve contato com o mundo exterior.

Depois de contar uma história esquisita sobre um cara esquisito em Frank, o diretor Lenny Abrahamson resolveu contar uma história sobre um garoto que vive uma realidade esquisita no seu filme novo, O Quarto de Jack (Room, no original). E Abrahamson conseguiu mostrar um universo rico, mesmo confinado dentro de um pequeno quarto de poucos metros quadrados. O personagem Jack é ótimo!

Assim como em Frank, o forte aqui são as atuações. Brie Larson ganhou o Globo de Ouro e está concorrendo ao Oscar de melhor atriz (o filme concorre a outras três estatuetas, melhor filme, melhor diretor e melhor roteiro adaptado), mas quem chama a atenção é Jacob Trembley, que interpreta o pequeno Jack, de 5 anos recém completados. Trembley entrega um personagem mais sólido que muito ator adulto por aí. Seu Jack vale o ingresso! William H. Macy e Joan Allen também estão bem, em papeis secundários.

O roteiro de O Quarto de Jack foi escrito por Emma Donoghue, autora do livro onde o filme se baseia. Não li o livro, não sei qual a sua estrutura, mas podemos dizer que o filme se divide claramente em duas partes. No meio da trama acontece um grande plot twist, que muda o rumo da história. E aí reside um problema: a segunda parte não é tão boa quanto a primeira. Nada que estrague o resultado final, mas o ritmo do filme nitidamente cai.

Mesmo assim, vale ver o pequeno Trembley.

A Quinta Onda

A Quinta OndaCrítica – A Quinta Onda

Pelo trailer, parecia ser um bom filme de apocalipse alienígena. Ah, como os trailers enganam…

Quatro ondas de ataques alienígenas, cada vez mais mortais, dizimam a maior parte da população da Terra. Neste cenário, uma jovem tenta desesperadamente salvar seu irmão mais novo.

Antes de tudo, um aviso: por mais que tenha elementos de cinema catástrofe, A Quinta Onda (The 5th Wave, no original) é muito mais próxima de sagas teen de futuro distópicas como Jogos Vorazes, Maze Runner e Divergente (e até mesmo Crepúsculo). Só soube depois da sessão de imprensa, o filme se baseia numa série de livros direcionados a “jovens adultos”, escritos por Rick Yancey.

A Quinta Onda até começa bem. Mas quando começa o papinho romântico, vai tudo ladeira abaixo. E, no meio dos clichês presentes, temos até o triângulo amoroso… Vou te falar, na sessão para críticos, algumas cenas teoricamente sérias proporcionaram gargalhadas…

Pra piorar, muitas coisas parecem recicladas de outros filmes. Impossível não lembrar de Independence Day na primeira cena onde as naves aparecem, e os aliens são iguais aos “face hughers” de Alien. E não quero estragar o filme de ninguém, mas me lembrei de Marte Ataca na cena onde os inimigos estão com a “cabeça verde”…

Os méritos do filme ficam abafados por toda a baboseira. Os efeitos especiais da primeira parte são eficientes, mas estão quase todos no trailer. Chloe Moretz, veterana apesar da idade, não atrapalha, mas nem de longe lembra o seu início de carreira.

Ah, sobre o elenco, tenho outro comentário: o que aconteceu com a Maria Bello? Ok, sabemos que ela já tem 48 anos, mas ela sempre fez papeis de mulheres bonitas (e seus fãs hão de se lembrar de sua generosa nudez em Marcas da Violência, dez anos antes). Maria está acabada aqui, parece bem mais velha e mal cuidada. Espero que seja maquiagem! Ainda no elenco, Liev Schreiber, Ron Livingston, Nick Robinson e Maika Monroe.

No fim do filme, temos um gancho pra continuação. Deve vir por aí uma Sexta Onda…

Steve Jobs

steve jobsCrítica – Steve Jobs

Um retrato do inventor e empresário co-fundador da Apple. A história se desenrola nos bastidores de três lançamentos de produtos icônicos.

Com roteiro de Aaron Sorkin (A Rede Social), a narrativa de Steve Jobs (idem, no original) é interessante. Em vez de uma cinebiografia clássica, onde acompanhamos a vida do biografado, o filme se divide em três momentos: os bastidores dos momentos antes dos lançamentos do Macintosh, em 84, do NeXT, em 88 e do iMac, em 98.

O elenco é muito bom – Kate Winslet acabou de ganhar o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante e ser indicada ao Oscar; Michael Fassbender também concorre à estatueta pelo filme. Também no elenco, Seth Rogen, Jeff Daniels, Michael Stuhlbarg e Katherine Waterston.

Steve Jobs tem alguns problemas. Michael Fassbender é um grande ator, é sempre um prazer vê-lo atuando, mas… Quando vi o filme, não vi o personagem Jobs na tela, só vi o ator Fassbender. Ok, o cara é bom, mas talvez fosse melhor ter um ator menos famoso, pra gente entrar mais facilmente no personagem.

Outro problema é que, como a narrativa só mostra três momentos distintos da carreira de Jobs, algumas coisas ficam sem explicação para quem nunca acompanhou o desenvolvimento da Apple – saí do cinema e fui catar no google mais informações sobre Apple II e NeXT…

Além disso, são muitos diálogos. Cansa ficar duas horas vendo um cara arrogante brigar com um monte de gente. Pelo menos o estilo pop de Danny Boyle ajuda no ritmo, com cortes rápidos, música alta e até projeções nas paredes do cenário.

Mas, no geral, acho que Boyle ainda nos deve algo mais semelhante ao seu início de carreira…

Os Oito Odiados

Os-Oito-Odiados-posterCrítica – Os Oito Odiados

O novo Tarantino!

Pouco depois da Guerra Civil americana, um caçador de recompensas e sua prisioneira, procuram abrigo contra uma tempestade de neve que está chegando. Ao chegarem num armazém, encontram uma coleção de personagens nefastos.

Hoje, Quentin Tarantino já é um nome consagrado, e o anúncio de um novo filme seu sempre vai gerar comparações com seus trabalhos anteriores. Sendo um bom filme ou não, vai ter gente dizendo “ah, mas não é tão bom quanto x” (coloque aqui o seu favorito). Não vou comparar com seus outros filmes. Mas vou afirmar que Os Oito Odiados (The Hateful Eight, no original) é mais um grande filme no currículo deste que é um dos principais nomes do cinema contemporâneo.

A divulgação diz que este é o oitavo filme dirigido por Quentin Tarantino. Preciso dizer que não concordo com essa contagem: na minha humilde opinião, Kill Bill são dois filmes… Isso porque não estou contando o Grave Danger, o CSI que ele dirigiu, que – pra mim – conta como um filme (tenho até o blu-ray na prateleira). E a sua participação em Grande Hotel, não conta por que?

Quando soube que o novo filme seria outro western (assim como seu último, Django Livre), confesso que rolou uma decepção. É que achei que depois de filme de artes marciais, exploitation, filme de guerra e faroeste, Tarantino ia continuar variando estilos – imaginem um terror ou ficção científica dirigidos por ele? Pelo menos podemos dizer que ele fez mais um grande filme, e que não é parecido com Django Livre.

Sobre o nome, acho que o diretor quis fazer uma brincadeira com o faroeste clássico “The Magnificent Seven”, aproveitando que se tratava de seu oitavo filme. Porque, se a gente contar direito, não são exatamente oito, né?

Segundo o imdb, as maiores influências de Os Oito Odiados são O Enigma do Outro Mundo e Cães de Aluguel. A trama é por aí, tensões crescentes, dentro de um ambiente fechado, e muita neve em volta. Reconheço que a primeira metade do filme é meio arrastada. Mas depois que engrena, não dá pra desgrudar o olho!

Tarantino insistiu em filmar no formato Ultra Panavision 70. Decisão complicada nos tempos digitais que vivemos, afinal, quase não existem mais projetores neste formato. Mas ele insistiu, e algumas dezenas de cinemas ao redor do mundo substituíram seus projetores digitais por projetores analógicos com lentes para filmes em 70 milímetros (nenhum no Brasil, infelizmente). Pelo menos o resultado ficou excelente, a fotografia é belíssima – e é filme pra se ver no cinema, na tela da tv a imagem vai perder muito. Outro destaque é a trilha sonora, de Ennio Morricone, que compôs talvez o tema mais icônico da história do gênero faroeste (Três Homens em Conflito). Aliás, é a primeira vez que um filme do Tarantino tem um tema inédito, ele sempre foi famoso por reaproveitar músicas (inclusive, tem dois temas “reciclados”, do próprio Morricone, dos filmes O Enigma do Outro Mundo e O Exorcista 2).

O elenco está ótimo. Num filme mais contemplativo, com menos ação (boa parte da trama se passa num único ambiente fechado), Tarantino mostra que é um excelente diretor de atores. Digo mais: pra mim, Jennifer Jason Leigh é indicação certa ao Oscar de melhor atriz – e não me espantarei com outras indicações (como Kurt Russell e Samuel L. Jackson). De um modo geral, todo o elenco está bem. Além dos já citados, Os Oito Odiados ainda conta com Walton Goggins, Tim Roth (num papel com a cara do Christof Waltz), Michael Madsen, Demian Bichir, Bruce Dern, James Parks, Zoë Bell e Channing Tatum.

(Existe uma cena, de um flashback do personagem do Samuel L. Jackson, que vai gerar polêmica. Não vou entrar em spoilers, mas digo que concordo com a cena).

Recentemente Tarantino declarou que pretende se aposentar depois do décimo filme. Claro que fico triste, sou fã do cara. Mas, se ele parar, pelo menos não veremos seu declínio – me lembro dos filmes recentes do Brian de Palma (Passion) e John Carpenter (Aterrorizada), e penso que seria melhor se eles tivessem tomado decisões parecidas…

Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

SW7 - posterCrítica – Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força

O filme mais aguardado do ano!

30 anos depois da derrota do Império Galático, surge uma nova ameaça. A Primeira Ordem tenta governar a galáxia, mas uma dupla improvável tenta impedir, com a ajuda da Resistência.

Antes de tudo, é bom avisar: este é um texto sem spoilers! Vamos respeitar o cuidado que os realizadores tiveram em não deixar vazar a história, apesar da grande vontade de comentar coisas do filme. Caro leitor que ainda não viu o filme: pode ler tranquilo!

Arrisco dizer que este Star Wars Ep 7 – O Despertar da Força (Star Wars The Force Awakens, no original) é a maior estreia cinematográfica da história. George Lucas vendeu sua franquia bilionária para a Disney, que fez o que sabe fazer como poucos: colocou a máquina de marketing à toda – hoje você encontra Star Wars em tudo quanto é produto. Diferente dos anos 70, Star Wars é moda!

Claro que precisávamos de um bom filme. Uma franquia deste porte precisa de um grande filme, campeão de bilheterias, para azeitar a máquina do marketing. E, meus amigos, a Disney e o diretor JJ Abrams acertaram em cheio. O Despertar da Força é um filmaço!

Admito que estava com o pé atrás. Em 1999, tive uma decepção muito grande com o Ep 1, e não acho a carreira de JJ Abrams tão consistente assim (apesar de ter gostado muito de Super 8). Mas, felizmente, o pé atrás foi infundado. O Despertar da Força tem tudo o que o fã esperava desde o fim dos créditos d’O Retorno do Jedi, lá longe, em 1983. A história é empolgante, os novos personagens são carismáticos, tecnicamente o filme é um deslumbre. E, o mais importante: é um filme que sabe respeitar o fã antigo.

Na trilogia clássica (77, 80, 83), os efeitos especiais eram top para a época, mas limitados se revistos hoje em dia. Na trilogia Voldemort (aquela que não deve ser mencionada!), tem muito cgi, o filme ficou muito artificial. Agora, com a tecnologia atual, aliada à escolha do diretor Abrams de usar cenários reais em vez de telas verdes, os efeitos chegam a um nível de perfeição poucas vezes visto no cinema. As batalhas, tanto terrestres quanto aéreas, são impressionantes!

O roteiro parece o Ep 4 revisitado: protagonista solitário no deserto, um vilão misterioso que usa máscara, fuga do “império”, reunião na “base rebelde” para destruir uma “estrela da morte”… (Tem mais, mas é um texto livre de spoilers, então fica pra outra ocasião.) A trama é muito bem amarrada, e sabe dosar com maestria a entrada dos elementos da série clássica – todo fã “velho” vai curtir rever os personagens e veículos da trilogia clássica. Não à toa, um dos roteiristas é Lawrence Kasdan, roteirista de O Império Contra-Ataca e O Retorno do Jedi. A importância na trama entre a “velha guarda” e a “nova geração” está bem equilibrada. Ah, o filme tem duas horas e quinze minutos, e não tem nenhum momento fraco.

George Lucas sempre teve fama de ser um péssimo diretor de atores. Nesse ponto, JJ Abrams é muito melhor que Lucas. O elenco deste Ep 7 é ótimo! A essa altura todo mundo já sabe que temos de volta Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill, Peter Mayhew (Chewbacca) e Anthony Daniels (C3PO), né? Juntam-se a eles a nova geração: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Adam Driver, Domhnall Gleeson, Gwendoline Christie, Simon Pegg e as vozes de Andy Serkis e Lupita Nyong’o, além de uma ponta de Max von Sydow. Gostei muito de Daisy Ridley, a nova protagonista!

Sobre a trilha sonora, ainda não sei se gostei ou não. John Williams está de volta (ele fez a trilha dos outros seis filmes), e repete todos os temas que os fãs conhecem. Por um lado, é muito legal ouvir um tema conhecido sublinhando uma cena emocionante. Mas, por outro lado, não temos nada de novo. No Ep 1 a gente teve um bom tema novo…

Ainda preciso falar do humor. Não, o Ep 7 não é uma comédia. Mas acho que este é o filme mais engraçado de toda a saga. O personagem Poe tem frases ótimas!

Por fim, o 3D. Só faz diferença em um único take, onde parece que um destroyer imperial está bem à frente da tela. Só. Ou seja, desnecessário.

O filme acaba com um gancho forte para o episódio 8. Vai ser difícil segurar a ansiedade até 2017!

No fim da sessão, mal consegui me levantar, tamanho o carrossel de emoções que passaram na tela nas últimas duas horas. Obrigado, JJ Abrams, obrigado, George Lucas, obrigado, Disney. Obrigado por ter trazido de volta a magia da saga, que estava apagada desde a trilogia “Voldemort”. Obrigado pelo melhor filme do ano!

p.s. 1: Um filme desses tem que ser visto no cinema. Agora, ver numa sala de cinema onde mais da metade da plateia faz parte do Conselho Jedi RJ é uma experiência inesquecível!

p.s 2.: Para os fãs de Battlestar Galactica: temos uma “manobra Adama” na trama!

p.s. 3: Tive uma decepção, mas nada a ver com o filme em si. É que li que o elenco trazia Yayan Ruhian e Iko Uwais, os dois principais atores / lutadores dos filmes indonésios Operação Invasão, e imaginei que teríamos pelo menos uma grande luta envolvendo as habilidades dos dois. Nada, eles aparecem e somem rapidinho…

SW7 - sala do cinema SW7 - entrada do cinema

 

O Presente

O PresenteCrítica – O Presente

A vida de um jovem casal entra em parafuso quando um conhecido do passado do marido traz presentes misteriosos e um segredo horrível volta à luz depois de mais de vinte anos.

Outro dia falei aqui de Aliança do Crime, filme novo do Johnny Depp, mas onde o menos conhecido Joel Edgerton tem um papel tão importante quanto – talvez até mais. Pois bem, guardei o nome de Edgerton, e olha só que surpresa agradável: o cara escreveu, dirigiu, produziu e protagonizou este bom suspense O Presente (The Gift, no original).

O Presente começa como um thriller nos moldes de Atração Fatal – não existe nada de sobrenatural, estamos lidando com gente desequilibrada. Mas a trama aqui não é tão maniqueísta, descobrimos que todos os lados da história têm os seus podres, o que gera um debate interessante: quem estaria “menos errado”? (O fórum do imdb tem um monte de gente defendendo cada lado).

No elenco, Joel Edgerton e Jason Bateman (mais acostumado a comédias) estão ótimos. Rebecca Hall é que decepciona, numa personagem que parece menos desenvolvida que os de seus companheiros de tela.

Se o meio do filme tem problemas no ritmo, o fim traz um plot twist interessante. O Presente pode não ser um dos melhores filmes do ano, mas comprova que Joel Edgerton é um nome a ser visto com carinho.

Absolutely Anything

Absolutely Anything - posterCrítica – Absolutely Anything

Já tinha um tempo que heu tinha lido sobre este filme. Cheguei a achar que tinham cancelado o projeto. Mas, olha lá, o filme tá pronto!

Um grupo de excêntricos alienígenas concede a um humano o poder de fazer absolutamente qualquer coisa, como um teste para saber se vale a pena exterminar o planeta.

Absolutely Anything é uma comédia estrelada pelo Simon Pegg. Mas o que o torna imperdível é saber que é o primeiro filme desde O Sentido da Vida que temos todos os membros (vivos) do Monty Python reunidos. John Cleese, Eric Idle, Michael Palin, Terry Gilliam e Terry Jones (que também dirigiu o filme) não aparecem na tela, mas ouvimos suas vozes – eles dublam os alienígenas! E, se não bastasse, ainda tem Robin Williams fazendo a voz do cachorro!

(Falei que não vemos os Pythons, mas o diretor Terry Jones faz um cameo, como o motorista da caminhonete que atropela a bicicleta.)

Ver o Monty Python reunido é sempre um prazer – e ter o Terry Jones na direção é uma boa notícia, afinal ele também dirigiu os “pythonianos” O Cálice Sagrado, A Vida de Brian e O Sentido da Vida. Tudo isso ainda parece maior quando a gente lembra que é o último filme do Robin Williams. E não podemos nos esquecer que o filme é estrelado por Simon Pegg, um dos maiores nomes da comédia contemporânea. E isso tudo que citei até agora talvez seja o maior problema de Absolutely Anything: uma grande expectativa. Em um filme mediano…

Absolutely Anything não é ruim. Temos algumas boas piadas – quase todos os diálogos do cachorro são engraçadíssimos! Mas, além de parecer um filme pra sessão da tarde, tem o problema de ter um argumento muito parecido com o Todo Poderoso do Jim Carrey.

No elenco, os rostos mais conhecidos aqui no Brasil são Pegg e Kate Beckinsale (como falei, os outros só dublam). Também no elenco, Rob Riggle, Sanjeev Bhaskar e Joanna Lumley.

No fim, Robin Williams faz valer o ingresso. E é sempre legal ouvir as vozes dos Pythons. Mas que fica aquele gostinho de que poderia ter sido muito melhor, ah, fica.

Aliança do Crime

aliancadocrime-posterCrítica – Aliança do Crime

A história real de Whitey Bulger, irmão de um Senador, e o mais violento criminoso da história do sul de Boston, que se uniu ao FBI contra a Máfia italiana.

Sabe quando a gente sente que um filme foi feito como veículo para mostrar o potencial de um ator? Aliança do Crime (Black Mass, no original) é assim. O filme é legal, mas o que chama a atenção é a atuação de Johnny Depp, quase irreconhecível debaixo da maquiagem do mafioso Whitey Bulger. Não acharei estranho se Depp for indicado ao Oscar ano que vem por este papel.

Aliás, o elenco do filme é excelente. Joel Edgerton, menos conhecido que Depp, tem um papel talvez ainda mais importante, como o agente do FBI amigo de infância do mafioso – boa parte do filme é em cima do seu personagem. Também no elenco, Benedict Cumberbatch, Kevin Bacon, Dakota Johnson, Julianne Nicholson, Rory Cochrane, Jesse Plemons, David Harbour e Adam Scott. O elenco é tão rico que atores conhecidos como Juno Temple e Peter Sarsgaard fazem papéis bem pequenos.

Gostei muito da ambientação de época, do figurino e da maquiagem. Pena que o ritmo não é muito bom, o filme às vezes se arrasta um pouco. Acredito que isso seja uma característica do diretor Scott Cooper, que mostrou competência na direção de atores, mas falta de ritmo, em seus dois filmes anteriores, Tudo Por Justiça e Coração Louco.

Vale pelo Johnny Depp…