Mercenaries

mercenariesCrítica – Mercenaries

Uma produção da Asylum com várias atrizes “B” do cinema de ação? Claro que não vai ser bom. Mas claro que quero ver!

Durante uma visita a uma zona de guerra, a filha do presidente dos EUA é capturada e aprisionada. Uma equipe feminina de elite é montada para o resgate.

Vamulá: em primeiro lugar, expliquemos qualé a da Asylum. É uma produtora assumidamente picareta, mais famosa hoje em dia por filmes ruins de tubarões (a franquia Sharknado e outros de títulos divertidos como 3 Headed Shark ou Mega Shark vs Mecha Shark), mas que tem uma tradição de lançar filmes com títulos e sinopses parecidas, para tentar enganar o espectador. Cito alguns exemplos: lançaram Transmorphers pra pegar o público de Transformers, ou Atlantic Rim na mesma época de Pacific Rim, ou ainda San Andreas Quake ao mesmo tempo que San Andreas (tem muito mais exemplos na página deles na wikipedia!). Este Mercenaries “pega carona” na franquia Expendables (com o nome em português, Mercenários, fica ainda mais claro).

Mas desta vez, a ideia foi boa, afinal, é divertido ver, juntas, Zoe Bell, Kristanna Loken, Brigitte Nielsen, Vivica A. Fox e Cynthia Rothrock. A única que heu sou fã é a Zoe Bell, afinal, ela está em vários filmes do Tarantino, mas heu pegaria autógrafos de todas elas, se tivesse oportunidade!

Mas, como era esperado, o resultado decepcionou. Ok, heu já sabia que a produção era vagabunda – os efeitos especiais de sangue em cgi são tosquérrimos! Ok, heu já sabia que as atrizes são fracas – são todas canastronas, atuação nunca foi e nunca será o forte de nenhuma delas. Mas heu esperava um pouco mais de coerência em certos pontos do roteiro – tipo, a Brigitte Nielsen atira na Zoe Bell, mas não checa se seu tiro foi certeiro, e diz para seus capangas que não precisa verificar. Ou capangas que chegam para pegar a Zoe Bell, todos armados, mas ninguém atira. Poxa, será que eles não podiam ter tido escrito um roteiro menos desleixado?

Não, a Asylum não se preocupa com esses detalhes. Pena. Mercenaries podia ser um “bom filme ruim”. Mas é apenas um “filme ruim”…

O Agente da U.N.C.L.E.

Agente da UNCLECrítica – O Agente da U.N.C.L.E.

Se a série dos anos 60/70 Missão Impossível pode render bons filmes de ação / espionagem, por que não a série O Agente da U.N.C.L.E., exibida entre 1964 e 68?

No início dos anos 60, um agente da CIA e outro da KGB precisam se unir em uma missão contra uma misteriosa organização criminal, que trabalha desenvolvendo bombas atômicas.

Antes de tudo, preciso falar que não conheço NADA da série original. Pra ser sincero, só me lembro do nome da série porque a trilha de abertura consta no primeiro CD da coleção Television Greatest Hits, um dos primeiros CDs que comprei na minha vida, lá longe, no fim dos anos 80. Já tinha ouvido o tema (a faixa ficava entre Missão Impossível e Agente 86), mas confesso que nem me lembrava.

Mas isso pouco importa. O Agente da U.N.C.L.E. (The Man From U.N.C.L.E., no original), o novo filme de Guy Ritchie, é muito bom. Sabe quando tudo funciona redondinho? Bom elenco, boa fotografia, edição criativa e bem cuidada, ritmo empolgante, tudo isso embalado por uma excelente reconstituição de época e uma trilha sonora sensacional. Temos um forte candidato a um dos melhores filmes do ano, arrisco dizer!

Guy Ritchie sempre inovou nas edições de seus filmes, desde o início da carreira, época de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch, até recentemente, com os dois Sherlock Holmes (2009 e 2011). Aqui, mais uma vez, a edição chama a atenção. Só pra dar um exemplo: uma cena de invasão por barco, que em qualquer filme seria um dos pontos altos da ação, foi encurtada, parece um videoclipe de apenas alguns segundos, afinal, temos outras cenas mais legais para serem exploradas.

A reconstituição de época também chama a atenção – o filme se passa durante a Guerra Fria, não teria sentido atualizar a trama para os dias de hoje. A fotografia emula filmes de espionagem dos anos 70, as imagens parecem “velhas”. O filme tem um delicioso visual retrô.

O elenco também está ótimo. Armie Hammer e Henry Cavill estiveram no Rio para o lançamento do filme, e mostram boa química na tela. Curiosidade do mundo globalizado: o britânico Cavill interpreta um americano; o americano Hammer interpreta um russo; a sueca Alicia Vikander interpreta uma alemã; a francesa (criada na Austrália) Elizabeth Debicki interpreta uma italiana – verdadeira Torre de Babel! (Ok, o inglês Hugh Grant interpreta um inglês…)

Ah, a trilha sonora! Me lembrei da trilha de Pulp Fiction, cheia de músicas boas e inesperadas – tem até uma música do Tom Zé! Não sei se as pessoas ainda compram CDs, mas se ainda estivéssemos nos anos 90, este CD seria obrigatório em festinhas descoladas.

Li que o filme não foi bem na bilheteria nos EUA, o que é uma pena. O fim do filme traz um gancho para começar uma nova franquia e se mantiver a qualidade, será uma franquia muito bem vinda!

Por fim, só me pergunto por que o título está no singular (tanto em português quanto em inglês). Não é só um agente…

A Escolha Perfeita 2

A-Escolha-Perfeita-2Crítica – A Escolha Perfeita 2

Depois de uma apresentação onde protagonizaram um grande vexame na presença do presidente Obama, as Barden Bellas precisam ganhar uma competição internacional para recuperar a reputação.

Não vi o primeiro filme, mas isso não compromete o entendimento deste A Escolha Perfeita 2 (Pitch Perfect 2, no original), primeiro filme dirigido pela atriz Elizabeth Banks. Na verdade, a trama é tão clichê que você consegue antever cada passo do roteiro. Tudo é previsível demais!

Mas quem vai ver um filme desses não espera um roteiro criativo, e sim boas músicas. A criatividade foi toda direcionada para os arranjos musicais. E, sob este ponto de vista, o espectador não se decepcionará. A parte musical do filme é excelente! Vou além: os arranjos musicais são tão bons que fazem o ingresso valer, mesmo com o roteiro clichê.

Anna Kendrick lidera bem um elenco que funciona muito bem para o que o filme pede. Aliás, um comentário sobre Becca, seu personagem: se por um lado é o personagem mais bem construído (a única que tem uma “vida real” fora das Barden Bellas), por outro lado o roteirista criou frases engraçadinhas constrangedoras e completamente fora da realidade pra ela falar sempre que encontra a rival alemã. Vergonha alheia desses diálogos…

Boa parte do elenco do primeiro filme volta, como Rebel Wilson, Brittany Snow e Anna Camp, e A Escolha Perfeita 2 ainda tem Haylee Steinfeld e uma ponta de Katey Sagal.

A Escolha Perfeita 2 não é um filme essencial, mas quem gosta de música vai se divertir.

Entourage: Fama e Amizade

entourage

Crítica – Entourage: Fama e Amizade

E mais uma série ganha uma versão para cinema…

A estrela de cinema Vincent Chase e seus amigos estão de volta, desta vez envolvidos em um arriscado projeto: a estreia de Vince na direção.

Entourage foi uma série feita pela HBO entre 2004 e 2011, mostrando uma estrela hollywoodiana que sempre carregava seus amigos de infância por tudo quanto é canto. A série foi inspirada no ator Mark Wahlberg e seus amigos “não atores”, só mudaram as personalidades dos personagens – Vince Chase é bem mais “bom moço” que Wahlberg.

Entourage: Fama e Amizade (Entourage, no original), foi escrito e dirigido pelo mesmo Doug Ellin que criou a série, e segue o mesmo clima – aliás, parece até um episódio estendido. E o roteiro traz algumas tiradas geniais, satirizando o glamour das estrelas. Quem curte os bastidores de Hollywood vai se divertir, temos inúmeras pontas de famosos, alguns fazendo piadas com as próprias carreiras (como a Jessica Alba negociando um novo projeto).

Falando nisso, o elenco é muito bom. Provavelmente pelos anos trabalhando juntos, rola uma boa química entre os atores principais Kevin Connolly, Adrian Grenier, Jerry Ferrara, Kevin Dillon e Jeremy Piven – os cinco estiveram em todos os 96 episódios da série. E não é só a química – vemos que os personagens são bem desenvolvidos, outro legado da série. E o elenco ainda conta com Billy Bob Thornton, Haley Joel Osment, Emmanuelle Chriqui, Debi Mazar, Emily Ratajkowski e Ronda Rousey (as duas últimas interpretam elas mesmas) – isso porque não estamos falando de cameos de gente como Liam Neeson, Jon Favreau, Gary Busey, Mike Tyson, Ed O’Neill, Armie Hammer, Kelsey Grammer e – claro – Mark Wahlberg, entre muitos outros – o filme parece uma brincadeira de “Onde está Wally” em Hollywood.

Agora, temos que reconhecer que Entourage é raso. Quem não curte o “hollywood way of life” talvez ache o filme meio bobo, afinal, o tema não muda muito – é quase o tempo todo falando de celebridades e de sexo…

Por fim, sabe quando rola um “filme dentro do filme”? Fiquei com vontade de ver o filme que Vince dirigiu…

Quarteto Fantástico 2015

QuartetoFantastico2015-posterCrítica – Quarteto Fantástico

Uma boa notícia para os fãs da DC: nem tudo o que a Marvel toca vira ouro!

Depois de uma malsucedida experiência durante uma tentativa de viagem interdimensional, quatro jovens ganham poderes que alteram suas estruturas físicas. Eles agora precisam aprender a dominar suas habilidades, para se unirem contra um antigo colega que se tornou um inimigo.

Quarteto Fantástico (Fantastic Four, no original) é o quarto longa metragem usando o este grupo de super-heróis da Marvel. E a quarta vez que dá errado.

Quarteto Fantástico não chega exatamente a ser um filme “ruim”. Mas, ao fim do filme, a gente se pergunta: “pra que?”. O filme não leva nada a lugar algum. Todos já sabem que a origem do quarteto de heróis foi alterada, né? Assim, temos mais um “filme de origem” – perdemos metade do filme conhecendo os “novos” personagens. E mesmo perdendo tempo demais na apresentação dos personagens, as relações entre eles são mal desenvolvidas – Ben Grimm saiu da história sem motivo, e voltou com menos motivo ainda. E, pra piorar, a esperada “luta final dos mocinhos contra o vilão” é besta e não faz muito sentido.

Sobre alteração na origem: acredito que os fãs vão ficar realmente decepcionados. Porque uma coisa é o Sam Raimi mudar o Homem Aranha, criando uma teia orgânica, porque faz mais sentido nos dias de hoje do que um jovem inventar uma máquina que cuspa teias instantaneamente – Raimi desagradou muitos fãs, mas tinha um motivo coerente para essa alteração. Outra coisa é o Johnny Storm virar negro porque o ator Michael B Jordan é amigo do diretor Josh Trank (os dois trabalharam juntos em Poder Sem Limites). Principalmente porque sua irmã Sue Storm continua sendo branca e loura.

Mas alterar as origens não foi a pior coisa de Quarteto Fantástico. O filme não tem ritmo, o vilão é mal construído, e, em tempos de efeitos especiais que deixam a gente de boca aberta, Quarteto Fantástico tem efeitos apenas “corretos”. O elenco também não engrena, Miles Teller provou que é bom ator em Whiplash, mas parece perdido aqui. O mesmo digo sobre Kate Mara, Jamie Bell, Toby Kebbell e Tim Blake Nelson.

O Quarteto Fantástico é da Marvel, mas quem foi o culpado por (mais um) filme ruim foi a Fox, dona dos direitos dos personagens, que aparentemente fez um filme qualquer só pra não perder esses direitos. Tanto que não temos cena pós créditos, nem cameo do Stan Lee – apesar de termos o logo da Marvel no início do filme.

É, dcnautas, desta vez vocês podem tirar onda. O melhor filme do Quarteto Fantástico continua sendo o filme tosco dos anos 90, produzida por Roger Corman…

Voo 7500

voo7500Crítica – Voo 7500

Sem muita expectativa, fui ver este Voo 7500. Sabe que gostei?

Durante um voo de dez horas de duração entre Los Angeles e Tóquio, os passageiros encontram o que parece ser uma força sobrenatural dentro do avião.

Dirigido por Takashi Shimizu (O Grito), este Voo 7500 (7500, no original) não tem a intenção de ser um grande filme, apenas uma diversão despretensiosa e rápida (menos de uma hora e meia).

Todo o filme se passa dentro do avião. O roteiro traz algumas situações meio forçadas (será que é tão fácil encontrar uma mala no compartimento de bagagem de um avião?), mas pelo menos a trama flui bem dentro do ambiente claustrofóbico do avião. E admito que gostei do fim, confesso que não esperava aquilo.

O elenco não tem ninguém muito famoso, mas traz alguns nomes “médios”, como Leslie Bibb (The Midnight Meat Train), Amy Smart (Efeito Borboleta), Ryan Kwanten (True Blood), Scout Taylor-Compton (Halloween), Jamie Chung (Sucker Punch), Nicky Whelan (Halloween 2) e Jonathan Schaech (The Wonders).

Li por aí “pelas internets da vida” que Voo 7500 já estava pronto há anos sem ser lançado, mas não achei ao certo quando foram as filmagens. No imdb, diz que tinha uma previsão de lançamento em agosto de 2012. Será que algo sobrenatural atingiu a produção? 😉

O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Terminator3Crítica – O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas

Continuemos com a saga do Exterminador!

Um T-850, um Exterminador quase igual ao do segundo filme, é mandado ao passado para proteger John Connor, agora com 19 anos, de um modelo muito mais avançado e muito mais letal, a robô TX.

2003. Doze anos se passaram desde o lançamento do segundo Exterminador. Agora, James Cameron estava no hiato pós Titanic (ele passou mais de uma década em projetos menores, antes de voltar com Avatar. A direção ficou com Jonathan Mostow, até então conhecido pelos medianos Breakdown – Implacável PerseguiçãoU-571 – A Batalha do Atlântico.

Não sei se foi pela troca do diretor ou se foi porque forçaram um roteiro meio nada a ver (tipo – por que mudar do T-800 pro T-850?), o fato é que este O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (Terminator 3: Rise of the Machines, no original) é de longe o pior filme da saga – tanto que é ignorado nas referências dos outros filmes.

Sobre o elenco, fiquei com pena da Claire Danes, boa atriz, mas que de vez em quando escolhe os projetos errados. Gosto dela, mas ela não consegue salvar o filme. O resto do elenco é fraco, John Connor é interpretado pelo inexpressivo Nick Stahl, enquanto Kristanna Lokken fax a TX (este é o único filme de expressão na carreira de Lokken, e ela interpreta um robô sem sentimentos). Ah, claro, tem o Arnold Schwarzenegger fazendo o de sempre.

Como falei no texto sobre o segundo filme, tenho uma bronca semelhante com este terceiro. Não gosto quando um filme propõe uma regra e depois ignora esta regra proposta por ele mesmo. No filme anterior, aprendemos que um robô de metal líquido não pode voltar com armas, no máximo ele pode transformar seus membros em lâminas. Por que a Exterminadora daqui pode ter armas embutidas no braço? E aquele papo de controlar carros a distância ficou forçado…

Para piorar, este filme falha no conceito básico de viagem no tempo proposto pelo primeiro Exterminador, onde o passado é imutável, e tudo o que aconteceu se repetirá num eterno loop. A Exterminadora nunca poderia matar os companheiros do John Connor!

Por outro lado, as cenas de ação são ótimas. Aquela perseguição de carro com o caminhão guindaste é excelente. Numa época de pouco cgi, vemos uma bela destruição de carros e prédios pelas ruas. E a cena do Schwarzza carregando um caixão no ombro e uma metralhadora no outro braço é divertida.

Mas é pouco. Só vale pra quem fizer questão de ver toda a saga.

Pixels

0-Pixels-posterCrítica – Pixels

A premissa era genial: Quando alienígenas interpretam uma transmissão de videogames dos anos 80 como uma declaração de guerra, eles atacam a Terra – como se fossem videogames dos anos 80. Mas aí a gente vê o nome “Adam Sandler” no elenco e já fica com o pé atrás.

Vejam bem: não tenho nada contra o Adam Sandler. Ele já provou que é capaz de fazer filmes legais, como Embriagado de Amor, Tratamento de Choque e Click, isso porque não estou falando de seu trabalho em dramas recentes como Tá Rindo do Que?Homens, Mulheres e Filhos. O problema é quando o filme tem “humor de Adam Sandler” – algo que acontece frequentemente. Por isso o pé atrás.

Pixels infelizmente sofre com este problema, e acho que sei por que. Um dos roteiristas é Tim Herlihy, e uma rápida olhada em sua página no imdb, vemos que ele já tinha escrito outros 9 longas para o Adam Sandler, isso sem contar com alguns roteiros de Saturday Night Live. Resultado: o roteiro está cheio de situações forçadas com “humor de Adam Sandler”, como ele invadindo uma reunião de crise militar só porque é amigo do presidente dos EUA, ou toda a relação de seu personagem com a “mocinha” – no mundo real, um cara daqueles NUNCA invadiria o closet dela daquele jeito.

O que dá mais pena é ver que o filme foi dirigido por Chris Columbus, um grande nome do cinema infanto-juvenil contemporâneo, hoje mais conhecido como diretor de filmes como Percy Jackson e o Ladrão de Raios, os dois primeiros Esqueceram de Mim e os dois primeiros Harry Potter, mas que no início da carreira era roteirista, e escreveu Goonies, Gremlins e O Enigma da Pirâmide. Podiam ter perguntado se ele queria voltar a escrever roteiros…

Bem, a boa notícia é que se a gente deixar o cérebro fora da sala do cinema e não der bola pras piadas bobas, pode se divertir. Pixels tem um bom ritmo e excelentes efeitos especiais – e, acreditem, algumas boas piadas.

Achei os efeitos especiais sensacionais. Assim como o título do filme sugere, os videogames são pixelados. Tudo é gigantesco e em baixa definição! Digo mais: quando os alienígenas atiram em alguma coisa, transforma tudo em quadradinhos. Depois de uma explosão, vemos dezenas de cubos espalhados. Genial! E quem curte videogames antigos vai se divertir. Vemos Pac Man, Galaga, Space Invaders, Tetris, Q-Bert, Donkey Kong, Space Invaders, Frogger, Centipede e vários outros.

O filme traz algumas boas piadas, o roteiro acerta quando mira em referências à cultura pop – principalmente quando o alvo são ícones da década de 80 como Madonna e Daryl Hall & John Oates. Pena que essas piadas têm que brigar pelo espaço na tela com o Adam Sandler fazendo caretas no trânsito para a Michelle Monaghan, ou o Josh Gad deslumbrado porque viu um robô.

O elenco está prejudicado pelo roteiro. Claro, a gente não esperaria muita coisa de atores como Kevin James e Josh Gad, mas mesmo bons atores como Peter Dinklage, Brian Cox e Sean Bean estão caricatos demais. E Michelle Monaghan, coitada, é a mais prejudicada pelo roteiro, com um papel com zero de realidade. Também no elenco, Ashley Benson, Jane Krakowski e Dan Aykroyd.

No fim, fica a sensação de uma boa ideia desperdiçada num filme mediano. Pixels merecia outro roteirista…

p.s.: O longa Pixels foi baseado em um curta homônimo, dirigido por Patrick Jean, facilmente encontrável no youtube. Vale ver o curta!

O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro

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Crítica – O Espetacular Homem Aranha 2 – A Ameaça de Electro

E vamos à segunda parte do reboot que ninguém pediu…

Peter Parker adora sua vida de Homem Aranha, balançando entre os prédios de Nova York e passando tempo com sua namorada Gwen Sacy. Mas ser um super heroi tem um preço: ele precisa proteger a população dos super vilões. E quando seu velho amigo Harry Osborn volta, Peter descobre que todos os seus inimigos têm uma coisa em comum: a Oscorp.

No meu texto sobre o filme anterior já falei mal do timing deste reboot, então não serei repetitivo. Não concordo com o reboot tão próximo da trilogia terminada em 2007, mas pelo menos a notícia é boa: O Espetacular Homem Aranha 2 – A Ameaça de Electro é um bom filme.

Mais uma vez dirigido por Mark Webb, o filme traz sequências extremamente bem feitas do Homem Aranha se movimentando pendurado nas teias, sempre pontuadas pelo bom humor dos comentários do personagem. Não sei se diria isso sobre o próprio Homem Aranha, mas pelo menos os efeitos especiais são “espetaculares”.

O roteiro tem falhas, mas traz uma coisa que gostei muito: a coragem de matar um personagem importante, coisa incomum em filmes de super herois. E a cena toda é muito boa, talvez a melhor do filme.

Bom filme, mas longe de ser perfeito. O Espetacular Homem-Aranha 2 sofre problemas sérios de ritmo, e é longo demais – as duas horas e vinte e dois minutos são intermináveis. E, na boa? Não precisava do terceiro vilão no finzinho. Principalmente porque já divulgaram que serão quatro em vez de três filmes.

Também tem o lance da idade do ator. Andrew Garfield está com 30 anos, então, por mais que seja um bom Peter Parker perde credibilidade por estar muito velho para o papel. Afinal, um cara que termina o segundo grau com trinta anos não pode ser chamado de inteligente, certo?

(Dane DeHaan, o Harry Osborn, por outro lado, tem 27 mas tem cara de moleque. Esse funciona para o papel, apesar de ser mais velho. Além disso, mostra que é um bom ator.)

Dois comentários sobre o elenco: achei um desperdício usar o talento de um cara como o Jamie Foxx para aparecer em três ou quatro cenas rápidas e depois transformá-lo em cgi. Electro é um bom vilão, mas não exige nada do ator. E colocar um ator do calibre do Paul Giamatti naquela cena inicial foi um grande spoiler. Claro que ele voltaria!

(Só heu achei que os vilões parecem reciclados de outros filmes? Electro parece o Dr. Manhattan de Watchmen; o Duende Verde é a cara do Evil Ed de A Hora do Espanto…)

Emma Stone e Sally Field estão bem, de volta aos seus papeis do filme anterior. Ainda no elenco, Felicity Jones, Colm Feore e Marton Csokas. E, claro, tem uma ponta do Stan Lee.

Ah, o 3D. Sempre falo que o único tipo de 3D que vale a pena é o que usa o “fator parque de diversões”, aquele que joga objetos em direção à tela. Bem, O Espetacular Homem-Aranha 2 tem algumas cenas assim. A cena da teia sendo arremessada em câmera lenta na queda livre ficou bem legal. Mas, mesmo assim, não acho que vale pagar mais caro só por isso.

Por fim, a cena depois dos créditos é boa, mas não tem nada a ver com o filme. É apenas um trailer do próximo X-Men. Admito que achei decepcionante.

p.s.: Este texto foi escrito meses atrás, mas estava perdido nos rascunhos do site. Peço desculpas pelo atraso!

O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Exterminador 2Crítica – O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

Um robô, idêntico àquele que falhou em matar Sarah Connor, deve agora proteger seu filho adolescente, John Connor, de um robô mais avançado, feito de metal líquido.

Se fizerem uma lista de melhores continuações da história do cinema, este O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (Terminator 2: Judgement Day, no original) tem grandes chances de estar lá. Este é um daqueles raros casos de continuações tão boas quanto o filme original!

Na época do primeiro Exterminador do Futuro, James Cameron ainda era um nome desconhecido (ele só tinha dirigido um longa, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras), mas agora em 91, depois de dirigir Aliens O ResgateO Segredo do Abismo, ele já tinha se firmado como um dos grandes nomes do cinema de ação / ficção científica. Cameron mais uma vez assumiu a direção e o roteiro, e desta vez tinha uma produção com muito mais dinheiro – se no primeiro filme, o orçamento era de 6 milhões e 400 mil dólares; agora no segundo ele tinha cento e dois milhões. Os efeitos especiais aqui são bem melhores!

Um parágrafo a parte para se falar dos efeitos especiais do robô T-1000. Hoje efeitos digitais são corriqueiros, mas lá longe, em 1991, isso era novidade. Aquele robô de metal líquido, que “derrete” e toma outra forma, é um efeito especial sensacional! Uma das cenas “explodiu a minha cabeça” – quando o T-800 joga o T-1000 na parede, e este, em vez de se virar, a nuca se transforma em seu rosto. Genial! Aliás, revi agora, e digo que, em pleno 2015, os efeitos continuam excelentes. A cena do T-1000 atravessando a grade ainda impressiona!

Sobre o elenco: em 84, época do primeiro filme, Arnold Schwarzenegger era um nome pouco conhecido, mas agora em 91 ele já tinha se firmado como um dos maiores nomes de Hollywood, com várias superproduções no currículo (como Comando Para Matar, O Predador, O Vingador do Futuro, O SobreviventeIrmãos Gêmeos, entre outros). O roteiro, inteligentemente, o transformou em “mocinho” e inventou um novo vilão – e um excelente vilão, diga-se de passagem. Também no elenco, Linda Hamilton, Robert Patrick e Edward Furlong.

Gosto muito do Exterminador 2, acho um excelente filme, uma das melhores continuações que vemos por aí, mas… Tem uma inconsistenciazinha no roteiro. No primeiro filme, explicam que a máquina do tempo só funciona com tecido humano, por isso o robô precisa estar envolto em carne humana, e sem roupas nem armas. Pensando nesta regra, como é que um T1000 consegue viajar no tempo?

Sei que é algo pequeno, e irrelevante para o desenrolar do filme. Mas não gosto quando um filme ou série propõe uma regra e depois ignora esta própria regra… Pelo menos não apaga o brilho deste grande filme!