Caminhos da Floresta

caminhos-da-florestaCrítica – Caminhos da Floresta

Perdi o lançamento de Caminhos da Floresta, mas aproveitei o podcast de musicais pra ver.

Uma mistura dos conhecidos contos de fada dos irmãos Grimm em formato musical. Um padeiro e sua esposa, que não conseguem ter filhos por causa da maldição de uma bruxa, interagem com Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, João e o Pé de Feijão e Rapunzel.

Antes de tudo, preciso avisar que não vi o musical de Stephen Sondheim no teatro, então não sabia nada sobre o filme. E até achei a ideia interessante: misturar vários contos clássicos – vemos interação entre a Cinderela, a Rapunzel, a Chapeuzinho Vermelho e o João do Pé de Feijão.

Mas… Caminhos da Floresta (Into The Woods, no original) tem um problema básico: é chato. A narrativa se arrasta pelos contos conhecidos, e quando chega no segundo ato, que seria a história “inédita”, ninguém mais tem saco para acompanhar o filme. Não vi o musical, mas pelo que li, no teatro é ainda mais longo. Talvez funcione no teatro, mas a adaptação pras telas não ficou legal.

(Também li que o musical tem uma forte conotação sexual na música entre Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau. Isso foi mudado no filme, aqui está tudo no padrão Disney. Por outro lado, a Madrasta da Cinderela corta os pés das filhas pra tentar calçar o sapatinho de cristal – fato que foi ignorado no desenho e no recente filme da Disney.)

O elenco é muito bom. Meryl Streep (que foi indicada ao Oscar pelo papel) mais uma vez mostra que é uma das melhores atrizes contemporâneas, e mais uma vez, canta de verdade (como já fizera antes em Mamma Mia) – todo o resto do elenco atuava dublando as músicas, enquanto Meryl cantava ao vivo. Também no elenco, Anna Kendrick, Emily Blunt, James Corden, Chris Pine, Daniel Huttlestone, Christine Baranski, Tracy Ullman, Lilla Crawford, Billy Magnussen e Mackenzie Mauzi. A nota ruim vai para Johnny Depp, que pouco aparece e está muito caricato com seu lobo mau caricato.

Caminhos da Floresta tem seus fãs, mas acredito que são fãs da peça de teatro que queriam ver a peça nas telas…

Chappie

chappieCrítica – Chappie

Filme novo do Neill Blomkamp!

Num futuro próximo, o crime em Johannesburg é controlado por uma força policial composta de robôs. Quando um desses robôs policiais é roubado e reprogramado, ele vira o primeiro robô com a habilidade de pensar e sentir por conta própria.

A princípio, Chappie lembra Eu, Robô. Mas, na verdade, parece mais com Robocop, apesar do personagem título não ser humano – aqui, não só o robô é policial, como ainda temos uma espécie de Ed 209.

Gosto do estilo do Neill Blomkamp, o mesmo de Distrito 9 e Elysium. Sua estética é suja, seu terceiro mundo é mais próximo da nossa realidade do que o que Hollywood costuma mostrar. Esta estética suja combina com a história do robô Chappie, um misto de tecnologia de ponta com favela.

Aliás, diga-se de passagem, a construção do personagem é excelente, tanto pela parte narrativa, quanto pela parte técnica. Chappie é um personagem complexo, tem mais humanidade do que muito personagem interpretado por humanos. Chappie é uma criança que precisa de orientação para se desenvolver!

E pela parte técnica, Chappie é impressionante. O robô está lá, consegue ser mais convincente que o Gollum de Senhor dos Aneis – será que o Sharlto Copley usou aquelas roupas de captura de movimento que nem o Andy Serkis? O fato é: Chappie nunca passa a sensação de ser digital.

Sharlto Copley não aparece, mas brilha como a voz do personagem título. E olha que o elenco conta com o Hugh Wolverine Jackman e a Sigourney Ripley Weaver! É que Jackman e Sigourney são coadjuvantes aqui. O filme é de Copley, Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário) e da dupla Ninja e Yo-Landi Visser (que fazem parte do Die Antwoord, uma banda de rap de Johannesburg).

Chappie tem um bom ritmo, além de uma boa trilha sonora assinada por Hans Zimmer. Não gostei muito do fim, mas nada que estrague o prazer de ter conhecido um dos melhores robôs da história do cinema!

Cada Um Na Sua Casa

0-cada-um-na-sua-casaCrítica – Cada um na sua Casa

Dreamworks novo!

A Terra é invadida pelos boovs, alienígenas que vivem em fuga. Oh, um boov atrapalhado e solitário, fica amigo da menina Tip, que está à procura de sua mãe.

Cada um na sua Casa (Home, no original) é a nova animação da Dreamworks. Talvez este seja um dos filmes mais infantis da história da produtora, mas não é por isso que a qualidade do filme é fraca. A parte técnica, como era de se esperar, é impressionantemente bem feita – os cabelos de Tip parecem reais, e aquela cena da nave Gorgon atravessando os anéis de Saturno foi de encher os olhos.

Cada um na sua Casa foi baseado no livro infantil “The True Meaning of Smekday”, de Adam Rex, e, como toda história infantil, traz uma mensagem. Mas o melhor do filme é a parte comédia – alguns trechos são muito engraçados! Se a história é bobinha, pelo menos os risos estão garantidos.

A sessão para imprensa foi com a versão dublada. A dublagem foi bem feita, como tem sido ultimamente, mas fiquei com vontade de ver com o som original – afinal, os atores principais são Jim Parsons (o Sheldon de The Big Bang Theory) e Steve Martin. As cantoras Rihanna e Jennifer Lopez fecham o elenco principal.

Agora, sobre a Rihanna… Nada contra o seu trabalho como atriz, mas precisava ter um monte de músicas suas? O filme tem sérios problemas de ritmo porque precisa ficar forçando a barra pra encaixar um monte de músicas chatas e melosas – uma delas aparece pelo menos três vezes! Também tem a Jennifer Lopez na trilha sonora, mas pelo menos é só uma música. Ok, entendo o lado do marketing da Dreamworks, mas isso cansou.

Mas acho que os pequenos não vão se importar…

A Experiência (1995)

a experienciaCrítica – A Experiência (1995)

Hora de rever A Experiência!

Um cientista reúne um time para caçar Sil, uma bela predadora, resultado de uma experiência com dna alienígena.

Com um elenco acima da média, uma protagonista exuberante e uma criatura com a assinatura do H.R. Giger, A Experiência (Species, no original) é um dos marcos da mistura de ficção científica com terror, como Alien, Força Sinistra e O Enigma de Outro Mundo.

Ok, revendo hoje, a gente repara um monte de inconsistências no roteiro do filme dirigido por Roger Donaldson (November Man, Efeito Dominó) – tipo, como é que a Sil sai do trem usando o uniforme da funcionária, e ninguém repara? Ou, como é que não reparam que o corpo encontrado no carro estava amarrado, e no banco do carona? E por aí vai…

Mas aí a gente vê a Natasha Henstridge e esquece de tudo isso. Em sua estreia no cinema, Natasha rivaliza com a Mathilda May de Força Sinistra como a predadora alienígena mais sexy da história do cinema. Natasha está linda e passa boa parte do filme sem roupa. Conheço gente que diz que toparia morrer que nem o personagem de Alfred Molina – if you know what I mean…

Mas A Experiência não é apenas um filme exploitation, onde tudo o que interessa é a nudez. A criatura foi desenhada por H.R. Giger, o mesmo que desenhou o Alien do Ridley Scott. E o elenco é cheio de nomes legais: Ben Kingsley , Michael Madsen, Alfred Molina , Forest Whitaker, Marg Helgenberger e Michelle Williams, ainda adolescente.

O filme teve três sequências, em 1998, 2004 e 2007. A qualidade foi caindo ao longo das sequências…

Tem gente por aí que critica A Experiência, que acha que é um grande filme B. Discordo. O filme consegue manter o clima de tensão e, com efeitos especiais coerentes com a época, oferece uma diversão honesta – apesar dos furos de roteiro.

Perseguição Virtual / Open Windows

perseguição virtualCrítica – Perseguição Virtual / Open Windows

Direção de Nacho Vigalondo, estrelado por Elijah Wood e Sasha Gray. Precisa de mais algum motivo?

Um blogueiro, obcecado por uma atriz, se vê num mortal jogo de gato e rato quando aceita a oportunidade de espioná-la através do seu laptop.

A narrativa de Perseguição Visual (Open Windows no original) é muito interessante: todo o filme (ou pelo menos quase todo) se passa como se alguém estivesse filmando a tela de um computador, onde várias janelas estão abertas (daí o nome em inglês, “janelas abertas”. A câmera pula de uma janela para outra, sem nenhum corte aparente, usando diferentes texturas de imagens e criando um novo tipo de plano sequência. Detalhe: o filme todo se passa em tempo real.

O diretor Nacho Vigalondo já tinha chamado a minha atenção com Los Cronocrimenes. Quando vi VHS Viral, onde o único segmento que presta é “Paralel Monsters”, o que ele dirigiu, pensei “vou ver o que mais esse cara fez”. E achei este Perseguição Virtual, do mesmo ano de 2014.

(Curiosidade: quando estive em Montenegro, conheci Fernando Gomez Gonzalez, um diretor espanhol, e falei para ele que gostava de vários conterrâneos seus. Quando mencionei Nacho Vigalondo, Fernando falou o nome de um filme em espanhol, mas não anotei e acabei me esquecendo. Só lembrei quando encontrei o filme com o nome em inglês…)

Perseguição Virtual começa muito bem. A primeira parte é eletrizante, enquanto o blogueiro ainda está no hotel. Pena que ritmo cai um pouco quando ele vai pro carro, e mais pena ainda depois, porque o filme se perde no final.

Na minha humilde opinião, temos dois problemas aqui, um no roteiro, outro na história. Pelo roteiro, o fim é confuso demais – a trama fluía bem, sem precisar de tantas reviravoltas mirabolantes. Já pela história, implico com um detalhe: se o hacker era tão bom assim, ele não precisaria da ajuda de um blogueiro.

No elenco, temos outros atores, mas os únicos que merecem ser citados são Elijah Wood e Sasha Grey. Ambos estão bem e funcionam dentro do esperado. Aliás, não sei se foi coincidência, mas Wood esteve em um papel parecido, dirigido por outro espanhol, Eugenio Mira, em Toque de Mestre: um personagem vigiado e ameaçado por um outro misterioso. E Wood deve gostar do cinema espanhol, ele também fez The Oxford Crimes, do Álex de la Iglesia.

Mesmo com o final confuso, o saldo é positivo. Chequei no imdb, Vigalondo fez uma comédia / ficção científica em 2011, Extraterrestrial. Acho que vou catar esse filme…

Velozes e Furiosos 7

0-Velozes 7Crítica – Velozes e Furiosos 7

Depois de derrotar um terrorista inglês, Dominic Toretto e seus amigos deixaram a vida marginal de lado. Mas agora o irmão do terrorista quer vingança.

Duas grandes expectativas acompanhavam este sétimo filme da franquia Velozes e Furiosos: como fariam com o personagem de Paul Walker, que faleceu antes do filme ser concluído; e como o diretor James Wan se sairia fora do terror.

Primeiro, um aviso aos fãs do Paul Walker: Brian, seu personagem, está presente em todo o filme. Caleb Walker e Cody Walker, irmãos de Paul, serviram de dublês, e a produção usou cgi para colocar o seu rosto nos dublês. O filme já estava mais da metade filmado, nem dá para saber quais cenas foram feitas pelo ator e quais são com os dublês. A única cena que a gente sabe que foi com dublê é a última, a cena da despedida do personagem, uma bonita homenagem ao ator.

Sobre James Wan (o diretor de Jogos Mortais, A Invocação do Mal e os dois Sobrenatural): o cara mostra que também tem boa mão em cenas de ação. Com sequências repletas de adrenalina e bom humor, Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, no original) é um dos melhores filmes da franquia.

Aliás, a franquia Velozes e Furiosos é curiosa. O primeiro filme é legalzinho, mas nada demais; o segundo é maomeno; e o terceiro chega a ser dispensável. O quarto filme melhorou o nível, mas ainda era muito sério; e a partir do quinto, não só manteve a qualidade como ainda rumou para a galhofa, tornando tudo mais divertido.

Wan confirma a tendência para a galhofa e o seu Velozes 7 às vezes parece uma comédia – carros voam mais de uma vez ao longo do filme! Os fãs vão se divertir, além de várias sequências absurdas, temos perseguições de carros, brigas, tiros e explosões, como nos outros filmes da série.

Outro destaque deste sétimo filme é Jason Statham, que apareceu para ser o melhor de todos os vilões da franquia. Statham é um vilão sensacional, o “ultimate badass” – não é qualquer um que convence dando porrada num cara do tamanho do Dwayne Johnson!

Aliás, o elenco é um dos pontos fortes do filme. Quase todos do sexto filme estão de volta aqui – Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez, Ludacris, Tyrese Gibson e Elsa Pataky – Gal Gadot e Sung Kang só aparecem em fotos e imagens de arquivo. E, além de Statham, o novo filme conta com outras boas adições ao elenco: Kurt Russell, Tony Jaa, Djimon Hounsou e Ronda Rousey. É quase um novo Mercenários

(É curioso notar que os três atores carecas e fortões são os mais carismáticos. Jason Statham, Vin Diesel e Dwayne Johnson são as melhores coisas do elenco.)

Não sei se teremos um oitavo filme. Mas olha, se mantiverem este nível, não me incomodo de ver mais!

 

Vício Inerente

Vicio-InerenteCrítica – Vício Inerente

Filme novo do Paul Thomas Anderson!

Califórnia, 1970. O nada convencional detetive Larry “Doc” Sportello investiga o desaparecimento de uma ex-namorada.

Paul Thomas Anderson é um cara talentoso, que sabe trabalhar bem suas imagens. Por outro lado, é um cara lento, e seus filmes às vezes são longos demais. Mas, como ele é o diretor de Boogie Nights, um dos meus filmes favoritos, ele tem crédito comigo.

Vamos aos fatos: Vício Inerente (Inherent Vice, no original) tem seus bons momentos, mas, no geral, não é um bom filme. Me parece que Paul Thomas Anderson não fez um bom trabalho ao roteirizar o livro homônimo de Thomas Pynchon. Além da trama ser rocambolesca demais, algumas cenas e personagens parecem sem propósito – por exemplo, gosto do Benicio Del Toro, mas tire o seu papel e nada muda no filme (talvez funcione no livro, mas não aqui aqui no filme). Ou seja, a adaptação é confusa, e como o filme é longo (148 minutos), o espectador já está cansado antes da metade.

Pena, porque, como falei, Vício Inerente não é ruim. De positivo, temos uma excelente ambientação de época – os figurinos e maquiagens estão perfeitos, o filme realmente parece feito nos anos 70. A fotografia de Robert Elswit é outro destaque, com um pé no cinema noir.

O elenco também está muito bem. Joaquin Phoenix está ótimo como uma espécie de Wolverine hippie; Josh Brolin idem, com o seu policial bruto e esquisitão. Ainda no elenco, Reese Witherspoon, Katherine Waterston, Jena Malone, Owen Wilson, Eric Roberts, Martin Short, Joanna Newsom, Serena Scott Thomas, Maya Rudolph, Michael Kenneth Williams e Hong Chau, além do já citado Del Toro.

Pena que o resultado final é enfadonho. Acho que é melhor rever Boogie Nights

Cinderela

CinderelaCrítica – Cinderela

E a onda dos remakes continua!

Quando seu pai morre inesperadamente, a jovem Ella passa a viver sob as garras da sua cruel madrasta e suas filhas. Sem nunca desistir, sua sorte pode mudar depois que ela encontra um estranho.

Ano passado tivemos Malévola, uma releitura da história da Bela Adormecida, mas vista sob outro ângulo, o ponto de vista da vilã. A dúvida agora era: será que a Disney também iria mudar a história da Cinderela? Não podemos nos esquecer que estamos diante de um ícone tão forte, que o castelo e a trilha do desenho original viraram a vinheta da Disney!

Para os fãs, fiquem tranquilos. Toda a mitologia da Cinderela foi respeitada. Agora, para os não fãs… Toda a mitologia é respeitada – demais.

Cinderela não é ruim, longe disso. É um filme “correto”, tudo está no lugar esperado. E aí está o seu problema: todo mundo já conhece essa história. Será que era necessário fazer uma versão live action tão igual ao desenho?

(Os fãs vão apontar uma diferença aqui e outra acolá, mas é basicamente a mesma coisa.)

Em defesa do filme: é uma boa adaptação live action. Boa ambientação, bons efeitos especiais, etc. Mas me pareceu um desperdício ter um diretor com o talento de Kenneth Branagh para um filme tão careta, qualquer diretor meia boca faria um filme igual.

O elenco é ok. Cinderela (Lilly James) e o Príncipe (Richard Madden) vêm de séries de tv (Downtown AbbeyGame of Thrones). O destaque fica com Cate Blanchett, ótima como a madrasta. Ainda no elenco, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Stellan Skarsgard, Ben Chaplin, Hayley Atwell, Holliday Grainger, Sophie McShera e Nonso Anozie. Ah, nos créditos a gente ouve a Helena Bonham Carter cantando Bibidi Bobidi Boo – me questionei pra que a atriz gravou a música, já que não aparece no filme.

Por fim, antes do filme passou o curta Frozen – Febre Congelante, que traz de volta Anna, Elsa, Olaf, Kristoff e Sven. Curtinho, engraçado, cantado (claro), foi mais divertido que o longa que passou depois…

Mapas para as Estrelas

Mapas para as estrelasCrítica – Mapas Para As Estrelas

Um tour pelo coração de alguns personagens de Hollywood, procurando a fama e fugindo dos fantasmas dos seus passados.

Pensei em começar o texto falando da carreira do diretor David Cronenberg nos anos 80, época de filmes como Scanners, Videodrome e A Mosca. Mas, caramba, o seu último filme fantástico foi eXistenZ, de 99, ele faz filmes “normais” há mais de dez anos!

(Obs: não vi Spider, de 2002, não sei dizer qual das fases ele pertence.)

Enfim, Mapas Para as Estrelas (Maps to the Stars, no original) segue o estilo atual de Cronenberg. Um filme baseado num bom e inspirado elenco, e com um roteiro que coloca personagens disfuncionais em situações de conflito.

O roteiro escrito pelo bissexto Bruce Wagner é envolvente e divide equilibradamente a trama entre alguns personagens, todos interligados, num interessante retrato da podridão que os famosos de Hollywood escondem debaixo dos seus tapetes.

O elenco é ótimo. Julianne Moore (que acabou de ganhar o Oscar por outro filme) ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes por este filme. Mia Wasikowska e John Cusack também estão bem. Nem o “vampiro purpurina” Robert Pattinson chega a atrapalhar. Ainda no elenco, Olivia WIlliams, Evan Bird, Sarah Gadon, e Carrie Fisher numa ponta, interpretando ela mesma.

Pena que a conclusão é fraca. Acompanhamos aquele mundinho de pessoas desequilibradas, mas, ao fim, parece que o filme não leva a lugar algum. Não só a cena final do filme é fraca, como a cena onde um personagem pega fogo é ruim – tanto na parte técnica, quanto na narrativa (ao lado da piscina? Sério?).

E aí volto ao início do texto. Não que Mapas Para as Estrelas seja ruim, mas bate uma saidade da fase fantástica de Cronenberg…

O Abutre

0-OAbutreCrítica – O Abutre

Um homem descobre que pode ganhar dinheiro filmando matérias sensacionalistas, e resolve montar uma equipe para vender material para um telejornal.

Estreia na direção do roteirista Dan Gilroy, O Abutre (Nightcrawler, no original) conta uma história sórdida sobre um anti-herói que ignora a moral e a ética, e faz tudo para vender seus vídeos. Todo mundo sabe o quanto atraente e ao mesmo tempo repugnante uma matéria sensacionalista pode ser. O Abutre é um excelente retrato disso.

Mas o nome do filme é Jake Gyllenhaal. Mais magro que o habitual (idéia do ator, que achou que o personagem seria mais sinistro se fosse cadavérico), Gyllehaal entrega uma das melhores interpretações de sua carreira, com um cara ao mesmo tempo carismático e repugnante. Também no elenco, Rene Russo, Bill Paxton e Riz Ahmed.

Ainda podemos citar a bem cuidada fotografia, que consegue excelentes takes noturnos, neste triste retrato do lado “feio” do jornalismo…