Rocketeer

0-RocketeerCrítica – Rocketeer

Sei lá por que, heu nunca tinha visto esta produção da Disney de mais de 20 anos atrás…

Nos EUA às vésperas da Segunda Guerra Mundial, um jovem piloto de avião encontra um protótipo de jetpack que proporciona que ele vire um super herói mascarado.

Visto hoje em dia, a gente entende porque Rocketeer, lançado em 1991, ficou esquecido. Não é um filme ruim, mas é muito bobinho.

A produção é boa. Os efeitos especiais ainda funcionam hoje em dia. A reconstituição de época (EUA pré 2a Guerra Mundial) é bem cuidada, e o elenco é acima da média. Mas é tudo tão inocente, tão “Disney”, que o filme parece uma produção infantil – no mau sentido.

A direção é de Joe Johnston, que vinha de Querida, Encolhi As Crianças, e que pouco depois fez Jumanji. Johnston está na ativa até hoje, foi ele o diretor de Capitão América – O Primeiro Vingador (e, se a gente olhar com carinho, vai ver semelhanças entre Rocketeer e Capitão).

O papel principal é de Bill Campbell, curiosamente, o único dos principais que nunca alcançou o estrelato. Jennifer Connelly é sempre Jennifer Connely, mas aqui ela não está muito bonita, na minha humilde opinião. Alan Arkin faz o principal coadjuvante – só o reconheci pela voz, ele está cabeludo e de bigode, e não careca como o habitual. Outro careca famoso (hoje em dia) é Terry O’Quinn, o Locke de Lost, que também aparece com cabelo aqui. Ainda no elenco, Timothy Dalton e Paul Sorvino.

Por fim: heu fui o único que achei o Rocketeer parecido com o japonês Ultraman?

p.s.: Como é que o jetpack não queima as pernas do Rocketeer?

Caçadores de Recompensas

Caçadores de RecompensaCrítica – Caçadores de Recompensas / Bounty Killer

Semana passada falei aqui de O Caçador de Zumbis, um filme que acha que pode ser vagabundo só porque é um filme B. Caçadores de Recompensas mostra que um filme B não precisa necessariamente ofender a inteligência do espectador.

No futuro, grandes corporações tomaram o lugar dos governos. Sua sede de poder e lucros gerou as guerras corporativas, que acabaram com a sociedade como conhecemos. 20 anos depois, a nova lei e ordem está no Conselho dos Nove, que condena os responsáveis pela destruição, e, para capturar e matar os criminosos de colarinho branco, envia caçadores de recompensas, que competem entre eles pela fama, dinheiro e quantidade de corpos.

Sim, Caçadores de Recompensas (Bounty Killer, no original) é tosco. Mas é um tosco bem bolado, com algumas boas ideias, bem colocadas no roteiro. Não é um filme para listas de melhores do ano, mas quem curte um trash na linha do Machete vai se divertir. Os personagens são clichê, mas pelo menos a mocinha é bonita e usa roupas que a valorizam. As lutas são bem coreografadas, e gostei da ambientação futurística meio Mad Max.

Dirigido pelo pouco conhecido Henry Saine, Caçadores de Recompensas é a adaptação de uma graphic novel de 2013, que, pelo que entendi, também é desconhecida, assim como o elenco principal, o trio Matthew Marsden, Christian Pitre e Barak Hardley. Kristanna Loken, Beverly D’Angelo e Gary Busey fazem papeis menores, e li no imdb que Alexa Vega tem um papel, mas confesso que nem reparei.

Enfim, nada demais. Apenas um divertido e despretensioso trash movie.

Anjos da Lei 2

0-Anjos da Lei 2-posterCrítica – Anjos da Lei 2

Uma comédia “bromântica”!

Continuação do Anjos da Lei de 2012. Os policiais Schmidt e Jenko têm uma nova missão: se infiltrarem em uma faculdade, mais uma vez atrás de drogas. O problema é que, em meio à investigação, Jenko conhece sua alma gêmea na equipe de atletismo, e Schmidt começa a questionar a dupla. Em meio aos inevitáveis problemas de relacionamento, eles precisam encontrar um meio de desvendar o caso.

Ok, admito que não curti muito o primeiro Anjos da Lei. É um filme divertido, mas a idade dos atores me incomodou – era um marmanjo de 29 e outro de 31 se passando por garotos de 17 anos.

Desta vez os atores são os mesmos, e ainda estão dois anos mais velhos. Mas, num ambiente universitário, às vezes temos colegas de vinte e muitos anos na mesma aula. Além disso, a idade dos dois protagonistas gera várias piadas ao longo da projeção.

E isso é o melhor de Anjos da Lei 2 (22 Jump Street, no original): o filme não se leva a sério em momento algum. O humor presente no filme é leve, bobo e um com um pé no politicamente incorreto. Algumas cenas são impagáveis, como aquela quando Channing Tatum descobre quem é a namorada de Jonah Hill e sai gritando pela sala, ou a briga final de Jonah Hill contra uma garota. Ah, assim como acontece no primeiro filme, o momento que eles tomam drogas é um dos pontos altos do filme.

A estrutura de Anjos da Lei 2 segue as comédias românticas, mas em vez de ter um casal, são dois amigos – por isso usei o neologismo “bromântico” lá de cima. Aliás, o roteiro é feliz quando usa os clichês de brigas de casal entre os amigos.

A boa química entre o “casal” de atores principais garante bons momentos ao filme, que também conta com Ice Cube, Peter Stormare, Amber Stevens e Wyatt Russell, e pontas de Queen Latifah, Dave Franco e Rob Riggle. Seth Rogen faz uma participação especial em uma rápida cena, justamente a melhor piada do filme, na minha humilde opinião. (Li no imdb que Anna Faris também participa da sequência, mas confesso que não reparei nela).

A direção é dos mesmos Phil Lord e Christopher Miller, dupla que dirigiu o primeiro filme, e que este ano fez o divertido Uma Aventura Lego. O roteiro de Anjos da Lei 2 não é tão maluco quanto o de Lego (escrito pela dupla). Já a cena dos créditos – de longe a melhor parte do filme – foi escrita por Lord e Miller. Não saia do cinema assim que acabar o filme: rola uma sequência com várias piadas sobre possíveis continuações e outros modos de explorar a franquia, como jogos, videogames e desenhos animados.

Ah, último aviso: além da “cena dos créditos”, tem cena “após” os créditos…

Lucy

0-lucy-Poster com informação errada, Besson não dirigiu Busca ImplacávelCrítica – Lucy

Opa! Filme novo do Luc Besson, voltando à ação / ficção científica!

Uma mulher acidentalmente ingere grande quantidade de uma droga experimental que a faz expandir sua capacidade cerebral e praticamente lhe dá super-poderes.

Antes de tudo, preciso avisar: cuidado com o trailer de Lucy. Pelo trailer, o filme parece um novo Nikita – uma mulher aparentemente frágil kicking ass. Mas não é bem assim, o foco é mais para a ficção científica cabeça e menos para a ação.

Dito isso, vamos ao filme. É preciso muita suspensão de descrença pra curtir Lucy. Primeiro para acreditar que uma droga experimental no seu organismo elevaria a capacidade cerebral em vez de causar uma overdose. Segundo, para acreditar que uma pessoa com 100% da capacidade do cérebro crie super-poderes mágicos, tipo mudar a cor do cabelo instantaneamente ou fazer pessoas e objetos flutuarem. Sério mesmo que uma pessoa com 100% do cérebro seria capaz de ignorar as leis da física?

(Sem Limites, filme de 2011 estrelado pelo Bradley Cooper, que também traz um personagem que atinge 100% da capacidade cerebral com o uso de uma droga, não desrespeita as leis da física…)

O roteiro, também escrito por Besson, além de ser um grande “papo cabeça pseudo”, tem suas falhas. Tudo é didático demais! Não apenas temos o personagem do Morgan Freeman cujo único objetivo no filme parece ser explicar o que acontece em cada etapa do desenvolvimento do potencial do cérebro, como o filme é repleto de enxertos de metáforas com animais. Precisava disso tudo, sr. Besson?

(O curioso é que Besson já escreveu dezenas de roteiros para outros diretores, ele não é um roteirista “calouro”.)

Se o espectador “comprar” tudo isso, o filme pode funcionar. Besson é um dos melhores diretores contemporâneos de ação, e consegue criar algumas sequências eletrizantes.

Sobre o diretor e roteirista Besson: confesso que me decepcionei. Sou fã do cara desde os anos 80, época de Subway Imensidão Azul, lembro quando vi Nikita nos cinemas – foi a primeira vez que vi um bom filme de ação que não era falado em inglês. Segui acompanhando sua carreira, O Profissional, O Quinto Elemento, até seu tropeço com Joana D’Arc. Depois disso ele passou a dirigir menos, mas escreveu vários roteiros e produziu um monte de filmes (quase todos de ação). Voltou à direção com projetos de outros estilos, a trilogia infantil Arthur e os Minimoys, os dramas Angel-A e Além da Liberdade, a aventura As Múmias do Faraó e a comédia A Família. Pelo trailer, parecia que Lucy seria a sua volta aos filmes de ação. Nada disso, o filme está mais perto do recente papo cabeça de Transcendence do que da porradaria de Nikita

No elenco, o nome é Scarlett Johansson, em excelente fase, ela carrega o filme nas costas tranquilamente. Morgan Freeman é um coadjuvate de luxo, como disse antes, parece que ele só está ali para explicar o filme, seu papel não é muito necessário. O mesmo podemos dizer de Amr Waked, o policial francês, se tirar o personagem do filme nada muda. Por fim, tem Min-sik Choi, aquele mesmo de Oldboy, aqui fazendo um bom vilão.

Enfim, bom saber que Besson fez algo melhor do que A Família. Mas ainda espero que ele volte à sua forma dos anos 80 e 90…

p.s.: O poster nacional está errado. Luc Besson não dirigiu Busca Implacável

Sex Tape

0-SexTapeCrítica – Sex Tape

Um casal resolve fazer um filme pornô caseiro para apimentar a sua vida sexual. Ela pede para apagar o filme, mas ele acidentalmente sincroniza o vídeo para vários iPads que o casal tinha dado ao longo do tempo. Agora eles querem tentar trazer todos os iPads de volta, levando a uma série de encontros estranhos na busca.

Sex Tape – Perdido na Nuvem (Sex Tape, no original) é a nova parceria entre o diretor Jake Kasdan e os atores Cameron Diaz e Jason Segel, os mesmos que três anos antes fizeram Professora Sem Classe, filme com boas ideias, mas com resultado meia bomba.

Sex Tape também tem uma premissa mais interessante do que o resultado final, mas pelo menos é mais engraçado que o filme anterior. Alguns momentos são hilários, como toda a sequência na casa do personagem do Rob Lowe, que, apesar de absurda (aquilo tudo nunca aconteceria na vida real), é muito bem orquestrada.

Pena que nem tudo funciona. O humor segue uma linha delicada, que beira a grosseria. A princípio pensamos em uma comédia romântica, pelo elenco, mas tem muitas piadas de baixo calão…

No elenco, Cameron Diaz e Jason Segel fazem o de sempre, e funcionam dentro do esperado. A surpresa está em Rob Lowe, num papel engraçadíssimo. Ainda no elenco, Ellie Kemper, Rob Corddry, e uma ponta de Jack Black.

Ah, é bom avisar: Sex Tape tem uma pegadinha para os fãs de Cameron Diaz. É que ela deu entrevistas falando de cenas de nudez, onde ela e Jason Segel estariam completamente nus. Verdade, eles estão nus em algumas cenas, mas ela quase não mostra nada.

O Que Será de Nozes?

0-O que será de nozes - posterCrítica – O Que Será de Nozes?

Mais uma animação com cara de início de franquia…

Um incorrigível esquilo egoísta é expulso do parque onde morava, com vários outros animais, no meio de uma crise de falta de comida. Mas ele planeja sua volta ao parque quando descobre uma loja de nozes.

Há pouco falei aqui de Khumba, um desenho com cara de Hollywood, mas feito na África do Sul, e que parece uma mistura de Madagascar com O Rei Leão. O Que Será de Nozes tem algumas semelhanças: parece Os Sem Floresta, mas com o Remy de Ratatouille; tem cara de Hollywood, mas é uma produção sul-coreana (co-produção, junto com EUA e Canadá). Outra semelhança: ambos são bonitinhos – e fraquinhos.

Dirigido por Peter Lepeniotis (Toy Story2), O Que Será de Nozes (The Nut Job, no original) é simpático e bem feito. Mas só, muito pouco para hoje em dia, quando a Pixar, a Disney, a Dreamworks e a Blue Sky elevaram a qualidade das animações a um patamar bem alto.

Alguns personagens são muito bons – Mano, o rato que parece irmão do Remy, consegue ser um coadjuvante excelente sem dizer nenhuma palavra. A parte técnica é bem cuidada, temos ângulos criativos ao longo de todo o filme. Mas a trama é bobinha e previsível, e o ritmo é tão lento que parece até que o filme dura bem mais do que os 85 minutos de projeção.

Teve uma coisa que me incomodou um pouco na tradução, mas não sei se aconteceu na transição entre o coreano e o inglês, ou entre o inglês e o português. É que durante todo o filme os personagens só falam em “nozes”, quando vemos claramente outros alimentos na tela. Alguns até parecem amendoins. Será que a palavra “nut” é tão abrangente?

A sessão para a imprensa foi dublada em português, não sei se teremos versões legendadas em cartaz. Tomara que sim, a versão em inglês tem vários nomes legais no elenco: Liam Neeson, Katherine Heigl, Will Arnett, Brendan Fraser e Maya Rudolph.

Ah, sim, tem o “fator Coreia do Sul”. Qual foi o último grande sucesso mundial vindo daquele país? O popstar gordinho Psy e o seu Gangnam Style. Bem, não só a música está na trilha sonora, como vemos uma versão desenhada do Psy dançando com todo o elenco durante os créditos. É, concordo, não precisava…

Por fim, um lembrete: tem uma cena extra no fim dos créditos, curtinha e muito mais engraçada do que o Gangnam Style.

As Tartarugas Ninja (2014)

0-tmnt-posterCrítica – As Tartarugas Ninja (2014)

A nova versão das Tartarugas Ninja!

Em uma Nova York dominada pela gangue Clã do Pé, um diferente grupo de defensores da lei surge vindo dos esgotos: as Tartarugas Ninja!

As Tartarugas Ninja surgiram nos quadrinhos e tiveram três filmes entre 1990 e 93, um longa de animação em 2007, um seriado com atores em 97, e mais três séries de desenhos animados para a tv (87, 2003 e 2012). Não li os quadrinhos, nem vi os desenhos, minhas comparações serão com os filmes, ok?

Quando anunciaram um remake pelas mãos do Michael Bay, os fãs ficaram preocupados. E quando o novo visual das tartarugas foi divulgado, a preocupação aumentou – como assim, tartarugas com nariz?

Mas, o resultado nem ficou tão ruim. Bay ficou só na produção, sendo assim, As Tartarugas Ninja (Teenage Mutant Ninja Turtles, no original) não tem muitas explosões, e a câmera não é tão tremida. Além disso, o visual das tartarugas não é tão bom quanto o dos filmes dos anos 90, mas não incomoda tanto assim ver tartarugas que não têm cara de tartarugas.

Apesar de seus furos no roteiro, o filme dirigido por Jonathan Liebesman (Batalha de Los Angeles, Fúria de Titãs 2) é divertido, e as tartarugas proporcionam momentos bem engraçados, cheios de piadinhas com referências ao universo pop – Michelangelo cita Star Wars, Harry Potter, Batman e Superman, entre outros. E a cena do MC Mikey no elevador é sensacional!

O visual das tartarugas mudou para pior, acho que isso foi um consenso (vi até piada no 9Gag sobre isso). Mas, se antes parecia que a única diferença era a cor da máscara, agora pelo menos os quatro estão mais diferentes entre si, conhecemos melhor as personalidades de cada um. Além disso, o cgi é bem feito, e todos os quatro se movimentam bem.

(Ah, o rato, Mestre Splinter, era um muppet mal feito na versão antiga, este personagem ficou bem melhor.)

Claro, nem tudo funciona. O elenco “humano” é um dos pontos fracos. Enquanto Megan Fox atuando é um zero à esquerda, Will Arnett está particularmente irritante. William Fichtner está previsível e caricato (matar um capanga só pra ilustrar seu ponto foi exagero, não?), mas pelo menos atua bem. Agora, o vilãozão Shredder é a pior coisa do filme. Não só é um vilão bobo que não mete medo em ninguém, como a sua origem (que estava no filme de 90) foi ignorada. Ah, o Mestre Splinter é dublado por Tony Shalhoub e Johnny Knoxville faz a voz do Leonardo.

Sobre os furos no roteiro. Não vou falar spoilers, mas queria que alguém me explicasse o que parou a queda das tartarugas no fim do filme. Outra coisa: se o sangue da tartaruga era importante, por que os vilões deixaram uma para trás?

Mas, enfim, quem estiver com baixas expectativas vai se divertir.

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

Como consertar o novo filme das Tartarugas Ninjas

As Minas do Rei Salomão (1985)

As-Minas-do-Rei-SalomaoCrítica – As Minas do Rei Salomão

Desde o podcast sobre Indiana Jones tenho vontade de rever os filmes de aventura que surgiram no rastro, como Tudo Por Uma Esmeralda e A Joia do Nilo e os dois filmes do Allan Quatermain. Catei este As Minas do Rei Salomão para rever – mas não lembrava que era tão tosco…

Na época da Alemanha nazista, o aventureiro Allan Quatermain se une a uma pesquisadora que quer encontrar seu pai, desaparecido na África enquanto procurava as minas do Rei Salomão.

Ok, a gente sabe que, na literatura, o personagem Allan Quatermain é mais antigo que o Indiana Jones, assim como sabe que existiu um filme As Minas do Rei Salomão em 1950. Mas, apesar de saber isso tudo, este filme, lançado em 1985, é uma cópia descarada das aventuras do arqueólogo interpretado por Harrison Ford – tem até nazistas na história. E, o pior: uma cópia mal feita.

As Minas do Rei Salomão é quase um filme trash. São tantas as situações ridículas que fica difícil de contar todas! Não sei o que é mais tosco, se é o vilão alemão que parece saído de um filme d’Os Trapalhões, ou se é a cena que Quatermain entra em um vagão de trem cheio de soldados alemães e os enrola cantando uma música, ou se é o povo que vive de cabeça para baixo, ou se é o caldeirão cheio de frutas de plástico (reparem que, quando está rolando, o caldeirão tem um formato diferente!), ou… Se for listar aqui, não acabo hoje…

No elenco, o papel principal estava com Richard Chamberlain, meio canastrão, mas um nome famoso por sua carreira na tv, com participações em vários seriados, minisséries e telefilmes. Sharon Stone, então com 27 anos, ainda era um nome quase desconhecido – depois ela ainda faria alguns filmes B (Loucademia de Polícia 4, Action Jackson) antes de alcançar o estrelato nos anos 90. John Rhys-Davies, que era amigo do mocinho em Caçadores da Arca Perdida, aqui faz um vilão, enquanto Herbert Lom faz o alemão caricato.

Teve uma continuação em 1986, Alain Quatermain e a Cidade do Ouro Perdido, também estrelada por Chamberlain e Stone. A crítica considera este segundo filme ainda pior do que o primeiro. É, acho que não vou rever.

Agora preciso de coragem pra rever Tudo Por Uma Esmeralda. Mas, com Robert Zemeckis na direção, e Michael Douglas, Kathleen Turner e Danny De Vito no elenco, acho difícil ser tão tosco quanto este As Minas do Rei Salomão.

Uma Noite de Aventuras (1987)

Uma noite de aventurasCrítica – Uma Noite de Aventuras (1987)

Para o podcast de comédias dos anos 80, alguém sugeriu este Uma Noite de Aventuras. (Adventures in Babysitting, no original). Como não via desde a época do lançamento no cinema, no fim dos anos 80, fui rever.

Chris, uma jovem de 17 anos fica de babá tomando conta de três crianças, até que uma amiga liga e pede para ser resgatada na rodoviária. Chris sai de casa com os três no carro para buscar a amiga, mas vários problemas aparecem no meio do caminho.

O formato segue um estilo bastante comum na época: coisas vão dando errado sucessivamente (as “muitas confusões” que sempre eram citadas nos comerciais da sessão da tarde), até um fim onde os mocinhos conseguem se safar na boa. Fórmula simples e eficiente, apesar de previsível.

Claro que este formato de comédia às vezes força a barra. Mas quando o roteiro é bem escrito, mesmo uma forçação de barra funciona. Um exemplo: os bandidos nunca seriam parados daquele jeito dentro do clube de blues – mas a cena “ninguém sai daqui sem cantar um blues” ficou divertida.

Uma Noite de Aventuras é o filme de estreia de Chris Columbus na cadeira de diretor – ele já era um roteirista conhecido, já tinha escrito Vidas Sem Rumo, Gremlins, Goonies e O Enigma da Pirâmide. Pra quem não se ligou no nome, depois ele dirigiria Esqueceram de Mim, Rent, Percy Jackson e o Ladrão de Raios e os dois primeiros Harry Potter, entre outros.

No elenco, o único nome de destaque é Elisabeth Shue, em seu primeiro papel de destaque, e que logo depois faria Cocktail e De Volta Para o Futuro 2 e 3 e viraria uma atriz conhecida até hoje. Os dois irmãos são interpretados por Maia Brewton e Keith Coogan, que sumiram. Agora, tive três surpresas com o resto do elenco. Brenda, a amiga a ser salva na rodoviária, é Penelope Ann Miller (O Pagamento Final). O mecânico, aquele cara magro de cabelos louros que só aparece em uma cena, é Vincent D’Onofrio. E Daryl, o moleque vizinho, é Anthony Rapp, que voltaria a trabalhar com Chris Columbus em um dos papeis principais do musical Rent – o garoto cresceu e aprendeu a cantar. Ah, li o nome de Lolita Davidovich nos créditos, mas confesso que não achei onde ela estava.

Por fim: olhem o poster. Por que Chris está de vestido, se ela não usa este vestido no filme? É que o poster foi feito antes das filmagens…

Enfim, um bom e despretensioso “filme de sessão da tarde”.

Guardiões da Galáxia

Guardioes-da-GalaxiaCrítica – Guardiões da Galáxia

Filme novo da Marvel, mas falando de personagens pouco conhecidos, e com gente estranha na direção. Será que presta?

Depois de roubar um artefato misterioso em um planeta hostil, o mercenário Peter Quill vira o alvo de uma caçada liderada pelo cruel Ronan. Agora Quill precisa se juntar a um improvável e heterogêneo grupo para derrotar Ronan e salvar a galáxia.

Heu estava muito curioso com o conceito de um grupo de super heróis que tinha um guaxinim e uma árvore, feito por um diretor que começou na Troma. Mas depois de vários bons filmes, descobri que a gente pode confiar na Marvel. E não me arrependi: Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy, no original) é talvez o melhor filme de super heróis que heu já vi.

Em primeiro lugar, não é um “filme de super heróis”. Quase todos os personagens são alienígenas, quase todo o filme se passa fora da Terra, ou seja, não se trata de super poderes – seria a mesma coisa que chamar o Yoda de super quando ele usa a Força pra tirar a X-Wing do pântano de Dabogah.

Esqueça esse papo de “filme de super heróis”. Guardiões da Galáxia é uma ficção científica com um pé na ação e outro pé na comédia. Adicione personagens bem construídos, diálogos inteligentes, efeitos especiais excelentes e uma trilha sonora inspiradíssima e temos um filme à beira da perfeição.

Um dos meus pés atrás com o filme era o currículo do diretor James Gunn. Não tenho absolutamente nada contra filmes trash, sou fã da Troma, ainda tenho na minha velha coleção de vhs a fita original de Tromeu e Julieta. Mas, na boa, ao saber que o roteirista deste mesmo Tromeu e Julieta estaria na direção do novo projeto da Marvel, rolou um certo receio. Felizmente, infundado.

O outro pé atrás era com os personagens. Um guaxinim e uma árvore? WTF??? Mas, olha, esse medo era ainda mais infundado. Rocket, o guaxinim, é um personagem fantástico; e virei fã do Groot, a árvore que só fala 3 palavras – e, acredite, a cada vez que ele repete as mesmas palavras, temos um novo significado. Genial, genial…

Aliás, é bom falar: a dinâmica entre os personagens é muito bem construída. Claro que o principal é Peter Quill, mas todos os outros quatro têm importância, todos eles têm suas personalidades e motivações, mesmo tendo que dividir o tempo de tela (e, diferente d’Os Vingadores, não tivemos filmes anteriores com cada um pra contar as suas histórias individuais). E outra coisa que funciona bem é como o time é formado, porque eles a princípio são inimigos.

Ah, e tem o humor… Não me lembro a última vez que ri tanto dentro de uma sala de cinema! O humor do filme é genial. Muitas vezes os diálogos do roteiro escrito por Gunn e Nicole Perlman direcionam as cenas para caminhos inesperados, algo meio nonsense – tipo quando Drax quer matar Gamora, mas fica discutindo sobre metáforas. E isso porque não estou falando da quantidade de referências pop – até Footloose é citado no filme!

Completando isso tudo, ao lado de uma boa trilha original orquestrada (composta por Tyler Bates), temos uma excelente seleção musical de hits setentistas (talvez tenha algo de anos 80, não sei ao certo). Detalhe 1: todas as músicas se encaixam perfeitamente no desenrolar do filme. Detalhe 2: todas as letras das músicas se encaixam perfeitamente no desenrolar da trama.

Também precisamos falar do elenco. O protagonista Chris Pratt não é um rosto muito conhecido (chequei no imdb, já vi alguns filmes com ele, mas nunca tinha reparado no cara). Agora, no resto do elenco tem muita gente legal: Zoe Saldana, Dave Bautista, Michael Rooker, Lee Pace, Karen Gillan, Djimon Hounsou e John C. Reilly, além de pontas de Benicio Del Toro, Glenn Close e Josh Brolin (como Thanos). Vi no imdb que tem cameo do Nathan Fillion e a voz do Rob Zombie, mas terei que rever pra procurar. Claro, também tem o Stan Lee fazendo uma ponta. E, para os fãs da Troma, procurem o Lloyd Kauffman entre os presidiários!

A sessão pra imprensa não teve cena depois dos créditos, sei lá por que. Rola uma curta cena no início dos créditos, mas não tem nenhum gancho, é uma piada extra. E uma piada engraçadíssima!

Enfim, se você é fã da sobriedade do Batman do Christopher Nolan, e de filmes sérios e densos, talvez Guardiões da Galáxia não seja para você. Mas se você concorda com aquele velho lema de um exibidor que dizia “Cinema é a maior diversão”, este é “o filme”!