À Prova de Morte
Já tinha visto À Prova de Morte, do Quentin Tarantino, há mais de um ano. Mas heu estava esperando a ocasião certa para falar dele: o lançamento brasileiro! Bem, isso não aconteceu até hoje, numa das maiores provas recentes da incompetência das distribuidoras nacionais. E agora vemos na mídia um monte de propagandas sobre o lançamento do novo Tarantino, Bastardos Inglórios. Sim, ao que parece, À Prova de Morte não será exibido no Brasil.
Resumindo a história para quem está chegando agora: Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, que antes já tinham feito outros projetos juntos, como o genial Um Drink no Inferno, ou o irregular Grande Hotel, resolveram fazer Grindhouse, uma homenagem aos cinemas vagabundos que passavam sessões duplas de filmes também vagabundos, repletos de violência e sexo. Cada um dos dois dirigiu um filme propositalmente tosco (Planeta Terror e À Prova de Morte), e a ideia era passar os filmes em sessões duplas – eles até convidaram outros diretores para filmarem uns trailers falsos para passar entre os longas.
Lá nos EUA foi assim, mas não funcionou muito bem comercialmente falando, então, para o lançamento mundial, resolveram separar os filmes e exibí-los independentes um do outro. E, aqui no Brasil, inexplicavelmente, só o primeiro filme foi lançado.
Ruim, não? Bem, ainda fica pior. No Festival do Rio de 2007, ambos os filmes estavam programados. Heu reservei minha agenda para vê-los. Mas as poucas sessões de À Prova de Morte foram antecipadas, e perdi a chance de ver no cinema (vi todos os outros Tarantinos na tela grande!). Contei essa história no meu fotolog, aqui.
Quase dois anos depois das únicas sessões cariocas do filme, À Prova de Morte ainda não foi lançado por aqui. Consegui comprar um dvd original importado, com uma amiga que foi aos EUA. E aproveitei pra rever o filme antes do Festival do Rio 2009 começar, semana que vem.
(Já Planeta Terror heu vi no festival, revi quando passou no circuito, e depois comprei o dvd nacional…).
Vamos ao filme? A trama é simples, muito simples: Stuntman Mike (Kurt Russell) é um misterioso ex-dublê que tem um carro “à prova de morte”, e persegue grupos de garotas em diferentes cidades.
O filme tem um grande problema: são muitos os diálogos longos e desinteressantes. Isso torna o filme chato às vezes. Muito papo e pouca ação. Acredito que isso tenha acontecido porque esta é uma versão estendida do filme. Quando rolou a ideia inicial, o filme era mais curto, para ser dentro da sessão dupla Grindhouse. Quando os filmes foram separados, este ganhou uma nova metragem, de quase duas horas. Provavelmente a versão mais curta era mais interessante…
Por outro lado, existe um detalhe genial, não só neste filme, mas em todo o projeto Grindhouse: os filmes têm defeitos incluídos de propósito, justamente para parecerem os tais filmes velhos e vagabundos. Falhas e riscos na projeção, cortes repentinos como se a fita estivesse danificada, cores alteradas… este filme tem inclusive um boa parte em preto e branco, devido a uma destas “falhas”!
No fim, ficamos com a impressão que Rodriguez soube aproveitar melhor a sua chance, Planeta Terror é melhor que À Prova de Morte. Mas este não vai decepcionar os fãs de Tarantino, todos os elementos “tarantineanos” estão lá: muitos diálogos “espertos”, personagens cool, muitas referências pop, e, claro, muitos pés femininos. Pena que a ação é pouca e às vezes o filme fica lento demais…