Crítica – Bebê Rena
Sinopse (imdb): Segue o distorcido relacionamento do roteirista e ator Richard Gadd com sua stalker, e o impacto que isso causa quando ele é forçado a enfrentar um trauma profundo e muito sombrio.
Tem tido tanto filme novo que tenho evitado séries. Mas tinha tanta gente falando de Bebê Rena que resolvi ver qual é. (No caso de Bebê Rena ainda tinha outro problema; nome e pôster completamente sem apelo. Rebel Moon, que é um filme ruim, tem nome e pôster atrativos, aqui era o oposto.)
Mas, estranhamente, Bebê Rena é muito bom. Digo estranhamente porque o seu protagonista é um looser com zero carisma. E mesmo assim, acabava o episódio e heu tinha vontade de continuar acompanhando a vida desse cara.
Conhecemos Donny, um cara que é stalkeado por uma mulher que conheceu no pub onde trabalha. E, inacreditavelmente, ele quase não toma atitudes contra ela. Seguimos essa história por três episódios, até que no quarto conhecemos um grande trauma do passado de Donny, o que nos mostra uma razão pra ele querer ser stalkeado.
Bebê Rena tem uma característica curiosa: é baseado numa história real, vivida pelo ator e roteirista Richard Gadd. Ele alterou nomes e criou um monólogo teatral contando sua história, até que virou uma mini série da Netflix. Ou seja, o próprio ator viveu aquela história (ou pelo menos é a versão dele). E Richard Gadd mostra ser um bom ator, no final da série tem um longo monólogo onde ele desabafa tudo no palco, aquela cena deve render a ele alguma indicação a prêmio de melhor ator.
O roteiro também é muito bem estruturado. Bebê Rena é uma série curta, são 7 episódios de pouco mais de meia hora cada. Cada episódio flui bem, e, importante pra uma série, cada episódio te deixa com vontade de ver logo o seguinte.
No fim, não sei se posso dizer que fiquei com pena de Donny. Ok, entendo que ele passou por problemas complicados, mas, na minha humilde opinião, vendo de fora, entendo que parte da culpa também é dele, que deveria ter tomado atitudes mais enérgicas em ambos os casos apresentados na série (e digo o mesmo sobre o seu relacionamento com a Teri). Mas, apoiando o personagem ou não, pelo menos reconheço que a série cumpre seu propósito: envolve e faz o espectador pensar.