Comentários sobre o Oscar 2024
Um pouco atrasado, vou comentar o Oscar, que aconteceu no último domingo.
Tive a impressão de ser uma cerimônia mais curta. Lembro de outros anos de ter entrado na madrugada, e domingo acabou relativamente cedo. O fato de ter começado mais cedo também ajudou.
Foi uma premiação sem surpresas nas categorias principais. Acho que os bolões de apostas devem ter sido decididos nos detalhes.
O host foi Jimmy Kimmel, que fez algumas boas piadas, outras nem tanto – faz parte do formato. E a cerimônia teve alguns momentos bem divertidos. Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito subriam juntos ao palco – eles co-estrelaram Irmãos Gêmeos (1988) e Junior (1994), além de DeVito ter feito a voz do cachorro em O Último Grande Herói (1993). Aí DeVito falou “Vocês sabem o que nos une? Nós tentamos matar o Batman!” – DeVito fez o Pinguim no Batman de 1992; Schwarzenegger fez o Sr. Frio no Batman de 1997. Então, DeVito apontou o Michael Keaton na plateia!
Mas, na minha humilde opinião, o momento mais engraçado foi o John Cena pelado apresentando o Oscar de melhor figurino! Ri alto!
Ah, gostei da homenagem aos dublês!
Teve uma mudança nos anúncios de melhores atores. Antes, o melhor ator do ano anterior entregava para a melhor atriz, e a melhor atriz entregava ao melhor ator – assim não tinha risco de alguém entregar para si mesmo (Tom Hanks ganhou dois Oscars seguidos, Philadelphia (1993) e Forrest Gump (1994)). Agora chamaram 5 ganhadores do prêmio, cada um falou de um indicado. Ficou bonito, mas se forem repetir tem que tomar cuidado pra não ter ator “repetido”.
Momento fofo: o cachorro Messi, de Anatomia de uma Queda, aparece batendo palmas. É efeito especial, aquelas patas são falsas. Mas ficou bonitinho!
Vamos aos prêmios. Da’Vine Joy Randolph ganhou melhor atriz coadjuvante por Os Rejeitados. Heu não gostei muito da atuação dela, achei que os outros dois se destacaram mais, mas ela já tinha levado outros prêmios, ninguém pode dizer que foi surpresa. E faço um comentário parecido sobre o Oscar de melhor animação: O Menino e a Garça também estava levando outros prêmios.
Roteiro original foi pra Anatomia de uma Queda, merecidíssimo, comentei isso no meu texto. Roteiro adaptado talvez seja uma das poucas surpresas, porque quem ganhou foi American Fiction, que achei que não levaria nada.
Depois vieram Cabelo e Maquiagem, Design de Produção e Figurino, três seguidos para Pobres Criaturas.
Filme Internacional foi Zona de Interesse, e faço o mesmo comentário que fiz anos anteriores: se já estava concorrendo a melhor filme, a Academia já o considerava o melhor dos cinco indicados (o mesmo aconteceu ano passado com Nada de Novo no Front e em 2020 com Parasita). Agora, achei uma coisa curiosa entre os indicados. O filme inglês é falado em alemão; o filme italiano é falado em francês, inglês, árabe e uolofe (língua falada no Senegal); o filme espanhol se passa entre Uruguai, Argentina e Chile e tem atores argentinos e uruguaios; o filme alemão é falado em alemão, turco, polonês e inglês; e o filme japonês foi dirigido por um alemão (Wim Wenders). Realmente podemos chamar de “Oscar de Filme Internacional”!
Melhor ator coadjuvante foi pra Robert Downey Jr, merecido e previsível. Mas o mais divertido foi ver a cara do Robert De Niro, que claramente não queria estar lá! E o Tim Robbins ainda errou sua fala, dizendo que a atuação dele era “ganhadora do Oscar”!
(Na disputa pata ator coadjuvante, O Homem de Ferro ganhou do Hulk e do N’Jobu (Pantera Negra) – e o Rocket Racoon, o Vigia e o Rhino concorriam a ator principal!)
Efeitos especiais foi para Gozilla Minus One, o que achei muito legal (apesar de Resistência também merecer). Toda a equipe de Godzilla Minus One estava com pequenos bonecos do Godzilla!
Como falei em outras ocasiões, tem quatro categorias que não costumo dar bola: curtas (live action e animação) e documentários (curta e longa). Ok darem os prêmios, só acho que deveriam estar fora da premiação principal. Mas, tenho um comentário. Sábado, véspera do Oscar, queria ver algo curto com meu filho, abri a Netflix e vimos A Incrível História de Henry Sugar, do Wes Anderson, baseado em Roald Dahl. E no dia seguinte ganhou melhor curta! Legal! Mas, péra, o filme tem 39 minutos, não seria um média?
Aí começou a “onda Oppenheimer“, com os prêmios de Edição, Cinematografia, e, pouco depois, Trilha Sonora. Mas perdeu melhor Som, que foi para Zona de Interesse, merecidamente na minha opinião.
Ryan Gosling fez uma ótima apresentação de I’m Just Ken, com dezenas de bailarinos, participação do público e até o Slash! Mas, perdeu a estatueta pra Billie Eilish, o que achei uma pena, I’m Just Ken é muito melhor que a ganhadora. Sei que a menina é talentosa, ela tem 22 anos e acabou de ganhar o segundo Oscar (o primeiro foi dois anos atrás por Sem Tempo Para Morrer), não tem como dizer que ela é ruim, mas, sei lá, não gosto do estilo, ela parece que sofre muito quando esta cantando!
Todo ano rola um momento “In Memorian”, homenagem às pessoas que faleceram no último ano. Este ano resolveram colocar um balé na frente do telão, e achei bem ruim, porque às vezes mal dava pra ver quem estava sendo homenageado.
A reta final foi sem surpresas: Cillian Murphy e Emma Stone ganharam melhor Ator e melhor Atriz, Chrsitopher Nolan ganhou melhor diretor e Oppenheimer, melhor Filme.
Ah, teve uma piadinha durante os créditos. Aparece o cachorro Messi fazendo xixi na estrela da fama do Matt Damon. Existe uma longa piada de rivalidade entre Jimmy Kimmel e Matt Damon, se você não conhece, vale procurar.