Amityville: O Despertar

AmityvilleCrítica – Amityville: O Despertar

Uma mãe solteira se muda com seus três filhos para uma casa assombrada, sem saber de sua sangrenta história.

O diretor Franck Khalfoun ganhou a minha atenção quando fez Maníaco, um filme de terror em POV (point of view), isso depois de ter gostado de P2, seu filme anterior. Uma continuação de Amityville não era algo muito esperado por mim, mas, ok, o diretor merece este crédito.

Um nome chama a atenção no elenco: Jennifer Jason Leigh. Ué, como assim uma atriz que acabou de concorrer ao Oscar (por Oito Odiados) está fazendo um filme de terror meia boca? Fui catar no imdb, Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening no original) teve seu lançamento adiado várias vezes, ao longo de anos. Não descobri exatamente quando foi filmado, mas com certeza foi antes do filme do Tarantino. Também no elenco, Jennifer Morrison, Bella Thorne, Cameron Monaghan, Mckenna Grace, Thomas Mann e Kurtwood Smith.

Uma coisa bem legal foi que a história se passa em um universo onde existem os outros filmes e livros sobre Amityville. Assim como no filme Pânico, os personagens citam os filmes clássicos, criando uma espécie de metalinguagem esquisita – certa cena eles estão assistindo o filme original, de 1979! Além disso, o filme tem uns dois ou três “jump scares” legais.

Mas tudo se perde no fim. O roteiro pega caminhos errados, vemos várias situações sem sentido, e o final do filme não empolga. E, na boa, o cachorro-zumbi-demônio foi uma das coisas mais sem sentido que vi no cinema este ano.

Resumindo: não é tão ruim quanto parecia ser. Mas está bem longe de ser imperdível.

Maníaco

Crítica – Maníaco

Até agora, a melhor surpresa do Festival do Rio 2012!

Frank é um restaurador de manequins. E também é um assassino serial, com fixação por arrancar escalpos de mulheres para grampear nos seus manequins. Quando ele conhece a artista plástica Anna, interessada pelos seus manequins, sua obsessão aumenta.

Por ser uma refilmagem de um filme obscuro de 1980, heu não esperava muito de Maníaco. Principalmente por saber que foi produzido e roteirizado por Alexandre Aja, que não fez grande coisa na refilmagem de Viagem Maldita e decepcionou na de Espelhos do Medo (se bem que gostei da sua versão de Piranha). Mas gostei do resultado, diria que Maníaco é uma das melhores refilmagens que vi recentemente.

Dirigido por Frack Khalfon (P2  – Sem Saída, também produzido e roteirizado por Aja), Maníaco tem uma característica interessante: quase todo o filme é em “POV” (point of view) – a câmera mostra o ponto de vista do personagem. Elijah Wood, o protagonista, pouco aparece, apesar de estar presente em todas as cenas do filme.

O estilo “POV” cansa um pouco (são apenas umas duas ou três cenas curtas sob outro ponto de vista). Mas por outro lado, isso cria uma cumplicidade com o espectador muito maior do que nos filmes convencionais – estamos literalmente dentro da cabeça do assassino, vendo através dos seus olhos e ouvindo os seus pensamentos.

A escolha de Elijah Wood como o maníaco foi arriscada – ele será eternamente lembrado como o hobbit Frodo de O Senhor dos Aneis. Tudo bem que ele fez um assassino em Sin City, mas era um personagem pequeno e não muito marcante. Mas posso dizer que o Sr. Frodo, quer dizer, Elijah Wood, não decepcionou. (O único problema de ter Elijah Wood num papel destes é que é impossível não lembrarmos do Gollum nos momentos em que estamos dentro da cabeça de Frank e este tem surtos de dupla personalidade…) O resto do elenco não tem ninguém muito conhecido. Nora Arnezeder, America Olivo, Liane Balaban, Genevieve Alexandra e Megan Duffy fazem um bom trabalho.

Preciso falar das cenas de violência. Não vi o original, mas li que a maquiagem foi feita por Tom Savini, sinônimo de boa qualidade. Mesmo assim, não acredito que uma maquiagem feita há 32 anos atrás seja tão eficiente como a desta nova versão de Maníaco. As cenas são muito fortes. Arrisco a dizer que estamos diante das melhores cenas de escalpelamento da história do cinema!

Ainda preciso falar da trilha sonora, com um toque new wave ointentista. A princípio a gente não associa esta sonoridade com filmes de terror. Mas a trilha criou um clima tenso que lembra os bons momentos de Dario Argento. Algumas cenas dão nervoso, são daquelas que a gente se contorce na cadeira!

Segundo o imdb, a previsão de estreia de Maníaco aqui no Brasil é em 30 de agosto de 2013. Poxa, por que esperar tanto tempo? Sorte que já vi. Pena que não posso recomendar pra ninguém por um bom tempo.

Fiquei com vontade de ver o original. Vou baixar, mas só terei tempo de ver depois do fim do Festival…

P2 – Sem Saída

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P2 – Sem Saída

Costumo dizer que o espectador deve se preparar para o que vai ver. Se o filme em questão é um suspense cheio de clichês, não devemos esperar uma maravilha da sétima arte. Devemos esperar justamente um suspense cheio de clichês. Aí o programa pode até sair divertido…

A sinopse: na véspera de natal, uma jovem e bonita executiva fica presa na garagem do edifício comercial onde trabalha. E, claro, tem um psicopata atrás dela.

O filme, escrito por Alexandre Aja e dirigido pelo estreante Franck Khalfoun, é repleto de clichês de filme-de-suspense-com-um-maluco-psicopata-atrás-da-mocinha-indefesa. Alguns desses clichês funcionam, outros não. Como era de se esperar, claro.

Os atores principais até que funcionam. Rachel Nichols (e seu decote maravilhoso) está bem como Angela, a tal mocinha indefesa (mas que sabe comprar briga na hora certa). Wes Bentley, de Beleza Americana também funciona como o “stalker”, aquele cara obcecado que segue cada passo de sua vítima, que, na verdade, é o seu objeto de admiração. Por fim, o cenário é interssante – quase todo o filme se passa dentro de uma grande garagem comercial.

Resumindo: não vai mudar a vida de ninguém, mas pode ser uma boa hora e meia pra quem estiver na pilha certa.