Ender’s Game – O Jogo do Exterminador

Crítica – Ender’s Game – O Jogo do Exterminador

Uma das mais esperadas FC dos últimos tempos!

Em um futuro próximo, extra-terrestres hostis que parecem formigas gigantes atacaram a Terra, mas foram derrotados. Desde então, as forças militares terrestres treinam as crianças mais talentosas do planeta desde pequenas, no intuito de prepará-las para um próximo ataque. Ender Wiggin, um garoto tímido e brilhante, é selecionado para fazer parte da elite.

Trata- se da adaptação do livro de Orson Scott Card, escrito em 1985. Há tempos que os fãs do livro esperavam esta adaptação. Pena que o filme falhou. E feio.

O filme é bem feito, a produção é bem cuidada, bom elenco, bons efeitos especiais, mas… Ender’s Game – O Jogo do Exterminador tem um problema sério: a história não começa nunca! São quase duas horas de introduções e preparativos, e quando a ação realmente começa, passa rapidinho e o filme acaba.

Pra piorar, Ender’s Game parece um filme sem identidade. Parece uma mistura de Harry Potter com Tropas Estrelares, com uma pitada de Independence Day – logo no início vemos que a “grande manobra salvadora” é igualzinha à de ID4 (isso não é spoiler, é bem no começo do filme).

Ender’s Game foi escrito e dirigido pelo sul-africano Gavin Hood, que chamou a atenção com o bom drama Infância Roubada (Tsotsi), mas depois chamou atenção negativamente pela bomba X-Men Origens: Wolverine. Será que estamos diante de um “novo Shyamalan”?

Até nos efeitos especiais Ender’s Game deu azar. Os efeitos de gravidade zero são legais, mas inferiores ao Gravidade, lançado alguns meses antes…

O elenco é bom, mas não consegue salvar o filme. Asa Butterfield (Hugo Cabret) mostra que pode ser uma estrela do primeiro time, se souber trabalhar a carreira. Harrison Ford interpreta o mesmo Han Solo de sempre; Ben Kingsley aparece menos, mas está um pouco melhor. Ainda no elenco, Hailee Steinfeld, Abigail Breslin e Viola Davis.

O fim tem um gancho, mas nada muito forte. Se não vier um segundo filme, podemos considerar a história fechada. E, sinceramente, espero que a continuação não venha.

Infância Roubada

Infância Roubada

A Copa do Mundo da África do Sul tá rolando e heu não mencionei nada ainda por aqui. Pensei num Top 10 de filmes de futebol, mas admito que estou desatualizado no tema. Resolvi então ver um filme sul-africano…

Tsotsi é um jovem marginal, líder de um pequeno grupo de delinquentes, que moram numa favela em Johannesburgo. Num assalto, encontra um bebê e resolve cuidar dele. Com o bebê, Tsotsi espera recuperar a própria infância – daí o título brasileiro.

Infância Roubada (Tsotsi, no original) fala de redenção. Encontrar o bebê é um divisor de águas na vida de Tsotsi, que passa a questionar a própria postura. Ele quer uma segunda chance, só que não sabe o caminho certo para isso.

Os cenários na favela são muito bem feitos, apesar de não nos impressionar tanto – favelas também fazem parte do nosso dia a dia, infelizmente. Mesmo assim, é um bom retrato da divisão desigual da sociedade em Johannesburgo.

Muita gente comparou este filme ao brasileiro Cidade de Deus. Mas, na minha opinião, são filmes completamente diferentes. Em comum, apenas o fato de terem protagonistas jovens e marginais na favela. Mas são filmes com ritmos e objetivos diferentes.

Me parece que ninguém no elenco fez algo mais conhecido. O mesmo não podemos dizer do diretor Gavin Hood, que deve ter conseguido uma boa projeção com este filme. Afinal, quatro anos depois ele dirigiu o hollywoodiano X-Men Origins: Wolverine.

Lançado lá fora em 2005, Infância Roubada ganhou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira de 2006, e só foi lançado por aqui em 2007. Mas agora é fácil de ser encontrado. Boa opção para quem procura um filme mais “humano”.

X-Men Origins : Wolverine

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X-Men Origins : Wolverine

No último cinco de abril escrevi aqui sobre a versão incompleta de X-Men Origins, que vazou na internet. Prometi que veria o filme assim que saísse no cinema, ou seja, hoje, dia 30. Cheguei do cinema agora! Vamos ao filme pronto?

A história do filme está no título: conhecemos a origem do Wolverine (Hugh Jackman) e sua relação com personagens como Dente de Sabre e William Stryker. É uma prequel da trilogia X-Men. A desvantagem disso é que sabemos que alguns daqueles personagens não podem morrer. Afinal, eles vão aparecer depois…

Hugh Jackman é “o cara” hoje em dia em Hollywood. Frequenta as listas de “celebridades mais sexy”, tem bons papéis em filmes blockbusters e, de quebra, mostrou no Oscar 2009 que canta e dança. Conheço gente que o critica como ator, mas posso garantir que ele é o Wolverine perfeito!

A princípio achei estranha a troca do ator que faz o Dente de Sabre. Por que não repetir Tyler Mane (que também foi o novo Michael Myers no Halloween 2007), que fez um bom Dente de Sabre no primeiro X-Men? Mane pode não ser lá grandes coisas como ator, mas tem o physique-du-rôle necessário para esse papel. Bem, o novo Dente de Sabre é Liev Schreiber. Se Schreiber tem menos “cara de Dente de Sabre”, pelo menos é muito mais ator. E a química entre ele e Jackman funciona muito bem, o que é essencial pra esse filme!

Como heu tinha constatado há quase um mês atrás, existe um defeito nesse filme, mas que já era esperado: excesso de personagens e pouco tempo para desenvolvê-los. Tem um monte de outros mutantes, poderíamos nos aprofundar muito mais nas histórias e poderes de cada um! Acaba o filme e a gente não sabe exatamente quem são e o que fazem vários dos mutantes que desfilam pela tela. Mas, como disse, esse problema já era esperado. Afinal, os quadrinhos de X-Men sempre mostraram vários heróis, diferente de um único Homem Aranha ou um único Batman, por exemplo. Mas achei que Ryan Reynolds (Blade Trinity, Smokin’ Aces) e Dominic Monaghan (Lost e a trilogia Senhor dos Anéis)  foram sub-aproveitados.

Mesmo a gente tendo de adivinhar qual o poder de cada um, o filme funciona redondinho. A equipe de mutantes do início é bem legal, assim como as poucas cenas do Gambit (aliás, qual é o poder do Gambit? Transformar cartas em balas de canhão?).

Outra coisa interessante deste filme é a escolha pelo diretor Gavin Hood, famoso por ter escrito e dirigido Infância Roubada, filme sul-africano que ganhou  Oscar de melhor filme estrangeiro em 2005. A princípio ele não faz o perfil de “filme de super-herói”. Mas não é que o cara manda bem? Algumas das cenas, como a do “Wolverine vs helicóptero”, são daquelas que dá vontade de rever no dvd!

E agora, vamos à pergunta que está na cabeça de muita gente: qual a diferença entre o filme baixado, o “workprint”, e esse, finalmente pronto?

Olha, não me lembro de nada diferente no desenrolar da história. Até a cena depois dos créditos é a mesma. Mesmo assim, esqueça a versão incompleta. Falta muita coisa no visual do filme. E, num filme como esse, não dá pra ficar satisfeito com imagem ruim. Mais ou menos como a diferença entre ver um filme em blu-ray ou num vhs amassado e mofado… O cinema é onde ele merece ser visto!