As Sete Vampiras

As Sete Vampiras

Outro dia falei aqui do filme novo do Ivan Cardoso, “Um Lobisomem na Amazônia“. E ontem descobri que tinha uma sessão de “As Sete Vampiras”, lançado originalmente em 1986, num festival de horror no CCBB. Aproveitei que estou de recesso no trabalho e fui rever o clássico do terrir num cinema!

A história é uma bobagem deliciosa. A trama envolve uma planta carnívora importada da África, vampiros, anos 50 e misteriosos assassinatos em série. E muitos clichês de filmes de terror, aqui nada é para se levar a sério.

Rola MUITA nudez gratuita! Quase todas as atrizes tiram a roupa. Aliás, na época era fácil encontrar quase todas elas nuas nas páginas da revista Playboy. Temos Nicole Puzzi, Lucélia Santos, Simone Carvalho, Susana Matos, Andréa Beltrão, Danielle Daumerie, Dedina Bernardeli, Tania Boscoli, e mais algumas anônimas (seria a Alice de Carli peladona com a toalha numa das primeiras cenas, no vestiário da academia de dança?) – todas elas “generosas” com o público masculino. 😉

(Aliás, falando em nudez gratuita, é irônico ver o Pedro Cardoso bisbilhotando Lucélia Santos nua. E aquele manifesto contra a nudez?)

O resto do elenco ainda conta com um monte de nomes interessantes, como Nuno Leal Maia, Leo Jaime, Wilson Grey, John Herbert, Ivon Cury, Pedro Cardoso, Carlo Mossy e um impagável Colé Santana como o atrapalhado inspetor Pacheco.

Foi muito legal rever o número musical com o Leo Jaime (ainda magro) cantando a música As Sete Vampiras. Não reconheci todos os músicos da banda, mas dá pra ver Sergio Serra, que depois foi para o Ultraje a Rigor, na guitarra. E temos os quatro “miquinhos” do João Penca fazendo uma coreografia gaiata: Selvagem Big Abreu, Bob Gallo, Leandro (na época que encarnava o “guitarrista mascarado”) e Avellar Love.

Outra coisa: para mim, particularmente, este filme marcou muito. Boa parte foi filmada dentro do Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Quando heu tinha oito anos de idade, morei por seis meses neste hotel. É muito legal reconhecer as locações!

Este é um dos melhores filmes de “terrir” da história. Ivan Cardoso foi o criador desta palavra, que significaria uma mistura entre comédia e terror. E, claro, muito trash!

Um Lobisomem na Amazônia

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Um Lobisomem na Amazônia

Finalmente consegui ver Um Lobisomem na Amazônia, depois da tentativa frustrada de terça!

A trama: um grupo de jovens da cidade grande está na Floresta Amazônica atrás de experiências com o Santo Daime. Ao mesmo tempo, um misterioso cientista faz experiências genéticas. E ainda tem um grupo de amazonas, todas com os seios de fora. E isso sem contar com o lobisomem do título!

Trata-se de um legítimo Ivan Cardoso. O diretor de pérolas como As Sete Vampiras e O Segredo da Múmia mantém o seu estilo de “terrir” como sempre. Personagens caricatos, roteiros com situações absurdas e muita mulher pelada, tá tudo lá!

Ivan Cardoso é um caso único no cinema nacional. Seus filmes são sempre com o mesmo estilo trash. Quem curte, não vai se decepcionar. Pena que não é para qualquer um…

O elenco está bem, pelo menos dentro da proposta caricata “ivancardosiana”. Evandro Mesquita lidera um elenco que conta com o espanhol Paul Naschy como o dr Moreau e o trio Danielle Winnits, Djin Sganzerla e Karina Bacchi com pouca roupa. Nuno Leal Maia (num papel que às vezes lembra o Paulo Silvino) e Tony Tornado fazem uma boa dupla de alívio cômico. E ainda rola o Sidney Magal numa sensacional participação especial fazendo um sacerdote inca cantor, numa das melhores cenas do filme.

Mas nem tudo funciona. Sei lá, parece que falta alguma coisa. Sabemos que este filme teve problemas no lançamento – ele é de 2005, e só foi lançado agora em novembro de 2009. Me parece que sofreu cortes pelos produtores. São vários os elementos no roteiro que não foram bem explorados – até o próprio lobisomem está sub-aproveitado! Me lembro de uma entrevista com o Ivan Cardoso onde ele falava que tinha um filme pronto e ainda não lançado onde a Karina Bacchi aparecia nua. Bem, Karina é a única das três que não mostra nada… Será que não vai rolar um “director’s cut” um dia?

Enfim, se você curtiu outros filmes do diretor, vai se divertir. Mas se não viu, recomendo começar por um dos dois citados no terceiro parágrafo…