Pink Flamingos
Existem alguns filmes que entram pra história por serem mais chocantes do que a média. As décadas passam, e esses filmes continuam tão chocantes como na época de seus lançamentos. Filmes como Saló, do Pasolini; ou o quase amador Cannibal Holocaust, ainda impressionam mesmo hoje em dia, num mundo com “menos inocência”.
Pink Flamingos, de John Waters, está nessa lista. É talvez o filme mais bizarro e nojento da história!
O travesti Divine, figurinha fácil nos filmes de John Waters, interpreta a si mesmo. Mora num trailer com a mãe e um casal de filhos, e se orgulha de ter o tíltulo de “the filthiest person alive” – algo como “a pessoa mais obscena viva”. Mas esse título é almejado por um casal que sequestra e engravida jovens – que ficam acorrentadas no porão – para vender seus filhos recém-nascidos para casais de lésbicas.
Bizarro, não? E você ainda não viu nada. A mãe de Divine vive só com roupas de baixo, dentro de um cercadinho de crianças e só come ovos. O filho faz sexo com uma mulher e uma galinha viva entre os dois, enquanto a irmã se excita assistindo. No meio do filme tem a festa de aniversário de Divine, onde rola, dentre outras coisas, uma cabeça de porco, canibalismo e… hum… como posso dizer… bem, no imdb ele é chamado de “Singing Asshole”…
A cena mais famosa do filme é onde vemos Divine comendo as fezes de um cachorrinho. Sem cortes. Mas a única cena que John Waters se arrepende de ter filmado é uma cena explícita de sexo oral incestuoso…
Mas, diferente do clima sério, pesado e deprimente dos dois filmes que citei lá em cima (Saló e Cannibal Holocaust), Pink Flamingos é divertido. As atuações são caricatas e exageradas, a câmera é meio mambembe. É tão exagerado que pode ser até engraçado, se você entrar no clima.
Definitivamente não é pra qualquer um. Mas é obrigatório para aqueles que querem conhecer mais a fundo a história da perversão e bizarria no cinema.