Superman 2

Crítica – Superman 2

Depois de ver o primeiro Superman, emendei logo no segundo.

Apaixonado por Lois Lane, Superman está disposto a abrir mão de seus poderes para ficar ao lado dela. Mal sabe ele que três vilões kriptonianos estão a caminho da Terra!

A versão que vi foi a de Richard Donner, diretor do primeiro filme, versão que so foi lançada em 2006. A história das diferentes versões merece ser contada.

Richard Donner tinha sido contratado para fazer dois filmes, e resolveu filmar tudo ao mesmo tempo, já que os mesmos atores repetiriam os mesmos personagens. Ao finalizar o primeiro, o segundo estava quase todo filmado. E foi neste momento que Donner brigou com os produtores Alexander e Ilya Salkind e foi mandado embora. Richard Lester (famoso por Os Reis do Iê Iê Iê, primeiro filme dos Beatles) foi chamado para ficar no seu lugar.

Lester usou parte do material filmado por Donner, filmou outras cenas, e fez um “filme frankenstein”, com partes de ambos diretores. O resultado nem ficou ruim. Mas em 2006, Donner teve a oportunidade de mexer no seu material e remontar o filme como tinha imaginado no fim dos anos 70. Este é o filme que heu vi!

Não sei se vale a pena ficar listando as diferenças entre as versões, tem tudo isso detalhado na wikipedia. O que posso dizer é que algumas coisas estranhas ficaram melhores… Por exemplo, na hora da briga final, não rola aquela tosqueira do Superman tirar o “S” do peito e derrubar o vilão, nem o momento que ele desaparece e aparece ao mesmo tempo em quatro lugares diferentes.

A parte técnica continua excelente, como no primeiro filme. E o único comentário a se fazer sobre o elenco é que Terence Stamp tem muito mais tempo de tela, enquanto Ned Beatty quase não aparece. As atuações repetem o bom nível do primeiro filme. Ah, Marlon Brando tinha sido limado da versão de Lester, mas tem boa participação aqui.

Na minha humilde opinião, a versão de Donner é melhor que a de Lester, mas traz pelo menos dois problemas:

– Lester inventou um “beijo de amnésia” pra Lois Lane se esquecer que Clark Kent é o Superman. Tosco, não? A versão de Donner não tem isso, mas copia o final ruim do primeiro filme. Não sei qual ficou pior.

– Rola uma cena no finzinho, onde o Superman volta ao bar onde apanhou. Esta cena não é coerente com o final proposto por Donner. Furo grande no roteiro!

Mesmo com essas escorregadas, Superman 2 consegue ser uma boa continuação, além do mais porque a gente tem que lembrar que Donner trabalhou com material filmado quase trinta anos antes!

Agora é tomar coragem pra ver o fraco terceiro filme…

Superman (1978)

Crítica – Superman (1978)

Chegou meu box do Superman em blu-ray com 8 discos. Aproveitei o fim de semana prolongado e vi os dois primeiros.

O filme conta a origem do Superman, um dos mais famosos super-herois da história, desde bebê ainda no planeta Krypton, passando pela juventude em Smallville e já adulto em Metropolis, onde trabalha no jornal Daily Planet usando a identidade secreta Clark Kent.

Superman está em invariavelmente todas as listas de melhores adaptações cinematográficas de super-herois. Digo mais: é considerado o marco inicial para o que conhecemos sobre filmes de herois. E, revendo hoje, mais de 30 anos depois, continua sendo um grande filme.

A parte técnica do filme dirigido por Richard Donner é impressionante para um filme dos anos 70. Tá, alguns chroma key estão “vencidos”, mas nada grave. Não vemos nenhum cabo segurando um ator, nem nenhuma emenda – lembrem-se que efeitos especiais eram bem toscos na época, e cgi ainda era um sonho distante.

O elenco foi muito bem escolhido. Marlon Brando foi contratado a peso de ouro para uma pequena participação como Jor-El, o pai do Superman. Gene Hackman, o Lex Luthor, era o outro grande nome do elenco. Christopher Reeve era desconhecido, mas encarnou tão bem o Homem de Aço que até hoje é lembrado como “o Superman”. Ainda no elenco, Margot Kidder, Ned Beatty, Valerie Perrine e Terence Stamp.

O roteiro, baseado em história do badalado Mario Puzo (O Poderoso Chefão), é muito bom, mas não é perfeito. O Lex Luthor de Gene Hackman é meio caricato, a ideia inicial era fazer algo mais próximo ao Batman barrigudo dos anos sessenta. Superman não tem esse tom cartunesco, mas Luthor, juntamente com seu ajudante Otis, viraram alívios cômicos. Hoje em dia estamos acostumados a vilões mais realistas, o que enfraquece o personagem de Luthor.

O fim do filme também sempre foi um ponto polêmico – se na época muita gente não gostou, hoje a ideia de voltar o tempo invertendo a rotação da Terra parece um absurdo digno de uma co-produção entre Uwe Boll e Roland Emmerich! (Digo mais: se era possível voltar a rotação da Terra, por que não voltar um pouco mais e impedir os mísseis?)

Mesmo com essas inconsistências no roteiro, Superman ainda é um filmaço. E abriu caminho para outras produções semelhantes, sendo diretamente responsável pelo conceito atual de “filme de super-herói”.

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Os Goonies

Crítica – Os Goonies

Empolgado com o elenco infanto-juvenil de Super 8, chamei minha filha de dez anos pra rever Os Goonies!

Todos conhecem a sinopse, não? Um grupo de garotos embarca em uma aventura atrás do tesouro do pirata Willie Caolho, pra tentar levantar dinheiro para salvar suas casas da hipoteca.

Lançado em 1985, Os Goonies é simplesmente uma das melhores aventuras do cinema na década de 80. Mesmo revendo hoje, o filme continua delicioso!

Dirigido pelo grande Richard Donner (Superman, Máquina Mortífera), Os Goonies tem um ótimo roteiro escrito por Chris Columbus (que depois dirigiria filmes como Percy Jackson e o Ladrão de Raios e os dois primeiros Harry Potter), baseado em uma genial história de Steven Spielberg. Qual a criança ou adolescente que não se empolgaria com uma caça ao tesouro de um pirata, andando por cavernas cheias de armadilhas, tendo perigosos bandidos seguindo seus passos?

O elenco é ótimo. Era o primeiro filme para cinema do protagonista Sean Astin (Mikey), hoje mais conhecido como o Sam de O Senhor dos Aneis. Josh Brolin (Brand), também estreante, passou vários anos fazendo filmes de menor importância, mas, de 2007 pra cá, a carreira do cara deslanchou, e ele fez, entre outros, filmes como Planeta Terror, Onde os Fracos Não Têm Vez, W., Wall Street, Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos e Bravura Indômita – chegou a ser indicado ao Oscar de melhor ator cadjuvante por Milk. Corey Feldman (Bocão) já tinha feito outros filmes, incusive Gremlins, um ano antes – e depois se firmaria como uma das grandes estrelas jovens de Hollywood nos anos 80, com títulos como Conta Comigo e Garotos Perdidos. Ke Huy Quan (Dado) nunca foi um grande nome, mas tinha feito um dos principais coadjuvantes de Indiana Jones e o Templo da Perdição um ano antes. Só Jeff Cohen (Bolão) que nunca fez nada mais relevante. (As meninas Kerri Green e Martha Plimpton tiveram algum sucesso na época, mas nada tão importante quanto Goonies).

O roteiro é muito bom, mas não o acho perfeito. Não gostei da perseguição dos Fratelli, no fim do filme. Acho que hoje em dia estamos acostumados com um maior realismo, por isso o tom cartunesco me pareceu caricato demais. Mas nada que atrapalhe o resultado final: um dos filmes mais divertidos da década!

Se você já viu, reveja. E se não viu, faça um favor a si mesmo e alugue / compre / baixe!

p.s.: A bola fora é a edição nacional do dvd e do blu-ray. Nenhum dos dois tem dublagem em português! Custava deixar a dublagem como opção?

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