Crítica – Drácula – A História Nunca Contada
Sabe quando um filme nem é muito ruim, mas o roteiro tem tantos furos que a gente nem consegue acompanhar?
Enfrentando ameaças ao seu reino e à sua família, Vlad Tepes negocia com perigosas forças sobrenaturais, enquanto tenta evitar sucumbir à escuridão.
Dirigido pelo estreante Gary Shore, Drácula – A História Nunca Contada (Dracula Untold, no original) segue mais ou menos o conceito dos recentes Frankenstein – Entre Anjos e Demônios e Hércules: um personagem icônico em uma história inventada – que não tem nada a ver com a história clássica. No caso deste Drácula, o filme tenta criar uma origem para o mito de Vlad, o Impalador. Às vezes parece que estamos vendo um filme de super herói, uma espécie de “Drácula Begins“.
Li muitas críticas reclamando da falta de apuro histórico sobre Vlad Tepes ou sobre a Transilvânia, mas isso não me incomodou – ora, a proposta era justamente apresentar uma nova versão pra história que a gente conhece. O meu problema com o filme foi outro, foi cinema mesmo. Foi com o roteiro preguiçoso.
No fórum de leitores do imdb de vez em quando abrem um tópico “100 coisas que aprendi com o filme x”. Fiquei pensando nesta lista durante toda a sessão…
Posso citar alguns exemplos?
SPOILERS LEVES!
SPOILERS LEVES!
SPOILERS LEVES!
– Uma mulher cai de uma altura de centenas de metros, em queda livre, e, quando chega no chão, ainda consegue conversar antes de morrer.
– Vampiros temem a luz do sol. Mas, se estiver o maior sol lá fora e o vampiro estiver na sombra, parece que não tem problema.
– “Impalar” uma pessoa deve ser apenas espetar numa lança. Não importa por onde a lança atravessa a vítima.
– Depois que você vira vampiro, tem um período de três dias como um “test drive”. Se não gostar, pode voltar a ser humano, como se nada tivesse acontecido.
– Você sabe que um vampiro não suporta prata, então cria uma armadilha cheia de prata para enfrentá-lo. Claro, não precisa usar uma armadura de ouro.
– Leve milhares de moedas com você, mesmo que você esteja indo para uma batalha.
A lista poderia seguir, mas chega, né?
FIM DOS SPOILERS!
O elenco não está mal, mas ninguém se destaca. Luke Evans combina com o tipo físico pedido pelo estilo, depois de ter feito O Hobbit, Imortais e Fúria de Titãs. Charles Dance, de Game of Thrones, cheio de maquiagem, faz o vampirão. Ainda no elenco, Sarah Gadon e Dominic Cooper.
Como boa notícia, os efeitos especiais são muito bons. Se a ideia era fazer um filme de super heróis (como foi o Frankenstein), pelo menos na parte técnica Drácula – A História Nunca Contada é bem feito.
Mas, no fim, o ar de filme vagabundo proporcionado pelo roteiro ruim prevalece. Apesar de tecnicamente bem feito, Drácula – A História Nunca Contada é um belo trash…