Drácula: A Última Viagem do Demeter

Crítica – Drácula: A Última Viagem do Demeter

Sinopse (imdb): Baseado no livro “Drácula” de Bram Stoker, a história se passa a bordo do navio Demeter, onde uma tripulação condenada enfrenta eventos estranhos e aterrorizantes durante a viagem.

Antes de falar do filme, queria comentar o título nacional. O título original é “A Última Viagem do Demeter”, e acho um nome muito melhor. Mas, lembro que já tinha comentado que queria ver este filme, e mais de uma pessoa veio me perguntar “afinal, quem é Demeter?”. Ou seja, por mais que colocar “Drácula” no título seja ruim, pelo menos deve ajudar a vender o filme.

É o filme novo do norueguês André Øvredal, o mesmo de Caçador de Trolls e Autópsia de Jane Doe. Gosto do estilo de Øvredal, e a informação de que é um norueguês é importante, porque o filme toma certas atitudes corajosas que não são muito comuns em Hollywood, que costuma proteger alguns tipos de personagens.

É um filme do Drácula, como diz o título. Mas não vemos o Drácula charmoso e estilos de sempre, A Última Viagem do Demeter está mais pra “filme de monstro”. E preciso dizer que curti muito esse Drácula monstro.

O diretor falou que queria fazer um novo Alien, um filme que tinha 7 passageiros em uma grande nave onde um monstro assassino estava escondido, matando um a um, e as pessoas não sabiam onde estava o monstro e nem colo enfrentá-lo. Aqui o formato é o mesmo, só que são dez pessoas dentro de um navio em alto mar.

O clima de terror dentro do barco é muito bom. Não tem momento light, não tem alívio cômico, a parada é séria e tensa. A boa trilha sonora de Bear McCreary ajuda a criar o clima.

Tenho um elogio e uma crítica ao Drácula monstro. Gostei muito da caracterização e da maquiagem – usaram o mesmo Javier Botet que já fez vários monstros em filmes de terror. Sempre que precisam de uma criatura alta e magra, ele é chamado – ele foi a Menina Medeiros de REC, o personagem título de Mama, o Homem Torto de Invocação do Mal, o Demônio das Chaves do último Sobrenatural, e o personagem título de Slenderman. Botet ficou perfeito. Agora, em alguns momentos os efeitos práticos são substituídos por cgi, e esse cgi é meio tosco.

Nem tudo funciona. Ok, a gente sabe que o cinema de terror é baseado em decisões burras de personagens, mas, caramba, por que ninguém pensou em abrir as caixas? Por que não faziam as coisas de dia? Mas, como falei, decisões burras de personagens. Temos que relevar.

O elenco está bem. Ok, alguns personagens são um pouco rasos, mas o formato de “filme de terror onde morre um de cada vez” não tem espaço pra construção de muitos personagens complexos. Nenhum nome muito conhecido, os principais são Corey Hawkins, Liam Cunningham, Aisling Franciosi e David Dastmalchian. E, olha lá, comentei aqui outro dia sobre Toc Toc Toc Ecos do Além, o menino Woody Norman também está aqui.

A história fecha, mas o fim do filme traz um gancho para uma possível continuação. Será que veremos um Demeter 2?

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