Federal
Um filme policial nacional, com Carlos Alberto Riccelli, Eduardo Dussek e Michael Madsen no elenco? Opa! Tô dentro!
(Na verdade, o filme também é estrelado por Selton Mello. Mas, diferente dos três citados aí em cima, Selton não é novidade nenhuma no cinema nacional. Ele é o cara, e tá em todas, né?)
Dani (Selton Mello) e Vital (Carlos Alberto Riccelli) lideram um grupo de elite do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal de Brasília, para caçarem o playboy e traficante Beque Batista (Eduardo Dussek).
Dirigido por Eryk de Castro, Federal tem seus méritos, mas também tem seus defeitos. Dá pra ver que se trata de uma produção modesta, as cenas internas são mal iluminadas, a câmera às vezes treme um pouco…
Mas, na minha humilde opinião, os méritos são maiores que os defeitos!
Os atores estão muito bem. Selton Mello apresenta a eficiência de sempre, e Carlos Alberto Riccelli, cinquentão, está em ótima forma. Roberto Cano e Christovam Netto, os outros dois policiais que acopanham Selton e Riccelli, também mandam bem. Michael Madsen aparece pouco, e é o que se espera. Aliás, na cena do avião, ele solta uma frase muito boa e politicamente incorreta sobre as mulheres brasileiras.
Mas as melhores frases de efeito politicamente incorretas estão com Eduardo Dussek. Tem uma cena onde ele fala coisas como “no Brasil, as leis servem para ajudar os bandidos” e “aqui tem carnaval o ano todo (pra gente vender as drogas)”. Genial! Parabéns aos roteiristas pelos excelentes diálogos!
A parte técnica – defeito comum em boa parte da produção nacional – também não decepciona. Ok, o filme tem orçamento pequeno. Mas temos várias tomadas aéreas pela cidade e todos os tiroteios são convincentes.
Para os fãs de rock nacional 80: Philippe Seabra, ex Plebe Rude, trabalha na trilha sonora. E rola uma “cena homenagem”, onde dois policiais estão num carro, ao som de “A Ida”, da Plebe, e um fala para o outro “sangue e porrada na madrugada” (de “Vida Bandida”, do Lobão), enquanto o outro responde “polícia para quem precisa” (de “Polícia”, dos Titãs).
Enfim, boa opção na programação do Festival, e, esperamos, em breve no circuito!
Acabei de assistir o filme e sinceramente achei lamentável. Parece um retrocesso do cinema nacional, o que é uma pena. Filme cheio de furos e sem coesão. Uma das piores avaliações no http://www.IMDb.com... Parece até um filme feito com pouca grana, se não fosse o fato de contratarem atores internacionais (mas com muito poucos figurantes e cenários muito fracos). Mas filme com pouca grana não significa que o filme tem que ser ruim… Mau escrito, mau produzido, mau filmado e muito mau avaliado (apesar da diplomacia das críticas).