Mestres do Universo (1987)

Crítica – Mestres do Universo (1987)

Sinopse (imdb): O heroico guerreiro He-Man luta contra o malvado Esqueleto e seu exército.

Há tempos heu tinha curiosidade de rever Mestres do Universo, de 1987. Vi no cinema, na época, nunca tinha revisto. E existe um consenso geral hoje em dia de que é um filme ruim. Resolvi catar o filme para rever. E não é que foi uma boa surpresa? Mestres do Universo não é tão ruim assim!

Ok, o filme dirigido por Gary Goddard (segundo o imdb, seu único longa) não é perfeito, tem seus defeitos, efeitos especiais venceram, etc. Mas é bem melhor do que heu esperava.

Acredito que boa parte do problema das pessoas está no head canon. A maior parte das pessoas foi ao cinema assistir um filme baseado no desenho animado do He-Man. E o filme Mestres do Universo é baseado no boneco He-Man, e não no desenho animado.

Lançado pela Mattel, o boneco veio antes do desenho. Rola um rumor que diz que o boneco foi feito para ser o Conan (que teve um filme lançado em 1982, estrelado pelo Arnold Schwarzenegger), e que teria sido desligado do filme porque a Mattel não queria se associar a um filme repleto de nudez e violência. Mas, segundo a Wikipedia, esse rumor nunca foi confirmado. O fato é: a Mattel criou um boneco, colocou no mercado em 1982, e o desenho só foi lançado em 1983.

Algumas coisas características do desenho não estão aqui. Umas por razão orçamentária, como o Gato Guerreiro e o Gorpo (seria difícil com o cgi existente na época); ou o fato de parte da história se passar na Terra (é mais barato filmar em locações que já existem do que criar um mundo novo). Outras alterações não tenho ideia do motivo – por que diabos não tem o príncipe Adam?

Por outro lado, criaram um personagem novo, o Gwildor, que tem bem a cara de personagem de filme de fantasia da época, uma pegada meio Willow / Labirinto / Cristal Encantado. Ah, preciso dizer, o personagem era pra ser um alívio cômico, mas é um personagem bem tosco.

Algumas partes da trama não fazem muito sentido, mas, a gente precisa se lembrar que eram os anos 80, e quase todos os filmes traziam coisas que não faziam muito sentido. E sim, temos conveniências de roteiro, como o único cara que teve acesso à chave que abre portais interdimensionais ser um músico capaz de reproduzir a melodia, ou termos uma cidade quase vazia. Mais uma vez, anos 80, isso era comum.

Algumas pessoas vão reclamar dos efeitos especiais, feitos por Richard Edlund (ganhador de dois Oscars de efeitos especiais, em 1978 por Guerra nas Estrelas e em 82 por Os Caçadores da Arca Perdida). Claro, os efeitos venceram. Mas, caramba, já se passaram 37 anos! Entendendo o contexto de quando foram feitos, os efeitos são aceitáveis. Já a trilha sonora de Bill Conti (Rocky, Karate Kid) é imponente, mas não curti, porque parece muito o tema de Superman.

Tenho alguns comentários sobre o elenco. O primeiro é que o Dolph Lundgren era o ator ideal para o papel. O He-Man era um cara loiro e muito forte, e Lundgren, com 1,96m, tinha o physique du role perfeito. Arrisco dizer que ele é tão perfeito para o papel quanto a incensada Margot Robbie como Barbie – coincidência ou não, outra boneca da Mattel. Na gringa tinha gente reclamando que ele tinha sotaque sueco, mas essa reclamação não cabe aqui no Brasil, quando a maior parte viu dublado.

Outro comentário é sobre Frank Langella como Esqueleto. O cara está ótimo, ele declarou que ia fazer o papel em homenagem a seu filho, fã do desenho. Ele parece estar se divertindo muito no papel, e disse que chegou a escrever alguns dos seus diálogos.

Também preciso falar de Courteney Cox, então com 23 anos, ainda bem longe do estrondoso sucesso como a Monica Geller de Friends. Na época, acho que ela só era famosa por ser “a garota que dança com o Bruce Springsteen no vídeo de Dancing in the Dark”, gravado três anos antes.

Ainda queria falar de Meg Foster, que faz a Maligna (ou Evil Lyn, o nome em inglês é genial!). Meg tem os olhos naturalmente muito mais claros que o padrão. Sugeriram que ela usasse lentes de contato, mas não precisa, aqueles são os olhos reais dela! Ela fala que recebeu muitos convites pra filmes de terror por causa de seus olhos.

Filme divertido e injustiçado!

Snake Eyes

Crítica – Snake Eyes

Sinopse (imdb): Um spin off de G.I. Joe centrado no personagem Snake Eyes.

GI Joe é uma linha de bonecos. Sou velho, lembro do Falcon, que era um GI Joe – ou Comandos em Ação, como foi traduzido aqui na época. Os bonecos do Falcon foram vendidos entre 1978 e 1984 pela Estrela, que depois trocou a linha pelos bonecos GI Joe, que eram menores (o Falcon tinha 30cm, o GI Joe tinha 10cm). A partir de 1986, a Globo começou a exibir uma série animada baseada nos bonecos – prática que era comum, se não me engano lançaram outros combos brinquedo + desenho (ajudava nas vendas e também na audiência).

Uns anos atrás tivemos dois filmes baseados nos bonecos GI Joe. Não me lembro muito bem dos filmes, lendo os meus textos aqui no heuvi, vi que gostei do primeiro, mas não gostei muito do segundo. Enfim, este aqui não tem nada a ver com aqueles, a história recomeça do zero.

Então finalmente vamos ao novo filme. Dirigido por Robert Schwentke (Red, RIPD Agentes do Além, Te Amarei Para Sempre), Snake Eyes (Snake Eyes: G.I. Joe Origins, no original) é um reboot total, não se baseia nem nos filmes, nem no desenho. Ouvi críticas de gente reclamando “o meu Snake Eyes não é assim”, “Destruíram o meu Snake Eyes!”. Mas, pra quem não era fã, a história funciona bem como uma introdução a este universo.

Snake Eyes tem coisas boas, mas tem outras não tão boas assim. E infelizmente tem mais do segundo do que do primeiro. Vamos por partes.

Gostei de algumas sequências de ação. Tem uma cena onde a personagem pula de uma moto em movimento, se apoia num caminhão e dá um golpe de espada, que é bem legal. Algumas lutas de um personagem contra dezenas também são boas. Não são ótimas, mas são boas.

(Explico: prefiro quando o câmera “dá um passo pra trás” e a gente vê melhor a coreografia das lutas. Isso acontecia mais no cinema oriental, mas Hollywood já traz alguns casos de lutas bem coreografadas e bem filmadas desta forma. Mas, o comum em Hollywood é vermos uma luta com muitos closes, muitos cortes e muita câmera tremida. Pensando neste formato, as lutas em Snake Eyes não são ruins. Poderiam ser melhores, mas, “passam na média”.)

Agora, o roteiro é uma bagunça. O personagem Snake Eyes não passa confiança nenhuma, e é aceito facilmente pelo clã japonês. E mesmo quando é pego na traição, tudo bem, deixa pra lá. Não tô nem falando da cena ridícula das cobras gigantes mágicas, até aceito isso, mas não dá pra aceitar um clã milenar ser tão ingênuo.

E isso porque não tô falando da personagem da Samara Weaving. Gosto da atriz, adorei ela no Ready or Not, um filme recente que foi mal lançado por causa da pandemia. Mas, qual é o sentido da personagem dela aqui? É só pra cumprir cota?

Isso me traz o elenco. O protagonista Henry Golding não é um bom ator, ele faz a mesma cara o filme inteiro. Mas nem atrapalha tanto. O problema dele ser fraco é que o coadjuvante Andrew Koji é muito melhor, dá vontade de focar mais no seu personagem do que no principal. Gosto muito do Iko Uwais, estrela dos maiores filmes de ação indonésios dos últimos anos, ele aqui tem um papel secundário. Aparece pouco, mas é sempre um prazer vê-lo lutando (ele manja dos paranauês de coreografia daquele tipo de luta onde o câmera pode dar um passo pra trás). Peter Mensah, o Doctore de Spartacus, também passa confiança ao defender o seu papel.

Agora, o trio feminino está bem ruim. Olha só, heu gosto de filmes de ação com mulheres, comentei isso no texto sobre Jolt. Falei da Samara Weaving, que tem um personagem completamente descartável. Tem também a Úrsula Corberó, que passa o filme inteiro repetindo as caras e bocas que ela fazia ao interpretar a marrenta Tokio de Casa de Papel. Agora, as duas aparecem pouco. Já a Haruka Abe, que aparece o filme inteiro, é péssima. Tanto a atriz, que passa o filme inteiro com cara de que não sabe o que fazer; quanto a personagem, que toma várias atitudes inexplicáveis durante o filme.

No fim do filme, claro, espaço pra continuação. Querem uma nova franquia. Sei lá, se começou cambaleante, nem sei se quero ver essa continuação.

Jungle Cruise

Crítica – Jungle Cruise

Sinopse (imdb): Baseado no passeio do parque temático da Disneylândia, onde um pequeno barco leva um grupo de viajantes por uma selva repleta de animais e répteis perigosos, mas com um elemento sobrenatural.

Não é a primeira vez que fazem um filme baseado em brinquedos do parque da Disney. O mais famoso e mais bem sucedido é Piratas do Caribe, que já tem cinco filmes, sendo que dois deles passaram a marca de um bilhão de dólares na bilheteria. Os últimos filmes não foram muito bem aceitos, mas é um sucesso incontestável. Agora, heu lembrava de pelo menos mais dois, ambos mal sucedidos nas bilheterias: Mansão Mal Assombrada, de 2003, com o Eddie Murphy; e Tomorrowland, de 2015, com o George Clooney. Mas aí lembrei de quando fui à Disney em 2018, que depois do brinquedo Torre do Terror, vi dvds à venda de um filme feito em 1997 baseado naquela atração, com Steve Guttenberg e Kirsten Dunst – lembro que pensei “vou procurar o filme pra assistir quando voltar pro Brasil”, mas nada ainda. Aí resolvi pesquisar pra saber se tinham outros filmes, e descobri que Missão Marte, feito pelo Brian de Palma em 2000, com Gary Sinise, Tim Robbins, Don Cheadle e Connie Nielsen, tem um roteiro inspirado na atração da Disney! E ainda descobri mais um, que nunca tinha ouvido falar: Beary e os Ursos Caipiras, de 2002, baseado no brinquedo Country Bear Jamboree.

Resumindo: a gente vê que apesar do sucesso dos parques, transformar isso em bilheteria não é fácil. Deve ter sido por isso que convidaram Dwayne Johnson para protagonizar. Arrisco a dizer que Dwayne é o nome com mais star power na Hollywood contemporânea. O cara tem um carisma gigantesco e é um dos poucos casos do cinema atual onde o nome do ator é mais importante que o nome do filme.

Ainda pegando o gancho do parque da Disney: a atração Jungle Cruise é meio bobinha, é um passeio de barco onde vemos animais animatronics, enquanto um capitão do barco narra o passeio, sempre contando piadas infames. Sim, em inglês, muitos brasileiros não entendem as piadas, e arrisco a dizer que – olha só que irônico – metade da graça do brinquedo são as piadas sem graça do capitão. E tem uma sequência do filme onde o personagem de Dwayne Johnson fala algumas das piadas que estão no roteiro do parque.

Ah, no parque o passeio é na África, aqui estamos na Amazônia, o passeio começa em Porto Velho, Rondônia. Mas foi filmado no Havaí.

Curiosamente, aqui em Jungle Cruise, Dwayne Johnson divide o protagonismo. Emily Blunt tem um papel tão importante quanto o dele. E a dupla está muito bem, aquele clássico clichê de parceiros que se cutucam o tempo todo – e como são dois atores talentosos e carismáticos, a química fluiu bem.

A direção ficou com Jaume Collet-Serra. Gosto dele, ele fez A Órfã, Águas Rasas, alguns filmes com o Liam Neeson badass – mas não entendi a escolha dele pra este filme. Collet-Serra faz um trabalho competente, mas que em nada lembra seus trabalhos anteriores. Me lembrei do Guy Ritchie dirigindo Aladdin. Me parece que em ambos os casos os diretores abriram mão dos respectivos estilos habituais pra fazerem um “filme de estúdio”.

Muitas vezes a história lembra os filmes do Indiana Jones – até na época em que se passa, pouco antes da segunda guerra mundial. Emily Blunt tem algumas cenas que a gente quase ouve o clássico tema do John Williams.

Aliás, comentário sobre a trilha sonora. Quando vemos os flashbacks dos espanhóis, tem uma música de violão dedilhado que foi uma agradável surpresa. É uma versão de Nothing Else Matters! Agora tem Metallica em filme da Disney!

Falei dos personagens principais, mas acho que ainda tem outros dois que merecem ser mencionados. Jesse Plemons (que parece um genérico do Matt Damon) faz um bom vilão, um alemão caricato como pedem os clichês da Disney. E Jack Whitehall, que faz o irmão, toca num assunto que não deveria ser nada de mais em 2021, mas ainda é tabu na Disney – o personagem é gay, ele declara que não queria se casar com nenhuma mulher porque gostava de outra coisa. Existem algumas teorias malucas pela internet tentando forçar uma barra de casos homo afetivos em Luca e em Raya, coisa que só existe dentro da cabeça dos autores dessas teorias. Mas aqui não é teoria, é um caso real, faz parte do filme. Por um lado, é muito discreto; mas por outro lado é a Disney assumindo que tabus podem ser quebrados. Vejo isso como um “copo meio cheio”. Estamos progredindo! Ainda no elenco, Edgar Ramirez e um Paul Giamatti exagerado e desperdiçado.

Achei que os efeitos especiais dos espanhóis lembram os efeitos de Piratas do Caribe, mas com temas de floresta em vez de mar. Será que é uma homenagem? Ou foi coincidência? Ainda sobre os efeitos, gostei da onça, mas em algumas cenas fica nítido o cgi.

Por fim, queria deixar registrada uma experiência pessoal. Sempre fui muito ao cinema, e sempre levei meus filhos. Nos últimos meses fui algumas vezes, mas sempre sozinho. Jungle Cruise foi a volta ao cinema com a família inteira. Todos de máscara, cinema quase vazio, mas, finalmente, cinema voltou a ser um programa familiar.

Playmobil – O Filme

Crítica – Playmobil – O Filme

Sinopse (imdb): Longa-metragem de animação inspirada nos brinquedos da marca Playmobil.

O cinema evolui. De vez em quando aparecem filmes que mudam os paradigmas. O cinema de ação mudou com o Jason Bourne, e depois mudou de novo com o John Wick. Os filmes da Marvel elevaram a barra no subgênero “filmes de super heróis”; os filmes da Pixar fizeram o mesmo com os longas de animação.

Depois dos filmes da Lego, fica difícil ver um filme tão bobinho quanto Playmobil – O Filme (Playmobil: The Movie, no original). Playmobil não é exatamente ruim, mas é tão insosso que até a sinopse do imdb é sem graça.

Playmobil tem alguns bons momentos, e talvez agrade os menores. Mas só. Na dúvida, reveja Uma Aventura Lego.

Uma Aventura Lego 2

Crítica – Uma Aventura Lego 2

Sinopse (imdb): Já faz cinco anos desde que tudo foi incrível e os cidadãos estão enfrentando uma nova e enorme ameaça: Lego Duplo invade o espaço, destruindo tudo mais rápido do que eles podem reconstruir.

Continuação do ótimo Uma Aventura Lego, este Uma Aventura Lego 2 (The Lego Movie 2: The Second Part, no original) sofre de um problema básico: a gente já sabe o plot twist do final do primeiro filme, e essa ideia não tem como repetir.

Dito isso, posso afirmar: Uma Aventura Lego 2 é tão divertido quanto o primeiro filme!

Vamos por parte – ou por blocos ( 😛 ). O estilo de animação, que simula um stop motion com peças, é repetido aqui. Como falei no texto do outro filme, “Tudo na animação obedece as limitações das peças de plástico duro – diferente de outras animações baseadas em brinquedos“. Com isso, o visual do filme fica muito mais interessante do que qualquer animação tradicional.

O humor também repete o estilo do outro filme. É uma enxurrada de piadas referenciais, dá vontade de rever o filme porque não dá pra pegar todas as piadas. Vou além: são tantas piadas com referências a outros filmes e elementos da cultura pop que me questiono se o público alvo ainda são as crianças (meu filho com 9 anos não entendeu várias das piadas).

Ah, preciso falar da trilha sonora de Mark Mothersbaugh (sim, o cara do Devo). Mais de uma vez ao longo do filme, temos músicas que fazem piadas com metalinguagem. E a música dos créditos – que fala sobre os créditos – é uma piada genial.

Diretores do primeiro filme, Phil Lord e Christopher Miller aqui estão só no roteiro. A direção ficou com Mike Mitchell (Trolls), que segurou bem a onda. O elenco original continua cheio de gente legal (Chris Pratt, Elizabeth Banks, Will Arnett, Alison Brie, Charlie Day, Maya Rudolph, Will Ferrell, Channing Tatum, Jonah Hill, Jason Momoa, Cobie Smulders, Ralph Fiennes, Bruce Willis), mas aqui só dublado – pelo menos a dublagem é muito bem feita.

Claro, alguns vão reclamar que o segundo filme é uma repetição do primeiro. Mas, na minha humilde opinião, quando o primeiro é muito bom e o segundo mantém o nível, isso é motivo para ir feliz ao cinema.

Bumblebee

Crítica – Bumblebee

Sinopse (imdb): No ano de 1987, Bumblebee, em fuga, encontra refúgio em um ferro-velho em uma pequena cidade de praia californiana. Charlie, prestes a completar 18 anos e tentar encontrar o seu lugar no mundo, descobre Bumblebee, quebraado e com cicatrizes de batalha.

Lembro quando passou o último Transformers no cinema. Fui à cabine de imprensa, mesmo sabendo que o filme seria ruim, porque precisava escrever para o Abacaxi Voador e comentar no programa da rádio Roquete Pinto. Quando o Abacaxi Voador acabou e o programa da rádio foi reformulado, pensei “ok, nunca mais preciso mais ver Transformers!”

Mas a gente tem filhos, que pedem pra ver. Ok, fazer o que? Pelo menos entro no coro que este novo filme é bem melhor que os anteriores.

Os cinco filmes anteriores, todos dirigidos por Michael Bay, têm uma característica curiosa. São quase unanimidade negativa na crítica, mas ao mesmo tempo são recordistas de público – os dois últimos passaram de um bilhão de dólares na bilheteria. São argumentos fortes para não mudar a fórmula.

Mas mudaram. E a mudança foi muito boa. A direção agora está com Travis Knight, que dirigiu Kubo e as Cordas Mágicas e também trabalhou nas animações de Coraline e Boxtrolls. Currículo artístico bem mais interessante que o do Michael Bay…

Bumblebee (idem, no original) tem Laika no DNA, mas é um filme bem menos dark e mais pop que os outros citados. Bumblebee é leve, divertido e colorido – tem o clima de uma aventura da sessão da tarde dos anos 80. Inclusive na trilha sonora, cheia de hits oitentistas que vão agradar os pais que vão levar seus pequenos.

No elenco, Hailee Steinfeld segura bem a onda. Mas o verdadeiro protagonista é o Bumblebee – que sempre foi o mais carismático entre os robôs / veículos. A animação é boa, e o detalhe da falta de voz é bem utilizado. Também no elenco, John Cena, Jorge Lendeborg Jr., John Ortiz, Pamela Adlon, Jason Drucker e Stephen Schneider.

Bumblebee não é um grande filme, mas cumpre o que promete. Pelo menos é melhor que os últimos Transformers (o que não é uma tarefa muito difícil, convenhamos). O que vamos ver agora é como vai ser na bilheteria. Será que Travis Knight consegue superar Michael Bay?

LEGO Ninjago: O Filme

lego-ninjago-o-filmeCrítica – LEGO Ninjago: O Filme

Sinopse: Evitado por todos por ser filho de um vilão maligno, um adolescente tenta vencê-lo com a ajuda de seus companheiros ninjas.

Em 2014, tivemos o genial Uma Aventura Lego. Três anos depois veio o Lego Batman, que seguia o mesmo conceito. Agora vamos ao terceiro filme. A boa notícia: quem curtiu os outros dois vai se divertir aqui.

LEGO Ninjago: O Filme (The LEGO Ninjago Movie, no original) segue o mesmo estilo de visual e mesmo estilo de humor dos outros filmes. Diferente dos outros dois filmes, LEGO Ninjago: O Filme se baseia em algo pré existente, uma série de tv. A boa notícia é que não precisa ver a série para entender o filme.

É usada a máxima “não se mexe em time que está ganhando”. Claro que vai ter gente resmungando porque a fórmula está sendo repetida. Mas heu não reclamo. Se gostei dos outros, quero mais!

Este universo Lego tem duas coisas que heu gosto muito. Uma é o visual – a animação é feita pra parecer stop motion usando peças de Lego. O filme é tão detalhista que vemos peças gastas e arranhadas (como seria normal se isso fosse um stop motion de verdade). E a outra é o humor nonsense – a arma super secreta é uma das coisas mais geniais que vi no cinema este ano.

Ainda no humor: tem muita piada para adultos. Pais que forem levar seus filhos vão rir de piadas referentes a filmes e músicas das décadas passadas. Ri tanto da citação a Eles Vivem que tive que explicar pro meu filho a cena!

Diferente dos outros filmes, este aqui tem um prólogo com atores. Temos Jackie Chan como o dono da loja – e, nas versões com o som original, também como a voz do boneco Mestre Wu. Também estão no elenco original as vozes de Dave Franco, Michael Peña e Justin Theroux, entre outros. Só vi a versão dublada. Pelo menos a dublagem é boa.

Falei do Jackie Chan, né? Claro, pra manter a tradição, tem uma cena pós créditos com os erros de gravação…

Não sei quais os próximos passos deste universo Lego. Mas aguardarei ansiosamente.

Transformers: O Último Cavaleiro

TransformersCrítica – Transformers: O Último Cavaleiro

Optimus Prime foi embora, mas a Terra continua sendo invadida por robôs. Enquanto acontece uma guerra entre humanos e robôs, uma nova ameaça alienígena resolveu destruir toda a humanidade.

Reli agora minhas críticas ao segundo, ao terceiro e ao quarto Transformers (quando passou o primeiro filme, heu ainda não escrevia críticas). E acho que tudo o que heu poderia falar está lá. Transformers: O Último Cavaleiro (Transformers: The Last Knight, no original) segue exatamente a cartilha dos filmes anteriores: bons efeitos especiais, roteiro ruim e duração longa demais. Basicamente isso. Quem gostou dos outros vai curtir este quinto filme; quem não gostou nem vai passar na sala do cinema.

O diretor Michael Bay (o mesmo de todos os filmes da franquia) descobriu uma fórmula que funciona muito bem na bilheteria, e por isso não deve mudar. Tudo é muito intenso, muito dramático, muito exagerado… Os críticos detestam, mas o filme tem o seu público. E a má notícia pros críticos é que termina com um gancho pro sexto filme…

Claro que o roteiro tem vários pontos sem sentido – pra começar, a história começa com o Rei Arthur e o mago Merlin! Mas, pra que roteiro inteligente? Taca mais uma explosão, que o público curte.

Alguns comentários sobre o elenco. Mark Wahlberg faz mais do mesmo. Anthony Hopkins não está mal, mas me pergunto o que um ator como ele está fazendo ali. John Turturro ganhou um cachê fácil, não interage com nenhum outro ator importante, deve ter filmado toda a sua parte no mesmo dia. Stanley Tucci faz um Merlin divertido. Laura Haddock faz a “Megan Fox genérica” da vez, papel que já foi da Rosie Huntington-Whiteley (no 3) e Nicola Peltz (no 4). Por fim, a jovem Isabela Moner é uma tentativa de criar uma heroína adolescente. Mas ela tá longe de ser uma X23…

Ainda queria comentar sobre o “clube do bilhão”, lista que está no site boxofficemojo.com. Hoje, em julho de 2017, trinta filmes já venderam mais de um bilhão de dólares nas bilheterias. Entendo a presença de alguns destes filmes, como aqueles que movimentam grandes fã clubes, como Star Wars (Rogue One, Ep 8, Ep 1), Disney (Zootopia, Bela e a Fera, Frozen, Toy Story 3) ou filmes de super heróis (dois Batman, dois Vingadores, Homem de Ferro, Guerra Civil); assim como entendo os fenômenos Avatar e Titanic. Mas admito que não entendo três presenças na lista: Piratas do Caribe, Velozes e Furiosos e Transformers (dois de cada). Entendo que sejam grandes sucessos de bilheteria, mas, para passar de um bilhão de dólares tem que ser mais do que apenas um sucesso de bilheteria. Enfim, heu não entendo, mas os números não mentem. Michael Bay conhece uma fórmula que vende bem, e tem um bilhão de argumentos para continuar com a mesma fórmula – mesmo com todas as críticas negativas do mundo.

Lego Batman: O Filme

Lego BatmanCrítica – Lego Batman: O Filme

Bruce Wayne não precisa lidar apenas com os criminosos de Gotham City, mas também com a responsabilidade de criar um menino que ele adotou.

Uma Aventura Lego, lançado três anos atrás, foi uma ótima surpresa e um dos melhores filmes do ano. Por que não repetir a fórmula? O escolhido foi o Batman, que aparece como personagem secundário no filme de 2014. Mas a história aqui não tem nada a ver com o outro filme. É uma trama 100% independente.

A boa notícia é que mantiveram duas coisas que funcionaram muito bem naquele filme: o estilo da animação (parece stop motion – peças de Lego são duras, né?) e o humor cheio de referências (mais uma vez temos muita meta linguagem, além de um monte de personagens de outros filmes).

Outra coisa boa é que Lego Batman não se leva a sério em momento algum (será que foi influência de Deadpool?). Dirigido por Chris McKey (um dos principais diretores da série Robot Chicken), o filme traz piadas que começam ainda antes do início dos créditos. Leve e divertido, este é, na minha humilde opinião (de “não leitor de HQ”), o melhor Batman dos últimos anos.

Vi a versão dublada. Como de costume, a dublagem brasileira está muito boa. Mas, como de costume, quando a gente lê o elenco original no imdb, dá vontade de ver com o elenco original: Will Arnett, Michael Cera, Rosario Dawson, Ralph Fiennes e Zach Galifianakis, entre outros.

Na inevitável comparação, ainda acho Uma Aventura Lego melhor, por causa do final que “explode cabeças” e contextualiza aquele universo. Mesmo assim, Lego Batman é um ótimo filme, desde já candidato ao top 10 2017.

Ouvi um boato que eles pensam agora em um filme do Superman. Tomara, este super herói tem acertado menos que o Batman…

Transformers 4 – A Era da Extinção

Transformers-A-Era-da-Extincao-posterCrítica – Transformers 4 – A Era da Extinção

Ninguém pediu, mas, olha lá, tem Transformers novo na área…

Quatro anos depois dos eventos do terceiro filme, um inventor e sua família se unem aos Autobots, quando estes viram alvo de um caçador de recompensas de outro mundo.

A franquia Transformers tem uma posição curiosa no mercado. Quem não gosta, passa longe dos cinemas; quem gosta, só quer saber dos efeitos especiais e de possíveis bonequinhos para a sua coleção. Ou seja, “detalhes” como roteiro ficam em segundo plano.

O novo filme é mais uma vez dirigido por Michael Bay (diretor dos outros três), famoso por privilegiar explosões exageradas em vez de tramas inteligentes. O roteiro de Transformers 4 – A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction, no original), escrito por Ehren Kruger, traz um monte de situações completamente ilógicas, além de diálogos péssimos.

Olha, entendo que a gente precisa de suspensão de descrença pra assistir um filme com robôs alienígenas que se transformam em carros. Mas o filme deveria seguir a lógica proposta pelo próprio roteiro. Mas antes de prosseguir, vamos aos avisos de spoilers.

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Os novos transformers são construídos com uma tecnologia “mágica”, que divide o metal em milhões de pedacinhos, que depois se juntam em outra forma. Isso torna o bicho quase indestrutível, porque quando ele leva um golpe, se desmonta e remonta novamente. Isso acontece na primeira luta entre Optimus Prime e Galvatron.

Aí a gente vai pra luta final, com 50 transformers com a nova tecnologia. E todos se quebram no primeiro golpe. Caramba, cadê a lógica?

Outra coisa: se o Optimus Prime pode voar, por que nunca tinha voado antes???

Ah, não posso deixar de citar: numa franquia onde o vilãozão se chama MegaTRON, alguém tinha dúvida se o GalvaTRON seria da galera do mal?

FIM DOS SPOILERS!

Mas, como dito antes, Transformers tem o seu público, e este vai sair satisfeito do cinema. São várias as cenas de ação e destruição, e os efeitos especiais são muito bons – tive a impressão de ter menos câmera tremida nas cenas de luta do que nos filmes anteriores.

Sobre o elenco… São todos coadjuvantes, o filme precisa de atores pra passar o tempo enquanto os robôs não estão na tela. Ninguém se destaca positivamente, nem negativamente. Gostei de ver que Mark Wahlberg finalmente assumiu que é um quarentão, e faz um pai de uma adolescente. Ainda no elenco, Stanley Tucci, Sophia Myles, Bingbing Li, Kelsey Grammer, Jack Reynor, Titus Welliver, Thomas Lennon, e Nicola Peltz como a “bonitinha da vez”.

Por último, um aviso importante: são duas horas e quarenta e cinco minutos de filme. Interminável! A sorte é que dá pra ir ao banheiro ou pegar uma pipoca e não perder nada importante do filme…