Chappie

chappieCrítica – Chappie

Filme novo do Neill Blomkamp!

Num futuro próximo, o crime em Johannesburg é controlado por uma força policial composta de robôs. Quando um desses robôs policiais é roubado e reprogramado, ele vira o primeiro robô com a habilidade de pensar e sentir por conta própria.

A princípio, Chappie lembra Eu, Robô. Mas, na verdade, parece mais com Robocop, apesar do personagem título não ser humano – aqui, não só o robô é policial, como ainda temos uma espécie de Ed 209.

Gosto do estilo do Neill Blomkamp, o mesmo de Distrito 9 e Elysium. Sua estética é suja, seu terceiro mundo é mais próximo da nossa realidade do que o que Hollywood costuma mostrar. Esta estética suja combina com a história do robô Chappie, um misto de tecnologia de ponta com favela.

Aliás, diga-se de passagem, a construção do personagem é excelente, tanto pela parte narrativa, quanto pela parte técnica. Chappie é um personagem complexo, tem mais humanidade do que muito personagem interpretado por humanos. Chappie é uma criança que precisa de orientação para se desenvolver!

E pela parte técnica, Chappie é impressionante. O robô está lá, consegue ser mais convincente que o Gollum de Senhor dos Aneis – será que o Sharlto Copley usou aquelas roupas de captura de movimento que nem o Andy Serkis? O fato é: Chappie nunca passa a sensação de ser digital.

Sharlto Copley não aparece, mas brilha como a voz do personagem título. E olha que o elenco conta com o Hugh Wolverine Jackman e a Sigourney Ripley Weaver! É que Jackman e Sigourney são coadjuvantes aqui. O filme é de Copley, Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário) e da dupla Ninja e Yo-Landi Visser (que fazem parte do Die Antwoord, uma banda de rap de Johannesburg).

Chappie tem um bom ritmo, além de uma boa trilha sonora assinada por Hans Zimmer. Não gostei muito do fim, mas nada que estrague o prazer de ter conhecido um dos melhores robôs da história do cinema!

Khumba

khumba-posterCrítica – Khumba

Animação feita na África do Sul!

Rejeitada pelo seu supersticioso rebanho, uma zebra que só tem listras em metade do corpo sai em uma missão para tentar encontrar um lago mágico que supostamente poderia completar suas listras.

Khumba é bem feito e bonitinho, mas tem um problema básico: parece uma cópia de Rei Leão usando os personagens de Madagascar. E, na comparação, claro que Khumba sai perdendo.

Produção do estúdio Triggerfish (que lançou Zambézia em 2012), pelo menos animação é de alto nível técnico, nem parece algo off-Hollywood. Conseguimos até ver a textura dos pelos das zebras! E a história, apesar de não ser nenhuma novidade, traz uma boa mensagem para os pequenos – o verdadeiro público do filme.

Pena que o humor do filme é fraco. São poucos os momentos engraçados. E o alívio cômico feito pelo avestruz é tão bobo que chega a ser constrangedor.

Sobre a dublagem brasileira: Sabrina Sato usa o seu sotaque de sempre para fazer a búfala Mama V. Ela deveria ter feito o que Fabio Porchat fez com o Olaf, de Frozen. Porchat interpretou um personagem; Sabrina interpretou ela mesma. Não funcionou, ficou cansativo ouvir aquele sotaque carregado por todo o filme.

Khumba é de 2013, mas ainda não tinha sido lançado. De repente estavam esperando a Copa do Mundo, já que o filme abre e fecha com partidas de futebol (entre zebras, claro). Só acho que podia ter vindo uma semana antes, afinal boa parte das escolas adiantou as férias (meus filhos voltam às aulas segunda que vem…).

Infância Roubada

Infância Roubada

A Copa do Mundo da África do Sul tá rolando e heu não mencionei nada ainda por aqui. Pensei num Top 10 de filmes de futebol, mas admito que estou desatualizado no tema. Resolvi então ver um filme sul-africano…

Tsotsi é um jovem marginal, líder de um pequeno grupo de delinquentes, que moram numa favela em Johannesburgo. Num assalto, encontra um bebê e resolve cuidar dele. Com o bebê, Tsotsi espera recuperar a própria infância – daí o título brasileiro.

Infância Roubada (Tsotsi, no original) fala de redenção. Encontrar o bebê é um divisor de águas na vida de Tsotsi, que passa a questionar a própria postura. Ele quer uma segunda chance, só que não sabe o caminho certo para isso.

Os cenários na favela são muito bem feitos, apesar de não nos impressionar tanto – favelas também fazem parte do nosso dia a dia, infelizmente. Mesmo assim, é um bom retrato da divisão desigual da sociedade em Johannesburgo.

Muita gente comparou este filme ao brasileiro Cidade de Deus. Mas, na minha opinião, são filmes completamente diferentes. Em comum, apenas o fato de terem protagonistas jovens e marginais na favela. Mas são filmes com ritmos e objetivos diferentes.

Me parece que ninguém no elenco fez algo mais conhecido. O mesmo não podemos dizer do diretor Gavin Hood, que deve ter conseguido uma boa projeção com este filme. Afinal, quatro anos depois ele dirigiu o hollywoodiano X-Men Origins: Wolverine.

Lançado lá fora em 2005, Infância Roubada ganhou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira de 2006, e só foi lançado por aqui em 2007. Mas agora é fácil de ser encontrado. Boa opção para quem procura um filme mais “humano”.