Crítica – Gravidade
O elogiado novo filme de Alfonso Cuarón!
Dois astronautas são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo, que faz com que sejam jogados no espaço sideral. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar um meio de sobreviver.
Gravidade (Gravity, no original) é um daqueles raros casos de filme com tudo no lugar certo. Ainda não tenho ideia dos filmes que entrarão para o Top 10 de 2013, mas só preciso procurar os outros nove.
Tecnicamente, o filme é um assombro. Vários longos planos-sequência, com a câmera passeando pela órbita da Terra – sim, é uma câmera em movimento no espaço, sem ter um “chão”. A câmera fica de lado, de cabeça para baixo, dá cambalhotas, entra e sai do capacete do astronauta… Arrisco adizer que o cinema nunca antes mostrou planos-sequência tão criativos.
Mas não é só a parte técnica – se efeitos especiais fossem garantia de um bom filme, Star Wars Ep 1 seria um filmaço, né? Gravidade tem um ritmo excelente, com vários momentos de tensão à flor da pele. E sem ter que apelar para o sobrenatural – como acontece com a maior parte dos filmes que conjugam ficção científica com suspense.
De quebra, não sou cientista aero-espacial, então não sou nenhum especialista, mas o filme me pareceu cientificamente correto – coisa rara no cinema de ficção científica.
Heu já era fã do diretor mexicano Alfonso Cuarón desde o bom trabalho em Filhos da Esperança, outra ficção científica direcionada ao público “adulto”, que também contava com efeitos especiais impressionantes e alguns planos sequência muito bons. Aqui, Cuarón mostra que merece fazer parte do primeiro time de diretores contemporâneos.
Se os efeitos são grandiosos, o elenco é diminuto – só vemos dois atores, Sandra Bullock e George Clooney (ouvimos outras vozes, uma delas, do Ed Harris). Clooney faz o de sempre; Sandra não vai surpreender se ganhar uma indicação ao Oscar. Aliás, falando em Oscar, sei que é cedo, mas Gravidade pode e deve ganhar várias indicações. A trilha sonora, discreta e eficiente, também é muito boa. E dificilmente não vai levar efeitos especiais – nunca a gravidade zero foi tão bem mostrada nas telas.
Por fim, o 3D. Quem me conhece sabe que não dou muita bola pra 3D. Aqui o 3D é muito bem feito, claro, principalmente nas cenas de gravidade zero. Mas não acho que o filme perderia se visto em 2D.
Gravidade perde se visto na tv. Se você tem pouco tempo ou dinheiro para frequentar salas de cinema, este é um daqueles casos onde o ingresso vale cada centavo do dinheiro pago.
Esse filme é simplesmente incrível! A única cena que eu não gostei muito foi aquela do delírio com o Kowalsky. Como você disse, tudo nesse filme dá certo: os efeitos especial, os planos-sequência, as atuações, a fotografia, a trilha sonora… Nota 10!
SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!
Caro Junga,
No início, achei que aquela cena estava estragando o filme. Como assim, uma solução hollywoodiana? Um final feliz forçado?
Mas como foi delírio, achei a ideia genial e gostei!
Ouvi falar que a cena foi escrita pelo próprio ator, pra justificar o salário que o estúdio estava pagando para um protagonista que fica em cena por 30 minutos. Mas enfim, a cena não chega a estragar o filme. Como é só um delírio, então tudo bem.
Gostei do filme, mas não vi nada de muito realista tirando os efeitos especiais. Conseguir igualar a velocidade da estação com uma mochila espacial ou um extintor é algo – no mínimo – irreal.
Parabéns pelo site!
Pingback: Top 10: Melhores Filmes de 2013 | HEUVI.COM.BR
Pingback: Até o Fim | HEUVI.COM.BR