Crítica – Hanna
Hanna, uma adolescente de 16 criada pelo pai em ambientes inóspitos para ser uma perfeita máquina assassina, vai até a Europa para vingar a morte da mãe.
O que diferencia Hanna das dezenas de filmes de ação por aí é o elenco. A jovem Saoirse Ronan (Um Olhar do Paraíso), faz um ótimo trabalho como a super asassina teen. A menina consegue passar ao mesmo tempo suavidade, inocência e instinto assassino. A oscarizada Cate Blanchet também manda bem como vilã, mas isso não é novidade, ela fez parecido em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. O mesmo podemos dizer sobre Eric Bana, que tem alguns filmes assim no currículo (Hulk, Troia).
Mas, se o elenco manda bem, o roteiro gagueja várias vezes. Rolam vários furos, mas antes de falar sobre isso, avisos de spoilers leves.
SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!
Será que é tão fácil assim fugir de uma super prisão subterrânea da CIA? Por que contratar um cara gordinho e de fora da agência para um serviço complicado? Por que os bandidos demoram a sacar suas armas de fogo? E, pra piorar, a trama me pareceu bastante incoerênte: por que guardar a menina por 16 anos para depois entregá-lá direto para a inimiga? Este era o melhor plano que Erik conseguiu bolar? Por fim: a menina foi preparada para falar várias línguas e caçar animais, mas não sabe o que é energia elétrica? E como ela sabe usar o computador da lan house???
Talvez o problema seja o diretor Joe Wright. Se a gente der uma olhada no seu currículo, vai ver que seus outros filmes são dramas – Orgulho & Preconceito, Desejo & Reparação, O Solista… Sr. Wright, filmes de ação também precisam de roteiros coerentes!
Se você conseguir passar ileso por estes “detalhes”, Hanna é um bom filme…
FIM DOS SPOILERS!
Os Chemical Brothers não fazem uma trilha memorável como o Daft Punk fez em Tron O Legado, mas sua música techno funciona bem nas cenas de correria. Tá, às vezes forçam a barra – não precisava ter luzes piscando na fuga da prisão no Marrocos, por exemplo, aquilo foi só pra cena ter cara de rave. Mas não vou tirar o mérito, a trilha é boa.
O filme traz belas paisagens como cenário, e algumas cenas são bem cuidadas e valem o ingresso, mesmo com todas as incoerências do roteiro. Prestem atenção na cena que Erik é atacado no metrô de Berlim: é filmada em um único plano sequência – desde a externa até a briga em si. Muito legal!
Não sei se Hanna já tem previsão de passar aqui no Brasil – acho que já vi cartazes nos cinemas. Se você curte um bom filme de ação e não se importa com inconsistências no roteiro, este filme é para você.
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