Crítica – Mulheres Perfeitas (2004)
Quando uma alta executiva da tv é demitida e entra em depressão, seu marido a leva para a comunidade de Stepford, em Connecticut, onde todas as mulheres são perfeitas – às vezes até demais.
Frank Oz, além de ter sido o braço direito de Jim Henson nos Muppets e de ter interpretado o Yoda, também era diretor. Não é uma carreira muito extensa (12 longas, segundo o imdb), mas tem alguns filmes excelentes – sou muito fã da sua versão de A Pequena Loja dos Horrores. Oz aqui apresenta mais um bom filme.
Este Mulheres Perfeitas é uma refilmagem de Esposas em Conflito, de 1975, inspirado no livro “As Possuídas”, de Ira Levin, lançado em 1972 (todos têm o nome original “Stepford Wives”). Não vi o original, mas pelo que li, é mais sério, mais puxado para o suspense. Esta versão de 2004 não tem nada de suspense, é uma boa comédia de humor negro.
O clima de Mulheres Perfeitas é de uma deliciosa farsa. Tanto é uma farsa que ninguém trabalha naquela cidade, mas todos têm um alto padrão de vida. Os figurinos, a cenografia e a inspirada trilha sonora de David Arnold (parece Danny Elfman, não?) ajudam no clima farsesco.
Algumas características das mulheres de Stepford são inconsistentes. A cena que uma mulher vira um caixa eletrônico não é coerente com a cena final, por exemplo. Falha do roteiro, precisamos reconhecer…
O elenco é excelente. Nicole Kidman está perfeita no papel principal tanto antes, como executiva estafada, quanto depois, como “mulher perfeita”. Christopher Walken exercita sua divertida canastrice com um papel que é a sua cara. Bette Midler, exagerada como sempre, ganhou um papel exagerado que que combina com o seu estilo. Matthew Brodderick é que está um pouco apagado… Ainda no elenco, Glenn Close, Jon Lovitz, Roger Bart e Faith Hill.
Mulheres Perfeitas não é o melhor filme de Frank Oz. Mas pode divertir quem entrar no clima.